Questões de Vestibular Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Ano: 2018 Banca: Cepros Órgão: CESMAC Prova: Cepros - 2018 - CESMAC - Prova de Medicina-2018.2- 1° DIA- PROVA TIPO 1 |
Q1331503 Português

TEXTO 2


A “A língua dos índios é muito rudimentar”


Assim como outros mitos, esse aqui já começa completamente equivocado. Sua formulação já é, de saída, imprópria: não há uma “língua dos índios”. Há, na verdade, diversas línguas indígenas, faladas por diferentes comunidades indígenas. E nenhuma dessas línguas é “rudimentar”, em qualquer sentido que se possa pensar. As línguas indígenas são extremamente complexas – tão complexas quanto qualquer outra língua natural, como o português, o francês, o chinês ou o japonês.

Para tentar desconstruir a primeira parte deste mito (sobre haver apenas uma única “língua dos índios”), precisamos falar um pouco sobre a variedade linguística reinante entre as populações indígenas brasileiras.

Hoje, no Brasil, são faladas cerca de 180 línguas indígenas, por cerca de 220 povos indígenas. Por trás desse número, devo fazer algumas ressalvas. Em primeiro lugar, todo e qualquer método de contagem de línguas é impreciso por natureza, já que os limites entre língua e dialeto são corredios. O critério normalmente utilizado para afirmar que determinada língua é, de fato, uma língua e não um dialeto de uma outra – não é um critério de natureza estritamente linguística, mas de viés marcadamente político. Daí por que, entre os sociolinguistas, se diz que “uma língua é um dialeto com um exército e uma marinha”.

Além de o critério de contagem das línguas, em especial o de línguas indígenas, não ser preciso e uniforme, há ainda a questão que envolve a destruição das culturas indígenas, e, consequentemente, o desaparecimento de suas línguas. Se hoje temos cerca de 180 línguas indígenas faladas no Brasil, estima-se que, em 1500, à época da chegada portuguesa em terras brasileiras, o número era de 1.270 línguas, ou seja, um número sete vezes maior. Além de o número total de línguas ter sido drasticamente reduzido – e, com isso, o número de populações indígenas – todas as línguas indígenas brasileiras podem hoje ser consideradas línguas ameaçadas.

Isso significa que, a cada ano que passa, podemos perder uma língua no país. É uma perda terrível, não só para a linguística, mas para o patrimônio mundial cultural e humano. Quando uma língua deixa de existir, perdemos mais do que um sistema de comunicação complexo e estruturado; perdemos uma maneira de ver e de compreender o mundo.

Gabriel de Ávila Othero. Mitos de Linguagem. São Paulo: Editora Parábola, 2017, p. 109-111. (Adaptado). 

Observe o seguinte trecho: “Além de o critério de contagem das línguas, em especial o de línguas indígenas, não ser preciso e uniforme, há ainda a questão que envolve a destruição das culturas indígenas, e, consequentemente, o desaparecimento de suas línguas”. Para entender o que está afirmado nesse trecho, é preciso identificar:

1) a relação de sinonímia plena entre os adjetivos ‘preciso’ e ‘uniforme’. 2) uma relação semântica de causa e consequência explicitamente estabelecida. 3) a expressão ‘além de’ como indicativo de acréscimo ou aumento de argumentos. 4) um duplo componente que torna, ainda mais complexa, a questão ora abordada. 5) o termo anterior que é retomado pelo pronome ‘suas’ em ‘suas línguas’.

Estão corretas:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: UEA Prova: VUNESP - 2018 - UEA - Vestibular - Conhecimentos Gerais |
Q1328899 Português

Considere a tirinha de André Dahmer para responder à questão.



(www.folha.uol.com.br)

A palavra “só”, no primeiro quadrinho, foi utilizada no mesmo sentido da palavra sublinhada em
Alternativas
Ano: 2018 Banca: IF-PR Órgão: IF-PR Prova: IF-PR - 2018 - IF-PR - Nível Médio |
Q1316300 Português
Os infelizes cálculos da felicidade (fragmento),
                                                          Mia Couto.

    O homem da história é chamado Julio Novesfora. Noutras falas o mestre Novesfora. Homem bastante matemático, vivendo na quantidade exata, morando sempre no acertado lugar. O mundo, para ele, estava posto em equação de infinito grau. Qualquer situação lhe algebrava o pensamento. Integrais, derivadas, matrizes para tudo existia a devida fórmula. A maior parte das vezes mesmo ele nem incomodava os neurónios*:
    – É conta que se faz sem cabeça.
    Doseava o coração em aplicações regradas, reduzida a paixão ao seu equivalente numérico. Amores, mulheres, filhos: tudo isso era hipótese nula. O sentimento, dizia ele, não tem logaritmo. Por isso, nem se justifica a sua equação. Desde menino se abstivera de afetos. Do ponto de vista da álgebra, dizia, a ternura é um absurdo. Como o zero negativo. Vocês vejam, dizia ele aos alunos: a erva não se enerva, mesmo sabendo-se acabada em ruminagem de boi. E a cobra morde sem ódio. É só o justo praticar da dentadura injetável dela. Na natureza não se concebe sentimento. Assim, a vida prosseguia e Julio Novesfora era nela um aguarda-factos*. Certa vez, porém, o mestre se apaixonou por uma aluna, menina de incorreta idade. Toda a gente advertia: essa menina é mais que nova, não dá para si*.
    – Faça as contas mestre.
    Mas o mestre já perdera o cálculo. Desvalessem os razoáveis conselhos. Ainda mais grave: ele perdia o matemático tino. Já nem sabia o abecedário dos números. Seu pensamento perdia as limpezas da lógica. Dizia coisas sem pés. Parecia, naquele caso, se confirmar o lema: quanto mais sexo menos nexo. Agora, a razão vinha tarde de mais*. O mestre já tinha traçado a hipotenusa à menina. Em folgas e folguedos, Julio Novesfora se afastava dos rigores da geometria. O oito deitado é um infinito. E, assim, o professor ataratonto, relembrava:
– A paixão é o mundo a dividir por zero.

