Eram, exatamente, 07:00h da manhã de um lindo dia de primavera, quando a lancha vermelha e branca do Prático
estava se aproximando da escada de quebra-peito, adequadamente posicionada a boreste, um metro acima da linha
d’água. No passadiço, o Prático lutava contra os raios de sol que vinham diretamente da proa, a fim de ler a “Folha de
Informações para o Prático”, convenientemente colocada junto à vigia central. Não era um navio muito grande: 170
metros de comprimento total, 8,50 metros de calado, arqueação bruta de 16.720, hélice de passo controlável direito,
um potente motor de 11.000 BHP, 23,40 metros de boca. Ele foi para a asa de bombordo e não pode evitar parar por
um momento para admirar a bela vista do outro lado do canal. O sol diametralmente oposto, refletido pela superfície
espelhada do prédio da prefeitura, combinado com o reflexo dessa amostra genuína de arquitetura moderna nas
águas paradas, naquele momento, favorecido, também, pela falta de vento, compunha uma paisagem digna de ser
imortalizada em uma obra prima de Dali.
“- Bem, vamos voltar ao trabalho. É o único navio nessa dársena, atracado na posição mais próxima do canal, parece
que será fácil tirá-lo daqui, esse giro será rápido - pensou consigo”. Depois que o único rebocador disponível já
estava com o cabo passado na proa, operando na condição “push-pull”, e que as providências apropriadas em
relação às espias já haviam sido tomadas, podemos concluir que a manobra mais simples a ser executada, a fim de
alcançar o canal, de acordo com Daniel H. Mac Elrevey, em sua obra “SHIPHANDLING FOR THE MARINER”, será: