Questões de Vestibular Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Ano: 2017 Banca: IF SUL - MG Órgão: IF Sul - MG Prova: IF SUL - MG - 2017 - IF Sul - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1271221 Português
Assinale a alternativa INCORRETA sobre a obra “Dois Irmãos” de Miltom Hatoum.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF SUL - MG Órgão: IF Sul - MG Prova: IF SUL - MG - 2017 - IF Sul - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1271220 Português
Sobre a obra “Dois Irmãos” de Milton Hatoum, considere as seguintes afirmativas:
I – O título faz referência a dois irmãos que, supostamente, têm pais diferentes, nascendo daí uma rivalidade que destrói vidas e famílias. II – O cenário principal da obra é a cidade de Manaus, valorizando o porto, as ruas do centro, as praças e os bairros mais antigos. III – Rânia casou-se com o primeiro pretendente que apareceu para tentar esquecer o amor que sentia por Omar. IV – Omar envolveu-se seriamente com duas mulheres: Dália e Pau-Mulato; porém nos dois casos a mãe dele interveio, provocando a separação. V – Antes de morrer, Yaqub confessou que era o pai de Nael.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF SUL - MG Órgão: IF Sul - MG Prova: IF SUL - MG - 2017 - IF Sul - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1271219 Português
O texto abaixo é poético. Leia-o com atenção e resolva as questões.
“A lua, tal qual a dona de um bordel, pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel. E nuvens, lá no mata-borrão do céu chupavam manchas torturadas – que sufoco!”
(João Bosco e Aldir Blanc, “O bêbado e a equilibrista”)
I – No fragmento há predomínio da linguagem denotativa, característica máxima do texto literário. II – A função referencial, presente no texto, transmite dados da realidade de forma subjetiva. III – Nos textos literários, o autor explora determinadas construções com a intenção deliberada de reforçar a mensagem. IV – No fragmento a figura de linguagem evidente é a prosopopeia.
Assinale a alternativa correta após análise completa.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF SUL - MG Órgão: IF Sul - MG Prova: IF SUL - MG - 2017 - IF Sul - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1271213 Português
Nós, os brasileiros

Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da Floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.

Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. – A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. – Mas a senhora é loira!

Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: – Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: – Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 

Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 

Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato. E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, senti-me tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo, além do português, fazem-me menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.

(Luft, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, pág. 49 – 51) 
“Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.” Assinale a alternativa que confirma essa afirmação da autora.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: COPESE - UFJF Órgão: UFJF Prova: COPESE - UFJF - 2018 - UFJF - Vestibular - 1º Dia - Módulo I |
Q1271135 Português

A seguir, você lerá trechos de Um livro de instruções e desenhos de Yoko Ono, da artista plástica, compositora e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-). Esses trechos estão na primeira parte do livro, intitulada “Música”, em que a autora fornece “instruções” para que seus leitores componham músicas.


Texto 1:

Composição da batida

Ouça uma batida de coração


Texto 2:

Composição do amanhecer

Pegue a primeira palavra que vier

à sua cabeça.

Repita a palavra até o amanhecer.


Texto 3:

Composição do sanduíche de atum

Imagine mil sóis no

céu ao mesmo tempo.

Deixe-os brilhar por uma hora.

Então, deixe-os derreter gradualmente

no céu.

Faça um sanduíche de atum e coma.

(ONO, Yoko. Grapefruit – A Book of Instruction and Drawings by Yoko Ono. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2000[1964].). 

O Texto 3 pode causar um estranhamento em seu sentido porque:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271086 Português
Leia os trechos de “Brasil mestiço: santuário da fé”, de Clara Nunes, e “Lágrima do sul”, de Milton Nascimento.
“Os cantos de guerra e os lamentos de dor E pro povo não desesperar Nós não deixaremos de cantar Pois esse é o único alento do trabalhador Desde a senzala [...]”
(“Brasil mestiço: santuário da fé”– Clara Nunes)
“A aurora que esperamos E o homem não sentiu Que o fim dessa maldade É o gás que gera o caos É a marca da loucura África, em nome de deus Cala a boca desse mundo E caminha, até nunca mais A canção segue a torcer por nós.”
(“Lágrima do sul” – Milton Nascimento)
Baseando-se na leitura dos trechos em questão e da escuta prévia das canções, pode-se afirmar, EXCETO
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271085 Português

Veja a reprodução da obra O jantar, de Jean-Baptiste Debret, de 1827.

Imagem associada para resolução da questão

Realizando uma leitura dos elementos que compõem a tela, todas as alternativas estão corretas, EXCETO

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271084 Português
Para responder à questão, considere a obra Iracema, de José de Alencar, e especialmente, o fragmento abaixo:
“O dia enegreceu; era noite já. O pajé tornara à cabana; sopesando de novo a grossa laje, fechou com ela a boca do antro. Caubi chegara também da grande taba, onde com seus irmãos guerreiros se recolhera depois que bateram a floresta, em busca do inimigo pitiguara. No meio da cabana, entre as redes armadas em quadro, estendeu Iracema a esteira da carnaúba, e sobre ela serviu os restos da caça, e a provisão de vinhos da última lua. Só o guerreiro tabajara achou sabor na ceia, porque o fel do coração que a tristeza espreme não amargava seu lábio. O pajé bebia no cachimbo o fumo sagrado de Tupã que lhe enchia as arcas do peito; o estrangeiro respirava ar às golfadas para refrescar-lhe o sangue efervescente; a virgem destilava sua alma como o mel de um favo, nos crebros soluços que lhe estalavam entre os lábios trêmulos.” Disponível em: <http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

Todas as afirmativas abaixo sobre a obra Iracema, de José de Alencar, são verdadeiras, EXCETO
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271083 Português

Considere os fragmentos que se seguem, de Gonçalves Dias:

TEXTO I

I-JUCA-PIRAMA


No meio das tabas de amenos verdores,

Cercadas de troncos — cobertos de flores,

Alteiam-se os tetos d’altiva nação;

São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,

Temíveis na guerra, que em densas coortes

Assombram das matas a imensa extensão.

[...]


TEXTO II

CANÇÃO DO TAMOIO

[...]

O forte, o cobarde

Seus feitos inveja

De o ver na peleja

Garboso e feroz;

E os tímidos velhos

Nos graves concelhos,

Curvadas as frontes,

Escutam-lhe a voz!

[...]


Sobre os poemas “I-Juca Pirama” e “Canção do Tamoio”, assinale a ÚNICA afirmativa verdadeira.

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271082 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda a questão que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.

Sem os jovens, futuro da política é sombrio

(Marcos da Costa, O Estadão)  


Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/>. Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. 

Leia o trecho que se segue, retirado do texto (linhas 26-29), observe e analise como a compreensão gerada por determinada palavra está vinculada ao contexto e relacionada a aspectos sintáticos e semânticos que produzem sentidos específicos no ambiente de uso linguístico. “Entre os pesquisados não estão, obviamente, jovens hoje ocupando vaga nas casas congressuais e que, em sua maioria, são filhos e netos da oligarquia que sempre comandou a política brasileira, carregando desde o berço a marca de vícios como caciquismo, patrimonialismo, mandonismo, familismo, grupismo, fisiologismo, corporativismo.”  
A partir desse trecho, considere as alternativas a seguir e assinale apenas a que estiver CORRETA. 
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271078 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda a questão que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.

Sem os jovens, futuro da política é sombrio

(Marcos da Costa, O Estadão)  


Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/>. Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. 

Deste trecho: “Trata-se de uma geração que se vale de métodos mais críticos para medir a qualidade do serviço público.” (linhas 32-33), considerando o seu contexto, somente se pode inferir que
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271077 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda a questão que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.

Sem os jovens, futuro da política é sombrio

(Marcos da Costa, O Estadão)  


Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/>. Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. 

Esse texto utiliza recursos retóricos, argumentativos, com o fim de persuadir seu leitor. Entre esses recursos, está o uso da linguagem figurada. Assinale a única alternativa que NÃO apresenta esse recurso.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271076 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda a questão que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.

Sem os jovens, futuro da política é sombrio

(Marcos da Costa, O Estadão)  


Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/>. Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. 

O autor faz uma crítica a determinados jovens políticos. Eles
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271075 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda a questão que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.

Sem os jovens, futuro da política é sombrio

(Marcos da Costa, O Estadão)  


Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/>. Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. 

Qual dos enunciados do texto manifesta efeito de sentido irônico?
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271074 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda a questão que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.

Sem os jovens, futuro da política é sombrio

(Marcos da Costa, O Estadão)  


Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/>. Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. 

Algumas atitudes, como inconformismo, desilusão, são relacionadas no texto para se referir à juventude brasileira. Podemos afirmar que essas atitudes tornam o cenário atual ruim
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 2º Etapa |
Q1271073 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda a questão que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.

Sem os jovens, futuro da política é sombrio

(Marcos da Costa, O Estadão)  


Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/>. Publicado em: 6 jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. 

Os comentários e as análises do autor do texto estão embasados, do ponto de vista argumentativo, principalmente, em
Alternativas
Ano: 2016 Banca: COPESE - UFJF Órgão: UFJF Prova: COPESE - UFJF - 2016 - UFJF - Vestibular - 2º Dia |
Q1270997 Português

TEXTO I



A televisão

(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)



A televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

Oh! Oh! Oh!

Agora todas coisas

Que eu penso

Me parecem iguais

Oh! Oh! Oh!



O sorvete me deixou gripado

Pelo resto da vida

E agora toda noite

Quando deito

É boa noite, querida



Oh! Cride, fala pra mãe

Que eu nunca li num livro

Que o espirro

Fosse um vírus sem cura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazer

Alguma coisa

Mas eu não faço nada

Oh! Oh! Oh!

A luz do sol me incomoda

Então deixa

A cortina fechada

Oh! Oh! Oh!



É que a televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

E agora eu vivo

Dentro dessa jaula

Junto dos animais



Oh! Cride, fala pra mãe

Que tudo que a antena captar

Meu coração captura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.




TEXTO II



Estorvo (fragmento)



Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a calçada do velho prédio, formando uma espécie de ringue. A televisão entrevista o zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e investe contra o zelador, gritando "diga que conhece meu filho, miserável!". O policial levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz "não tem televisão aí?" e diz "ninguém vai me entrevistar?". Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz "que suspeito o quê" e "que local do crime o quê", e diz "meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio, se fosse suspeito estaria fugindo", e diz "onde é que já se viu suspeito fugir para dentro?". Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga do zelador se a vítima era homossexual. O zelador resmunga "isso aí eu não sei porque nunca vi". A índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem documento. Diz "meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém vai na praia com carteira de trabalho metida no calção". Um sujeito atrás de mim diz que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?''. Ela responde "a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica". Aproxima-se o repórter da TV Promontório dizendo "ouvimos também a mãe do principal suspeito". Aí a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e berrar "ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!", mas o cameraman, que está trepado no capô da camionete, grita "não valeu, não gravou nada, troca a bateria!". A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz "imagine meu filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica". Volta o repórter da TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.


BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Leia o texto abaixo e responda:

O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal. A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa ilumina um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas.

Fonte: Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-platao.htm. Acessado em 18/10/2016.

A passagem do texto I que melhor se articula com a ideia central do “mito da caverna” é:

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Ano: 2016 Banca: COPESE - UFJF Órgão: UFJF Prova: COPESE - UFJF - 2016 - UFJF - Vestibular - 2º Dia |
Q1270996 Português

TEXTO I



A televisão

(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)



A televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

Oh! Oh! Oh!

Agora todas coisas

Que eu penso

Me parecem iguais

Oh! Oh! Oh!



O sorvete me deixou gripado

Pelo resto da vida

E agora toda noite

Quando deito

É boa noite, querida



Oh! Cride, fala pra mãe

Que eu nunca li num livro

Que o espirro

Fosse um vírus sem cura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazer

Alguma coisa

Mas eu não faço nada

Oh! Oh! Oh!

A luz do sol me incomoda

Então deixa

A cortina fechada

Oh! Oh! Oh!



É que a televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

E agora eu vivo

Dentro dessa jaula

Junto dos animais



Oh! Cride, fala pra mãe

Que tudo que a antena captar

Meu coração captura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.




TEXTO II



Estorvo (fragmento)



Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a calçada do velho prédio, formando uma espécie de ringue. A televisão entrevista o zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e investe contra o zelador, gritando "diga que conhece meu filho, miserável!". O policial levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz "não tem televisão aí?" e diz "ninguém vai me entrevistar?". Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz "que suspeito o quê" e "que local do crime o quê", e diz "meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio, se fosse suspeito estaria fugindo", e diz "onde é que já se viu suspeito fugir para dentro?". Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga do zelador se a vítima era homossexual. O zelador resmunga "isso aí eu não sei porque nunca vi". A índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem documento. Diz "meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém vai na praia com carteira de trabalho metida no calção". Um sujeito atrás de mim diz que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?''. Ela responde "a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica". Aproxima-se o repórter da TV Promontório dizendo "ouvimos também a mãe do principal suspeito". Aí a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e berrar "ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!", mas o cameraman, que está trepado no capô da camionete, grita "não valeu, não gravou nada, troca a bateria!". A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz "imagine meu filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica". Volta o repórter da TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.


BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

A realização de uma entrevista narrada no texto II relativiza a ideia de não ficção que há no texto jornalístico. Identifique a passagem que melhor permite essa afirmação.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: COPESE - UFJF Órgão: UFJF Prova: COPESE - UFJF - 2016 - UFJF - Vestibular - 2º Dia |
Q1270995 Português

TEXTO I



A televisão

(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)



A televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

Oh! Oh! Oh!

