Questões de Vestibular de Português - Figuras de Linguagem
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AMOR PRA QUEM ODEIA
(Eli Macuxi)
O amor campeia, que seja.
Quando tuas penas partirem, asas
Quando novas nuvens surgirem, casas
Quando nossos corpos rugirem, brasas
E nem demônios nem igrejas
Nem inveja que vareja
Na cabeça malfazeja
De quem julga sem amar
nos farão parar!
Porque não entendo nem aceito o discurso do ódio contra o amor.
Disponível em: http://elimacuxi.blogspot.com.br/amor-pra-quem-odeia.
html. Acesso em: 25/07/2016
Leia a tira, abaixo, e a seguir responda à questão apresentada.
Para conferir um ‘toque’ de humor ao texto, acima, o autor explorou
Leia a letra de Corsário para responder à questão.
Meu coração tropical está coberto de neve mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roserais Nova Granada de Espanha
Por você eu teu corsário preso
Vou partir na geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o mar
Leia o trecho do conto “O mandarim”, de Eça de Queirós, para responder a questão.
Então começou a minha vida de milionário. Deixei bem depressa a casa de Madame Marques – que, desde que me sabia rico, me tratava todos os dias a arroz- -doce, e ela mesma me servia, com o seu vestido de seda dos domingos. Comprei, habitei o palacete amarelo, ao Loreto: as magnificências da minha instalação são bem conhecidas pelas gravuras indiscretas da Ilustração Francesa. Tornou-se famoso na Europa o meu leito, de um gosto exuberante e bárbaro, com a barra recoberta de lâminas de ouro lavrado e cortinados de um raro brocado negro onde ondeiam, bordados a pérolas, versos eróticos de Catulo; uma lâmpada, suspensa no interior, derrama ali a claridade láctea e amorosa de um luar de Verão.
[...]
Entretanto Lisboa rojava-se aos meus pés. O pátio do palacete estava constantemente invadido por uma turba: olhando-a enfastiado das janelas da galeria, eu via lá branquejar os peitilhos da Aristocracia, negrejar a sotaina do Clero, e luzir o suor da Plebe: todos vinham suplicar, de lábio abjeto, a honra do meu sorriso e uma participação no meu ouro. Às vezes consentia em receber algum velho de título histórico: – ele adiantava-se pela sala, quase roçando o tapete com os cabelos brancos, tartamudeando adulações; e imediatamente, espalmando sobre o peito a mão de fortes veias onde corria um sangue de três séculos, oferecia-me uma filha bem-amada para esposa ou para concubina.
Todos os cidadãos me traziam presentes como a um ídolo sobre o altar – uns odes votivas, outros o meu monograma bordado a cabelo, alguns chinelas ou boquilhas, cada um a sua consciência. Se o meu olhar amortecido fixava, por acaso, na rua, uma mulher – era logo ao outro dia uma carta em que a criatura, esposa ou prostituta, me ofertava a sua nudez, o seu amor, e todas as complacências da lascívia.
Os jornalistas esporeavam a imaginação para achar adjetivos dignos da minha grandeza; fui o sublime Sr. Teodoro, cheguei a ser o celeste Sr. Teodoro; então, desvairada, a Gazeta das Locais chamou-me o extraceleste Sr. Teodoro! Diante de mim nenhuma cabeça ficou jamais coberta – ou usasse a coroa ou o coco. Todos os dias me era oferecida uma presidência de Ministério ou uma direção de confraria. Recusei sempre, com nojo.
(Eça de Queirós. O mandarim, s/d.)
“Os jornalistas esporeavam a imaginação para achar adjetivos dignos da minha grandeza; fui o sublime Sr. Teodoro, cheguei a ser o celeste Sr. Teodoro; então, desvairada, a Gazeta das Locais chamou-me o extraceleste Sr. Teodoro!”
Nesta passagem do último parágrafo, identifica-se uma
Leia o texto a seguir:
Há cerca de 13,5 bilhões de anos, a matéria, a energia, o tempo e o espaço surgiram naquilo que é considerado como o Big Bang. A história dessas características fundamentais do nosso universo é denominada física.
