Questões de Vestibular de Português - Morfologia

Foram encontradas 745 questões

Ano: 2014 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2014 - CEDERJ - Vestibular - 01 |
Q582650 Português
Texto 2

                                    Canção de garoa

                                                                              Mário Quintana

                              Em cima do meu telhado
                              Pirulin lulin lulin,
                              Um anjo, todo molhado,
                              Soluça no seu flautim.

                              O relógio vai bater:
                              As molas rangem sem fim.
                              O retrato na parede
                              Fica olhando para mim.

                              E chove sem saber por quê...
                              E tudo foi sempre assim!
                              Parece que vou sofrer:
                              Pirulin lulin lulin...

    QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p. 23.
A conjunção “e" foi usada duas vezes na terceira estrofe, para reforçar a ideia de
Alternativas
Ano: 2014 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2014 - CEDERJ - Vestibular - 01 |
Q582648 Português
Texto 1

                  As gravatas de Mário Quintana (não basta saber uma língua para entendê-la)

      Como é que uma pessoa se comunica com a outra? Como fazemos para transmitir ideias?

      A resposta parece bastante óbvia: transmitimos ideias usando a língua. Assim, se vou passando na rua e vejo um avestruz (digamos que seja uma rua muito peculiar, onde o tráfego de avestruzes é intenso), digo ao meu amigo: Olha, lá vai um avestruz. Com isso, transmito determinada informação ao meu amigo; em outras palavras, passo para a mente de outra pessoa uma ideia que estava originalmente em minha mente.

      Para isso, evidentemente, é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua, que ambas chamem aquele animal desajeitado de avestruz; que ambas saibam utilizar os verbos olhar e ir, e assim por diante. Uma vez isso arranjado, as duas pessoas se entenderão. Para que as pessoas se entendam, é necessário – e suficiente – que falem a mesma língua.

      É isso mesmo? Veremos que não. Na verdade, para que se dê a compreensão, mesmo em nível bastante elementar, é necessário que as pessoas tenham muito mais em comum que simplesmente uma língua. Precisam ter em comum um grande número de informações, precisam pertencer a meios culturais semelhantes, precisam mesmo ter, até certo ponto, crenças comuns. Sem isso, a língua simplesmente deixa de funcionar enquanto instrumento de comunicação. Na verdade, a comunicação linguística é um processo bastante precário; depende de tantos fatores que falham com muita frequência, para desânimo de muitos que ficam gemendo Por que é que ele não me entendeu?

      O problema é que o que a língua exprime é apenas uma parte do que se quer transmitir. Geralmente, se pensa no processo de comunicação como uma rua de mão única: a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor). Se fosse assim, a estrutura linguística teria de ser suficiente para veicular a mensagem, porque, afinal de contas, a única coisa que o emissor realmente produz é um conjunto de sons (ou de riscos no papel), organizados de acordo com as regras da língua. Mesmo isso, como vimos, depende de alguma coisa por parte do receptor, a saber, o conhecimento das palavras e das regras da língua; mas poderia ser só isso, e as coisas seriam muito mais simples – e, também, talvez os seres humanos se entendessem melhor. (...)

     O significado de uma frase não é simples função de seus elementos constitutivos, mas depende ainda da informação extralinguística. Ou ainda (e aqui me oponho às crenças de boa parte de meus colegas linguistas), uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado.

     Vamos ver o exemplo: seja o sintagma as gravatas de Mário Quintana. Que significa isso? E, em especial, que tipo de relação exprime a preposição de? Evidentemente, de exprime “posse", e o sintagma equivale a as gravatas pertencem a Mário Quintana. Pode parecer, então, que computamos o significado do sintagma simplesmente juntando o significado das palavras: as gravatas + de + Mário Quintana.

      Mas ainda aqui isso é só a primeira impressão. Digamos que o sintagma fosse as gravatas de Pierre Cardin; agora, para alguém que sabe quem é Pierre Cardin, a relação expressa pela preposição de já não precisa ser de posse. Na verdade, é mais provável que se entenda como “autoria", isto é, as gravatas criadas por Pierre Cardin.

      Ora, a preposição é a mesma nos dois casos. De onde vem essa diferença de significado? Simplesmente do que sabemos sobre Mário Quintana (um poeta) e sobre Pierre Cardin (um estilista de moda). Se dissermos os poemas de Mário Quintana, a preposição já não exprimirá posse, mas autoria – porque, já que Mário Quintana é um poeta, é plausível que se fale dos poemas de sua autoria; além do mais, em geral, não se pensa em poemas como tendo possuidor.

      Se a situação é essa, não faz sentido perguntar se o significado da preposição de é de posse ou autoria. Será posse ou autoria segundo o que soubermos dos diversos objetos ou pessoas mencionadas: se se trata de um objeto possuível, como uma gravata, ou não possuível, como um poema; e se se trata de um poeta ou de um costureiro.

                             (PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2000, páginas 57-60.)
Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, observando a relação expressa pela preposição “de" e, a seguir, assinale a alternativa que contempla a numeração correta.

(1) As gravatas de Mário Quintana

(2) As gravatas de Pierre Cardin

(3) Os copos de vinho

(4) Os copos de vidro

(5) A casa de campo

(6) A chegada de Paris

( ) Procedência

( ) Tipo

( ) Posse

( ) Autoria

( ) Conteúdo

( ) Matéria
Alternativas
Ano: 2013 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2013 - CEDERJ - Vestibular |
Q582609 Português
                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

Pronomes e conjunções são usados como recursos de coesão textual ao estabelecer relações entre palavras e sequências do texto.

Assinale a alternativa que indica corretamente a função dos termos em destaque no período:

E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2014 - CEDERJ - Vestibular |
Q582570 Português

                   

No enunciado “Em todo o caso, se houver diferença, não deve ser grande, mês a mais ou mês a menos” (linhas 15-17), a conjunção sublinhada configura uma relação de
Alternativas
Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2011 - UNESP - Vestibular |
Q580929 Português

   Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes,
poeta e cidadão

A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas.
Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe, viúva.
De repente não tinha pai.
No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor
    [tua lembrança
Depois de tanta ausência. Fragmentos da infância
Boiaram do mar de minhas lágrimas. Vi-me eu menino
Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna
Tinham-se apenas acendido os lampiões a gás, e a clarineta
De Augusto geralmente procrastinava a tarde.
Era belo esperar-te, cidadão. O bondinho
Rangia nos trilhos a muitas praias de distância...
Dizíamos: “Ê-vem meu pai!”. Quando a curva
Se acendia de luzes semoventes*, ah, corríamos
Corríamos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes
Mas ser marraio** em teus braços, sentir por último
Os doces espinhos da tua barba.
Trazias de então uma expressão indizível de fidelidade e
   [paciência
Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doçura
De quem se deixou ser. Teus ombros possantes
Se curvavam como ao peso da enorme poesia
Que não realizaste. O barbante cortava teus dedos
Pesados de mil embrulhos: carne, pão, utensílios
Para o cotidiano (e frequentemente o binóculo
Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras
Mirando o mar). Dize-me, meu pai
Que viste tantos anos através do teu óculo de alcance
Que nunca revelaste a ninguém?
Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta
    [exausto no último lance da maratona.

Te grimpávamos. Eras penca de filho. Jamais
Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa
humilde

A um gesto do mar. A noite se fechava
Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa.
Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando
   [o mar
Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios
Buscavam ilhas, outras ilhas... — as imaculadas, inacessíveis
Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar
E trazer — depositar aos pés da amada as joias fulgurantes
Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles
Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante
Comandar, batido de ventos, perdido na fosforência
De vastos e noturnos oceanos
Sem jamais.
Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste
A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar
Em silêncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor
Em silêncio. Foste um no lado esquerdo. Mas
Teu amor inventou. Financiaste uma lancha
Movida a água: foi reta para o fundo. Partiste um dia
Para um brasil além, garimpeiro sem medo e sem mácula.
Doze luas voltaste. Tua primogênita — diz-se —
Não te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas
     [águas-marinhas.
    (Vinicius de Moraes. Antologia poética. 11 ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1974, p. 180-181.)


(*) Semovente: “Que ou o que anda ou se move por si próprio.”
(**) Marraio: “No gude e noutros jogos, palavra que dá, a quem
primeiro a grita, o direito de ser o último a jogar.”
(***) Provecto: “Que conhece muito um assunto ou uma ciência,
experiente, versado, mestre.”
             (Dicionário Eletrônico Houaiss)

Partiste um dia / Para um brasil além, garimpeiro sem medo e sem mácula.

