Questões de Concurso Para fonoaudiólogo

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Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056125 Português

Texto III para responder à questão. 



   Bons tempos os que vivemos, em que tudo tem prazo de validade e tudo pode ser descartável. Meu pai herdara uma máquina fotográfica do meu avô, foi com ela que registrou os primeiros passos de seus filhos, o batizado, a primeira comunhão, chegou mesmo a fotografar o casamento do irmão mais velho com o mesmo equipamento, que era chamado de “caixote”. Ainda tenho fotos tiradas por aquela ancestral das atuais câmaras digitais, que duram o espaço daquelas rosas de Malherbe.


  Apesar de tanto e tamanho progresso tecnológico, muita coisa ainda precisa ser inventada e fatalmente o será; já disseram por aí que tudo o que homem pensa, mais cedo ou mais tarde pode ser realizado materialmente. A viagem à Lua, o submarino, aquele termômetro dentro do peito do peru para apitar na hora em que estiver pronto – são muitas as invenções do engenho humano, desde a roda dos sumérios ao “Jingle Bells” tocado nos celulares durante as festas do Natal.


   De minha parte, já confessei que fiquei pasmo com uma das invenções do admirável mundo novo que muito me beneficiaram. Em criança, obrigavam-me a engraxar os sapatos, era quase uma exigência da higiene corporal andar de sapatos engraxados. E as latas de graxa eram insidiosas, custavam a ser abertas, batia-se com elas em algum lugar duro, ficavam amassadas e aí mesmo é que se recusavam a abrir.


   Até que um gênio, maior do que Leonardo, maior do que Edison, inventou uma pequena alavanca lateral na parte de cima da lata. Se Arquimedes garantiu que levantaria a Terra se tivesse um ponto de apoio no espaço onde pudesse colocar uma alavanca, eu me senti um Arquimedes do Lins de Vasconcelos quando abri a primeira lata de graxa com a alavanquinha de metal ordinário que me abriu, mais do que uma lata de graxa, o território mágico da tecnologia moderna.


   Mesmo assim, desconfio que falta muita coisa a ser inventada. Tenho um amigo que garante a facilidade com que poderemos viajar sem avião, trem, carro ou a pé. Aproveitando a rotação do nosso planeta, uma almanjarra qualquer que ainda será criada nos elevará a uma certa altura, lá de cima esperaremos que a Terra gire até ao ponto onde queremos saltar. Posso sair daqui da Lagoa ao meio-dia e meia e almoçar na Groenlândia a uma da tarde, sem esforço, sem apertões e por baixo custo. O problema é que – Deus é testemunha – não tenho nenhum interesse em almoçar ou jantar na Groenlândia.



(CONY, Carlos Heitor. Crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. Adaptado.)

Em relação à estrutura e conteúdo textual apresentados, podemos afirmar que o texto se trata de:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056124 Português

Texto III para responder à questão. 



   Bons tempos os que vivemos, em que tudo tem prazo de validade e tudo pode ser descartável. Meu pai herdara uma máquina fotográfica do meu avô, foi com ela que registrou os primeiros passos de seus filhos, o batizado, a primeira comunhão, chegou mesmo a fotografar o casamento do irmão mais velho com o mesmo equipamento, que era chamado de “caixote”. Ainda tenho fotos tiradas por aquela ancestral das atuais câmaras digitais, que duram o espaço daquelas rosas de Malherbe.


  Apesar de tanto e tamanho progresso tecnológico, muita coisa ainda precisa ser inventada e fatalmente o será; já disseram por aí que tudo o que homem pensa, mais cedo ou mais tarde pode ser realizado materialmente. A viagem à Lua, o submarino, aquele termômetro dentro do peito do peru para apitar na hora em que estiver pronto – são muitas as invenções do engenho humano, desde a roda dos sumérios ao “Jingle Bells” tocado nos celulares durante as festas do Natal.