*grafia usada em Moçambique 
Compare as expressões I e II abaixo (também negritadas no texto) e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I) “...reduzida a paixão ao seu equivalente numérico.” II) “A paixão é o mundo a dividir por zero.”
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UEG Órgão: UEG Prova: UEG - 2018 - UEG - Vestibular - Língua Inglesa (em Rede) |
Q1303543 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


 

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13. ed. 2003. São Paulo: Ática. p. 90.

No texto, a expressão “não batem” (linha 14), pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UEG Órgão: UEG Prova: UEG - 2018 - UEG - Vestibular - Direito |
Q1302506 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

O lobo e o cordeiro
Vamos mostrar que a razão do mais forte é sempre a melhor. Um cordeiro matava sua sede numa corrente de água pura, quando chega um lobo cuja fome o levava a buscar caça.
– Que atrevimento é esse de sujar a água que estou bebendo? – diz enfurecido o lobo. – Você será castigado por essa temeridade.
– Senhor – responde o cordeiro –, que vossa majestade não se encolerize e leve em conta que estou bebendo vinte passos mais abaixo que o senhor. Não posso, pois, sujar a água que está bebendo.
– Você a suja, sim – diz o cruel animal. – Sei que você falou mal de mim no ano passado.
– Como eu poderia tê-lo feito, se não havia sequer nascido? – responde o cordeiro. – Eu ainda mamo.
– Se não foi você, foi seu irmão.
– Eu não tenho irmãos.
– Então, foi alguém dos seus, porque todos vocês, inclusive pastores e cães, não me poupam. Fiquei sabendo disso e, portanto, preciso vingar-me.
Sem fazer nenhuma outra forma de julgamento, o lobo pegou o cordeiro, estraçalhou-o e devorou-o.
La Fontaine. O lobo e cordeiro. In: SAVIOLI, Francisco Platão; FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 125. (Adaptado).
No enunciado “Você será castigado por essa temeridade”, o termo “temeridade” pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNEB Órgão: UNEB Prova: UNEB - 2018 - UNEB - Vestibular - Português/Inglês/Ciências humanas |
Q1284412 Português

TEXTO:

Importância de se preservar a identidade cultural do Brasil. Disponível

em: http://www.saaesp.org.br/arquivos/2117>. Acesso em: 14 nov. 2018.

“há que se destacar que não se podem esquecer os aspectos particulares da cultura” (l. 6-8)
Em relação à passagem destacada do texto, é correto afirmar:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: UNIVESP Prova: VUNESP - 2018 - UNIVESP - Vestibular 2 semestre |
Q1280688 Português
Leia o parágrafo inicial do artigo de Washington Araujo, para responder às questão.
    A cultura de massa que temos está umbilicalmente conectada com a pauta apresentada instante a instante em algum dos veículos de comunicação em massa. Nada lhe escapa e, por isso mesmo, enorme é sua responsabilidade na criação da geração-consumo que temos “em nós” e também “diante de nós”. Tendo como cenário as mudanças climáticas, a degradação ambiental e os extremos corrosivos da riqueza e da pobreza, a transformação de uma cultura de consumismo irrestrito para uma cultura de sustentabilidade ganhou força em grande parte graças aos esforços das organizações da sociedade civil e agências governamentais no mundo inteiro. A par com essas forças, e mesmo permeando-as, temos o poder de influência e onipresença da mídia.
(Observatório da imprensa. no 623. http://observatoriodaimprensa.com.br. 04.01.2011)
Assinale a alternativa que apresenta uma palavra empregada no texto com sentido figurado, acompanhada, entre parênteses, de um sinônimo que se ajusta ao contexto.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 1º Etapa |
Q1269450 Português

 Leia o texto a seguir e responda à questão de que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida. 

;

Há autores que evitariam o uso da repetição – ainda que não danosa – das palavras em destaque na passagem a seguir:

“Para eles, a redefinição da duração da adolescência seria essencial para assegurar que as leis que dizem respeito a esses jovens continuassem sendo asseguradas.” (Linhas 7-9)

Ao refletirmos acerca da escolha vocabular/lexical, percebemos que há inúmeras formas de redigir esse texto sem a repetição. No entanto, ao consultar um dicionário online, percebemos que nem todos os verbetes para substituir essas palavras imprimiriam um sentido apropriado, diante do contexto em evidência.

Vejamos:

sinônimos.com.br


dicionário de sinônimos online 

Imagem associada para resolução da questão

Sinônimo de assegurar

Garantir:

1 assegurar, asseverar, atestar, confirmar, certificar, prometer, afirmar, penhorar.

Responsabilizar-se:

2 responsabilizar-se, afiançar, abonar, fiar, endossar, avalizar, caucionar, comprometer-se, incumbir-se.

Defender:

3 defender, prevenir, salvaguardar, proteger, acautelar, preservar, livrar.

Sinônimo de assegurado

Que está garantido:

1garantido certo, confirmado, seguro, firme, estabelecido, indubitável, atestado, abonado, afiançado, asseverado.

Que se certificou e convenceu:

2 certificado, convencido, persuadido.

Que se encontra em equilíbrio:

3 sossegado, tranquilo, calmo, sereno.  


Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2018. 


Os termos em destaque na passagem mencionada (linhas 7-9), considerando sentidos apropriados – selecionados do dicionário online –, podem ser substituídos por, EXCETO

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIMONTES Órgão: Unimontes - MG Prova: UNIMONTES - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular - 1º Etapa |
Q1269449 Português

 Leia o texto a seguir e responda à questão de que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida. 

;

Observe a passagem a seguir:

“[...] um grupo de cientistas defende que a adolescência se estende dos 10 até os 24 anos.” (linhas 2-3).

Contraria essa ideia o que se encontra na alternativa

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266532 Português

Leia o poema a seguir.

tua mão

no meu seio

sim não

não sim

não é assim

que se mede

um coração

(RUIZ S., Alice. Dois em um. São Paulo: Iluminuras, 2018. p. 30.)


Sobre o poema, considere as afirmativas a seguir.

I. A referência ao corpo significa uma predisposição do sujeito lírico para o amor físico.

II. O terceiro e o quarto versos apontam para a ideia de dúvida quanto ao consentimento da carícia.

III. O quinto verso, apesar de proporcionar jogo de palavras com o verso anterior, representa um modo diferente de interpretar o gesto da mão no seio.

IV. Nos dois versos finais, a ideia de medir o coração é utilizada em linguagem figurada para remeter à avaliação de sentimentos.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266518 Português

Leia o texto a seguir e responda às questões de 6 a 11.

Mais que farinha, água e sal

De ajudante de padaria ao título de melhor chef do Paraná. Uma história de determinação e simplicidade de quem viu no primeiro ofício sua maior paixão. Do trabalho na pouca idade, o acordar de madrugada para colocar o pão fresco na mesa de muitos londrinenses à experiência e estudo. Foi preciso colocar muito a mão na massa para que Rodrigo Bernardes, 36, chegasse a ser embaixador da gastronomia paranaense trabalhando no ramo da panificação.

“Eu acordava às 3h30 da manhã, adiantava o trabalho na padaria, saía por volta das 11h30 e 12h00. De lá eu ia dar aula e à tarde e à noite fazia faculdade”, conta Bernardes. Dormia pouco, trabalhava e estudava muito. Com formação em gastronomia e tecnologia de alimentos e pós-graduação em gastronomia fina, continuou na área de panificação e confeitaria, paixão inexplicável.

O trabalho veio aos 10 anos. Filho mais velho de três irmãos, família humilde, era preciso que o menino aprendesse alguma função. Varrer o chão, lavar formas, carregar sacos, um olho no próprio trabalho e outro no padeiro. “Eu queria aprender, mas naquela época era difícil passarem as receitas até por medo de perder o emprego”, recorda.

Até que um padeiro, vendo os desejos do garoto, foi mostrando o que era feito no processo. Observando, Bernardes foi guardando tudo na memória. “Um dia faltou o padeiro e o proprietário não tinha ninguém para substituí-lo, só aí meu chefe me deu a chance de tentar fazer o pão. Ali eu agarrei a oportunidade com as duas mãos e deu certo. Aquele dia eu percebi que tinha futuro. Eu saí da padaria e não sabia se eu chorava, se eu ria”, enfatiza. A partir de então, Bernardes se tornou assistente de padeiro, trabalhando junto com o mestre.

Casado e com uma filha de 4 anos, conta que na casa quem faz a comida é a mulher. “Em casa de ferreiro, espeto é de pau”, revela. Observador, Bernardes sabe mesmo sobre as padarias londrinenses. “Você já comeu pão na padaria X ?”, ele pergunta. Também sabe onde há padarias modernizadas, administradas por fulano, que fez história no segmento na cidade e que agora está com loja nova. Sabe sobre os padeiros, aqueles que o ensinaram e aqueles a quem ensinou.

(Adaptado de: TAINE, L. Mais que farinha, água e sal. Londrina: Folha de Londrina. Folha Gente. 21 e 22 abr. 2018, p. 1.) 

