Questões de Vestibular
Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português
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No bloco superior abaixo, estão listados os títulos de alguns romances, representantes do Romance de 30 no Brasil; no inferior, o enredo central desses romances.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1 - A bagaceira, de José Américo de Almeida.
2 - O quinze, de Rachel de Queiroz.
3 - Menino de engenho, de José Lins do Rego.
4 - Os ratos, de Dyonélio Machado.
5 - Vidas secas, de Graciliano Ramos.
( ) Os retirantes sertanejos Valentim Pereira, Soledade, sua filha, e Pirunga, um agregado, buscam, durante uma terrível seca, abrigo no engenho de Dagoberto Marcão.
( ) Carlos de Melo narra suas memórias de infância na fazenda Santa Rosa, apresentando o avô, as tias e os “moleques da bagaceira”.
( ) Família de retirantes foge da seca em direção ao sul do Brasil, rumo a uma cidade grande, onde há trabalho para o pai e escola para os filhos.
( ) Funcionário público, endividado com o leiteiro, perambula pela cidade em busca do dinheiro para saldar sua dívida.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Leia as seguintes afirmações sobre os romances Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Diário da queda, de Michel Laub.
I - Os dois romances são narrados em primeira pessoa, como processo de compreensão do vivido.
II - Os dois narradores apresentam uma relação amorosa com esposa e filhos, reproduzindo a tradição familiar.
III- O balanço final dos narradores de cada romance demonstra grande aprendizado, a partir das experiências vividas, repleto de esperança e de otimismo.
Quais estão corretas?
Leia o trecho da crônica O vestuário feminino, de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934).
É uma esquisitice muito comum entre senhoras intelectuais, envergarem paletó, colete e colarinho de homem, ao apresentarem-se em público, procurando confundir-se, no aspecto físico, com os homens, como se lhes não bastassem as aproximações igualitárias do espírito.
Esse desdém da mulher pela mulher faz pensar que: ou as doutoras julgam, como os homens, que a mentalidade da mulher é inferior, e que, sendo elas exceção da grande regra, pertencem mais ao sexo forte, do que do nosso, fragílimo; ou que isso revela apenas pretensão de despretensão.
Seja o que for, nem a moral nem a estética ganham nada com isso. Ao contrário; se uma mulher triunfa da má vontade dos homens e das leis, dos preconceitos do meio e da raça, todas as vezes que for chamada ao seu posto de trabalho, com tanta dor, tanta esperança, e tanto susto adquirido, deve ufanar-se em apresentar-se como mulher. Seria isso um desafio?
Não; naturalíssimo pareceria a toda a gente que uma mulher se apresentasse em público como todas as outras. [...]
Os colarinhos engomados, as camisas de peito chato, dão às mulheres uma linha pouco sinuosa, e contrafeita, porque é disfarçada. [...]
Nas cidades, sobre o asfalto das ruas ou o saibro das alamedas, não sabe a gente verdadeiramente para que razão apelar, quando vê, cingidas a corpos femininos, essas toilettes híbridas, compostas de saias de mulher, coletes e paletós de homem... Nem tampouco é fácil de perceber o motivo por que, em vez da fita macia, preferem essas senhoras especar o pescoço num colarinho lustrado a ferro, e duro como um papelão!
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho.
I - A crônica, publicada em 1906, registra as exigências que uma sociedade patriarcal impõe a mulheres que circulam no âmbito público.
II - A crônica apresenta um chamado para que mulheres de atuação pública – espaço majoritariamente masculino – mantenham características convencionadas como femininas, em especial no vestuário.
III- A autora, ao falar do vestuário feminino, está tratando também de meio, raça e gênero, temas estruturantes do debate literário no final do século XIX, início do XX.
Quais estão corretas?
Leia as seguintes afirmações sobre os poemas “Autopsicografia” e “Isto”.
I - Em ambos os poemas, são apresentados os princípios de Pessoa para a construção da poesia, constituindo-se como “arte poética”.
II - Nos dois poemas, não há referência à figura do leitor.
III- Em ambos os poemas, o sujeito lírico admite construir sua poética inventando e falseando.
Quais estão corretas?
Leia o trecho final de O cortiço.
A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar.
Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançála, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado.
E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos.
Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito.
Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho.
I - O narrador em terceira pessoa aproxima-se de Bertoleza, assumindo seu ponto de vista para desmascarar o falso abolicionismo de João Romão; ao mesmo tempo, mantém-se distante dela ao descrevê-la com traços animalescos.
