Questões de Concurso
Para médico geriatra
Foram encontradas 1.735 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Seria necessário refletir sobre isso seriamente: por que saltamos à água para socorrer alguém que está se afogando, embora não tenhamos por ele qualquer simpatia particular? Por compaixão: só pensamos no próximo — responde o irrefletido. Por que sentimos a dor e o mal-estar daquele que cospe sangue, embora na realidade não lhe queiramos bem? Por compaixão: nesse momento não pensamos mais em nós — responde o mesmo irrefletido. A verdade é que na compaixão — quero dizer, no que costumamos chamar erradamente compaixão — não pensamos certamente em nós de modo consciente, mas inconscientemente pensamos e pensamos muito, da mesma maneira que, quando escorregamos, executamos inconscientemente os movimentos contrários que restabelecem o equilíbrio, pondo nisso todo o nosso bom senso. O acidente do outro nos toca e faria sentir nossa impotência, talvez nossa covardia, se não o socorrêssemos. Ou então traz consigo mesmo uma diminuição de nossa honra perante os outros ou diante de nós mesmos. Ou ainda vemos nos acidentes e no sofrimento dos outros um aviso do perigo que também nos espia; mesmo que fosse como simples indício da incerteza e da fragilidade humanas que pode produzir em nós um efeito penoso. Rechaçamos esse tipo de miséria e de ofensa e respondemos com um ato de compaixão que pode encerrar uma sutil defesa ou até uma vingança. Podemos imaginar que no fundo é em nós que pensamos, considerando a decisão que tomamos em todos os casos em que podemos evitar o espetáculo daqueles que sofrem, gemem e estão na miséria: decidimos não deixar de evitar, sempre que podemos vir a desempenhar o papel de homens fortes e salvadores, certos da aprovação, sempre que queremos experimentar o inverso de nossa felicidade ou mesmo quando esperamos nos divertir com nosso aborrecimento. Fazemos confusão ao chamar compaixão ao sofrimento que nos causa um tal espetáculo e que pode ser de natureza muito variada, pois em todos os casos é um sofrimento de que está isento aquele que sofre diante de nós: diz-nos respeito a nós tal como o dele diz respeito a ele. Ora, só nos libertamos desse sofrimento pessoal quando nos entregamos a atos de compaixão. [...]
NIETZSCHE, Friedrich. Aurora. Trad. Antonio Carlos Braga. São Paulo: Escala, 2007. p. 104-105.
Como ficará a forma verbal do fragmento “Rechaçamos esse tipo de miséria e de ofensa”, passando-a para a voz passiva analítica?
1. Marca d’água 2. Espaçamento entre parágrafos 3. Orientação da página
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A fórmula que alimenta a célula A3 dessa mesma planilha com o conteúdo de ‘123456’ é:
I. Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. Historicamente, a notificação compulsória tem sido a principal fonte da vigilância epidemiológica, a partir da qual, na maioria das vezes, se desencadeia o processo informação-decisão-ação.
II. O caráter compulsório da notificação implica responsabilidades formais para todo cidadão e uma obrigação inerente ao exercício da medicina, bem como de outras profissões na área de saúde. Mesmo assim, sabe-se que a notificação nem sempre é realizada, o que ocorre por desconhecimento de sua importância e, também, por descrédito nas ações que dela devem resultar. A experiência tem mostrado que o funcionamento de um sistema de notificação é diretamente proporcional à capacidade de se demonstrar o uso adequado das informações recebidas, de forma a conquistar a confiança dos notificantes.
III. Não se notifica a simples suspeita da doença ou evento. Deve-se aguardar a confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois isso pode significar perda da credibilidade. E quando ocorrer a notificação, esta tem de ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico-sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos. O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, configurando-se o que se denomina notificação negativa, que funciona como um indicador de eficiência do sistema de informações.
Quais estão corretas?
2. Cerca de 50% do território brasileiro é considerado como área de preservação ambiental.
3. O crescimento da população e o desenvolvimento econômico fazem crescer a pressão sobre a utilização dos recursos naturais.
4. O desenvolvimento sustentável é o grande desafio para a sociedade e o governo brasileiros.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmações corretas.
1- Vigilância epidemiológica, vigilância sanitária.
2- Saúde do trabalhador, controle de endemias.
3- Saúde ambiental, vigilância nutricional.
4- Fiscalização do trabalho, atenção primária.
São CORRETAS as afirmativas:
A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Manoel de Barros
Disponível em https://www.pensador.com/poemas_de_manoel_de_barros/. Acesso em 04/11/2018.
Após a leitura dos versos de Manoel de Barros, pode-se perceber que o eu–lírico do poema demonstra:
Pediram-me que escrevesse sobre simplicidade e sabedoria. Aceitei alegremente o convite sabendo que, para que tal pedido me tivesse sido feito, era necessário que eu fosse velho.
Os jovens e os adultos pouco sabem sobre o sentido da simplicidade. Os jovens são aves que voam pela manhã: seus voos são flechas em todas as direções. Seus olhos estão fascinados por dez mil coisas. Querem todas, mas nenhuma lhes dá descanso. Estão sempre prontos a de novo voar. Seu mundo é o mundo da multiplicidade. Eles a amam porque, nas suas cabeças, a multiplicidade é um espaço de liberdade. Com os adultos acontece o contrário. Para eles, a multiplicidade é um feitiço que os aprisionou, uma arapuca na qual nunca caíram. Eles a odeiam, mas não sabem como se libertar. Se, para os jovens, a multiplicidade tem o nome de liberdade, para os adultos, a multiplicidade tem o nome de dever. Os adultos são pássaros presos nas gaiolas do dever. A cada manhã dez mil coisas os aguardam com as suas ordens (para isso existem as agendas, lugar onde as dez mil coisas escrevem as suas ordens!). Se não forem obedecidas haverá punições.
No crepúsculo, quando a noite se aproxima, o voo dos pássaros fica diferente. Em nada se parece com o seu voo pela manhã. Já observaram o voo das pombas no fim do dia? Elas voam numa única direção. Voltam pra casa, o ninho. As aves, ao crepúsculo, são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma coisa só.
(...) Na multiplicidade nos perdemos: ignoramos o nosso desejo. Movemo-nos fascinados pela sedução das dez mil coisas. Acontece que, como diz o segundo poema do Tao-Te-Ching, “as dez mil coisas aparecem e desaparecem sem cessar”. O caminho da multiplicidade é um caminho sem descanso. Cada ponto de chegada é um ponto de partida. Cada reencontro é uma despedida. É um caminho onde não existe casa ou ninho.
(...) O caminho da ciência e dos saberes é o caminho da multiplicidade. (...) Não há fim para as coisas que podem ser conhecidas e sabidas. O mundo dos saberes é um mundo de somas sem fim. É um caminho sem descanso para a alma. Não há saber diante do qual o coração possa dizer: “Cheguei, finalmente, ao lar”. Saberes não são lar.
(...) Diz o Tao-Te-Ching: “Na busca do conhecimento a cada dia se soma uma coisa. Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa.” (...) Sabedoria é a arte de degustar. A arte de degustar, distinguir, discernir. O homem dos saberes, diante da multiplicidade, “precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço”. Mas o sábio está à procura das “coisas dignas de serem conhecidas”. (...). A sabedoria é a arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria.
(...) A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela provou e aprovou. Aprovadas foram as expectativas que deram alegria. O que valeu a pena está destinado à eternidade. A saudade é o resto da eternidade refletido no rio do tempo.
Ando pelas cavernas da minha memória. Há muitas coisas maravilhosas. Mas essas memórias, a despeito do seu tamanho, não me fazem nada. Não sinto vontade de chorar. Não sinto vontade de voltar.
Aí eu consulto o meu bolso da saudade. Lá se encontram pedaços do meu corpo, alegrias. Observo atentamente, e nada encontro que tenhas brilho no mundo da multiplicidade. São coisas pequenas, que nem foram notadas por outras pessoas.
Diz Guimarães Rosa que “felicidade só em raros momentos de distração...” Certo. Ela vem quando não se espera, em lugares que não se imagina. Dito por Jesus: “É como o vento: sopra onde quer, não sabe donde vem nem para onde vai...” Sabedoria é arte de provar e degustar a alegria, quando ela vem. Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. Porque a alegria só mora nas coisas simples. (Adaptação, Rubem Alves, in Concerto para Corpo e Alma)
Está correta a seguinte afirmativa:
Marque a alternativa CORRETA: