Questões de Vestibular
Sobre romantismo em literatura
Foram encontradas 287 questões
De fato, este romance constitui um dos poucos romances cômicos do romantismo nacional, afastando-se dos traços idealizantes que caracterizam boa parte das obras “sérias” dos autores de então. O modo pelo qual este romance pinta a sociedade, representado-a a partir de um ângulo abertamente cômico e satírico, também era relativamente novo nas letras brasileiras do século XIX.
(Mamede Mustafa Jarouche. “Galhofa sem melancolia”, 2003. Adaptado.)
O comentário refere-se ao romance
A poesia dos antigos era a da posse, a dos novos é a da saudade (e anseio); aquela se ergue, firme, no chão do presente; esta oscila entre recordação e pressentimento. O ideal grego era a concórdia e o equilíbrio perfeitos de todas as forças; a harmonia natural. Os novos, porém, adquiriram a consciência da fragmentação interna que torna impossível este ideal; por isso, a sua poesia aspira a reconciliar os dois mundos em que se sentem divididos, o espiritual e o sensível, fundindo-os de um modo indissolúvel. Os antigos solucionam a sua tarefa, chegando à perfeição; os novos só pela aproximação podem satisfazer o seu anseio do infinito.
(August Schlegel apud Anatol Rosenfeld. Texto/Contexto I, 1996. Adaptado.)
Os “novos” a que se refere o escritor alemão August Schlegel são os poetas
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.
(TÁVOLA, Bernardim da, inédito)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão.
(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão.
(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)
Costuma-se reconhecer que o Indianismo, na nossa literatura, é marcado por idealizações que emprestam uma espécie de glória artificial ao nosso passado como Colônia. Tais idealizações
I. consistem, basicamente, em atribuir aos nossos silvícolas atitudes e valores herdados da aristocracia medieval, caros ao ideário romântico.
II. processam-se com base em fidedignos documentos históricos, nos quais há registro detalhado dos usos e costumes das várias nações indígenas.
III. ocorreram como reação às tendências nacionalistas do nosso Romantismo, que valorizavam sobretudo a vida urbana e os valores burgueses.
Atende ao enunciado o que está em
Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura brasileira, diz a respeito de Inocência, de Visconde de Taunay:
“Por temperamento e cultura, o Visconde de Taunay tinha condições para dar ao regionalismo romântico a sua versão mais sóbria. Homem de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio (era engenheiro, militar e pintor), Taunay foi capaz de enquadrar a história de Inocência (1872) em um cenário e em um conjunto de costumes sertanejos onde tudo é verossímil. Sem que o cuidado de o ser turve a atmosfera agreste e idílica que até hoje dá um renovado encanto à leitura da obra".
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2003, p. 144 -145).
Com base no trecho acima, é possível dizer que:
Soneto “Já da morte o palor me cobre o rosto, Nos lábios meus o alento desfalece, Surda agonia o coração fenece, E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto Tento o sono reter!...já esmorece O corpo exausto que o repouso esquece... Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade, Fazem que insano do viver me prive E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive! Volve ao amante os olhos por piedade, Olhos por quem viveu quem já não vive!”
(AZEVEDO, Álvares de. Lira dos Vinte Anos (1853), São Paulo: Martin Claret, 1999. p. 187)
No excerto abaixo estão transcritos dois momentos da narrativa Lucíola, de José de Alencar. Com base neles e pensando nas características da obra de José de Alencar, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
“Incompreensível mulher!
A noite a vira bacante infrene, calcando aos pés lascivos o
pudor e a dignidade, ostentar o vício na maior torpeza do
cinismo, com toda a hediondez de sua beleza. A manhã a
encontrava tímida menina, amante casta e ingênua,
bebendo num olhar a felicidade que dera, e suplicando o
perdão da felicidade que recebera.
Se naquela ocasião me viesse a ideia de estudar, como
hoje faço à luz das minhas recordações, o caráter de Lúcia,
desanimaria por certo à primeira tentativa [...].
Lúcia disse-me adeus; não consentiu que a acompanhasse,
porque isso me podia comprometer.” [p. 47-48]
[...]
“Lúcia concluindo essa narração, que a fatigara em
extremo, enxugou as lágrimas e deu algumas voltas
pela sala.
– Se eu ainda tivesse junto de mim todos os entes queridos
que perdi, disse-me com lentidão, veria morrerem um a
um diante de meus olhos, e não os salvaria por tal preço.
Tive força para sacrificar-lhes outrora o meu corpo virgem;
hoje depois de cinco anos de infâmia, sinto que não teria
a coragem de profanar a castidade de minha alma. Não
sei o que sou, sei que começo a viver, que ressuscitei
agora. Ainda duvidará de mim?
– Tu és um anjo, minha Lúcia!” [p. 113]
(ALENCAR, José de. Lucíola (1862). São Paulo: Ática, s/d)
Nova canção do exílio
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.
É preciso não perder de vista o quanto importava ao escritor _______________ cobrir com seus numerosos romances passado e presente, cidade e campo, litoral e sertão, e compor, assim, uma espécie de ________________ do Brasil.
Preenche-se de modo respectivo e adequado os espaços em branco com o que está em:
Texto para a questão
Outro traço importante da poesia de Álvares de Azevedo é o gosto pelo prosaísmo e o humor, que formam a vertente para nós mais moderna do Romantismo. A sua obra é a mais variada e complexa no quadro da nossa poesia romântica; mas a imagem tradicional de poeta sofredor e desesperado atrapalhou a reconhecer a importância de sua veia humorística.
(Antonio Candido. “Prefácio”. In: Álvares de Azevedo. Melhores poemas, 2003. Adaptado.)
A veia humorística ressaltada pelo crítico Antonio Candido na poesia de Álvares de Azevedo está bem exemplificada em:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto abaixo, retirado da obra Macário, de Álvares de Azevedo.
(O DESCONHECIDO) Eu sou o diabo. Boa-noite, Macário.
(MACÁRIO) Boa-noite, Satã. (Deita-se. O desconhecido sai). O diabo! uma boa fortuna! Há dez anos que eu ando para encontrar esse patife! Desta vez agarrei-o pela cauda! A maior desgraça deste mundo é ser Fausto sem Mefistófeles. Olá, Satã!
(SATÃ) Macário.
(MACÁRIO) Quando partimos?
(SATÃ) Tens sono?
(MACÁRIO) Não.
(SATÃ) Então já.
(MACÁRIO) E o meu burro?
(SATÃ) Irás na minha garupa.
Sobre o movimento literário em que se inscreve Álvares
de Azevedo, é INCORRETO afirmar:
Memórias de um Sargento de Milícias
cronologicamente faz parte da literatura romântica brasileira; no entanto, torna-se uma obra atípica em relação ao momento em que foi escrita. Das alternativas abaixo, indique a que não valida essa afirmação porque
“Estávamos em fins de janeiro. Os paus-d'arco, floridos, salpicavam a mata de pontos amarelos; de manhã a serra cachimbava; o riacho, depois das últimas trovoadas, cantava grosso, bancando rio, e a cascata em que se despenha, antes de entrar no açude, enfeitava-se de espuma". (RAMOS, 1977, p. 86).
Embora produzido no contexto da estética modernista, o romance aproxima-se, na citação lida, a outro movimento literário marcado pela valorização e idealização da natureza, qual seja: