Questões de Vestibular
Sobre gêneros textuais em português
Foram encontradas 232 questões
(Agência Estado- 15/05/2009 - Disponível em http://www.opovo.com.br/saude/877865.html)
Com base no TEXTO 1, responda à questão.
Se você parar para pensar...
1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”
2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.
3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)
5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001.
Adaptado)
Texto para as questão.
BOCAGE NO FUTEBOL
Leia também este texto, para responder às questão.
Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)
Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos.
Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002
Releia o excerto a seguir, para a questão.
Tais órgãos ajudaram a dar as disposições institucionais do sistema brasileiro de C&T contemporâneo. Sistema este que apresenta sim muitas lacunas que dificultam a geração de sinergias e a ampliação das oportunidades inovativas domésticas.

cadeiranteemprimeirasviagens.wordpress.com/2012/05/29/saem-as-sacolasplasticas-e-voltam-os-sacos-plasticos-para-o-lixo-caseiro. Acesso em: jun 2019
Com base na charge, analise as afirmações a seguir:
I) O efeito de humor da charge advém da ideia de que o pai de um dos meninos está dançando e brincando com as frutas, com a finalidade de incentivar uma alimentação saudável para as crianças. II) O efeito de humor da charge advém da ideia de que a Carmem Miranda (cantora, atriz e dançarina luso-brasileira) usava um chapéu com frutas na cabeça para incentivar consumo desses alimentos. III) A charge é um dos gêneros textuais que faz uso da linguagem verbal e não-verbal. Pelo cenário (complementado pela linguagem verbal), infere-se que o pai de um dos meninos aderiu à campanha de não usar sacolas plásticas nas compras do mercado.
IV) A charge incentiva o uso de sacolas retornáveis nas compras do mercado. No entanto, a população ainda não tem esse hábito.
Está(ão) correta(s),
I – No texto, os animais possuem sentidos alegóricos ou simbólicos, sugerindo relações de poder e hierarquias entre grupos sociais.
II – O texto possui um caráter intimista e aponta, metaforicamente, para a subjetividade inerente às relações interpessoais.
III – O texto se aproxima do gênero das fábulas, pois seus personagens são animais antropomorfizados.
IV – O texto possui um forte apelo social e critica de forma evidente as desigualdades econômicas na sociedade africana.
I. Na linha 2, o autor afirma que “o jornalismo é também um pouco de sociologia”. O uso da palavra também faz pressupor outro significado além do que está explícito no texto, a saber: O jornalismo é tudo e mais um pouco. II. Na linha 2, ocorre o conectivo ‘‘mas’’, que manifesta uma relação de contradição entre dois enunciados: O jornalismo pode conter sociologia, não como um todo e sim, como parte. III. Na linha 6, a expressão ‘‘quanto mais’’ manifesta uma relação proporcional entre dois termos, quais sejam: jornalismo racional e jornalismo emocional. IV. Na linha 9, está dito: “e rachou o seu corpo”; nas linhas 9 e 10 afirma-se: “não era o seu filho”. O pronome possessivo em cada caso refere-se na 1.ª colocação ao corpo do menino P... e na 2.ª colocação está se referindo a do Personagem F... Tais recursos são indispensáveis no texto, caso contrário a coesão e coerência ficariam comprometidas. V. Na linha 10, afirma-se: “F. descobrira isso poucos minutos antes...”. O caso de coesão por catáfora faz referência à descoberta que o menino P... não era o seu filho. VI. O texto “O pulo do gato” caracteriza-se como uma resenha crítica.
Está correto o que se afirma em:
A declaração abaixo inicia o conto “Flor, telefone, moça”:
“NÃO, não é conto. Sou apenas um sujeito que escuta algumas vezes, que outras não escuta, e vai passando.”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos de aprendiz. 48. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 77.
Por meio dessa declaração, o narrador faz referência a uma característica básica
II. O autor mescla, de forma eqüitativa, o registro formal e o registro informal da linguagem.
III. Por ser um texto de cunho jornalístico, ele foi escrito, totalmente, levando em consideração o registro formal da linguagem.
IV. De maneira geral, o uso de termos em inglês (Information Mapping) e alguns termos do registro informal da língua, em nada comprometem o caráter prioritariamente formal do texto.
Assinale a alternativa correta.
Julgue corretas (C) ou erradas (E) as assertivas que comparam o poema “Litania dos Pobres”, de Cruz e Sousa, com a charge que segue:
( ) A charge confirma a condição humana de visionário miserável ilustrada no poema.
( ) A temática da charge nega a condição divina como suporte salvador da condição de pobreza desenhada no poema.
( ) O poema revela a incredulidade do pobre que tudo pode obter com a fé divina, reforçada na charge.
( ) A charge e o poema são gêneros intrinsecamente diferentes e, portanto, não se complementam em termos de temática, não podem, pois, ser comparados.
A sequência correta é:
Texto 1
Coragem
MEDEIROS, Marta. A graça das coisas. Porto Alegre - RS: L&PM, 2014, p. 90-91.