Questões de Concurso Para técnico em meio ambiente

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Q2122510 Matemática
Uma mercearia comprou pacotes de biscoitos recheados nos sabores de morango e limão. A compra foi entregue em 20 caixas com 48 pacotes de biscoitos em cada caixa. Considere que em cada caixa de biscoitos havia 4 pacotes de biscoito recheado sabor morango a mais que os pacotes de biscoito recheado sabor limão.
Quantos pacotes de biscoito recheado sabor limão foram entregues no total?
Alternativas
Q2122509 Matemática
Uma mercearia comprou pacotes de biscoitos recheados nos sabores de morango e limão. A compra foi entregue em 20 caixas com 48 pacotes de biscoitos em cada caixa. Considere que em cada caixa de biscoitos havia 4 pacotes de biscoito recheado sabor morango a mais que os pacotes de biscoito recheado sabor limão.
Quais são as duas equações que formam o sistema de equações referente às informações?
Alternativas
Q2122508 Matemática
Uma determinada loja de som automotivo queria aumentar suas vendas em janeiro de 2023 e, por isso, propôs aos seus colaboradores que, além do salário fixo de R$ 2.640,00, eles receberiam um adicional de 7% sobre o valor do salário a cada 10 sons automotivos vendidos, conforme tabela a seguir: 
Imagem associada para resolução da questão

Quantos sons automotivos um colaborador que recebeu R$ 3.009,60 de salário vendeu? 
Alternativas
Q2122507 Redes de Computadores
Os cabos de fibra ótica são usados como guia para sinais de luz. Eles podem alcançar distâncias de até 100 km com excelente transferência de dados e são completamente imunes à interferência eletromagnética. Sobre este meio de transmissão usado em redes de computadores, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q2122506 Segurança da Informação
As ferramentas para segurança da informação são o conjunto de software, hardware e técnicas que têm como principal objetivo combater os ataques. A técnica utilizada para cifrar uma informação, tornando-a incompreensível, exceto para o destinatário e o transmissor que sabem como decifrá-la é: 
Alternativas
Q2122505 Noções de Informática
Os dispositivos de armazenamento são dispositivos capazes de armazenar arquivos para uso posterior. O dispositivo que permite armazenar uma grande quantidade de dados e que possui diversas formas de funcionamento como, por exemplo, HOT SWAP e HOT SPARE denomina-se: 
Alternativas
Q2122504 Noções de Informática
Atualmente, estão disponíveis no mercado internacional e no brasileiro diversas opções de impressoras com preços e características variados. As impressoras que funcionam por fusão e deposição (Fused Deposition Modeling – FMD) e as de estereolitografia (Stereolithography Apparatus – SLA) são exemplos do tipo de impressora
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Q2122503 Raciocínio Lógico
Uma lanchonete no centro da cidade é muito famosa por fazer um delicioso sanduíche de pão com carne. A receita é simples: um pão francês; 200 g de carne; e, vinagrete. A carne usada na receita vem em pacotes com 750 g que, ao serem abertos, devem ser consumidos no mesmo dia. Durante uma festividade matutina na cidade, sabe-se que a lanchonete vendeu 21 sanduíches sem desperdiçar nenhum pedaço de carne. Assim, para que até o final do dia não restem pacotes de carne abertos, a lanchonete precisará vender, antes de fechar neste mesmo dia, no mínimo, quantos sanduíches a mais? 
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Q2122502 Matemática
Em uma determinada empresa há 4 funcionários responsáveis pela limpeza de um total de 69 salas: Ana é responsável pela limpeza de 10 salas; Bruno fica responsável por 16 salas; Camila é responsável pela limpeza de 20 salas; e, Daniela pelas restantes. No final do ano, essa empresa resolveu demitir Daniela e distribuir a responsabilidade da limpeza das salas dela entre os outros três de forma proporcional, onde cada um deles teria o mesmo aumento percentual de serviço e, consequentemente, de salário. Sendo assim, qual será o número de salas que Bruno passará a ser responsável pela limpeza?
Alternativas
Q2122501 Raciocínio Lógico
Diversas lojas de artigos diversificados têm o costume de dar 10% de desconto para os clientes que pagarem as suas compras à vista e, mesmo assim, alguns clientes insistem em pedir descontos acima desse percentual. Sabendo disso, o dono de uma dessas lojas aumentou o preço de todos os seus produtos em 5% e passou a dar um desconto de 15% ao invés dos 10% que seus concorrentes ofereciam. Se um cliente pagar, à vista, R$ 35,70 por um item dessa loja, já com o valor do novo desconto aplicado, pode-se concluir que, comparado ao preço praticado pelos seus concorrentes, incluído o tradicional desconto de 10%, essa loja vendeu o produto: 
Alternativas
Q2122500 Raciocínio Lógico