Por volta de 300 mil anos após seu surgimento, a matéria e a energia começaram a se aglutinar em estruturas complexas, chamadas átomos, que então se combinaram em moléculas. A história dos átomos, das moléculas e de suas interações é denominada química.
Há cerca de 3,8 bilhões de anos, em um planeta chamado Terra, uma pequena safira azul, certas moléculas se combinaram para formar estruturas particularmente grandes e complexas chamadas organismos. A história dos organismos é denominada biologia.
Há cerca de 70 mil anos, os organismos pertencentes à espécie Homo sapiens começaram a formar estruturas ainda mais elaboradas chamadas culturas. O desenvolvimento subsequente dessas culturas humanas é denominado história. (Do livro “Sapiens: uma breve história da humanidade”, de Yuval Noah Harari, p. 11. Texto adaptado.)
Sobre ideias e aspectos diversos do texto, fazem-se as seguintes afirmativas:
I. Por ter como objetivo influenciar o receptor, com a intenção de convencê-lo a respeito de uma ideia, a função do texto é a apelativa ou conativa.
II. Por ter a preocupação de relatar e expor determinado assunto, o gênero textual é a descrição.
III. No texto, algumas ciências estão dispostas numa gradação temporal que vai da mais antiga para a mais nova.
IV. O “que”, no trecho “que então se combinaram em moléculas”, está empregado em relação ao vocábulo “átomos”, que o antecede.
V. No trecho “em um planeta chamado Terra, uma pequena safira azul”, observa-se a existência de uma sinestesia.
Assinale a alternativa correta:
I. No período “E ardia, o corte, ardia a esperança” (linha 1) o verbo está repetido. Na primeira oração o verbo foi empregado no sentido denotativo e na segunda oração no sentido conotativo, resultando na figura de linguagem prosopopeia. II. No sintagma “E aquela humilhação ardia como o corte” (linhas 4 e 5) a palavra destacada dá ideia comparativa e pode ser substituída por tal qual, sem que ocorra transgressão à gramática normativa e ao sentido no texto. III. Da leitura do período “Fora humilhado (também)” (linha 3), infere-se que a palavra também reforça não apenas a dor física como também a moral. IV. A leitura da estrutura verbal “num daqueles domingos em que as pessoas são geralmente felizes, antes de começar o Fantástico, ao menos” (linhas 3 e 4) traz para o leitor que no programa Fantástico há apenas notícias trágicas, deprimentes, desagradáveis. V. Nas orações “Foi o mastigar do tempo” (linha 7) e “mas era uma imagem viva” (linhas 9 e 10) as expressões destacadas equivalem a o passar e não esquecida, sequencialmente.
Assinale a alternativa correta.
I. Na obra, as personagens Renê e Copi têm em comum o sentimento de solidão, ambos tentam o suicídio, mas apenas Copi consegue por fim à amargurada vida que ela levava.
II. No período “que ligam o continente à ilha de Florianópolis” (linha 3) ainda que retirada as palavras ilha de, a crase permanece: que ligam o continente à Florianópolis.
III. Em “Dizem os locais que Cruz e Sousa” (linha 6) há referência ao escritor catarinense, representante máximo da estética Simbolista, cuja poesia ficou marcada pela transcendência espiritual e pelo eterno conflito entre a matéria e o espírito.
IV. Em “observa todos os dias a massagem que os carros, caminhões, ônibus e motos fazem” (linhas 2 e 3) ocorre a figura de linguagem personificação.
V. A leitura da parte da obra Poesia completa de Copi revela a personagem Copi uma poetisa nos moldes parnasianos, com uma poesia metrificada que tem como objetivo maior “A arte pela arte”.
Assinale a alternativa correta.
(Adaptado de: COUTO, Mia. A fogueira. In: Vozes anoitecidas. São Paulo, Companhia das Letras, 2013. p. 25).
Analise as proposições em relação à obra Um lugar na janela 2: relatos de viagem, Martha
Medeiros, e ao Texto 5.
I. Da leitura da obra, infere-se que a autora, nos seus relatos de viagem, quanto à
linguagem, usa um estilo coloquial e simples, a exemplo, emprego dos vocábulos “fajuta”
(linha 3) e “cutucavam” (linha 10).
II. Depreende-se que a autora, na obra, além de registrar lugares que visitou, registrou,
também, os próprios sentimentos e as emoções que as viagens lhe despertaram.
III. O período “Me despedi da cidade” (linhas 16 e 17) apresenta, quanto à colocação
pronominal, próclise, a única forma correta, de acordo com a norma culta e os padrões
gramaticais.
IV. Na estrutura “um calor que fazia gotejar todas as impurezas do meu corpo” (linha 18), tem-se a figura de linguagem aliteração.
V. Do segmento “Chorava de felicidade, de solidão, de medo, de alegria, de orgulho, de
susto” (linhas 11 e 12), infere-se a confusão de sentimentos e a dos motivos que deixaram
a narradora em prantos.
Assinale a alternativa correta.
Analise as proposições em relação à obra Melhores poemas, Manuel Bandeira, ao Texto 1, e
assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) Quanto ao processo de formação de palavras, os vocábulos “desenganos” (verso 12),
“cabeleira” (verso 17) e “recém-nascidos” (verso 29) sofreram o processo de
prefixação, de sufixação e de justaposição, sequencialmente.
( ) A arquitetura da sétima estrofe, para dar um valor mais expressivo ao poema,
sustenta-se por duas figuras de linguagem: uma figura de pensamento – antítese, e a
outra de construção, hipérbato.
( ) A leitura dos versos “A cabeça, essa é de vento” (verso 26) e “Perdão, que me deu na
telha” (verso 34) leva o leitor a inferir que os registros coloquiais aparecem como
escolhas lexicais, ritmados pela prosódia da fala, sugerindo espontaneidade.
( ) O poema é composto por versos irregulares, distribuídos em nove estrofes, também
irregulares, caracterizando o padrão métrico tradicional – redondilhas menores, versos
pentassílabos.
( ) A leitura do texto mostra que a composição do poema remete a uma menina-moça,
adolescente, o que se justifica pelo campo semântico: menina, treze anos, criança,
infantil.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Leia o poema a seguir, intitulado “As águas do Recife”, de João Cabral de Melo Neto:
Sobre o texto fazem-se as seguintes afirmativas:
I. Embora predomine a função poética da linguagem, há momentos em que se observa a função metalinguística.
II. No enunciado dos versos 1 e 2, observa-se a presença da figura de linguagem chamada metáfora.
III. Nos versos 6 e 11, ocorre a existência de outra figura de linguagem, que é a prosopopeia.
IV. No texto, a linguagem utilizada foge das formas cotidianas de expressão, abandonando, portanto, a lógica comunicativa.
V. Na última estrofe (versos 13 a 16), a figura de linguagem observada é a metonímia, mediante o emprego da causa pelo efeito.
Assinale a alternativa correta:
TEXTO II
Descoberta da Literatura
MELO NETO, João Cabral de. A escola das facas e Auto do frade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
1. guenzo¹: Expressão nordestina que significa pessoa ou animal magro e doente; capenga, caindo aos
pedaços. 2. cassacos²: animal do mato. 3. curumbá³: localidade geralmente deserta e distante de qualquer
povoado. 4. caçanje4
: Dialeto crioulo do português falado em Angola. P. ext. Português mal falado.
Leia o poema a seguir e responda à questão.
Plena Pausa
Lugar onde se faz Nenhuma página
o que já foi feito, jamais foi limpa.
branco da página, Mesmo a mais Saara,
soma de todos os textos, ártica, significa.
foi-se o tempo Nunca houve isso,
quando, escrevendo, uma página em branco.
era preciso No fundo, todas gritam,
uma folha isenta. pálidas de tanto.
(LEMINSKI, P. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.185.)