Com base no texto, assinale a alternativa que pode substituir, corretamente, a expressão destacada no trecho: “A partir de então, Bernardes se tornou assistente de padeiro”.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266517 Português

Leia o texto a seguir e responda às questões de 6 a 11.

Mais que farinha, água e sal

De ajudante de padaria ao título de melhor chef do Paraná. Uma história de determinação e simplicidade de quem viu no primeiro ofício sua maior paixão. Do trabalho na pouca idade, o acordar de madrugada para colocar o pão fresco na mesa de muitos londrinenses à experiência e estudo. Foi preciso colocar muito a mão na massa para que Rodrigo Bernardes, 36, chegasse a ser embaixador da gastronomia paranaense trabalhando no ramo da panificação.

“Eu acordava às 3h30 da manhã, adiantava o trabalho na padaria, saía por volta das 11h30 e 12h00. De lá eu ia dar aula e à tarde e à noite fazia faculdade”, conta Bernardes. Dormia pouco, trabalhava e estudava muito. Com formação em gastronomia e tecnologia de alimentos e pós-graduação em gastronomia fina, continuou na área de panificação e confeitaria, paixão inexplicável.

O trabalho veio aos 10 anos. Filho mais velho de três irmãos, família humilde, era preciso que o menino aprendesse alguma função. Varrer o chão, lavar formas, carregar sacos, um olho no próprio trabalho e outro no padeiro. “Eu queria aprender, mas naquela época era difícil passarem as receitas até por medo de perder o emprego”, recorda.

Até que um padeiro, vendo os desejos do garoto, foi mostrando o que era feito no processo. Observando, Bernardes foi guardando tudo na memória. “Um dia faltou o padeiro e o proprietário não tinha ninguém para substituí-lo, só aí meu chefe me deu a chance de tentar fazer o pão. Ali eu agarrei a oportunidade com as duas mãos e deu certo. Aquele dia eu percebi que tinha futuro. Eu saí da padaria e não sabia se eu chorava, se eu ria”, enfatiza. A partir de então, Bernardes se tornou assistente de padeiro, trabalhando junto com o mestre.

Casado e com uma filha de 4 anos, conta que na casa quem faz a comida é a mulher. “Em casa de ferreiro, espeto é de pau”, revela. Observador, Bernardes sabe mesmo sobre as padarias londrinenses. “Você já comeu pão na padaria X ?”, ele pergunta. Também sabe onde há padarias modernizadas, administradas por fulano, que fez história no segmento na cidade e que agora está com loja nova. Sabe sobre os padeiros, aqueles que o ensinaram e aqueles a quem ensinou.

(Adaptado de: TAINE, L. Mais que farinha, água e sal. Londrina: Folha de Londrina. Folha Gente. 21 e 22 abr. 2018, p. 1.) 

Em relação aos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir. I. Em “Dormia pouco, trabalhava e estudava muito”, as palavras sublinhadas denotam uma circunstância de modo. II. Em “De lá eu ia dar aula e à tarde e à noite fazia faculdade”, o emprego da crase é obrigatório por se tratar de locuções adverbiais femininas. III. Em “Até que um padeiro, vendo os desejos do garoto, foi mostrando o que era feito”, a expressão grifada indica um limite de tempo. IV. Em “Observador, Bernardes sabe mesmo sobre as padarias londrinenses”, a expressão grifada pode ser substituída por realmente, sem prejuízo de significação.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266515 Português

Leia o texto a seguir e responda às questões de 6 a 11.

Mais que farinha, água e sal

De ajudante de padaria ao título de melhor chef do Paraná. Uma história de determinação e simplicidade de quem viu no primeiro ofício sua maior paixão. Do trabalho na pouca idade, o acordar de madrugada para colocar o pão fresco na mesa de muitos londrinenses à experiência e estudo. Foi preciso colocar muito a mão na massa para que Rodrigo Bernardes, 36, chegasse a ser embaixador da gastronomia paranaense trabalhando no ramo da panificação.

“Eu acordava às 3h30 da manhã, adiantava o trabalho na padaria, saía por volta das 11h30 e 12h00. De lá eu ia dar aula e à tarde e à noite fazia faculdade”, conta Bernardes. Dormia pouco, trabalhava e estudava muito. Com formação em gastronomia e tecnologia de alimentos e pós-graduação em gastronomia fina, continuou na área de panificação e confeitaria, paixão inexplicável.

O trabalho veio aos 10 anos. Filho mais velho de três irmãos, família humilde, era preciso que o menino aprendesse alguma função. Varrer o chão, lavar formas, carregar sacos, um olho no próprio trabalho e outro no padeiro. “Eu queria aprender, mas naquela época era difícil passarem as receitas até por medo de perder o emprego”, recorda.

Até que um padeiro, vendo os desejos do garoto, foi mostrando o que era feito no processo. Observando, Bernardes foi guardando tudo na memória. “Um dia faltou o padeiro e o proprietário não tinha ninguém para substituí-lo, só aí meu chefe me deu a chance de tentar fazer o pão. Ali eu agarrei a oportunidade com as duas mãos e deu certo. Aquele dia eu percebi que tinha futuro. Eu saí da padaria e não sabia se eu chorava, se eu ria”, enfatiza. A partir de então, Bernardes se tornou assistente de padeiro, trabalhando junto com o mestre.

Casado e com uma filha de 4 anos, conta que na casa quem faz a comida é a mulher. “Em casa de ferreiro, espeto é de pau”, revela. Observador, Bernardes sabe mesmo sobre as padarias londrinenses. “Você já comeu pão na padaria X ?”, ele pergunta. Também sabe onde há padarias modernizadas, administradas por fulano, que fez história no segmento na cidade e que agora está com loja nova. Sabe sobre os padeiros, aqueles que o ensinaram e aqueles a quem ensinou.

(Adaptado de: TAINE, L. Mais que farinha, água e sal. Londrina: Folha de Londrina. Folha Gente. 21 e 22 abr. 2018, p. 1.) 

Em relação aos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir. I. Em “trabalhando no ramo da panificação” e “continuou na área de panificação e confeitaria”, os termos “ramo” e “área” estão empregados como sinônimos. II. Em “Do trabalho na pouca idade, o acordar de madrugada para colocar o pão fresco na mesa”, temos um caso de derivação imprópria em “o acordar”. III. Em “paixão inexplicável”, o prefixo in-, na palavra “inexplicável”, indica negação. IV. Em “quem viu no ofício sua maior paixão” e “era preciso que o menino aprendesse alguma função” as palavras “ofício” e “função” estão sendo empregadas em sentido diverso.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266514 Português

Leia o texto a seguir e responda às questões de 6 a 11.

Mais que farinha, água e sal

De ajudante de padaria ao título de melhor chef do Paraná. Uma história de determinação e simplicidade de quem viu no primeiro ofício sua maior paixão. Do trabalho na pouca idade, o acordar de madrugada para colocar o pão fresco na mesa de muitos londrinenses à experiência e estudo. Foi preciso colocar muito a mão na massa para que Rodrigo Bernardes, 36, chegasse a ser embaixador da gastronomia paranaense trabalhando no ramo da panificação.

“Eu acordava às 3h30 da manhã, adiantava o trabalho na padaria, saía por volta das 11h30 e 12h00. De lá eu ia dar aula e à tarde e à noite fazia faculdade”, conta Bernardes. Dormia pouco, trabalhava e estudava muito. Com formação em gastronomia e tecnologia de alimentos e pós-graduação em gastronomia fina, continuou na área de panificação e confeitaria, paixão inexplicável.

O trabalho veio aos 10 anos. Filho mais velho de três irmãos, família humilde, era preciso que o menino aprendesse alguma função. Varrer o chão, lavar formas, carregar sacos, um olho no próprio trabalho e outro no padeiro. “Eu queria aprender, mas naquela época era difícil passarem as receitas até por medo de perder o emprego”, recorda.

Até que um padeiro, vendo os desejos do garoto, foi mostrando o que era feito no processo. Observando, Bernardes foi guardando tudo na memória. “Um dia faltou o padeiro e o proprietário não tinha ninguém para substituí-lo, só aí meu chefe me deu a chance de tentar fazer o pão. Ali eu agarrei a oportunidade com as duas mãos e deu certo. Aquele dia eu percebi que tinha futuro. Eu saí da padaria e não sabia se eu chorava, se eu ria”, enfatiza. A partir de então, Bernardes se tornou assistente de padeiro, trabalhando junto com o mestre.

Casado e com uma filha de 4 anos, conta que na casa quem faz a comida é a mulher. “Em casa de ferreiro, espeto é de pau”, revela. Observador, Bernardes sabe mesmo sobre as padarias londrinenses. “Você já comeu pão na padaria X ?”, ele pergunta. Também sabe onde há padarias modernizadas, administradas por fulano, que fez história no segmento na cidade e que agora está com loja nova. Sabe sobre os padeiros, aqueles que o ensinaram e aqueles a quem ensinou.

(Adaptado de: TAINE, L. Mais que farinha, água e sal. Londrina: Folha de Londrina. Folha Gente. 21 e 22 abr. 2018, p. 1.) 

