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Q896283 Português

Os textos VIII e IX, motivadores, o(a) auxiliarão a responder à questão.


TEXTO VIII 


      Na busca por definir critérios para fixar uma escrita convencionalizada, observamos que as muitas línguas com notação alfabética enfrentaram, desde a Antiguidade, uma disputa entre opções (cf. BLANCHE-BENVENISTE; CHERVEL, 1974). Por um lado, desde a Roma e a Grécia antigas, já existia tendência de buscar respeitar o princípio fonográfico, segundo o qual a ortografia deveria estar o mais próxima possível da pronúncia das palavras. Apesar das boas intenções, isso envolvia um problema sem solução perfeita: se diferentes falantes de uma mesma língua – pertencentes a regiões, grupos socioculturais e épocas diferentes – pronunciam de forma distinta as mesmas palavras, a busca de uma correspondência “limpa” entre formas de falar e escrever teria sempre que partir de uma pronúncia idealizada, tomada como padrão. Por outro lado, encontramos há muitos séculos a defesa de um princípio etimológico, segundo o qual as palavras provenientes de outra língua deveriam preservar as grafias que tinham nas línguas de origem. Assim, no caso de línguas como português, francês e espanhol, as formas latinas e gregas seriam candidatas especiais à manutenção de suas notações originais (e a uma desobediência do princípio fonográfico).

      Finalmente, nessa disputa entre perspectivas diferentes, a história de evolução das normas ortográficas das línguas aqui mencionadas revela que não só tendeu-se a fazer um “casamento” dos dois princípios (fonográfico e etimológico) já citados, como a incorporar formas escritas que surgiram por mera tradição de uso. 

      Tudo em ortografia precisa ser visto, consequentemente, como fruto de uma convenção arbitrada / negociada ao longo da História. Mesmo a separação das palavras no texto, com espaços em branco, é uma invenção recente, bem como o emprego sistemático de sinais de pontuação. Até o século XVIII, quando predominava a leitura em voz alta, muitos textos eram notados com as palavras “pegadas”. Como também tinham poucos sinais de pontuação, cabia ao leitor, ao “preparar” sua leitura, definir como iria segmentar o texto. Numa língua como o português, vemos hoje que a norma ortográfica envolve não só a definição das letras autorizadas para escrever-se cada palavra, como também a segmentação destas no texto e o emprego da acentuação. 

      Diferentemente da pontuação – que permite opções / variações conforme o estilo ou interesse de quem escreve –, no caso da ortografia as convenções estabelecidas são avaliadas taxativamente: a grafia de uma palavra ou está certa ou errada, não se julgando sua qualidade em termos de “aproximação” do esperado (MORAIS, 1998; SILVA, 2004).


(MORAIS, Arthur Gomes. A norma ortográfica do português: o que é? para que serve? como está organizada? In: SILVA, Alexsandro; MORAIS, Arthur G.; MELO, Kátia L. R. Ortografia na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/25.pdf. Acesso em: 5 jan. 2018)


TEXTO IX


      Nosso objeto de estudo, a linguagem, mostra-se diferente aos olhos do observador, conforme ele a investigue. Por exemplo, como representação do pensamento, e este como representação do mundo. Entretanto, sabemos que, no uso cotidiano da língua, não pensamos conscientemente em formas para traduzir conteúdos, nem em conteúdos preexistentes que buscam formas. Forma e pensamento nascem juntos; nossos pensamentos e representações são feitos de palavras e se constroem, ou na interação contextualizada com o outro ou no diálogo interno com outros discursos também feitos de palavras. A referência à decodificação, presente nos PCN+, não pode nos induzir também ao engano de reduzir as línguas naturais — em particular, a língua portuguesa — a um sistema de sinais, por meio do qual um emissor comunica a um recebedor determinada mensagem.

      A partir dessa concepção, aprender e ensinar língua seria dominar o código, e a compreensão e a produção de textos se reduziriam ao processo de decodificação e codificação: para cada sinal ou combinação de sinais corresponderia um sentido. Sabemos que os enunciados produzidos nas línguas naturais têm uma parte material - os sons, no caso da língua oral, e as formas, no caso da escrita -, mas têm também uma parte subentendida, essencial para a produção de sentido na interação. Essa parte subentendida, digamos, “invisível”, está no contexto de produção do enunciado, em sua enunciação e co-enunciação, nos conhecimentos de mundo e nos valores partilhados pelos interlocutores.

(SEE MG. Currículo Básico Comum. Proposta Curricular. Língua Portuguesa - Ensinos Fundamental e Médio. 2005, p. 11- 12)

Levando em consideração as novas regras ortográficas vigentes, assinale a afirmação INCORRETA:
Alternativas
Q896282 Português

Os textos VIII e IX, motivadores, o(a) auxiliarão a responder à questão.


TEXTO VIII 


      Na busca por definir critérios para fixar uma escrita convencionalizada, observamos que as muitas línguas com notação alfabética enfrentaram, desde a Antiguidade, uma disputa entre opções (cf. BLANCHE-BENVENISTE; CHERVEL, 1974). Por um lado, desde a Roma e a Grécia antigas, já existia tendência de buscar respeitar o princípio fonográfico, segundo o qual a ortografia deveria estar o mais próxima possível da pronúncia das palavras. Apesar das boas intenções, isso envolvia um problema sem solução perfeita: se diferentes falantes de uma mesma língua – pertencentes a regiões, grupos socioculturais e épocas diferentes – pronunciam de forma distinta as mesmas palavras, a busca de uma correspondência “limpa” entre formas de falar e escrever teria sempre que partir de uma pronúncia idealizada, tomada como padrão. Por outro lado, encontramos há muitos séculos a defesa de um princípio etimológico, segundo o qual as palavras provenientes de outra língua deveriam preservar as grafias que tinham nas línguas de origem. Assim, no caso de línguas como português, francês e espanhol, as formas latinas e gregas seriam candidatas especiais à manutenção de suas notações originais (e a uma desobediência do princípio fonográfico).

      Finalmente, nessa disputa entre perspectivas diferentes, a história de evolução das normas ortográficas das línguas aqui mencionadas revela que não só tendeu-se a fazer um “casamento” dos dois princípios (fonográfico e etimológico) já citados, como a incorporar formas escritas que surgiram por mera tradição de uso. 

      Tudo em ortografia precisa ser visto, consequentemente, como fruto de uma convenção arbitrada / negociada ao longo da História. Mesmo a separação das palavras no texto, com espaços em branco, é uma invenção recente, bem como o emprego sistemático de sinais de pontuação. Até o século XVIII, quando predominava a leitura em voz alta, muitos textos eram notados com as palavras “pegadas”. Como também tinham poucos sinais de pontuação, cabia ao leitor, ao “preparar” sua leitura, definir como iria segmentar o texto. Numa língua como o português, vemos hoje que a norma ortográfica envolve não só a definição das letras autorizadas para escrever-se cada palavra, como também a segmentação destas no texto e o emprego da acentuação. 

      Diferentemente da pontuação – que permite opções / variações conforme o estilo ou interesse de quem escreve –, no caso da ortografia as convenções estabelecidas são avaliadas taxativamente: a grafia de uma palavra ou está certa ou errada, não se julgando sua qualidade em termos de “aproximação” do esperado (MORAIS, 1998; SILVA, 2004).


(MORAIS, Arthur Gomes. A norma ortográfica do português: o que é? para que serve? como está organizada? In: SILVA, Alexsandro; MORAIS, Arthur G.; MELO, Kátia L. R. Ortografia na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/25.pdf. Acesso em: 5 jan. 2018)


TEXTO IX


      Nosso objeto de estudo, a linguagem, mostra-se diferente aos olhos do observador, conforme ele a investigue. Por exemplo, como representação do pensamento, e este como representação do mundo. Entretanto, sabemos que, no uso cotidiano da língua, não pensamos conscientemente em formas para traduzir conteúdos, nem em conteúdos preexistentes que buscam formas. Forma e pensamento nascem juntos; nossos pensamentos e representações são feitos de palavras e se constroem, ou na interação contextualizada com o outro ou no diálogo interno com outros discursos também feitos de palavras. A referência à decodificação, presente nos PCN+, não pode nos induzir também ao engano de reduzir as línguas naturais — em particular, a língua portuguesa — a um sistema de sinais, por meio do qual um emissor comunica a um recebedor determinada mensagem.

