Questões de Vestibular
Sobre gêneros textuais em português
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90% das mulheres estupradas não denunciam agressor, diz especialista Medo de morte, vergonha e humilhação e sentimento de culpa são os principais motivos para a falta de denúncia.
Três dias antes do Natal do ano passado, a agente de atendimento Isabela (nome fictício), de 18 anos de idade, estava voltando para casa após um culto na igreja onde frequenta quando foi abordada por um desconhecido em uma moto. A princípio, ela diz ter pensado se tratar de um assalto e chegou a entregar o telefone celular ao homem com capacete. “Esse foi o único dia que eu estava voltando para casa sozinha. Ele me pegou em uma rua deserta e apontou a arma para mim. Por medo, eu não gritei. Ele pegou o celular e disse que ia me guiar. Me levou a uma rua mais deserta e colocou um capuz em mim para eu não ver o rosto dele”, diz. O estupro aconteceu na rua mesmo. Com medo do agressor que a ameaçou de morte caso contasse para alguém, Isabela ficou calada e relatou apenas o assalto para a mãe.
(Adaptado de: OLIVEIRA, A. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-04-25/90-das-mulheres-estupradas-nao-denunciam-agressor-diz-especialista.html>. Acesso em: 25 abr. 2014.)
Quanto aos aspectos que compõem o conto “Preciosidade” e a notícia, considere as afirmativas a seguir.
I. O conto valoriza mais o tema do que a forma como ele é exposto. II. A notícia apresenta uma linguagem mais objetiva, concisa e clara. III. No conto, há mais traços de subjetividade, sendo mais importante o modo de dizer que o fato em si. IV. Na notícia, a verdade é primordial, enquanto, no conto, não há, necessariamente, compromisso com a apresentação da realidade, mas com sua verossimilhança.
Assinale a alternativa correta
90% das mulheres estupradas não denunciam agressor, diz especialista Medo de morte, vergonha e humilhação e sentimento de culpa são os principais motivos para a falta de denúncia.
Três dias antes do Natal do ano passado, a agente de atendimento Isabela (nome fictício), de 18 anos de idade, estava voltando para casa após um culto na igreja onde frequenta quando foi abordada por um desconhecido em uma moto. A princípio, ela diz ter pensado se tratar de um assalto e chegou a entregar o telefone celular ao homem com capacete. “Esse foi o único dia que eu estava voltando para casa sozinha. Ele me pegou em uma rua deserta e apontou a arma para mim. Por medo, eu não gritei. Ele pegou o celular e disse que ia me guiar. Me levou a uma rua mais deserta e colocou um capuz em mim para eu não ver o rosto dele”, diz. O estupro aconteceu na rua mesmo. Com medo do agressor que a ameaçou de morte caso contasse para alguém, Isabela ficou calada e relatou apenas o assalto para a mãe.
(Adaptado de: OLIVEIRA, A. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-04-25/90-das-mulheres-estupradas-nao-denunciam-agressor-diz-especialista.html>. Acesso em: 25 abr. 2014.)
Com base no conto “Preciosidade” e na notícia, assinale a alternativa correta.
I. Narra a história de uma adolescente comum, sem nenhuma beleza que a tornasse especial e nenhum acontecimento em sua vida que a fizesse olhar para si. II. Sua preciosidade era sua virgindade. III. Os sapatos simbolizam a passagem da infância para a vida adulta, além de lhe trazer a culpa de ter sido estuprada por fazer barulho e chamar a atenção na rua. IV. O barulho dos sapatos a incomodava porque ela não queria ser notada por ninguém por onde passasse porque era muito tímida. Assinale a alternativa correta.
I. Quando prescritos por especialistas, os conselhos amorosos têm grande possibilidade de dar certo. II. Apesar de se chamar “Receita”, o texto não contém todos os elementos típicos de um texto instrucional. III. Como um texto instrucional, o gênero receita é construído com o uso de verbos no modo imperativo. IV. Para o eu do cronista, os conselhos não resolverão os problemas, só servirão para passar o tempo.
Assinale a alternativa correta.
( ) Seu destinatário é Joana, seu grande amor. ( ) O uso do pronome de tratamento “você” traz uma esfera de intimidade com o leitor. ( ) Não é possível identificar o destinatário da carta. ( ) O tom da conversa é quebrado pelo uso formal da linguagem. ( ) É uma resposta ao questionamento sobre a relação amorosa.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.