   De minha parte, já confessei que fiquei pasmo com uma das invenções do admirável mundo novo que muito me beneficiaram. Em criança, obrigavam-me a engraxar os sapatos, era quase uma exigência da higiene corporal andar de sapatos engraxados. E as latas de graxa eram insidiosas, custavam a ser abertas, batia-se com elas em algum lugar duro, ficavam amassadas e aí mesmo é que se recusavam a abrir.


   Até que um gênio, maior do que Leonardo, maior do que Edison, inventou uma pequena alavanca lateral na parte de cima da lata. Se Arquimedes garantiu que levantaria a Terra se tivesse um ponto de apoio no espaço onde pudesse colocar uma alavanca, eu me senti um Arquimedes do Lins de Vasconcelos quando abri a primeira lata de graxa com a alavanquinha de metal ordinário que me abriu, mais do que uma lata de graxa, o território mágico da tecnologia moderna.


   Mesmo assim, desconfio que falta muita coisa a ser inventada. Tenho um amigo que garante a facilidade com que poderemos viajar sem avião, trem, carro ou a pé. Aproveitando a rotação do nosso planeta, uma almanjarra qualquer que ainda será criada nos elevará a uma certa altura, lá de cima esperaremos que a Terra gire até ao ponto onde queremos saltar. Posso sair daqui da Lagoa ao meio-dia e meia e almoçar na Groenlândia a uma da tarde, sem esforço, sem apertões e por baixo custo. O problema é que – Deus é testemunha – não tenho nenhum interesse em almoçar ou jantar na Groenlândia.



(CONY, Carlos Heitor. Crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. Adaptado.)

No excerto “Aproveitando a rotação do nosso planeta, uma almanjarra qualquer que ainda será criada nos elevará a uma certa altura, lá de cima esperaremos que a Terra gire até ao ponto onde queremos saltar.” (5º§), a expressão destacada, no texto, significa:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056123 Português

Texto III para responder à questão. 



   Bons tempos os que vivemos, em que tudo tem prazo de validade e tudo pode ser descartável. Meu pai herdara uma máquina fotográfica do meu avô, foi com ela que registrou os primeiros passos de seus filhos, o batizado, a primeira comunhão, chegou mesmo a fotografar o casamento do irmão mais velho com o mesmo equipamento, que era chamado de “caixote”. Ainda tenho fotos tiradas por aquela ancestral das atuais câmaras digitais, que duram o espaço daquelas rosas de Malherbe.


  Apesar de tanto e tamanho progresso tecnológico, muita coisa ainda precisa ser inventada e fatalmente o será; já disseram por aí que tudo o que homem pensa, mais cedo ou mais tarde pode ser realizado materialmente. A viagem à Lua, o submarino, aquele termômetro dentro do peito do peru para apitar na hora em que estiver pronto – são muitas as invenções do engenho humano, desde a roda dos sumérios ao “Jingle Bells” tocado nos celulares durante as festas do Natal.


   De minha parte, já confessei que fiquei pasmo com uma das invenções do admirável mundo novo que muito me beneficiaram. Em criança, obrigavam-me a engraxar os sapatos, era quase uma exigência da higiene corporal andar de sapatos engraxados. E as latas de graxa eram insidiosas, custavam a ser abertas, batia-se com elas em algum lugar duro, ficavam amassadas e aí mesmo é que se recusavam a abrir.


   Até que um gênio, maior do que Leonardo, maior do que Edison, inventou uma pequena alavanca lateral na parte de cima da lata. Se Arquimedes garantiu que levantaria a Terra se tivesse um ponto de apoio no espaço onde pudesse colocar uma alavanca, eu me senti um Arquimedes do Lins de Vasconcelos quando abri a primeira lata de graxa com a alavanquinha de metal ordinário que me abriu, mais do que uma lata de graxa, o território mágico da tecnologia moderna.