Agora todas coisas

Que eu penso

Me parecem iguais

Oh! Oh! Oh!



O sorvete me deixou gripado

Pelo resto da vida

E agora toda noite

Quando deito

É boa noite, querida



Oh! Cride, fala pra mãe

Que eu nunca li num livro

Que o espirro

Fosse um vírus sem cura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazer

Alguma coisa

Mas eu não faço nada

Oh! Oh! Oh!

A luz do sol me incomoda

Então deixa

A cortina fechada

Oh! Oh! Oh!



É que a televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

E agora eu vivo

Dentro dessa jaula

Junto dos animais



Oh! Cride, fala pra mãe

Que tudo que a antena captar

Meu coração captura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.




TEXTO II



Estorvo (fragmento)



Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a calçada do velho prédio, formando uma espécie de ringue. A televisão entrevista o zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e investe contra o zelador, gritando "diga que conhece meu filho, miserável!". O policial levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz "não tem televisão aí?" e diz "ninguém vai me entrevistar?". Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz "que suspeito o quê" e "que local do crime o quê", e diz "meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio, se fosse suspeito estaria fugindo", e diz "onde é que já se viu suspeito fugir para dentro?". Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga do zelador se a vítima era homossexual. O zelador resmunga "isso aí eu não sei porque nunca vi". A índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem documento. Diz "meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém vai na praia com carteira de trabalho metida no calção". Um sujeito atrás de mim diz que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?''. Ela responde "a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica". Aproxima-se o repórter da TV Promontório dizendo "ouvimos também a mãe do principal suspeito". Aí a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e berrar "ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!", mas o cameraman, que está trepado no capô da camionete, grita "não valeu, não gravou nada, troca a bateria!". A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz "imagine meu filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica". Volta o repórter da TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.


BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

O texto aborda questões polêmicas através do ponto de vista das personagens representadas pelo zelador e pela “índia”. Estas questões ficam melhor identificadas como:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: COPESE - UFJF Órgão: UFJF Prova: COPESE - UFJF - 2016 - UFJF - Vestibular - 2º Dia |
Q1270994 Português

TEXTO I



A televisão

(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)



A televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

Oh! Oh! Oh!

Agora todas coisas

Que eu penso

Me parecem iguais

Oh! Oh! Oh!



O sorvete me deixou gripado

Pelo resto da vida

E agora toda noite

Quando deito

É boa noite, querida



Oh! Cride, fala pra mãe

Que eu nunca li num livro

Que o espirro

Fosse um vírus sem cura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazer

Alguma coisa

Mas eu não faço nada

Oh! Oh! Oh!

A luz do sol me incomoda

Então deixa

A cortina fechada

Oh! Oh! Oh!



É que a televisão

Me deixou burro

Muito burro demais

E agora eu vivo

Dentro dessa jaula

Junto dos animais



Oh! Cride, fala pra mãe

Que tudo que a antena captar

Meu coração captura

Vê se me entende

Pelo menos uma vez

Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.




TEXTO II



Estorvo (fragmento)



Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a calçada do velho prédio, formando uma espécie de ringue. A televisão entrevista o zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e investe contra o zelador, gritando "diga que conhece meu filho, miserável!". O policial levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz "não tem televisão aí?" e diz "ninguém vai me entrevistar?". Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz "que suspeito o quê" e "que local do crime o quê", e diz "meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio, se fosse suspeito estaria fugindo", e diz "onde é que já se viu suspeito fugir para dentro?". Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga do zelador se a vítima era homossexual. O zelador resmunga "isso aí eu não sei porque nunca vi". A índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem documento. Diz "meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém vai na praia com carteira de trabalho metida no calção". Um sujeito atrás de mim diz que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?''. Ela responde "a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica". Aproxima-se o repórter da TV Promontório dizendo "ouvimos também a mãe do principal suspeito". Aí a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e berrar "ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!", mas o cameraman, que está trepado no capô da camionete, grita "não valeu, não gravou nada, troca a bateria!". A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz "imagine meu filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica". Volta o repórter da TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.


BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

As estrofes 1 e 5 do texto I permitem afirmar que a inteligência do sujeito está, respectivamente, relacionada:
Alternativas
Respostas
4141: B
4142: B
4143: C
4144: D
4145: D
4146: D
4147: B
4148: D
4149: C
4150: C
4151: B
4152: D
4153: A
4154: B
4155: A
4156: C
4157: D
4158: E
4159: C
4160: A