O emprego da palavra brasil com inicial minúscula, no poema de Vinicius, tem a seguinte justificativa:

Alternativas
Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2011 - UNESP - Vestibular |
Q580919 Português
                                  Uma campanha alegre, IX
Há muitos anos que a política em Portugal apresenta este
singular estado:
Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente
possuem o Poder, perdem o Poder, reconquistam o Poder,
trocam o Poder... O Poder não sai duns certos grupos,
como uma pela* que quatro crianças, aos quatro cantos de
uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, num rumor de risos.
Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no Poder,
esses homens são, segundo a opinião, e os dizeres de todos os
outros que lá não estão — os corruptos, os esbanjadores da
Fazenda, a ruína do País!
Os outros, os que não estão no Poder, são, segundo a sua
própria opinião e os seus jornais — os verdadeiros liberais, os
salvadores da causa pública, os amigos do povo, e os interesses
do País.
Mas, coisa notável! — os cinco que estão no Poder fazem
tudo o que podem para continuar a ser os esbanjadores da
Fazenda e a ruína do País, durante o maior tempo possível! E
os que não estão no Poder movem-se, conspiram, cansam-se,
para deixar de ser o mais depressa que puderem — os verdadeiros
liberais, e os interesses do País!
Até que enfim caem os cinco do Poder, e os outros, os
verdadeiros liberais, entram triunfantemente na designação
herdada de esbanjadores da Fazenda e ruína do País; em tanto
que os que caíram do Poder se resignam, cheios de fel e de tédio
— a vir a ser os verdadeiros liberais e os interesses do País.
Ora como todos os ministros são tirados deste grupo de
doze ou quinze indivíduos, não há nenhum deles que não tenha
sido por seu turno esbanjador da Fazenda e ruína do País...
Não há nenhum que não tenha sido demitido, ou obrigado
a pedir a demissão, pelas acusações mais graves e pelas votações
mais hostis...
Não há nenhum que não tenha sido julgado incapaz de
dirigir as coisas públicas — pela Imprensa, pela palavra dos
oradores, pelas incriminações da opinião, pela afirmativa
constitucional do poder moderador...
E todavia serão estes doze ou quinze indivíduos os que
continuarão dirigindo o País, neste caminho em que ele vai,
feliz, abundante, rico, forte, coroado de rosas, e num chouto**
tão triunfante!
(*) Pela: bola.
(**) Chouto: trote miúdo.
                    (Eça de Queirós. Obras. Porto: Lello & Irmão-Editores, [s.d.].)
Assinale a alternativa cuja frase contém um numeral cardinal empregado como substantivo.
Alternativas
Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2011 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q577929 Português

Instrução: A questão toma por base uma passagem da Proposta Curricular do Estado de São Paulo (2008).

                               Prioridade para a competência da leitura e da escrita

      A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo. O ser humano constitui-se assim um ser de linguagem e disso decorre todo o restante, tudo o que transformou a humanidade naquilo que é. Ao associar palavras e sinais, criando a escrita, o homem construiu um instrumental que ampliou exponencialmente sua capacidade de comunicar-se, incluindo pessoas que estão longe no tempo e no espaço.

      Representar, comunicar e expressar são atividades de construção de significado relacionadas a vivências que se incorporam ao repertório de saberes de cada indivíduo. Os sentidos são construídos na relação entre a linguagem e o universo natural e cultural em que nos situamos. E é na adolescência, como vimos, que a linguagem adquire essa qualidade de instrumento para compreender e agir sobre o mundo real.

      A ampliação das capacidades de representação, comunicação e expressão está articulada ao domínio não apenas da língua mas de todas as outras linguagens e, principalmente, ao repertório cultural de cada indivíduo e de seu grupo social, que a elas dá sentido. A escola é o espaço em que ocorre a transmissão, entre as gerações, do ativo cultural da humanidade, seja artístico e literário, histórico e social, seja científico e tecnológico. Em cada uma dessas áreas, as linguagens são essenciais.

      As linguagens são sistemas simbólicos, com os quais recortamos e representamos o que está em nosso exterior, em nosso interior e na relação entre esses âmbitos; é com eles também que nos comunicamos com os nossos iguais e expressamos nossa articulação com o mundo.

      Em nossa sociedade, as linguagens e os códigos se multiplicam: os meios de comunicação estão repletos de gráficos, esquemas, diagramas, infográficos, fotografias e desenhos. O design diferencia produtos equivalentes quanto ao desempenho ou à qualidade. A publicidade circunda nossas vidas, exigindo permanentes tomadas de decisão e fazendo uso de linguagens sedutoras e até enigmáticas. Códigos sonoros e visuais estabelecem a comunicação nos diferentes espaços. As ciências construíram suas próprias linguagens, plenas de símbolos e códigos. A produção de bens e serviços foi em grande parte automatizada e cabe a nós programar as máquinas, utilizando linguagens específicas. As manifestações artísticas e de entretenimento utilizam, cada vez mais, diversas linguagens que se articulam.

      Para acompanhar tal contexto, a competência de leitura e de escrita vai além da linguagem verbal, vernácula – ainda que esta tenha papel fundamental – e refere-se a sistemas simbólicos como os citados, pois essas múltiplas linguagens estão presentes no mundo contemporâneo, na vida cultural e política, bem como nas designações e nos conceitos científicos e tecnológicos usados atualmente.

                                                (Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Língua Portuguesa / Coord.

                                                                          Maria Inês Fini. São Paulo: SEE, 2008. p. 16. Adaptado.)

A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo.

Considerando o contexto e o relacionamento sintático entre os elementos deste período do texto, verifica-se que humano é empregado como

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Ano: 2010 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2010 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q577803 Português
Instrução: A questão  toma por base um fragmento do livro Comunicação e folclore, de Luiz Beltrão (1918-1986).

                                                          O Bumba-Meu-Boi

Entre os autos populares conhecidos e praticados no Brasil – pastoril, fandango, chegança, reisado, congada, etc. – aquele em que melhor o povo exprime a sua crítica, aquele que tem maior conteúdo jornalístico, é, realmente, o bumba-meu-boi, ou simplesmente boi.
Para Renato Almeida, é o “bailado mais notável do Brasil, o folguedo brasileiro de maior significação estética e social”. Luís da Câmara Cascudo, por seu turno, observou a sua superioridade porque “enquanto os outros autos cristalizaram, imóveis, no elenco de outrora, o bumba-meu-boi é sempre atual, incluindo soluções modernas, figuras de agora, vocabulário, sensação, percepção contemporânea. Na época da escravidão mostrava os vaqueiros escravos vencendo pela inteligência, astúcia e cinismo. Chibateava a cupidez, a materialidade, o sensualismo de doutores, padres, delegados, fazendo-os cantar versinhos que eram confissões estertóricas. O capitão-do-mato, preador de escravos, assombro dos moleques, faz-sono dos negrinhos, vai ‘caçar’ os negros que fugiram, depois da morte do Boi, e em vez de trazê-los é trazido amarrado, humilhado, tremendo de medo. O valentão mestiço, capoeira, apanha pancada e é mais mofino que todos os mofinos. Imaginem a alegria negra, vendo e ouvindo essa sublimação aberta, franca, na porta da casa-grande de engenho ou no terreiro da fazenda, nos pátios das vilas, diante do adro da igreja! A figura dos padres, os padres do interior, vinha arrastada com a violência de um ajuste de contas. O doutor, o curioso, metido a entender de tudo, o delegado autoritário, valente com a patrulha e covarde sem ela, toda a galeria perpassa, expondo suas mazelas, vícios, manias, cacoetes, olhada por uma assistência onde estavam muitas vítimas dos personagens reais, ali subalternizados pela virulência do desabafo”.
Como algumas outras manifestações folclóricas, o bumbameu-boi utiliza uma forma antiga, tradicional; entretanto, fá-la revestir-se de novos aspectos, atualiza o entrecho, recompõe a trama. Daí “o interesse do tipo solidário que desperta nas camadas populares”, como o assinala Édison Carneiro. Interesse que só pode manter-se porque o que no auto se apresenta não reflete apenas situações do passado, “mas porque têm importância para o futuro”. Com efeito, tendo por tema central a morte e a ressurreição do boi, “cerca-se de episódios acessórios, não essenciais, muito desligados da ação principal, que variam de região para região... em cada lugar, novos personagens são enxertados, aparentemente sem outro objetivo senão o de prolongar e variar a brincadeira”. Contudo, dentre esses personagens, os que representam as classes superiores são caricaturados, cobrindo-se de ridículo, o que torna “o folguedo, em si mesmo, uma reivindicação”.