A mãe de Matheus saiu de casa e pediu para que ele lavasse todos os talheres da pia enquanto ela estivesse fora. Porém, ao invés de lavar todos os talheres de uma só vez, Matheus decidiu assistir ao seu programa de TV favorito e, durante os intervalos comerciais, iria lavar parte dos talheres. Durante o primeiro intervalo, Matheus lavou 1/4 dos talheres mais uma unidade. No segundo intervalo, lavou 1/5 dos talheres restantes mais uma unidade e, no terceiro intervalo, lavou 1/3 dos talheres restantes mais uma unidade. Ao chegar em casa, a mãe de Matheus ficou muito irritada e brigou com ele, pois ainda restavam na pia 9 talheres. De acordo com essas informações, pode-se concluir que o máximo de talheres que Matheus lavou em um dos intervalos foi:

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Q2122499 Raciocínio Lógico
A esposa de Rafael tem algumas práticas bem interessantes:
● Sempre que chove ela assa biscoitos de gengibre; ● Ela só prepara chá gelado quando volta da academia.
Certo dia, Rafael saiu mais cedo do trabalho informando aos colegas que sua esposa havia ligado para dizer que teriam chá gelado com biscoitos de gengibre para o café da tarde. Ao revelar essa informação, dois colegas de trabalho fizeram as seguintes observações:
André: Hoje a esposa de Rafael foi à academia. • Bernardo: Está chovendo onde Rafael mora.
Com base nessas observações pode-se concluir, com certeza, que: 
Alternativas
Q2122498 Raciocínio Lógico

Observe a imagem a seguir:


Imagem associada para resolução da questão


As figuras geométricas entre os algarismos devem ser substituídas por sinais que representem as operações matemáticas básicas (soma, subtração, multiplicação e divisão), a fim de montar uma expressão matemática sem que haja mudança da posição dos números. Como as figuras não se repetem, as operações também não devem se repetir. Neste caso, o maior resultado possível para essa expressão matemática será: 

Alternativas
Q2122497 Raciocínio Lógico
Fernando quer dividir sua coleção, com mais de 40 selos, entre os seus 3 filhos e os seus 4 netos. Ele decidiu que metade dos selos será dividida igualmente entre cada um dos filhos; porém, como não é possível fazer uma divisão exata entre eles, cada filho receberá a mesma quantidade de selos e a sobra dessa primeira divisão será repartida, junto com a outra metade, igualmente entre os netos, não sobrando nenhum selo após essa segunda divisão. Sabendo-se que ao final do processo cada filho receberá um selo a mais do que cada um dos netos, pode-se concluir que o número de selos que Fernando possui em sua coleção está compreendido entre: 
Alternativas
Q2122496 Raciocínio Lógico
Para encerar o piso do salão de uma concessionária de veículos foram compradas duas enceradeiras elétricas idênticas que, de acordo com o fabricante, conseguem cobrir, juntas, uma área de 60 m² em 3 horas. Se esse mesmo trabalho fosse feito por 5 dessas enceradeiras, a área que seria possível encerar em apenas 25 minutos seria de, aproximadamente:
Alternativas
Q2122495 Raciocínio Lógico

Observando a sequência podemos identificar duas formas geométricas, um círculo e uma estrela, que se movem em relação aos pentágonos.


Imagem associada para resolução da questão


Analisando a sequência e o seu padrão de posições, é possível concluir que a próxima posição em que a estrela e o círculo se encontrarão novamente está representada conforme a figura seguinte: 

Alternativas
Q2122494 Raciocínio Lógico
Durante um levantamento no final de ano letivo, o secretário de uma escola notou que 2/3 dos alunos do segundo ano não haviam atingido média suficiente para serem aprovados em todas as disciplinas. De acordo com o regimento interno da escola, uma avaliação de recuperação pode ser aplicada apenas aos alunos que não foram aprovados em, no máximo, 3 disciplinas e, dessa forma, 22 alunos do segundo ano foram reprovados sem direito à recuperação. Entre os alunos que fizeram a avaliação de recuperação, 85% conseguiram a aprovação, o que equivale a um total de 34 alunos. Sabendo-se que todos os alunos do segundo ano que tinham direito à recuperação fizeram a prova, o percentual de alunos aprovados do segundo ano após o término das avaliações de recuperação está compreendido entre:
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Q2122493 Português
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.


          A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
          A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
         A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
       A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
       A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
        A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
      A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
      A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
     A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


(COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco,
1996.)
Em “A gente se acostuma a ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem” (2º§), o artigo “o”, contraído com a preposição “em”, antes de “ônibus”, indica 
Alternativas
Q2122492 Português
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.


          A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
          A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
         A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
       A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
       A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
        A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
      A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
      A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
     A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


(COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco,
1996.)
No texto, a repetição da estrutura “A gente se acostuma a [...]” provoca o efeito de 
Alternativas
Q2122491 Português
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.


          A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
          A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
         A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
       A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
       A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
        A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
      A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
      A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
     A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


(COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco,
1996.)
Considerando o contexto de produção textual, assinale a alternativa que melhor indica a função do ponto final entre as duas orações que compõem o trecho “Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia”.
Alternativas
Respostas
601: D
602: E
603: B
604: D
605: D
606: B
607: A
608: D
609: B
610: B
611: D
612: A
613: C
614: C
615: B
616: E
617: C
618: D
619: E
620: E