   Mesmo assim, desconfio que falta muita coisa a ser inventada. Tenho um amigo que garante a facilidade com que poderemos viajar sem avião, trem, carro ou a pé. Aproveitando a rotação do nosso planeta, uma almanjarra qualquer que ainda será criada nos elevará a uma certa altura, lá de cima esperaremos que a Terra gire até ao ponto onde queremos saltar. Posso sair daqui da Lagoa ao meio-dia e meia e almoçar na Groenlândia a uma da tarde, sem esforço, sem apertões e por baixo custo. O problema é que – Deus é testemunha – não tenho nenhum interesse em almoçar ou jantar na Groenlândia.



(CONY, Carlos Heitor. Crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. Adaptado.)

A crônica tem como matéria-prima a realidade. No texto, é possível inferir que o autor expõe os fatos evidenciando o caráter humorístico em:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056122 Português

Texto III para responder à questão. 



   Bons tempos os que vivemos, em que tudo tem prazo de validade e tudo pode ser descartável. Meu pai herdara uma máquina fotográfica do meu avô, foi com ela que registrou os primeiros passos de seus filhos, o batizado, a primeira comunhão, chegou mesmo a fotografar o casamento do irmão mais velho com o mesmo equipamento, que era chamado de “caixote”. Ainda tenho fotos tiradas por aquela ancestral das atuais câmaras digitais, que duram o espaço daquelas rosas de Malherbe.


  Apesar de tanto e tamanho progresso tecnológico, muita coisa ainda precisa ser inventada e fatalmente o será; já disseram por aí que tudo o que homem pensa, mais cedo ou mais tarde pode ser realizado materialmente. A viagem à Lua, o submarino, aquele termômetro dentro do peito do peru para apitar na hora em que estiver pronto – são muitas as invenções do engenho humano, desde a roda dos sumérios ao “Jingle Bells” tocado nos celulares durante as festas do Natal.


   De minha parte, já confessei que fiquei pasmo com uma das invenções do admirável mundo novo que muito me beneficiaram. Em criança, obrigavam-me a engraxar os sapatos, era quase uma exigência da higiene corporal andar de sapatos engraxados. E as latas de graxa eram insidiosas, custavam a ser abertas, batia-se com elas em algum lugar duro, ficavam amassadas e aí mesmo é que se recusavam a abrir.


   Até que um gênio, maior do que Leonardo, maior do que Edison, inventou uma pequena alavanca lateral na parte de cima da lata. Se Arquimedes garantiu que levantaria a Terra se tivesse um ponto de apoio no espaço onde pudesse colocar uma alavanca, eu me senti um Arquimedes do Lins de Vasconcelos quando abri a primeira lata de graxa com a alavanquinha de metal ordinário que me abriu, mais do que uma lata de graxa, o território mágico da tecnologia moderna.


   Mesmo assim, desconfio que falta muita coisa a ser inventada. Tenho um amigo que garante a facilidade com que poderemos viajar sem avião, trem, carro ou a pé. Aproveitando a rotação do nosso planeta, uma almanjarra qualquer que ainda será criada nos elevará a uma certa altura, lá de cima esperaremos que a Terra gire até ao ponto onde queremos saltar. Posso sair daqui da Lagoa ao meio-dia e meia e almoçar na Groenlândia a uma da tarde, sem esforço, sem apertões e por baixo custo. O problema é que – Deus é testemunha – não tenho nenhum interesse em almoçar ou jantar na Groenlândia.



(CONY, Carlos Heitor. Crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. Adaptado.)

Até que um gênio, maior do que Leonardo, maior do que Edison, inventou uma pequena alavanca lateral na parte de cima da lata.” (4º§) A expressão “até que”, considerando o contexto textual, denota uma ideia de:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056121 Português

Texto III para responder à questão. 



   Bons tempos os que vivemos, em que tudo tem prazo de validade e tudo pode ser descartável. Meu pai herdara uma máquina fotográfica do meu avô, foi com ela que registrou os primeiros passos de seus filhos, o batizado, a primeira comunhão, chegou mesmo a fotografar o casamento do irmão mais velho com o mesmo equipamento, que era chamado de “caixote”. Ainda tenho fotos tiradas por aquela ancestral das atuais câmaras digitais, que duram o espaço daquelas rosas de Malherbe.


  Apesar de tanto e tamanho progresso tecnológico, muita coisa ainda precisa ser inventada e fatalmente o será; já disseram por aí que tudo o que homem pensa, mais cedo ou mais tarde pode ser realizado materialmente. A viagem à Lua, o submarino, aquele termômetro dentro do peito do peru para apitar na hora em que estiver pronto – são muitas as invenções do engenho humano, desde a roda dos sumérios ao “Jingle Bells” tocado nos celulares durante as festas do Natal.


   De minha parte, já confessei que fiquei pasmo com uma das invenções do admirável mundo novo que muito me beneficiaram. Em criança, obrigavam-me a engraxar os sapatos, era quase uma exigência da higiene corporal andar de sapatos engraxados. E as latas de graxa eram insidiosas, custavam a ser abertas, batia-se com elas em algum lugar duro, ficavam amassadas e aí mesmo é que se recusavam a abrir.


   Até que um gênio, maior do que Leonardo, maior do que Edison, inventou uma pequena alavanca lateral na parte de cima da lata. Se Arquimedes garantiu que levantaria a Terra se tivesse um ponto de apoio no espaço onde pudesse colocar uma alavanca, eu me senti um Arquimedes do Lins de Vasconcelos quando abri a primeira lata de graxa com a alavanquinha de metal ordinário que me abriu, mais do que uma lata de graxa, o território mágico da tecnologia moderna.


   Mesmo assim, desconfio que falta muita coisa a ser inventada. Tenho um amigo que garante a facilidade com que poderemos viajar sem avião, trem, carro ou a pé. Aproveitando a rotação do nosso planeta, uma almanjarra qualquer que ainda será criada nos elevará a uma certa altura, lá de cima esperaremos que a Terra gire até ao ponto onde queremos saltar. Posso sair daqui da Lagoa ao meio-dia e meia e almoçar na Groenlândia a uma da tarde, sem esforço, sem apertões e por baixo custo. O problema é que – Deus é testemunha – não tenho nenhum interesse em almoçar ou jantar na Groenlândia.



(CONY, Carlos Heitor. Crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. Adaptado.)

Dentre os segmentos transcritos, assinale o que expressa um posicionamento do enunciador.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056120 Português
Aula de Português

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de Português.)
No último verso do poema “O português são dois; o outro, mistério.”, o “outro” a que o eu lírico se refere são o registro e a modalidade de linguagem, respectivamente:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056119 Português
Aula de Português

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de Português.)
Sobre o poema, é correto afirmar que o eu lírico revela:
Alternativas
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Q3056118 Português
Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
Aula de Português
A linguagem na ponta da língua, tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que ela quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a prima. O português são dois; o outro, mistério.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de Português.)

Releia, comparativamente, os textos I e II. Após, assinale a alternativa em que as passagens destacadas de ambos os textos apresentam argumentos convergentes acerca do aspecto temático que compartilham.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056117 Português
Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
No enunciado “Te amo!” (13º§), a posição do pronome em relação ao verbo configura um caso de próclise. Em que passagem ocorre o mesmo caso de colocação pronominal?
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056116 Português
Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
Adjetivos frequentemente são empregados nos textos como modalizadores para expressar juízos de valor do enunciador acerca de seu discurso. Com base nessas informações, analise o emprego dos adjetivos destacados a seguir:

I. “[...] ao longo do século passado [...]” (10º§) II. “Esta tem papel social imprescindível [...]” (2º§) III. “[...] ‘figuras de linguagem’ em ordem alfabética [...]” (7º§) IV. “[...] apego acrítico à variedade lusitana da língua [...]” (1º§)

Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056115 Português
Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
Na passagem “[...] e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga [...]” (3º§), os pronomes destacados retomam e substituem, respectivamente, 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
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Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
A figura de linguagem presente na passagem “Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas [...]” (8º§) também pode ser encontrada em:
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Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
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Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
Conclui-se do texto que a “norma curta” tem origem em um modelo de língua utilizado pelos:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056112 Português
Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
Considerando a distinção estabelecida pelo autor entre os termos “norma culta” e “norma curta”, a substituição do adjetivo “culta” por “curta” só NÃO sugere que se trata de um conjunto de regras:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FUNASG - RJ Provas: Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Nutricionista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Cirurgião Dentista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Enfermeiro | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fisioterapeuta | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Fonoáudiólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Psicólogo | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Assistente Social | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Clínico Geral | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - MÉDICO NEUROLOGISTA | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - FUNASG - RJ - Médico Urologista |
Q3056111 Português
Abaixo a norma curta do português!


   “Norma curta” é o excelente nome que o linguista Carlos Alberto Faraco dá a certo conjunto dogmático de regrinhas gramatiqueiras, vetos arbitrários, apego acrítico à variedade lusitana da língua e pegadinhas em geral.

  Repare que não falo da norma culta, registro da língua de fato usado pelas camadas de maior escolaridade da população. Esta tem papel social imprescindível e deveria ser ensinada com mais eficiência – não menos – na escola.

   Me refiro à norma curta, que ninguém de fato fala, mas fingimos que sim, e que vem a ser uma versão idealizada, caricatural, burra e mesquinha daquela. No fim das contas, sua inimiga, pois transforma o estudo da língua portuguesa em território hostil para uma imensa maioria da população.

   “Ai, como é difícil a nossa língua!”, dizemos quase todos. Difícil nada, ou não teríamos aprendido a falá-la na primeira infância. Tem seus caprichos, como toda língua, e desvelá-los carinhosamente deveria ser um prazer. Insana de tão difícil é a norma curta, que tira seu sustento dessa dificuldade.

   Reacionária a ponto de fazer um gramático conservador como Napoleão Mendes de Almeida parecer às vezes um Marcos Bagno, amante do é-porque-é, a norma curta tem, infelizmente, imenso poder.

   É ela que move a indústria do português concurseiro e dos consultórios gramaticais da internet. É ela que, via Enem, obriga adolescentes a encher suas redações de “outrossim” e outros entulhos juridiquentos.

   A norma curta não quer saber se você consegue ler e interpretar um texto. Que importância tem isso? Fundamental é que recite a lista das “figuras de linguagem” em ordem alfabética enquanto equilibra uma bola no nariz. Vai me dizer que não manja de zeugma?

   Os estudantes capazes de memorizar os truques e evitar as armadilhas que a norma curta chama de provas de português entram para um grupo privilegiado de norma-curtistas.

   Seu esforço é então recompensado e eles, mesmo os que são incapazes de interpretar um parágrafo simples, ganham o direito de oprimir outros falantes e humilhar quem não alcançou o paraíso do norma-curtismo.

   A norma curta é inculta. Nunca leu Graciliano Ramos, Rubem Braga, Rachel de Queiroz e tantos outros estilistas do brasileiro que, ao longo do século passado, moldaram um jeito de escrever que soa como música aos ouvidos de quem nasceu aqui. Os autores contemporâneos também brilham pela ausência. A norma curta nunca leu nada.

  Leram por ela, é verdade. Isso foi muito tempo atrás: um Alexandre Herculano aqui, um Almeida Garrett acolá. Todos portugueses. Nesses clássicos, leitores mortos desde o pré-modernismo pinçaram arbitrariamente só o que confirmava seus dogmas. Estavam prontas – pela eternidade – as tábuas da lei.

   A norma curta engana muita gente com sua pose de defensora do “bom português”. Tudo mentira. Ela ignora mais de um século de conhecimento teórico e prático sobre a matéria, desprezando grandes gramáticos e zombando de nossos maiores escritores.

   Ontem me deparei com um caso demencial de norma-curtismo: na página internética de “dicas de português”, o cartum de traço fofo mostra o rapaz se declarando para a moça (“Te amo!”) e sendo corrigido por ela: “Não se pode começar frase com pronome oblíquo átono”. Sim, ela queria ouvir um “Amo-te!” lusitano, acredite quem quiser. A página tem quase um milhão de seguidores. Me parece que estamos lascados.


(RODRIGUES, Sérgio. Abaixo a norma curta do português! Folha de S. Paulo, 2024. Adaptado.)
O articulista se mostra radicalmente contrário à existência da “norma curta”. Só NÃO justifica tal posicionamento o fato de ela:
Alternativas
Q3055665 Fonoaudiologia
Com relação ao Código de Ética Profissional do Fonoaudiólogo, analise as afirmativas a seguir:

I. É da competência do Fonoaudiólogo e de profissionais habilitados na forma da legislação específica, desenvolver trabalho de prevenção no que se refere à área da comunicação escrita e oral, voz e audição.
II. Constitui direito geral do fonoaudiólogo, nos limites de sua competência e atribuições, exercer a atividade profissional sem ser discriminado.
III. Constitui como dever geral do fonoaudiólogo, colaborar nas áreas de conhecimento da Fonoaudiologia, em campanhas que visem ao bem-estar da coletividade.

Está correto o que se afirma em:
Alternativas
Q3055664 Saúde Pública
O Humaniza SUS, como também é conhecida a Política Nacional de Humanização (PNH), aposta na inclusão de trabalhadores, usuários e gestores na produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho. Relacione os princípios da PNH com suas respectivas características:

1. Transversalidade
2. Indissociabilidade entre atenção e gestão
3. Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos

( ) Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde.
( ) é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido.
( ) o cuidado e a assistência em saúde não se restringem às responsabilidades da equipe de saúde.

Assinale a opção que indica a relação correta, na ordem apresentada.
Alternativas
Q3055663 Saúde Pública
Com relação à Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) analise as afirmativas a seguir:

I. A PNPS considera a solidariedade, a felicidade, a ética, o respeito às diversidades, a humanização, a corresponsabilidade, a justiça e a inclusão social como valores fundantes no processo de sua concretização.
II. Um dos objetivos específicos da PNPS é favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o desenvolvimento seguro, saudável e sustentável.
III. Uma das diretrizes da PNPS é o estímulo à cooperação e à articulação intrassetorial e intersetorial para ampliar a atuação sobre determinantes e condicionantes da saúde.

Está correto o que se afirma em:
Alternativas
Q3055662 Fonoaudiologia
Com relação as funções estomatognáticas e seu desenvolvimento, assinale V para afirmativa verdadeira e F para falsa.

( ) No padrão inicial normal de sucção, do nascimento aos seis meses de idade, os movimentos da língua ocorrem predominantemente para frente e para trás, simultâneos aos movimentos da mandíbula.
( ) Nos primeiros meses de vida, a deglutição é reflexa e desencadeada pelo acúmulo de líquido na cavidade oral, sendo que por volta dos quatro meses esta função começa a apresentar uma maturação.
( ) A mastigação habitual no ser humano é unilateral e só raramente é bilateral, podendo existir uma preferência por um lado, expressa no primeiro ciclo da mastigação.

As afirmativas são, respectivamente,
Alternativas
Q3055661 Fonoaudiologia
Ao selecionar uma manobra terapêutica de deglutição, o fonoaudiólogo deve apresentar um modelo ao indivíduo que irá executar a manobra, treinar a execução com e sem alimento, escrever, associar uma figura, ousar aplicativos desenvolvidos com essa finalidade.
A manobra que aumenta a extensão e a duração da elevação laríngea promove maior tempo de abertura da transição faringoesofágica e melhora a coordenação da deglutição, denomina-se:
Alternativas
Respostas
441: D
442: B
443: B
444: B
445: C
446: B
447: C
448: B
449: A
450: B
451: A
452: D
453: A
454: A
455: D
456: B
457: B
458: E
459: A
460: C