Sílvio Romero recolheu os versos de um bumba-meu-boi, através dos quais se constata a intenção caricaturesca nos personagens do folguedo. Como o Padre, que recita:
                                 
                                  Não sou padre, não sou nada
                                  “Quem me ver estar dançando
                                  Não julgue que estou louco;
                                  Secular sou como os outros”.

Ou como o Capitão-do-Mato que, dando com o negro Fidélis, vai prendê-lo:
                                 
                                 “CAPITÃO – Eu te atiro, negro
                                                      Eu te amarro, ladrão,
                                                      Eu te acabo, cão.”

Mas, ao contrário, quem vai sobre o Capitão e o amarra é o Fidélis:

                                     “CORO – Capitão de campo
                                                     Veja que o mundo virou
                                                     Foi ao mato pegar negro
                                                     Mas o negro lhe amarrou.

                                  CAPITÃO – Sou valente afamado
                                                     Como eu não pode haver;
                                                     Qualquer susto que me fazem
                                                     Logo me ponho a correr”.

(Luiz Beltrão. Comunicação e folclore. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1971.)
O capitão-do-mato, preador de escravos, assombro dos moleques, faz-sono dos negrinhos, vai ‘caçar’ os negros que fugiram (...)
Nesta passagem, levando-se em conta o contexto, a função sintática e o significado, verifica-se que faz-sono é:
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Ano: 2010 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2010 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q577794 Português
Instrução: A questão toma por base duas passagens do livro A linguagem harmônica da Bossa Nova, do docente e pesquisador da Unesp José Estevam Gava. 

                                                                 Momento Bossa Nova

Nos anos 1940, o samba-canção já era uma alternativa para o samba tradicional, batucado, quadrado. Em sua gênese foram empregados recursos correntes na música erudita europeia e na música popular norte-americana. Já era algo mais sofisticado, praticado por compositores e arranjadores com maior preparo musical e sempre de ouvido aberto para as soluções propostas pela música estrangeira. O jazz, por exemplo, mais tarde permitiria fusões interessantes como o “samba-jazz” e o “samba moderno”, com arranjos grandiosos e com base nos instrumentos de sopro. Mas, em termos de poesia e expressividade, o samba-canção tendia a manter seu caráter escuro, sombrio, com muitos elementos que lembravam a atmosfera tensa e pessimista do tango argentino e do bolero, gêneros latinos por excelência.
O samba-canção esteve desde logo ambientado em Copacabana, lugar de vida noturna intensa, boates enfumaçadas, mulheres adultas e fatais envoltas num clima de pecado e traição, enquanto a Bossa Nova ambientou-se mais para o Sul, em Ipanema, além de tornar-se representativa de um público mais jovem, amante do sol e da praia. Nesse ambiente solar, a mulher passou a ser a garota da praia, a namorada. Deu-se um descanso às imagens de “amante proibida e vingativa, com uma navalha na liga. E as letras da Bossa Nova não tinham nada de enfumaçado. Eram uma saga oceânica: a nado, numa prancha ou num barquinho, seus compositores prestaram todas as homenagens possíveis ao mar e ao verão. Esse mar e esse verão eram os de Ipanema” (Castro, 1999, p. 59).
A Bossa Nova levou aos extremos a tendência intimista de cantar sobre temas do cotidiano, sem muita complicação poética. Em vez da negatividade do samba-canção, explorou ao máximo a positividade expressiva e um otimismo sem precedentes. Esse foi o grande traço distintivo entre a Bossa Nova e o samba-canção. O otimismo diante do amor trouxe consigo imagens de paz e estabilidade possibilitadas por relacionamentos amorosos felizes e amores correspondidos, sem as cores patológicas e dramáticas que tanto marcavam os sambas-canções. Mesmo a dor, quando ocorria, era encarada como um estágio passageiro, deixando de assumir o antigo caráter terminal.
Em plenos anos 1950, quando nas rádios predominava o derramamento vocal e sentimental, Tom Jobim já buscava um retraimento expressivo pautado por um discurso poético/musical mais sereno, mais em tom de conversa do que de súplica. Se os mais jovens identificavam-se com essas coisas novas, os mais velhos e tradicionalistas viam-nas com estranheza, sendo compreensível que as descrevessem como canções bobas e ingênuas, não obstante a sofisticação harmônica e rítmica.

