Questões de Vestibular PUC - RS 2016 para Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia

Foram encontradas 60 questões

Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761477 História
O trabalho escravo foi fundamental para a sustentação econômica e política tanto da Polis Grega como do Império Romano. Sobre esse assunto, é correto afirmar:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761478 História
A respeito da estrutura social que predominou na Europa Ocidental durante a Idade Média, afirma-se: I. O feudalismo veio a substituir o sistema escravista com a queda do Império Romano do Ocidente, no que tange às relações sociais e à produção de bens materiais. II. A sociedade medieval se caracterizou por diferentes formas de relações de trabalho, que podia ser executado por servos, trabalhadores livres e escravos por dívidas. III. Os vilões eram pequenos proprietários livres, detentores de alguns direitos; entretanto, estavam submetidos aos senhores feudais. IV. Na sociedade estamental medieval, a nobreza, além do controle de terras, era responsável pelas atividades militares; e o clero, além das funções religiosas, tinha importante influência política e ideológica. Estão corretas as afirmativas
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761479 História
O Parlamento Inglês, ao promulgar o chamado Ato de Supremacia (Act of Supremacy), em 1534, subordinou as leis da Igreja à soberania jurídica das leis civis, concedendo ao Rei Henrique VIII o poder de “único chefe supremo da Igreja”. O resultado do Ato de Supremacia foi/foram:
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761480 História
“Guerra improvável, paz impossível”, disse o historiador francês Raymond Aron. A frase ilustra as relações internacionais Pós-Segunda Guerra Mundial. Sobre esse contexto, é correto afirmar:
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761481 História
O Oriente Médio é, historicamente, zona de tensões entre povos, nações e países. Recentemente, além da ascensão do terrorismo, têm ocorrido conflitos em diversos países envolvendo o exército, civis e vários grupos armados. Sobre esses conflitos, afirma-se: I. A disputa entre Israel e a Palestina é pela Faixa de Gaza, uma área com importante riqueza petrolífera do Oriente Médio. II. Aliado histórico dos EUA, Israel promove ofensivas contra a Palestina, com o argumento de combate ao terrorismo na região. III. Com a recente onda de democratização no Oriente Médio, é possível notar um abalo significativo dos valores muçulmanos, incompatíveis com os valores democráticos. Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativas
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761482 História
Sobre o processo de exploração colonial do Brasil por Portugal, é correto afirmar:
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761483 História
Sobre a Independência do Brasil, afirma-se: I. Implicou uma ruptura de laços políticos e econô- micos com Portugal, já que no Brasil seria adotado um regime político constitucional, e Portugal manteria o sistema absolutista. II. Pode ser considerada uma decorrência da vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, na medida em que esse acontecimento implicou um processo crescente, e difícil de ser revertido, de autonomização político-econômico da colônia. III. Está associada a uma profunda mudança estrutural interna, por colocar em cheque a base econômico-social que sustentou a exploração econômica do Brasil durante o regime colonial. IV. Sofreu resistência dentro do próprio País, tendo em vista que determinadas Províncias, como o Grão-Pará e o Maranhão, tinham mais vínculos com Lisboa do que com o Rio de Janeiro. Estão corretas apenas as afirmativas
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761484 História
Associe os nomes dos Presidentes do Brasil durante a República Velha (coluna 1) às principais características de seus respectivos governos (coluna 2). Coluna 1 1. Campos Sales 2. Rodrigues Alves 3. Hermes da Fonseca 4. Arthur Bernardes
Coluna 2 ( ) Paulistano, foi o terceiro presidente civil do Brasil; durante o seu governo, ocorreram as famosas reformas urbanas do Rio de Janeiro, e o país apresentou considerável crescimento econômico, com a exportação de bens primários. Enfrentou a Revolta da Vacina. ( ) Militar, derrotou o baiano Rui Barbosa durante a campanha eleitoral que o elegeu. Em seu governo, enfrentou diversas rebeliões internas, como a Revolta da Chibata, na qual marinheiros lutaram contra as más condições de trabalho, e a Guerra do Contestado, ocorrida em Santa Catarina. ( ) Foi responsável por promover a estratégia de sucessão presidencial conhecida como política “Café com Leite”, na qual os dois principais Estados da Federação, São Paulo (Café) e Minas Gerais (Leite), revezavam-se na Presidência da República. Procurou também sustentação no Congresso pela Política dos Governadores. ( ) Mineiro, teve um mandato conturbado, no qual ocorreram várias revoltas, como o Movimento Tenentista; por isso, governou o país em “estádio de sítio” por vários anos. No plano econômico, foi responsável por uma política que procurou nacionalizar os recursos naturais do país, controlando a exploração do subsolo. ( ) Durante o seu governo, adotou uma política de saneamento econômico no Brasil, combatendo a alta inflação e o déficit público. Para tanto, renegociou a dívida externa brasileira, num acordo chamado Funding Loan, cortou despesas, aumentou impostos e promoveu a valorização da moeda nacional. O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

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Q761485 História
O período da História do Brasil conhecido como Repú- blica Democrática (1946-1964) apresentou um grande dinamismo econômico-social. Também caracterizou-se por uma forte efervescência cultural, que acompanhou o crescimento da economia e da urbanização. Sobre esse processo, é INCORRETO afirmar:
