Questões de Vestibular de Português - Gêneros Textuais
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I. Quando prescritos por especialistas, os conselhos amorosos têm grande possibilidade de dar certo. II. Apesar de se chamar “Receita”, o texto não contém todos os elementos típicos de um texto instrucional. III. Como um texto instrucional, o gênero receita é construído com o uso de verbos no modo imperativo. IV. Para o eu do cronista, os conselhos não resolverão os problemas, só servirão para passar o tempo.
Assinale a alternativa correta.
( ) Seu destinatário é Joana, seu grande amor. ( ) O uso do pronome de tratamento “você” traz uma esfera de intimidade com o leitor. ( ) Não é possível identificar o destinatário da carta. ( ) O tom da conversa é quebrado pelo uso formal da linguagem. ( ) É uma resposta ao questionamento sobre a relação amorosa.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
I. É uma sátira em relação à migração, na direção inversa, mas por motivos semelhantes aos das migrações ocorridas no início do século XX. II. É uma sátira referente às migrações e à falta de emprego em São Paulo, redirecionando muitos trabalhadores a outras regiões. III. É uma crítica ao inchaço da cidade de São Paulo, ocasionado pela migração ocorrida no início do século XX, a qual acarretou a crise da água no século XXI. IV. O tema principal está relacionado à crise da água em São Paulo, intensificada nos últimos anos.
Assinale a alternativa correta.
A geografia linguística no Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio. (...)
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos que são peculiares a determinado usuário podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional); c) a situação (formal) ou (informal) em que se encontra. (...)
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; viajantes que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados. (...)
Detentores de antigos costumes portugueses aqui reelaborados pelo contato com outra terra e outras gentes ou, já em acelerado processo de mestiçagem étnica e linguística, esquecidos das origens, esses homens e mulheres guardam, na sua forma de expressão oral, as marcas de nossa identidade linguístico-cultural e a resposta a muitas indagações e a diversas hipóteses sobre a história e o estado atual do português do Brasil.
(Sílvia F. Brandão. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. p.5-17. Adaptado)