Questões de Vestibular de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Q1399727 Português

Leia os textos I e II e responda a QUESTÃO.

Texto I



Texto II

  1. Sem merenda: quando férias escolares significam fome no Brasil

    "Me corta o coração eles quererem um pão e eu não ter. Já coloquei os meninos na escola pra isso mesmo, por causa da merenda. Um pouquinho de arroz sempre alguém me dá, mas nas férias complica", afirma Alessandra, que, desempregada, coleta latinhas na favela de Paraisópolis, em São Paulo, onde mora. [...]

     O drama de Alessandra não é incomum. As férias escolares, quando muitas crianças deixam de ter o acesso diário à merenda, intensificam a vulnerabilidade social de muitas famílias em todo o país. Embora variem em conteúdo e qualidade (às vezes, são apenas bolacha ou pão, em outras, são refeições completas de arroz, feijão, legumes e carne), as merendas ocupam função importante no dia a dia de certos alunos. Para essas crianças, nos períodos sem aulas é que a fome, uma ameaça ao longo de todo ano, torna-se uma realidade a ser enfrentada. [...] 

      Embora não haja estudos nacionais que indiquem o tamanho da insegurança alimentar durante o período de férias escolares, uma série de indicadores comprova a evolução da pobreza no país e o modo como ela incide sobre as crianças.

     De acordo com a Fundação Abrinq, que fez cálculos, a partir de dados do IBGE, 9 milhões de brasileiros entre zero e 14 anos do Brasil vivem em situação de extrema pobreza. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan) identificou, no ano retrasado, 207 mil crianças menores de cinco anos com desnutrição grave no Brasil.

     A mais recente pesquisa de Segurança Alimentar do IBGE, de 2013, apontava que uma a cada cinco famílias brasileiras tinha restrições alimentares ou preocupação com a possibilidade de não ter dinheiro para pagar comida.

     Se a pesquisa fosse feita hoje, a família da faxineira Marinalva Maria de Paula, de 57 anos, se enquadraria nessa condição. Com uma renda de R$ 360,00 mensais para três adultos e uma criança, ela se vê cotidianamente frente a decisões dramáticas: "Se eu pagar a prestação do apartamento ou a conta de água, não temos o que comer‖. [...]

     O fenômeno que acontece na casa da faxineira já havia sido identificado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) em 2008, quando um terço dos titulares do Bolsa Família declaravam em pesquisa que a alimentação da família piorava durante as férias escolares. [...]     

     Marinalva não consegue emprego formal há quatro anos. Ela está muito longe de atingir a renda mínima familiar, estimada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em R$ 4.214,62, para suprir sem carências as necessidades com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência dos quatro integrantes da casa. O valor, calculado em julho, equivale a aproximadamente quatro vezes o salário mínimo atual, de R$ 998,00.


Fonte: IDOETA, Paula Adamo; SANCHES, Mariana. In: BBC News Brasil. 15 jul. 2019.

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48953335.

Acesso em: 09 agost. 2019. (texto adaptado).

Assinale a alternativa CORRETA sobre as informações apresentadas no texto I.
Alternativas
Q1399701 Português
Vocês não entendem por que queremos proteger nossa floresta? Perguntem-me, eu responderei! Nossos antepassados foram criados com ela no primeiro tempo. Desde então, os nossos se alimentam de sua caça e de seus frutos. Queremos que nossos filhos lá cresçam rindo. Queremos voltar a ser muitos e continuar a viver como nossos antigos. Não queremos virar brancos! Olhem para mim! Imito a sua fala como um fantasma e me embrulho em roupas para vir lhes falar. Porém, em minha casa falo em minha língua, caço na floresta e trabalho na minha roça. (...) Sou habitante da floresta e não deixarei de sê-lo. Assim é!
Fonte: KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A Queda do Céu: palavras de um xamã Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Na citação, o xamã yanomami, Davi Kopenawa, expressa sua visão sobre as atitudes dos brancos perante a floresta Amazônica e os povos indígenas. Com base na sua argumentação, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESP Prova: VUNESP - 2019 - UNIFESP - Vestibular |
Q1399567 Português
Para responder à questão, leia o trecho de uma carta de Charles Darwin ao biólogo Joseph Hooker em 11.01.1844. 


   Além de um interesse geral pelas terras meridionais, desde que retornei tenho me dedicado a um trabalho muito ambicioso que nenhum indivíduo que conheço deixaria de considerar muito bobo. Fiquei tão impressionado com a distribuição dos organismos nas Galápagos e com a natureza dos fósseis de mamíferos americanos, que resolvi recolher todo tipo de coisa que pudesse ter alguma relação com alguma espécie. Li montanhas de livros sobre agricultura e horticultura e não paro de coletar informações. Por fim surgiu uma luz, e estou quase convencido (ao contrário do que achava inicialmente) de que as espécies (é como confessar um homicídio) não são imutáveis. Deus me livre das bobagens de Lamarck como “tendência ao progresso”, “adaptações a partir do esforço dos animais”, — porém minhas conclusões não diferem muito das dele — embora a forma da mudança difira inteiramente — creio que descobri (que presunção!) a maneira simples pela qual as espécies se adaptam a várias finalidades.

(Shaun Usher (org.). Cartas extraordinárias, 2014.) 
Em termos figurados, a dimensão transgressora de sua teoria é reforçada por Darwin no seguinte trecho
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESP Prova: VUNESP - 2019 - UNIFESP - Vestibular |
Q1399560 Português
Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder à questão.

   Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.
   Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
   Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.
   Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.
   Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.
   Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.
   O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.
(O imaginário cotidiano, 2002.)
No trecho “Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador” (1° parágrafo), a sensação explicitada pelo pintor, em relação à obra de Van Gogh, é de
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Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESP Prova: VUNESP - 2019 - UNIFESP - Vestibular |
Q1399559 Português
O lema do carpe diem sintetiza expressivamente o motivo de se aproveitar o presente, já que o futuro é incerto. Tal lema manifesta-se mais explicitamente nos seguintes versos de Tomás Antônio Gonzaga:
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Respostas
1031: B
1032: C
1033: C
1034: D
1035: E