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Q761486 História
Sobre o Plano Real, afirma-se: I. Iniciado no final do governo de Itamar Franco, tinha como base de sua estratégia de combate à inflação o controle das emissões de moeda e a atração de dólares com uma política interna de juros altos. II. Adotou, entre as medidas de controle da inflação, a privatização de estatais e a abertura do mercado brasileiro aos produtos importados, sendo, por isso, tachado por seus críticos como um programa neoliberal. III. Combateu a chamada “inflação inercial”, procurando anular a memória inflacionária (a antecipação dos preços) por parte dos agentes econômicos, usando como meio de troca a Unidade Real de Valor (URV), que era reajustada regularmente. IV. A estabilidade econômica proporcionada pelo Plano permitiu condições para a retomada do desenvolvimento da economia brasileira, que apresentou fortes taxas de crescimento industrial e baixas taxas de desemprego. Estão corretas apenas as afirmativas
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Q761487 Literatura
“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo: Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que carrega consigo a certeza da sua própria morte. Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida e restrição para as ambições da vida quanto de combustível para atos que garantam algum tipo de imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos, viagens, sonhos são marcos postos entre cada um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará com textos que refletem sobre esse tema.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.” 
Com base no texto, afirma-se: I. A grande variedade de pronomes presentes no texto aponta para a existência de pelo menos três elementos narrativos: Virgília, o narrador Brás Cubas e o leitor. II. Expressões como “mais tarde”, “Agora”, “ribas de uma África juvenil” assinalam a existência de diferentes planos temporais na narrativa, dos quais se destacam o momento da enunciação, o passado recente e o passado mais remoto. III. O último parágrafo do trecho, ao revelar a causa da morte do narrador a partir de uma doença banal, serve de contraponto ao tom poético do parágrafo anterior. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761488 Literatura
“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo: Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que carrega consigo a certeza da sua própria morte. Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida e restrição para as ambições da vida quanto de combustível para atos que garantam algum tipo de imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos, viagens, sonhos são marcos postos entre cada um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará com textos que refletem sobre esse tema.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.” 
Com base na obra de Machado de Assis, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) Tanto Dom Casmurro quanto Memórias Póstumas de Brás Cubas têm em comum o fato de serem livros narrados em primeira pessoa. Além disso, ambos os personagens pertencem à elite carioca do século XIX. ( ) O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas encerra-se com um capítulo todo feito de negativas, no qual o narrador enumera uma série de faltas de que sofreu em vida, entre elas o fato de não ter tido filhos e, assim, não ter transmitido a ninguém a herança de nossa miséria. ( ) Há um consenso entre os críticos quanto a Dom Casmurro ser um romance baseado nas memó- rias sinceras de um homem traído. ( ) Machado atuou em diversas áreas das Letras brasileiras. O autor escreveu romances, contos, crítica literária; porém, deixou de lado o teatro e a poesia. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761489 Literatura
Leia o poema A meu pai morto, de Augusto dos Anjos, e analise as afirmativas.
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra. Em seus lábios que os meus lábios osculam Microrganismos fúnebres pululam Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra A uma só lei biológica vinculam, E a marcha das moléculas regulam, Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Roída toda de bichos, como os queijos Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem Entre as bocas necrófagas que o mordem E a terra infecta que lhe cobre os rins!
I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução. II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal. III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761490 Literatura
Leia o poema Momento num café, de Manuel Bandeira, e analise as afirmações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e [demorado Olhando o esquife longamente Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem [finalidade Que a vida é traição E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta.
( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida. ( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira. ( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe. ( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo. ( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761491 Literatura
Leia o trecho a seguir, retirado da obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, e compare-o com o quadro Os retirantes, de Candido Portinari. – Desde que estou retirando só a morte vejo ativa, só a morte deparei e às vezes até festiva; só a morte tem encontrado quem pensava encontrar vida, e o pouco que não foi morte foi de vida severina Imagem associada para resolução da questão

Todas as alternativas apresentam afirmações corretas, EXCETO:
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761492 Literatura
Leia os excertos do conto Uma vela para Dario, de Dalton Trevisan, e analise as afirmativas sobre o texto.
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. (...)
Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca. Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
(....)
A última boca repetiu – Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto. Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos. Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.
I. O conto retrata a perversa fascinação diante da morte de um passante. II. Dario, ao longo do texto, é privado não só de seus bens materiais, como também de seu nome próprio, sendo referido, ao final, apenas como um morto. III. O personagem, embora enfrente o completo desamparo, recebe uma espécie de cumplicidade e apiedamento de um habitante urbano em situação de fragilidade social. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761493 Literatura
_________, no conto Venha ver o pôr do sol, narra uma história de _________ a partir do encontro de um casal de antigos amantes, em que, ao fim, a personagem feminina é _________
Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761494 Literatura
Leia o trecho da crônica A morte da Velhinha de Taubaté, de Luís Fernando Veríssimo, e analise as considerações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso). “Morreu no último dia 19, aos 90 anos de idade, de causa ignorada, a paulista conhecida como “a Velhinha de Taubaté”, que se tornou uma celebridade nacional há alguns anos por ser a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo. (...) As circunstâncias da morte da Velhinha de Taubaté ainda não estão esclarecidas. Sua sobrinha Suzette, que tem uma agência de acompanhantes de congressistas em Brasília embora a Velhinha acreditasse que ela fazia trabalho social com religiosas, informou que a Velhinha já tivera um pequeno acidente vascular ao saber da compra de votos para a reeleição do Fernando Henrique Cardoso, em quem ela acreditava muito, mas ficara satisfeita com as explicações e se recuperara. Segundo Suzette, ela estava acompanhando as CPIs, comentara a sinceridade e o espírito público de todos os componentes das comissões, nenhum dos quais estava fazendo política, e de todos os depoentes, e acreditava que, como todos estavam dizendo a verdade, a crise acabaria logo, mas ultimamente começara a dar sinais de desânimo e, para grande surpresa da sobrinha, descrença. A Velhinha acreditara em Lula desde o começo e até rebatizara o seu gato, que agora se chamava Zé. Acreditava principalmente no Palocci. Ela morreu na frente da televisão, talvez com o choque de alguma notícia. Mas a polícia mandou os restos do chá que a Velhinha estava tomando com bolinhos de polvilho para exame de laboratório. Pode ter sido suicídio.
( ) A crônica constrói-se por meio da crítica bemhumorada do autor à corrupção generalizada da classe política. ( ) O autor explora, nesse texto, a linguagem típica da notícia de jornal para apresentar a realidade brasileira de forma caricaturesca. ( ) A profissão de Suzette na crônica é apresentada de modo direto, sem eufemismos. ( ) FHC, Lula e Palocci são personagens reais a partir dos quais a fé da Velhinha na política se consolida. ( ) Luís Fernando Veríssimo é um autor que, em seus textos, explora outros gêneros textuais, como a notícia, o conto, o diálogo, a poesia. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761495 Literatura
Leia o poema As mortes sucessivas, de Adélia Prado, e analise as afirmativas.
Quando minha irmã morreu eu chorei muito e me consolei depressa. Tinha um vestido novo e moitas no quintal onde eu ia existir. Quando minha mãe morreu Me consolei mais lento. Tinha uma perturbação recém-achada: meus seios conformavam dois montículos e eu fiquei muito nua, cruzando os braços sobre eles é que eu chorava. Quando meu pai morreu Nunca mais me consolei. Busquei retratos antigos, procurei conhecidos, parentes, que me lembrassem sua fala, seu modo de apertar os lábios e ter certeza. Reproduzi o encolhido do seu corpo em seu último sono e repeti as palavras que ele disse quando toquei seus pés: ´deixa, tá bom assim´. Quem me consolará desta lembrança? Meus seios se cumpriram e as moitas onde existo são pura sarça ardente de memória. I. O poema apresenta um eu lírico que busca uma aprendizagem frente à morte. II. As transformações do corpo do eu lírico evidenciam uma sucessão de perdas, enfrentadas desde a juventude. III. A lembrança do pai é representada como ferida dolorosa que não tranquiliza o sentimento de falta. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
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Ano: 2016 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761496 Literatura
Leia o excerto do romance Intermitências da Morte, de José Saramago, e analise as afirmativas. No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómeno semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar. I. A partir de uma situação fantástica, a inexistência de mortes é vista como um fato inquietante. II. Conforme o texto, podemos inferir que adoentados em estado grave foram salvos da morte, libertando-se de seu sofrimento. III. O estilo do autor é marcado pela oscilação entre a narrativa de um fato e o comentário dissertativo sobre ele. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são, apenas,
Alternativas
Respostas
21: E
22: B
23: C
24: A
25: B
26: D
27: B
28: B
29: D
30: C
31: E
32: A
33: C
34: E
35: D
36: D
37: C
38: A
39: E
40: D