I. É uma sátira em relação à migração, na direção inversa, mas por motivos semelhantes aos das migrações ocorridas no início do século XX. II. É uma sátira referente às migrações e à falta de emprego em São Paulo, redirecionando muitos trabalhadores a outras regiões. III. É uma crítica ao inchaço da cidade de São Paulo, ocasionado pela migração ocorrida no início do século XX, a qual acarretou a crise da água no século XXI. IV. O tema principal está relacionado à crise da água em São Paulo, intensificada nos últimos anos.
Assinale a alternativa correta.
Texto 1
Coragem
MEDEIROS, Marta. A graça das coisas. Porto Alegre - RS: L&PM, 2014, p. 90-91.
Texto para a questão.
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.
Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.
Mulher gordaça, filó *,
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência...
Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta do pobre arromba:
Uma bomba.
(ANDRADE, Mário de. Poesias Completas. São Paulo: Círculo do Livro. p. 304.)
*filó: Tecido fino e transparente, em forma de rede (www.aulete.com.br)
TEXTO 2
As histórias em quadrinhos constituem um gênero de texto que, como todos os outros, têm a sua função comunicativa. Analisando a historinha acima, podemos afirmar que:
1) há um propósito de fazer humor, que está contido no clímax do episódio, quando Mafalda descreve para a professora seu último infortúnio.
2) a sequência de episódios que antecedem o último problema funciona como um contexto prévio pelo qual se possa reconhecer o último como 'outro desastre'.
3) as expressões que indicam 'tempo' são, na historinha em análise, fundamentais para se estabelecer o fluxo dos episódios.
4) no diálogo, a aluna1 usa uma linguagem contundente, meio arrogante, até, que contraria as normas sociais adequadas a situações análogas.
Estão corretas:
Atenção: A questão refere-se a A e B, trechos de capítulos da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.
A.
CAPÍTULO 2
O CORPO
Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor
Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés.
A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento.
A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas.
As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
B.
CAPÍTULO 8
AS EXTREMIDADES
8.4 OS PÉS
2. O limpador de para-brisas
Posição: sentada com os braços atrás do corpo e as mãos apoiadas no chão
− Gire os tornozelos para dentro e para fora;
− Levante e abaixe os calcanhares mantendo as barrigas das pernas no chão (os dois juntos; depois um de cada vez).
Atenção: Para responder a esta questão, considere o Texto B e o que segue.
RECEITA DE ARROZ DOCE TRADICIONAL
INGREDIENTES
1 litro e meio de leite
2 xícaras de arroz branco (já lavado)
3 xícaras de açúcar
Canela em pau (uso e quantidade a gosto)
1 lata de leite condensado
MODO DE PREPARO
Cozinhar o arroz no leite, juntamente com a canela.
20 minutos depois, mexer de tempos em tempos, acrescentar o açúcar, deixar mais 20 minutos e logo em seguida acrescentar o leite condensado e deixar mais 20 minutos.
Colocar em uma linda travessa.
Levando em conta os gêneros de textos, é correto afirmar: O texto B e a receitaTEXTO 8
Aos 60 anos, Rossmarc foi confinado na cadeia Raimundo Pessoa em Manaus, dividindo uma cela com 80 detentos. Dormia no chão junto de uma fossa sanitária. Para manter-se vivo usava toda a sua inteligência para fazer acordos com os detentos. Lá havia de tudo: drogados, jagunços, pseudomissionários, contrabandistas etc. Fora vítima do advogado. Com toda a lábia, nunca fora a Brasília defender Rossmarc. Por não ter apresentado a defesa, foi condenado a 13 anos de prisão. O advogado sumira, Rossmarc perdera o prazo para recorrer. Como era estrangeiro, os juízes temiam que fugisse do Brasil. O juiz ordenou sua prisão imediata. A cela, com oitenta detentos, fervilhava, era mais do que o inferno. Depressivo, mantinha-se tartamudo num canto, remoendo sua história, recordando-se dos bons tempos em que navegava pelos rios da Amazônia com seus amigos primatas.