II - A morte terrível de Bertoleza destoa do andamento geral do romance, marcado pelo lirismo da narração, característica naturalista presente no texto de Aluísio Azevedo.
III- A última frase do trecho sugere que João Romão receberá a comissão a despeito do fim de Bertoleza, em uma alegoria do Brasil: abolicionista na sala de visitas, escravocrata na cozinha.
Quais estão corretas?
Leia o segmento abaixo, retirado do Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira, e assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
Supostas estas duas demonstrações; suposto que o fruto e efeitos da palavra de Deus, não fica, nem por parte de Deus, nem por parte dos ouvintes, segue-se por consequência clara que fica por parte do pregador. E assim é. Sabeis, cristãos, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa nossa. [...] Mas como em um pregador há tantas qualidades, e em uma pregação tantas leis, e os pregadores podem ser culpados em todas, em qual consistirá esta culpa? No pregador podem-se considerar cinco circunstâncias: ........ .
Considerando os elementos que compõem a narrativa literária do conto Uma vela para Dario, atente para as seguintes assertivas:
I. O enredo do conto está construído com uma sequência temporal marcada pela organização lógica em que um fato desencadeia outros fatos, numa relação de causa e efeito.
II. O espaço pode ser considerado o elemento do conto mais explorado na narrativa, pois é nele em que se desenvolve todo o enredo sobre o sofrimento e a morte trágica de Dario.
III. O autor do conto é um narrador onisciente que conta a estória em terceira pessoa, observando de longe os fatos e demonstrando conhecer os pensamentos e sentimentos das personagens ao longo de toda a narrativa.
IV. O enredo do conto dá mais importância às ações narradas do que propriamente a nomes ou a características das personagens.
Está correto o que se afirma em
No conto, há duas classes de pessoas que interagem com Dario: os indiferentes e os solidários. Atente ao que se diz a seguir sobre estes dois grupos de personagens, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) Para marcar linguisticamente a classe dos indiferentes, o contista faz uso, geralmente, de expressões com plural ou com pronome indefinido.
( ) Para descrever a classe dos solidários, o narrador emprega, algumas vezes, substantivos seguidos de artigo definido ou de adjetivos/expressões adjetivas.
( ) O contista narra inúmeras tentativas para auxiliar Dario, destacando, em relação aos indiferentes, um maior predomínio, no texto, de pessoas solidárias com a dor e o sofrimento do pobre homem.
( ) Há um tom marcadamente trágico presente no desfecho do conto, ao se mostrar, entre as pessoas solidárias, um senhor piedoso e um menino negro sem chinelos que pareciam, em pleno espaço público da rua em uma noite chuvosa, preparar os rituais da cerimônia do velório e do sepultamento do corpo de Dario.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
O conteúdo denotativo de uma palavra corresponde ao seu sentido usual, isto é, próprio, não figurado, não metafórico. Nessa perspectiva, o sentido dessa palavra é o mesmo para todos os membros de uma mesma comunidade linguística. “Uma palavra assim empregada é entendida independentemente de interpretações individuais, interpretações de natureza afetiva ou emocional. Se, no entanto, a significação de uma palavra não é a mesma para certa comunidade linguística; se a palavra não sugere ou evoca por associação outras ideias de ordem abstrata, de natureza afetiva ou emocional, então se diz que seu valor, i. e., seu sentido, é conotativo ou afetivo”.
(Othon Moacyr Garcia)
Leia com atenção os seguintes excertos:
1. “E lá ia ela remedando um pássaro que se dispõe a voar” (linhas 28-29);
2. “Luciana recusava as princesas e as estrelas. Seu Adão coçaria o pixaim, encolheria os ombros. Levá-la-ia para a gaiola. Mamãe recebê-la-ia zangadíssima” (linhas 133-136).
Compare as duas expressões destacadas nos excertos acima, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) Os dois enunciados constituem metáforas.
( ) O verbo remedar, da maneira como foi empregado no texto, equivale à partícula comparativa como.
( ) Deve-se considerar os dois enunciados como duas imagens independentes que fecham o sentido do conto.
( ) O primeiro enunciado, “E lá ia ela remedando um pássaro que se dispõe a voar” fala do desejo de liberdade que caracterizava Luciana.
( ) O segundo enunciado, “Levá-la-ia para a gaiola”, fecha a imagem iniciada pelo primeiro, exprimindo a recusa da satisfação desse desejo.
( ) O texto, como um único signo, isto é, um todo formado por significante (aspecto material e significado (representação mental) fecha-se com a legitimação da sujeição e com a não deslegitimação da liberdade.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: