Questões ENEM de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Foram encontradas 589 questões

Q1863098 Português

        Agora sei que a minha língua é a língua de sinais. Agora sei também que o português me convém. Eu quero ensinar português para os meus alunos surdos, pois eles precisam dessa língua para ter mais poder de negociação com os ouvintes [G, 2004].


         Eu me sinto bilíngue, eu converso com os surdos na minha língua e converso com os ouvintes no português, porque aprendi a falar o português, embora eu tenha voz de surdo, mas as pessoas muitas vezes me entendem. Eu já me acostumei a conversar com os ouvintes no meu português. Se alguns não me entendem, eu escrevo [SZ, 2011].


QUADROS, R. M. Libras. São Paulo: Parábola, 2019.



Considerando os contextos de uso da Libras e da língua portuguesa, o depoimento desses surdos revela que no contato entre essas línguas há uma

Alternativas
Q1863097 Português

Piquititim


            Se eu fosse um passarim

            Destes bem avoadô

            Destes bem piquititim

            Assim que nem beija-flor

            Avoava do gaim e assentava sem assombro

            Nas grimpinha do seu ombro

            Mode beijá seus beicim


            E se ocê deixasse as veiz

            Com um fio do seu cabelim

            No prazo de quaiz um mês

            Eu fazia nosso nin

            Aí sei que dessa veiz

            Em poquim tempo dispoiz

            Nóis largava de ser dois

            Pra ser quatro, cinco ou seis


CARNEIRO, H.; MORAIS, J. E. Disponível em: www.palcomp3.com.br.

Acesso em: 3 jul. 2019.



A estratégia linguística predominante na configuração regional da linguagem representada na letra de canção é o(a)

Alternativas
Q1863096 Português

Bola na rede

        Futebol de várzea, pelada, baba, racha, rachão. Os nomes podem ser diferentes em cada pedaço do Brasil, mas bater uma bolinha é mesmo uma paixão nacional. Os dados do suplemento de esporte da PNAD 2015 mostraram que o futebol foi a principal modalidade esportiva praticada no Brasil, com 15,3 milhões de adeptos.

        É claro que o fato de o nosso país ter um futebol profissional consagrado, com times que arrebatam torcidas e revelam jogadores, é uma influência positiva, mas a maioria dessa galera que gosta de correr atrás da bola não tem nenhuma pretensão profissional com o esporte. Para eles, tão bom quanto marcar um gol é juntar velhos amigos, fazer novas amizades e se divertir muito.

BENEDICTO, M.; MARLI, M. Retratos: a revista do IBGE, n. 2, ago. 2017 (adaptado). 


Ao abordar a temática do futebol no Brasil, o texto apresenta diferentes nomes para uma partida do esporte. Ao fazer isso, fica evidente que 

Alternativas
Q1863095 Português

        Seja por meio de uma conversa, uma mensagem de texto ou uma fotografia, a interação em sociedade acontece por meio da comunicação, e isso não é diferente na internet. Como colaborar para a inclusão digital de outros usuários para uma internet mais livre, aberta e, de fato, comunicativa?


        Os termos “acesso”, “usabilidade” e “inclusão digital” sempre acabam aparecendo em conjunto em discussões sobre como a sociedade se comunica pela internet. Ter um computador com acesso à internet é, como primeiro passo, essencial — mas saber utilizá-lo e conseguir, de fato, se comunicar, acessar a informação disponível na internet e usá-la é uma questão de caráter social muito mais profunda e diversa.


        Estar conectado é, acima de tudo, estabelecer comunicação com o outro — o qual pode viver em contextos sociais, econômicos e até mesmo físicos totalmente diferentes dos nossos. Ao levarmos em conta a internet como um ambiente que reflete e traz novas possibilidades à sociedade off-line — se é que podemos fazer essa distinção —, é indispensável considerar, na infraestrutura, na linguagem e nos conteúdos que circulam em rede, todas as diferenças presentes em nossa sociedade.


        Pensar em inclusão digital, como já dito, é pensar sempre no lugar do outro na interação e comunicação. Nem sempre a forma como costumamos escrever posts, criar imagens ou publicar vídeos é a mais adequada para que aquilo que elaboramos seja, de fato, acessível a todos. Reconhecer que nossa perspectiva é diferente da perspectiva do outro é imprescindível para que pensemos, incluindo todos esses outros, em novas formas de criar que levem em consideração diversas realidades de uso na internet.