Em relação aos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir. I. Em “Também sabe onde há padarias modernizadas”, o advérbio “também” pode ser substituído pela conjunção “mas”, sem prejuízo de significação. II. Em “Foi preciso colocar muito a mão na massa para que Rodrigo Bernardes, 36, chegasse a ser embaixador”, a expressão grifada está sendo empregada em seu sentido literal. III. Em “Eu saí da padaria e não sabia se eu chorava, se eu ria”, a sucessão de sons verbais organizados provoca a sensação de ritmo e musicalidade, ou seja, a poetização da prosa. IV. Em “Eu acordava às 3h30 da manhã, adiantava o trabalho na padaria, saía por volta das 11h30”, as vírgulas foram empregadas para marcar uma enumeração de ações.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UDESC Órgão: UDESC Prova: UDESC - 2018 - UDESC - Vestibular - Segundo Semestre (Manhã) |
Q1264813 Português
Analise as proposições em relação à obra, Valsa no 6, Nelson Rodrigues, ao Texto 2, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) Da leitura das estruturas “Dr. Junqueira é doido pela ‘Valsa n0 6’ ” (linha 1) e “Ah, toca a valsa, minha filha, pelo amor de Deus” (linha 3), infere-se o mascaramento dos desejos de Dr. Junqueira, sob a ótica de Sônia. ( ) Da leitura da obra, infere-se que o desenvolvimento da peça de Nelson Rodrigues ocorre no plano do desequilíbrio mental e da alucinação de Sônia, personagem principal, que é assassinada enquanto executava a valsa n0 6 de Chopin, no piano. ( ) Nos períodos “Paulo cresce como um lírio espantado” (linha 22) e “Mas tua fisionomia está mutilada” (linha 26) se as palavras destacadas forem substituídas, sequencialmente, por temeroso e pura não há alteração de sentido, no texto. ( ) No período “Dize, ao menos, o que eu sou de ti” (linha 11), se a preposição destacada for substituída por para, não há transgressão quanto à norma gramatical, em relação à regência, e nem alteração de sentido, no texto. ( ) Na oração “Estou-me lembrando” (linha 20) o verbo destacado é pronominal, pois está sendo usado com o sentido de vir à memória, ou seja, configurando um ato totalmente involuntário por parte da personagem Sônia.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UDESC Órgão: UDESC Prova: UDESC - 2018 - UDESC - Vestibular - Segundo Semestre (Manhã) |
Q1264809 Português

Analise as proposições em relação à obra Melhores poemas, Manuel Bandeira, e ao Texto 1.
I. Nos versos “Será a idade que pareces” (verso 2) e “Tivesses a que tivesses” (verso 3) a palavra destacada, em relação à morfossintaxe, classifica-se em artigo/adjunto adnominal e pronome demonstrativo/objeto direto, sequencialmente.
II. No verso “Que exíguo o teu talhe! E penso” (verso 5) se as palavras destacadas forem substituídas, respectivamente, por pequeno e porte o sentido e a coerência, no texto, são mantidos.
III. O sinal de pontuação de reticências nos versos “Dão os dois uma mancheia...” (verso 10) e “Faz cinza de desenganos...” (verso 12) é usado para reforçar o sentido dos termos assinalados.
IV. O poema é marcado por elementos linguísticos como, reticências e interrogação, ponto de exclamação, dois pontos, vocativo, para configurar a função que o autor deseja: registrar a emoção, a expressividade por meio da expressão oral.
V. Nos versos “Que idade tens, Colombina” (verso 1) e “Perdão, perdão, Colombina” (verso 33) a palavra destacada, em relação à morfologia, é substantivo próprio nos dois versos e, quanto à sintaxe, no verso 1 é vocativo e no verso 33, sujeito.
Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Ano: 2018 Banca: PUC - SP Órgão: PUC - SP Prova: PUC - SP - 2018 - PUC - SP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1262510 Português

Os textos a seguir servirão de base para a realização da questão.


Texto I

Desafio da nossa época é lidar com a abundância

Leandro Narloch, Folha de S.Paulo - 25.abr.2018 às 9h06


A abundância, quem diria, se tornou um problema. A humanidade passou milênios tentando sobreviver à fome, ao desabrigo e à escassez: hoje precisa aprender a lidar com excesso.

Temos alimentos demais, bugigangas demais, roupas, carros, embalagens, papéis, remédios, drogas, livros, filmes, eletrônicos e diversões demais. Ainda estamos aprendendo a viver no meio de tantas coisas.

Artista faz intervenção na avenida Paulista sobre consumismo
Marcus Leoni - 10.jan.2016/Folhapress


É uma delícia de problema, é claro. Até o século 18, a teoria malthusiana fazia sentido. O crescimento da população levava à escassez de comida e assim à diminuição da poluição. Crises de fome ceifavam multidões todos os séculos.
A Revolução Industrial nos fez escapar dessa armadilha. Produzindo mais com menos esforço, operamos um milagre: a população explodiu e a riqueza também. A fome, até então uma condição natural da humanidade, se tornou uma anomalia. 
Luxos que antes eram reservados a reis ou milionários (chás ou janelas com vidros e cortinas, por exemplo) entraram na casa de trabalhadores comuns.
É claro que boa parte do mundo ainda enfrenta a fome e a escassez. Mas não é por falta de conhecimento que isso acontece. Pelo contrário, o caminho da prosperidade já está mais ou menos mapeado e pavimentado.
A abundância é um tipo de problema chique, que todo mundo gostaria de ter. Como o da grã-fina que está cansada de passar as férias em Paris. Mas ainda assim é um problema.
Muitas más notícias que os jornais publicam hoje são produtos da abundância: o trânsito, a obesidade, a poluição, o lixo, o tempo que crianças gastam em frente a telas. Não só crianças, mas os adultos — que em média tocam 2600 vezes no celular por dia.
As pessoas parecem meio perdidas entre tanto conforto e atrações que desviam a atenção. Se perdem em realizações imediatas de consumo, sem foco e força de vontade para perseguir grandes desejos ou objetivos mais ousados.
Se o problema já é grave hoje, imagine no futuro. O autocontrole será cada vez mais necessário. Nossos filhos e netos terão que aprender desde cedo a se controlar diante do excesso de comida, de drogas, de opções de vida e de diversão.
O mundo capitalista já resolveu o problema da escassez: precisa agora de uma educação para a abundância.