Visitas? Só a de Pássaro Azul. Mudara-se também para Manaus e, sem nada dizer a Rossmarc, para obter dinheiro, prostituía-se num cabaré. Estava mais magra e algumas rugas se mostravam em seu rosto antes reluzente, agora de cor negra desgastada. Com o intuito de obter dinheiro, tanto para Rossmarc pagar as contas de dois viciados em crack no presídio, como para as custas de um advogado inexperiente, pouco se alimentava e ao redor dos olhos manchas entumecidas apareciam, deixando-a como alguém que consumia droga em exagero. As noitadas no cabaré enfumaçado e fedorento deixavam-na enfraquecida. Mas não deixara de amar o biólogo holandês. Quando fugira do quilombola, naquela noite, jurara amor eterno e não estava disposta a quebrar o juramento.
Enquanto Pássaro Azul se prostituía para obter os escassos recursos, Rossmarc, espremido entre os oitenta detentos, procurava desesperadamente uma luz no fim do túnel. Lembrava-se dos amigos influentes, de jornalistas, de políticos, e cada vez que Pássaro Azul o visitava, ele implorava que procurasse essas pessoas. Pássaro Azul corria atrás, mas sequer era recebida. Quem daria ouvidos a uma negra que se dizia íntima de Rossmarc, o biólogo que cometera crimes de biopirataria? Na visita seguinte, Rossmarc indagava:
— E dai, procurou aquela pessoa?
Para não magoar o amado, ela respondia que todos estavam muito interessados em sua causa. Dizia, entretanto, sem entusiasmo, com os olhos acuados e baixos, para não ver o rosto magro e chupado de Rossmarc. Entregava-lhe o pouco dinheiro que economizava, fruto da prostituição, e saia de lá com os olhos rasos d’água, tolhendo os soluços.
Numa noite no cabaré, Pássaro Azul conheceu um homem gordo e vesgo, que usava correntões de ouro. Dizia-se dono de um garimpo no meio da selva. Bebia e fumava muito, ria alto, com gargalhadas por vezes irritantes. Entre todas as raparigas, escolheu Pássaro Azul, que lhe fez todas as vontades, pervertendo-se de forma baixa e vil. Foram três noitadas intermináveis, mas Pássaro Azul aprendera a administrar a bebida. Não era tola, como as demais, que se embebedavam a ponto de caírem e serem arrastadas. Era carinhosa com o fazendeiro e saciava-lhe todos os caprichos. Não o abandonava, sentava em seu colo gordo e fazia-lhe agrados fingidos. Dava-lhe mais bebida e um composto de viagra, e o rosto gordo se avermelhava como de um leão enraivecido. Então, ela o puxava para o quarto sórdido. Na cama, enfrentava como guerreira o monte de carne e ossos, trepando sobre suas grandes papadas balofas e cavalgando, como uma guerreira. O homem resfolegava, gritava, gemia, uivava, mas Pássaro Azul não parava aquela louca cavalgada.
[...]
(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville:
Sucesso Pocket, 2014. p. 217-218.)
Em relação aos dois textos, é correto afirmar que
(...) Eis aí meu canto.
Ele é tão baixo que sequer o escuta
ouvido rente ao chão. Mas é tão alto
que as pedras o absorvem. Está na mesa
aberta em livros, cartas e remédios.
Na parede infiltrou-se. O bonde, a rua,
o uniforme de colégio se transformam,
são ondas de carinho te envolvendo.
Como fugir ao mínimo objeto
ou recusar-se ao grande? Os temas passam,
eu sei que passarão, mas tu resistes,
e cresces como fogo, como casa,
como orvalho entre dedos,
na grama, que repousam.
Já agora te sigo a toda parte,
e te desejo e te perco, estou completo,
me destino, me faço tão sublime,
tão natural e cheio de segredos,
tão firme, tão fiel... Tal uma lâmina,
o povo, meu poema, te atravessa.
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo.
Agora me digam: como é que, com tio-avô modinheiro parente de Castro Alves, com quem notivagava na Bahia; pai curtidor de um sarau musical, tocando violão ele próprio e depositário de canções que nunca mais ouvi cantadas, como “O leve batel”, linda, lancinante, lúdica e que mais palavras haja em “l’s” líquidos e palatais, com versos atribuídos a Bilac; avó materna e mãe pianistas, dedilhando aquelas valsas antigas que doem como uma crise de angina no peito; dois tios seresteiros, como Henriquinho e tio Carlinhos, irmão de minha mãe, de dois metros de altura e um digitalismo espantosos, uma espécie de Canhoto (que também o era) da Gávea; como é que, com toda essa progênie, poderia eu deixar de ser também um compositor popular…
Vinicius de Moraes, Samba falado:(crônicas musicais). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008. Adaptado.