Disponível em: https://irisbh.com.br. Acesso em: 5 maio 2019 (adaptado).



No contexto das tecnologias de informação e comunicação, o texto amplia o conceito de inclusão digital ao

Alternativas
Q1863094 Português

        Não cobra assinatura. Não cobra para fazer o download. Não tem anúncios. Não tem compras dentro do aplicativo. Mas, então, como o WhatsApp ganha dinheiro? Ou melhor, que tipo de magia fez o Facebook decidir comprar o app por R$ 19 bilhões, em 2014?


        Quando fundado em 2009, o WhatsApp cobrava US$ 1 por instalação em alguns países. Em outros, a empresa cobrava US$ 1 por ano como forma simbólica de assinatura. E, em alguns outros, o app era completamente gratuito, caso do Brasil.

        

        Em agosto de 2014, ano da compra pelo Facebook, cerca de 600 milhões de pessoas usavam o aplicativo de mensagens. Até setembro do mesmo ano, os relatórios financeiros do Facebook apontavam que o faturamento da empresa não ultrapassava a casa do US$ 1,3 milhão, menos de um centésimo do valor da compra. Se você pensou “então o WhatsApp não dá dinheiro”, isso faz algum sentido. O que levou o Facebook a gastar tanto, então?


        Especialistas apontam o “big data” — campo da tecnologia que lida com grandes volumes de dados digitais — como impulsionador da compra. Com mais informações, a empresa pode analisar melhor o comportamento dos usuários.

    

        Em agosto de 2016, o WhatsApp começou a compartilhar dados com o Facebook. O objetivo? Fomentar relações entre as bases de Facebook, WhatsApp e Instagram — sugerir amizades em uma rede com base em contatos da outra, por exemplo — mas, principalmente, otimizar a recomendação de publicidade. Afinal, é aí que está o maior volume de faturamento do Facebook atualmente.


Disponível em: https://noticias.uol.com.br. Acesso em: 4 jun. 2019 (adaptado).


As estratégias descritas no texto para a obtenção de lucro de forma indireta fundamentam-se no(a) 

Alternativas
Q1863093 Português

        Na tarefa diária de fazer jornalismo, bons títulos que apresentem de maneira clara o conteúdo da matéria são uma arte. Um leitor tem apontado, insistentemente, ao longo deste ano, títulos com sentido ambíguo em O Povo. No dia 8 de agosto, na editoria Brasil, o título destacava: “Justiça suspende processo por homicídio de acidente em Mariana”. Mais uma vez, ele apontou: “Do jeito como está escrito, ficou a dúvida: o acidente de Mariana cometeu ou sofreu o homicídio? Matou ou morreu?”. O leitor ainda deu a sugestão de como poderia ser: “Poderia ter sido assim: Suspenso o processo por homicídio resultante do acidente em Mariana”. Entendo que a insistência do leitor em apontar ambiguidades nos títulos é uma maneira de cobrar mais atenção com eles. É nossa obrigação, como jornalistas, oferecer títulos precisos e coerentes, mesmo que o espaço para escrevê-los seja delimitado por colunas e caracteres.


Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 10 dez. 2017 (adaptado).



Esse texto é de uma coluna de jornal escrita por um ombudsman, profissional que, de maneira independente, critica o material publicado e responde às queixas dos leitores. Quais trechos do texto ratificam o papel desse profissional?

Alternativas
Q1863092 Português

Letramento entra em cena


            Houve uma significativa mudança conceitual com a entrada em cena da ideia de letramento ou níveis de alfabetismo, a partir da década de 1980. Trocando em miúdos, deixou-se de lado a divisão entre indivíduos alfabetizados (capacitados para codificar e decodificar os elementos linguísticos) e analfabetos. O letramento implica associar escrita e leitura a práticas sociais que tenham sentido para aqueles que as utilizam, além de pressupor níveis de domínio das práticas que exigem essas habilidades.


BARROS, R. Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br.

Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado). 



A ideia de letramento compreende a alfabetização de forma processual. Pela leitura e análise do texto, para que o cidadão entre efetivamente no mundo da escrita, a escola deve dar condições a ele de

Alternativas
Q1863091 Português

Descobrimento


            Abancado à escrivaninha em São Paulo

            Na minha casa da rua Lopes Chaves

            De supetão senti um friúme por dentro.

            Fiquei trêmulo, muito comovido

            Com o livro palerma olhando pra mim.


            Não vê que me lembrei lá no norte, meu Deus!

            [Muito longe de mim,

            Na escuridão ativa da noite que caiu,

            Um homem pálido, magro de cabelo escorrendo

            [nos olhos,

            Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,

            Faz pouco se deitou, está dormindo.


            Esse homem é brasileiro que nem eu...


ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.



O poema modernista de Mário de Andrade revisita o tema do nacionalismo de forma irônica ao 

Alternativas
Q1863090 Português

TEXTO I

             O usufruto de jogos eletrônicos,vinculado à psicopatologia, pode ser considerado um comportamento desadaptativo quando são apresentados sinais de excesso na utilização de tais tecnologias. Isso ocorre quando o comportamento afeta o sujeito de forma que ele se encontre incapaz de controlar a frequência e o tempo diante de um comportamento que anteriormente era considerado inofensivo.

LEMOS, I. L.; SANTANA, S. M. Rev. Psiq. Clín., n. 1, 2012.


TEXTO II

                A maior parte da literatura científica relacionada aos exergames e educação se concentra no potencial do jogo para melhorar a saúde física dos alunos, envolvê-los em atividades sociais e melhorar seu desempenho acadêmico. Resultados de pesquisas recentes também têm mostrado que tais jogos podem contribuir para o treinamento de práticas esportivas e outras atividades envolvendo movimento, ou para o desenvolvimento de habilidades motoras.

FINCO, M. D.; REATEGUI, E. B.; ZARO, M. A. Movimento, n. 3, jul.-set. 2015.


Apesar de interpretarem de forma distinta os jogos eletrônicos, ambos os textos abordam o(a)

Alternativas
Q1863089 Português

        A prática de jogos, esportes, lutas, danças e ginásticas é considerada, no senso comum, como sinônimo de saúde. Essa relação direta de causa e efeito linear e incondicional é explorada e estimulada pela indústria cultural, do lazer e da saúde ao reforçar conceitos e cultivar valores, no mínimo contestáveis, de dieta, de forma física e de modelos de corpos ideais.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1998.


O texto demonstra uma compreensão de saúde baseada na

Alternativas
Q1863088 Português

        O esporte moderno, como o futebol, desenvolve- -se, nos dias de hoje, com base nos princípios da sociedade moderna ocidental, industrializada nos moldes capitalistas. Ele é uma instância da ação do poder econômico e do poder político, figurando também no rol dos instrumentos de manutenção da ordem vigente e da manobra e comunicação com as massas.


PAULA, H. E. Cabeça de ferro, peito de aço, perna de pau: a

construção do corpo esportista brincante. Motriz, n. 2, 1996 (adaptado). 


Jogadores e jogadoras podem se tornar elementos transformadores das ordens esportiva e social, na medida em que exerçam festivamente a sua criatividade para 

Alternativas
Q1863087 Português

TEXTO I


        Para que seja caracterizada como bullying, e não como uma agressão ocasional, a ação praticada e sofrida pela vítima deve responder a alguns critérios: a agressividade (física, verbal, social) e a intencionalidade do ato, ou seja, o desejo de causar dor e constrangimento; a frequência da agressão, uma vez que o bullying é um ato repetitivo; e a desigualdade na relação de poder, manifestada pela diferença de força física ou social entre o agressor e a vítima.


ABDALLA, S. Bullying na escola: uma ameaça que não é brincadeira.

Disponível em: www.gazetadopovo.com.br. Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado)



TEXTO II


Imagem associada para resolução da questão




De acordo com as características apresentadas nos textos, depreende-se que o bullying nas aulas de educação física escolar tem sido resultante das 

Alternativas
Q1863085 Português

TEXTO I


Imagem associada para resolução da questão

TOHAKU, H. Floresta de pinheiros. Nanquim sobre papel, 1,56 m x 3,47 m.

Museu Nacional de Tóquio, Japão, 1595.


Disponível em: https://medium.com. Acesso em: 19 jun. 2019.



TEXTO II

Arte japonesa


        O zen (chán, em chinês) enfatiza a autoconfiança e a meditação, rejeitando os estudos tradicionais das escrituras budistas e a realização de complicados rituais. O zen foi introduzido no Japão no século XIII por monges japoneses que viajaram à China a fim de estudar as mais recentes doutrinas. A simplicidade e a autodisciplina rígida ensinadas pelos mestres zen atraíram a classe dos samurais (guerreiros), e muitos templos zen foram construídos no Japão entre os séculos XIII e XV.


ARICHI, M. In: FARTHING, S. (Ed.). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro:

Sextante, 2011 (adaptado).



A obra Floresta de pinheiros, do artista Hasegawa Tohaku, expressa influências do zen-budismo ao

Alternativas
Q1863084 Português

TEXTO I


Imagem associada para resolução da questão

Artista Efigênia Ramos Rolim vestindo uma de suas criações.

Disponível em: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br. Acesso em: 18 jun. 2019. 


TEXTO II


        Artista popular, inquieta e sonhadora, mais conhecida como a “Rainha do Papel de Bala”, Efigênia Ramos Rolim dá vida à sua arte usando o lixo como matéria-prima para construir objetos artísticos que refletem seu olhar fantástico do cotidiano. Sua produção inclui peças de vestuário, carrinhos de madeira customizados e um grande número de personagens realizados com material reciclado que remetem a histórias irreais, surgidas da sua imaginação. Já teve sua obra exposta ao lado de nomes como Arthur Bispo do Rosário e recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura, a mais alta honraria concedida pelo órgão aos artistas brasileiros.

Disponível em: http://bienaldecuritiba.com.br.

Acesso em: 18 jun. 2019 (adaptado).


A artista Efigênia Ramos Rolim destaca-se por produzir peças que, ao serem vestidas, 

Alternativas
Q1863082 Português

        Sou leitor da revista e, acompanhando a entrevista da juíza Kenarik Bouijikian, observo que há uma informação passível de contestação histórica. Na página 14, a meritíssima cita que “tivemos uma lei que proibia a entrada de africanos escravizados no Brasil (Lei Eusébio de Queirós), e sabemos que mais de 500 mil entraram no país mesmo após a promulgação da lei”. Sou professor de História e, apesar de, após a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, africanos escravizados terem entrado clandestinamente no país, o número me parece exagerado. É possível que meio milhão de africanos tenham entrado ilegalmente após uma lei antitráfico de 1831, a Lei Feijó, que exatamente por seu não cumprimento passou a ser no anedotário jurídico chamada de “lei para inglês ver”. Como a afirmação está entre parênteses, me parece ter sido uma nota equivocada do entrevistador, e não da juíza entrevistada. De toda sorte, há a ilegalidade do trânsito de escravizados para o Brasil apesar da existência de uma lei restritiva. 


        J.C.C.


Cult, n. 229, nov. 2017 (adaptado).



A função social da carta do leitor está contemplada nesse texto porque, em relação a uma publicação em edição anterior de uma revista, ele apresenta um(a) 

Alternativas
Q1863081 Português

        — … E o amor não é só o que o senhor Sousa Costa pensa. Vim ensinar o amor como deve ser. Isso é que pretendo, pretendia ensinar pra Carlos. O amor sincero, elevado, cheio de senso prático, sem loucuras. Hoje, minha senhora, isso está se tornando uma necessidade desde que a filosofia invadiu o terreno do amor! Tudo o que há de pessimismo pela sociedade de agora! Estão se animalizando cada vez mais. Pela influência às vezes até indireta de Schopenhauer, de Nietzsche… embora sejam alemães. Amor puro, sincero, união inteligente de duas pessoas, compreensão mútua. E um futuro de paz conseguido pela coragem de aceitar o presente.


        Rosto polido por lágrimas saudosas, quem vira Fräulein chorar!…


        — … É isso que eu vim ensinar pra seu filho, minha senhora. Criar um lar sagrado! Onde é que a gente encontra isso agora?



ANDRADE, M. Amar, verbo intransitivo. Rio de Janeiro: Agir, 2008.




Confrontada pela dona da casa, a personagem alemã explica as razões de sua presença ali. Em seu discurso, o amor é concebido por um viés que 

Alternativas
Q1863080 Português

        Estresse é um termo que se vulgarizou nos últimos tempos. Queixa-se de estresse o homem que chega em casa depois de um dia de muito trabalho, de trânsito pesado e das filas do banco. Queixa-se a mulher que enfrentou uma maratona de atividades domésticas, profissionais e com os filhos. À noite, terminado o jantar, com as crianças recolhidas, os dois mal têm forças para trocar de roupa e cair na cama.

    A palavra estresse não cabe nesse contexto. O que eles sentem é cansaço, estão exaustos e uma noite de sono é um santo remédio para recompor as energias e revigorá-los para as tarefas do dia seguinte.

       A palavra estresse, na verdade, caracteriza um mecanismo fisiológico do organismo sem o qual nós, nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso antepassado das cavernas não reagisse imediatamente, ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado descendentes. Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam uma série de mediadores químicos (o mais popular é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem.

Disponível em: http://drauziovarella.com.br. Acesso em: 2 jun. 2015.


Ao lançar mão do mecanismo de comparação, o autor do texto conduz os leitores a

Alternativas
Q1863079 Português

A caolha


        A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados. O seu aspecto infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a desgraçada tinha um defeito horrível: haviam-lhe extraído o olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, contudo, junto ao lacrimal, uma fístula continuamente porejante. Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da olheira, era essa destilação incessante de pus que a tornava repulsiva aos olhos de toda a gente.


ALMEIDA, J. L. In: COSTA, F. M. (org.). Os melhores contos brasileiros

de todos os tempos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.



Que procedimento composicional o narrador utiliza para caracterizar a aparência da personagem?

Alternativas
Q1863078 Português

TEXTO I

A gestão da ignorância

  

      Novas tecnologiasmudaram a forma de pensar, planejar e também de se relacionar dentro das empresas. Agora, o que vale é ter flexibilidade, colaboração, segurança digital e confiança nas relações. Mas quais são as oportunidades para crescer nesse ambiente cada vez mais disruptivo?

CAMANHO, R. Revista da ESPN, n. 4, out.-nov.-dez. 2017 (adaptado).



TEXTO II

A falsa sensação de segurança


        O número de usuários cresce, e, paralelo a isso, a falsa sensação de que a conexão digital é completamente segura e livre de ameaças. Profissionais de TI têm enfrentado problemascom falhasde segurança.Eisso porque, em certos cenários, apenas um antivírus e/ou firewall bem configurados não são mais suficientes para mitigar os riscos atuais.


MOGAMI, S. Guia de produtos para infraestrutura de data centers.

RTI Redes, Telecom e Instalações, n. 213, fev. 2018.



Ao abordarem a temática da tecnologia, os textos I e II apresentam como ponto comum 

Alternativas
Q1863077 Português

        As ruas de calçamento irregular feito com pedras pé de moleque e o casario colonial do centro histórico de Paraty, município ao sul do estado do Rio de Janeiro, foram palco de uma polêmica encerrada há pouco mais de dez anos: o nome da cidade deveria ser escrito com “y” ou com “i”?


        Tudo começou após mudanças nas regras ortográficas da língua portuguesa no Brasil terem determinado a substituição do “y” por “i” em palavras como “Paraty”, que então passou a figurar nos mapas como “Parati”. Revoltados com a alteração, os paratienses se mobilizaram para que o “y” retornasse ao seu devido lugar na grafia do nome da cidade, o que só ocorreu depois da aprovação de uma lei pela Câmara de Vereadores, em 2007.


        No caso de “Paraty”, uma das argumentações em favor do uso do “y” teve por base a origem indígena da palavra. “Foi percebido que existem várias tonalidades para a pronúncia do ‘i’ para os indígenas. E cada uma delas tem um significado diferente. O ‘y’ é mais próximo à pronúncia que eles usavam para significar algo no território. É como se fosse ‘Paratii’, que significa água que corre. Aí o linguista achou por bem utilizar o ‘y’ para representar essa pronúncia, o ‘i’ longo, o ‘i’ dobrado”, esclarece uma técnica da coordenação de cartografia do IBGE.


BENEDICTO, M.; LOSCHI, M. Nomes geográficos.

Retratos: a revista do IBGE, fev. 2019.



A resolução da polêmica, com a permanência da grafia da palavra “Paraty”, revela que a normatização da língua portuguesa foi desconsiderada por

Alternativas
Respostas
141: A
142: B
143: B
144: A
145: D
146: B
147: A
148: C
149: B
150: B
151: E
152: A
153: B
154: E
155: A
156: D
157: E
158: A
159: E
160: C