Leandro Narloch - Jornalista, mestre em filosofia e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, entre outros.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/leandro-narloch/2018/04/desafio-da-nossa-epoca-e-lidar-com-a-abundancia.shtml> . Acesso em: 25 abr. 2018.


Texto 2
Texto de Gilmar Machado, publicado em 8 jan. 2018.
Disponível em: <https://www.humorpolitico.com.br/
tag/meio-ambiente/> . Acesso em: 12 mar. 2018.



Texto 3 

Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades
Ana Tereza Caceres Cortez - Professora adjunta do Departamento de Geografia
Instituto de Geociências e Ciências Exatas - IGCE/Unesp, Rio Claro

Um dos símbolos do sucesso das economias capitalistas modernas é a abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial. Essa fartura passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais problemas das sociedades industriais modernas.

Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de papel que a propaganda e a publicidade exercem nas pessoas, induzindo-as ao consumo, mesmo que não necessitem de um produto comprado. Muitas vezes, as pessoas compram produtos que não têm utilidade para elas, ou até mesmo coisas desnecessárias apenas por vontade de comprar, evidenciando até uma doença.

Segundo o Dicionário Houaiss, consumismo é “ato, efeito, fato ou prática de consumir (‘comprar em demasia’)” e “consumo ilimitado de bens duráveis, especialmente artigos supérfluos”.

O simples “consumo” é entendido como as aquisições racionais, controladas e seletivas baseadas em fatores sociais e ambientais e no respeito pelas gerações futuras. Já o consumismo pode ser definido como uma compulsão para consumir. Mas como fazer para não aderir ao perfil consumista? A fórmula clássica e aparentemente simples é distinguir o essencial do necessário e o necessário do supérfluo. No entanto, é muito difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é básico para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa. 

Trecho de CORTEZ, Ana Tereza Caceres. Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades. In:
CORTEZ, A.T.C.; ORTIGOZA, S.A.G. (Org.). Da produção ao consumo: impactos socioambientais no
espaço urbano. São Paulo: UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. Disponível em: <http://books.
scielo.org/id/n9brm/pdf/ortigoza-9788579830075-03.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2018. [Adaptado]
Entre as várias acepções que o verbo mudar abarca, a resposta do homem, no Texto 2, contempla a ideia de
Alternativas
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2018 - FGV - Vestibular - Administração Pública |
Q1067478 Português

                       “PIMBA NA GORDUCHINHA”* DATOU


      Empolgação já não basta. Comentaristas usam cada vez mais estatísticas e termos técnicos para traduzir o que acontece em campo.

      Por tradição, a tarefa de comentar uma partida de futebol sempre foi o oposto disso. A “crônica esportiva” pontificada por lendas como Nelson Rodrigues e Armando Nogueira, entre muitos outros, evocava heróis em campo e fazia da genialidade individual, do empenho coletivo e do imponderável instituições que comandavam o jogo. O belo texto valia tanto quanto – ou mais – que a observação de treinos e jogos. “O padrão para falar de futebol no Brasil costumava abordar aspectos como a qualidade individual do jogador e fatores emocionais”, afirma Carlos Eduardo Mansur, do jornal O Globo. “O desafio hoje é estudar o jogo taticamente.” Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados, que hoje sustentam as análises feitas durante os 90 minutos.

      O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações. Crescem grupos dedicados à tabulação e análise de dados. Estatísticas individuais e coletivas, como o número de finalizações de um atacante e a média de posse de bola de uma equipe, são dados prosaicos em palestras de treinadores e programas de TV, blogs ou jornais.

      Detratores desse modelo, no entanto, consideram essa tendência um modismo, uma chatice. “Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”, afirma o comentarista PVC [Paulo Vinícius Coelho]. Excessos ou modismos à parte, não há como fugir da realidade. O uso de dados e estatísticas por clubes europeus para elaborar estratégias e jogadas é antigo e há anos chegou aos brasileiros, com maior ou menor simpatia. Não existe futebol bem jogado, em alto nível, sem isso.

      A tarefa de dissecar o jogo por números e dados ajuda a entender, mas não esgota o futebol, que, por sua dinâmica, segue como um esporte dos mais imprevisíveis.

                                                                Rafael Oliveira, Época, 29.01.2018. Adaptado.

* "ripa na chulipa e pimba na gorduchinha": bordão criado pelo narrador de futebol Osmar Santos e popularizado nos anos 1980.  

Considerada no contexto, a substituição proposta para a frase citada no início de cada alternativa mantém o sentido mas NÃO a correção gramatical em:
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Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2018 - FGV - Vestibular - Administração Pública |
Q1067477 Português

                       “PIMBA NA GORDUCHINHA”* DATOU


      Empolgação já não basta. Comentaristas usam cada vez mais estatísticas e termos técnicos para traduzir o que acontece em campo.