(José Estevam Gava. A linguagem harmônica da Bossa NovaSão Paulo: Editora Unesp, 2002.)
... sendo compreensível que as descrevessem como canções bobas e ingênuas, não obstante a sofisticação harmônica e rítmica.
Nesta passagem, a sequência não obstante a poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido, por:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - Campinas Órgão: PUC - Campinas Prova: PUC - Campinas - 2015 - PUC - Campinas - Vestibular |
Q548440 Português

Considere os parágrafos 5 e 6 e as afirmações abaixo.

I. O paralelo estabelecido, no parágrafo 5, entre o executivo se embebeda em casa e o palhaço do circo pobre constitui argumento a favor da ideia de que o atendimento a uma vocação pode levar a vivência de momentos pouco sedutores.

II. Na sequência (linhas 77 a 82) em que as unidades são articuladas por meio da preposição entre e da conjunção e, em cada uma delas exprime-se o contraste entre a possibilidade oferecida pela vocação e o cumprimento das promessas do mercado.

III. Na construção há as vozes poderosas do “mercado", essa entidade que acaba por reger tantas vidas, tem-se exemplo do seguinte uso: "quando, expresso um nome, o autor quer tornar saliente um traço que o caracteriza, ele o introduz por meio do pronome esse".

Está correto o que se afirma em

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Ano: 2015 Banca: PUC - Campinas Órgão: PUC - Campinas Prova: PUC - Campinas - 2015 - PUC - Campinas - Vestibular |
Q548436 Português

O que não se pode esquecer é que o atendimento a uma vocação − seja ela qual for − é praticamente uma garantia de realização pessoal. Descontadas as condições indignas em que um trabalho se dê − caso da escravatura, da exploração de mão de obra barata, das atividades insalubres etc. − toda atividade pode ser intrinsecamente gratificante.

Considerados o acima transcrito, em seu contexto, e a norma-padrão escrita, é apropriado afirmar:

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Ano: 2015 Banca: PUC - Campinas Órgão: PUC - Campinas Prova: PUC - Campinas - 2015 - PUC - Campinas - Vestibular |
Q548435 Português
Segmentos do parágrafo 2 apresentam-se, abaixo, associados a comentários. Levando em conta o contexto e a norma-padrão escrita, o comentário adequado ao trecho transcrito é:
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Q545749 Português
Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se transforme no carro alegórico do Brasil. (l. 27-28)
A sequência do emprego dos artigos em “de um Brasil” e “do Brasil” representa uma relação de sentido entre as duas expressões, intimamente ligada a uma preocupação social por parte do autor do texto.
Essa relação de sentido pode ser definida como:
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Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2014 - FGV - Vestibular - 1° Fase - Prova Tarde- 2015 |
Q539066 Português

    Pela tarde apareceu o Capitão Vitorino. Vinha numa burra velha, de chapéu de palha muito alvo, com a fita verde- amarela na lapela do paletó. O mestre José Amaro estava sentado na tenda, sem trabalhar. E quando viu o compadre alegrou-se. Agora as visitas de Vitorino faziam-lhe bem. Desde aquele dia em que vira o compadre sair com a filha para o Recife, fazendo tudo com tão boa vontade, que Vitorino não lhe era mais o homem infeliz, o pobre bobo, o sem-vergonha, o vagabundo que tanto lhe desagradava. Vitorino apeou-se para falar do ataque ao Pilar. Não era amigo de Quinca Napoleão, achava que aquele bicho vivia de roubar o povo, mas não aprovava o que o capitão fizera com a D. Inês.

– Meu compadre, uma mulher como a D. Inês é para ser respeitada.

– E o capitão desrespeitou a velha, compadre?

– Eu não estava lá. Mas me disseram que botou o rifle em cima dela, para fazer medo, para ver se D. Inês lhe dava a chave do cofre. Ela não deu. José Medeiros, que é homem, borrou-se todo quando lhe entrou um cangaceiro no estabelecimento. Me disseram que o safado chorava como bezerro desmamado. Este cachorro anda agora com o fogo da força da polícia fazendo o diabo com o povo.

(José Lins do Rego, Fogo Morto)

Capitão Vitorino apareceu na casa do mestre José Amaro para falar-lhe do ataque ____cidade do Pilar. Disse ao compadre que D. Inês ficou cara ____ cara com Quinca Napoleão, que queria saquear-lhe o cofre, mas ela não deu a chave _____  ele. O homem era uma ameaça _____ população.

As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:

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Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2014 - FGV - Vestibular - 1° Fase - Prova Tarde- 2015 |
Q539055 Português

   Leia o texto para responder às questões de números 122 a 125.

    Nuvens contêm uma quantidade impressionante de água. Mesmo as pequenas podem reter um volume de 750 km³ de água e, se calcularmos meio grama de água por metro cúbico, essas minúsculas gotas flutuantes podem formar verdadeiros lagos voadores.

   Imagine a situação de um agricultor que observa, planando sobre os campos ressecados, nuvens contendo água mais que suficiente para salvar sua lavoura e deixar um bom saldo, mas que, em vez disso, produzem apenas algumas gotas antes de desaparecer no horizonte. É essa situação desesperadora que leva o mundo todo a gastar milhões de dólares todos os anos tentando controlar a chuva.

    Nos Estados Unidos, a tendência de extrair mais umidade do ar vem aumentando em mais um ano de secas severas. Em boa parte das planícies centrais e do sudoeste do país, os níveis de chuva, desde 2010, têm diminuído entre um e dois terços, com impacto direto nos preços do milho, trigo e soja. A Califórnia, fonte de boa parte das frutas e legumes que abastecem o país, ainda deve recuperar-se de uma seca que deixou seus reservatórios com metade da capacidade e áreas sem gelo perigosamente reduzidas. Em fevereiro, o Serviço Nacional do Clima divulgou que o estado tem uma chance em mil de se recuperar logo. Produtores de amêndoas estão preocupados com suas plantações por falta de umidade, e até a água potável está ameaçada.

(Scientific American Brasil, julho de 2014. Adaptado)

No texto, são exemplos de palavras formadas por derivação prefixal e por derivação sufixal, respectivamente:
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Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2014 - FGV - Vestibular - 1° Fase - Prova Tarde- 2015 |
Q539053 Português

Leia os quadrinhos.

Imagem associada para resolução da questão

Nos quadrinhos, a sequência macroeconomia-microeconomia-nanoeconomia é empregada para

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Ano: 2014 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2014 - USP - Vestibular 1° fase - 2015 |
Q537823 Português

     E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.

     Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.


                                                                                                            Aluísio Azevedo, O cortiço.

O conceito de hiperônimo (vocábulo de sentido mais genérico em relação a outro) aplica-se à palavra “planta” em relação a “palmeira”, “trevos”, “baunilha” etc., todas presentes no texto. Tendo em vista a relação que estabelece com outras palavras do texto, constitui também um hiperônimo a palavra
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Ano: 2014 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2014 - USP - Vestibular 1° fase - 2015 |
Q537817 Português

                      

Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada” (L. 17-18) expressa ideia de
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Ano: 2011 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2011 - PUC - RS - Vestibular - 1º Dia |
Q537579 Português
A propósito do sentido de certos vocábulos do texto, todas as afirmações são verdadeiras, EXCETO:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2014 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre 1º dia |
Q535834 Português

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.


Disponível em: http://www.jornaldaregiaosudeste.com.br/noticias/intensifi cada-campanha--dar-esmolas-nao-ajuda.

Acesso em 29/8/2014.

De acordo com a ideia veiculada pela campanha, o nexo que estabeleceria a correta relação entre as orações do cartaz mostrado pelo morador de rua, desconsiderando-se as modifi cações de pontuação, é
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Respostas
641: A
642: C
643: B
644: B
645: E
646: C
647: D
648: A
649: B
650: A
651: D
652: B
653: D
654: A
655: D
656: C
657: B
658: A
659: E
660: A