      A partir dessa concepção, aprender e ensinar língua seria dominar o código, e a compreensão e a produção de textos se reduziriam ao processo de decodificação e codificação: para cada sinal ou combinação de sinais corresponderia um sentido. Sabemos que os enunciados produzidos nas línguas naturais têm uma parte material - os sons, no caso da língua oral, e as formas, no caso da escrita -, mas têm também uma parte subentendida, essencial para a produção de sentido na interação. Essa parte subentendida, digamos, “invisível”, está no contexto de produção do enunciado, em sua enunciação e co-enunciação, nos conhecimentos de mundo e nos valores partilhados pelos interlocutores.

(SEE MG. Currículo Básico Comum. Proposta Curricular. Língua Portuguesa - Ensinos Fundamental e Médio. 2005, p. 11- 12)

Assinale a afirmativa INCORRETA:
Alternativas
Q896281 Português

TEXTO VII


Discreta e formosíssima Maria

Gregório de Matos Guerra


Discreta e formosíssima Maria,

Enquanto estamos vendo a qualquer hora

Em tuas faces a rosada Aurora,

Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:


Enquanto com gentil descortesia

O ar, que fresco Adônis te namora,

Te espalha a rica trança voadora,

Quando vem passear-te pela fria:


Goza, goza da flor da mocidade,

Que o tempo trota a toda ligeireza,

E imprime em toda a flor sua pisada.

Oh não aguardes, que a madura idade

Te converta em flor, essa beleza

Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada


O poema de Gregório de Matos salienta

Alternativas
Q896280 Português

TEXTO VI


A terra é nossa


A terra é um bem comum

Que pertence a cada um

Com o seu poder além,

Deus fez a grande natura

Mas não passou escritura

Da terra para ninguém


Se a terra foi Deus quem fez

Se é obra da criação

Deve cada camponês

Ter uma faixa de chão.


Sei que o latifundiário

Egoísta e usuário

Da terra toda se apossa,

Causando crises fatais

Porém nas leis naturais

Sabemos que a terra é nossa.


Quando um agricultor solta

O seu grito de revolta

Tem razão de reclamar,

Não há maior padecer

Do que um camponês viver

Sem terra pra trabalhar.

(Disponível em: http://patativadoassare.com/a-terra-e-nossa/. Acesso em: 5 jan. 2018)


Considere a seguinte declaração de Patativa do Assaré e as afirmativas abaixo:


“Não é, então, o papel do poeta um papel neutro, de simples observador. O poeta nasceu não só com o dom da poesia, como também com o da verdade e o da justiça. O poeta comenta, critica, ensina...”.


I. A rigidez da métrica configura a rigidez ideológica que perpassa a composição das estrofes.

II. Busca pela igualdade social, injustiça social e crítica política são temas encadeados presentes nas estrofes.

III. A presença de discurso religioso contribui para a proposição da justiça defendida nos versos.

IV. O sujeito poético fala sobre o sofrimento de um homem que, sendo da terra, vê-se alijado de seu direito.


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Ilustra(m) a declaração de Patativa do Assaré, apenas:

Alternativas
Q896279 Português

TEXTO V


De Sinal de menos

perdido entre signos

decifro devoro

persigo persigno

redecifroredevoro

entre signos perdido

devoro decifro

sigo poesigno

redevororedecifro

entreperdido paraíso

voraz cifro

desenho & desígnio

(ÁVILA, Carlos. Sinal de menos. Ouro Preto / MG: Tipografia do Fundo de Ouro Preto, 1989)


A leitura do poema de Carlos Ávila sugere que a criação literária se dá

Alternativas
Respostas
846: A
847: E
848: B
849: D
850: A