      Por tradição, a tarefa de comentar uma partida de futebol sempre foi o oposto disso. A “crônica esportiva” pontificada por lendas como Nelson Rodrigues e Armando Nogueira, entre muitos outros, evocava heróis em campo e fazia da genialidade individual, do empenho coletivo e do imponderável instituições que comandavam o jogo. O belo texto valia tanto quanto – ou mais – que a observação de treinos e jogos. “O padrão para falar de futebol no Brasil costumava abordar aspectos como a qualidade individual do jogador e fatores emocionais”, afirma Carlos Eduardo Mansur, do jornal O Globo. “O desafio hoje é estudar o jogo taticamente.” Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados, que hoje sustentam as análises feitas durante os 90 minutos.

      O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações. Crescem grupos dedicados à tabulação e análise de dados. Estatísticas individuais e coletivas, como o número de finalizações de um atacante e a média de posse de bola de uma equipe, são dados prosaicos em palestras de treinadores e programas de TV, blogs ou jornais.

      Detratores desse modelo, no entanto, consideram essa tendência um modismo, uma chatice. “Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”, afirma o comentarista PVC [Paulo Vinícius Coelho]. Excessos ou modismos à parte, não há como fugir da realidade. O uso de dados e estatísticas por clubes europeus para elaborar estratégias e jogadas é antigo e há anos chegou aos brasileiros, com maior ou menor simpatia. Não existe futebol bem jogado, em alto nível, sem isso.

      A tarefa de dissecar o jogo por números e dados ajuda a entender, mas não esgota o futebol, que, por sua dinâmica, segue como um esporte dos mais imprevisíveis.

                                                                Rafael Oliveira, Época, 29.01.2018. Adaptado.

* "ripa na chulipa e pimba na gorduchinha": bordão criado pelo narrador de futebol Osmar Santos e popularizado nos anos 1980.  

Foram empregadas em sentido figurado as seguintes expressões do texto:
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Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2018 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q956694 Português

Leia o trecho do livro A dança do universo, do físico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder a questão.


    Algumas pessoas tornam-se heróis contra sua própria vontade. Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionárias, muitas vezes não as reconhecem como tais, ou não acreditam no seu próprio potencial. Divididas entre enfrentar sua insegurança expondo suas ideias à opinião dos outros, ou manter-se na defensiva, elas preferem a segunda opção. O mundo está cheio de poemas e teorias escondidos no porão.

    Copérnico é, talvez, o mais famoso desses relutantes heróis da história da ciência. Ele foi o homem que colocou o Sol de volta no centro do Universo, ao mesmo tempo fazendo de tudo para que suas ideias não fossem difundidas, possivelmente com medo de críticas ou perseguição religiosa. Foi quem colocou o Sol de volta no centro do Universo, motivado por razões erradas. Insatisfeito com a falha do modelo de Ptolomeu, que aplicava o dogma platônico do movimento circular uniforme aos corpos celestes, Copérnico propôs que o equante fosse abandonado e que o Sol passasse a ocupar o centro do cosmo. Ao tentar fazer com que o Universo se adaptasse às ideias platônicas, ele retornou aos pitagóricos, ressuscitando a doutrina do fogo central, que levou ao modelo heliocêntrico de Aristarco dezoito séculos antes.

    Seu pensamento reflete o desejo de reformular as ideias cosmológicas de seu tempo apenas para voltar ainda mais no passado; Copérnico era, sem dúvida, um revolucionário conservador. Ele jamais poderia ter imaginado que, ao olhar para o passado, estaria criando uma nova visão cósmica, que abriria novas portas para o futuro. Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Copérnico decerto teria odiado a revolução que involuntariamente causou.

    Entre 1510 e 1514, compôs um pequeno trabalho resumindo suas ideias, intitulado Commentariolus (Pequeno comentário). Embora na época fosse relativamente fácil publicar um manuscrito, Copérnico decidiu não publicar seu texto, enviando apenas algumas cópias para uma audiência seleta. Ele acreditava piamente no ideal pitagórico de discrição; apenas aqueles que eram iniciados nas complicações da matemática aplicada à astronomia tinham permissão para compartilhar sua sabedoria. Certamente essa posição elitista era muito peculiar, vinda de alguém que fora educado durante anos dentro da tradição humanista italiana. Será que Copérnico estava tentando sentir o clima intelectual da época, para ter uma ideia do quão “perigosas” eram suas ideias? Será que ele não acreditava muito nas suas próprias ideias e, portanto, queria evitar qualquer tipo de crítica? Ou será que ele estava tão imerso nos ideais pitagóricos que realmente não tinha o menor interesse em tornar populares suas ideias? As razões que possam justificar a atitude de Copérnico são, até hoje, um ponto de discussão entre os especialistas.


(A dança do universo, 2006. Adaptado.)

Em “Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionárias, muitas vezes não as reconhecem como tais, ou não acreditam no seu próprio potencial” (1o parágrafo), a locução conjuntiva sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
Alternativas
Respostas
161: A
162: C
163: B
164: B
165: D
166: B
167: A
168: A
169: C
170: E
171: C
172: E
173: D
174: E
175: A
176: C
177: D
178: E
179: A
180: B