Questões de Concurso Para prefeitura de quixadá - ce

A vivência depressiva, em relação ao trabalho e a si mesmo, alimenta uma sensação de adormecimento intelectual e de uma espécie de paralisia da imaginação, mas não gera um entrave mental e nem um condicionamento que limite o comportamento produtivo e criativo.

As condições de trabalho somente influenciam as relações interpessoais entre os funcionários quando interferem diretamente na sua qualidade de vida. É, portanto, uma questão estratégica de sobrevivência e desenvolvimento organizacional atentar para esses fatores.

Por conta dos efeitos que a produção tem causado, o indivíduo recebe indiretamente os impactos da organização do trabalho. Seu sofrimento mental é, por vezes, sujeito a alguma influência no modo de produção social, representado pela divisão técnica do trabalho e pelas linhas de poder. Contudo, não há necessariamente um condicionamento que modele a percepção ou as possibilidades de compreensão.

O trabalho pode ser considerado um regulador social essencial para o fortalecimento da subjetividade. Contudo, quando a produtividade exclui as pessoas como sujeitos, ocorrem as seguintes consequências: disseminação de práticas agressivas nas relações interpessoais, precária disposição psíquica para enfrentar as humilhações, fragmentação da afetividade com os pares, maior individualismo, pacto do silêncio coletivo, sensação de ser inútil, deterioração identitária, ausência de prazer, demissão forçada e sensação de vazio.

As teorias psicológicas, ao longo dos últimos anos, têm reservado atenção a uma releitura de suas abordagens metodológicas e vêm reafirmando a significância de seu trabalho, tanto na construção do sujeito, inserindo-o socialmente, como no aspecto estratégico de atuação na área da saúde, associando sua visão e intervenção ao adoecimento mental.

Com a VIII Conferência Nacional de Saúde e a I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, as quais foram consolidadas na Constituição Federal Brasileira de 1988 e na Lei Orgânica da Saúde de 1990, ocorreram algumas alterações importantes, sem o rompimento com o modelo teórico centrado no conhecimento médico e em saberes compartilhados por categorias profissionais, embora existam exercícios e ações integradas e interdisciplinares.

No Brasil, segundo estatísticas do INSS, com relação apenas aos trabalhadores com registro formal, os transtornos mentais ocupam a 6ª posição entre as causas de concessão de benefício previdenciário, como auxílio doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez (Ministério da Saúde, 2001).

A psicodinâmica do trabalho, que atua intervindo nos transtornos mentais menores, propõe metodologias quantitativas, baseadas em um modelo médico e nos fundamentos da Psicologia Cognitiva e Evolutiva.

Na intervenção cognitivista, o conceito de coping se refere ao conjunto de percepções, experiências e vivências dos indivíduos e a especificidade de seus estímulos, tais como novidade, previsibilidade e intensidade, os quais são decisivos para a mudança comportamental diante de fatores estressores.

A intervenção cognitivista analisa e intervém no estresse, a partir da análise das interconexões entre córtex cerebral, hipotálamo, hipófise, glândulas suprarrenais e as alterações bioquímicas resultantes no organismo.

São exemplos de ações de intervenção adaptacionista e comportamental os programas de qualidade de vida no trabalho (QVT), que se direcionam à gestão dos colaboradores, dando menor ênfase às condições de trabalho.

Na avaliação cognitiva, a situação estressora determina o esforço de enfrentamento do indivíduo, havendo, assim, a possibilidade de uma mudança comportamental.

no campo de atuação da psicodinâmica do trabalho, trabalha-se o estresse a partir de conceitos, tais como: bem-estar e sofrimento psíquico, significação e formas de manifestação desse sofrimento, no âmbito do pré-patológico. Suas práticas interventivas, em relação ao estresse, estão relacionadas à coletividade de trabalho e aos aspectos da organização do trabalho.

Na perspectiva adaptacionista e na abordagem biológica, estão presentes como pressupostos as teorias sobre estresse, bem como os modelos das ciências físicas e naturais. Contudo, suas ações interventivas são focadas para a gestão coletiva por meio de mudanças reflexivas e práticas de dinâmicas de grupo.

Para os fisiologistas, o termo estresse define-se como uma síndrome geral de adaptação, constituída por quatro fases: alarme, adaptação, exaustão e fase crônica, denotando assim um caráter meramente biológico.

A síndrome do esgotamento profissional foi definida como uma reação à tensão emocional crônica e que envolve cinco componentes: o pré-estresse, a exaustão emocional, a diminuição do apetite, a despersonalização, a diminuição do envolvimento e do compromisso pessoal no trabalho.

O objeto de estudo da Psicopatologia do Trabalho é o prazer psíquico e o sofrimento, ao passo que o objeto de estudo da Psicodinâmica do trabalhador é a doença e o sofrimento psíquico.

Segundo a Psicodinâmica do trabalhador, o conflito do trabalhador que gera o sofrer psíquico é decorrente de suas exigências internas e de suas vontades e revoltas pessoais e familiares canalizadas para o ambiente de trabalho.

Segundo Dejours, o foco do conflito que gera o sofrimento psíquico no trabalhador é o não equilíbrio entre as exigências da organização e as suas próprias necessidades fisiológicas e psicológicas, acarretando implicações nocivas à sua saúde mental.

Na psicodinâmica do trabalhador, admite-se que o trabalho é o causador das doenças mentais, desencadeando-as sob quaisquer circunstâncias.