Questões Militares Sobre análise sintática em português

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Q542105 Português

                                          TEXTO I

                      AS FERIDAS ABERTAS DA ESCRAVIDÃO

      Mais de um século após abolir a escravatura, Brasil e EUA

       apenas agora começam a reconstruir a história de seus

                                        heróis negros.

  

   (Época/ nº823, 10 de março de 2014, editora Globo, p.55)

Ao término de cada trecho, foi indicada a função sintática da oração sublinhada. Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q535979 Português

                                 O que diria e o que faria Mandela?


      O mundo acompanha o drama humanitário e os dilemas europeus sobre acolher e/ou conter migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo da África do Norte para a Europa. São desastres constantes nas embarcações com seus passageiros, nas transações encetadas por traficantes do desespero e da esperança. No último fim-de-semana foi o naufrágio de um barco pesqueiro na costa líbia que deixou centenas de mortos. No entanto, outro drama humanitário se desenrola no sul da África, com a violência e a xenofobia dos últimos dias justamente na nação arco-íris que Nelson Mandela se propôs a construir no lugar do apartheid há pouco mais de 20 anos.

      [...] A mais recente onda de violência mistura xenofobia e mera criminalidade em um país em crescente crise econômica, taxa de desemprego de 24%, chefiado pelo desacreditado presidente Jacob Zuma e marcado pela percepção, especialmente em comunidades pobres, de que estrangeiros estão roubando os empregos. No entanto, o catalisador da violência (xenofobia) se diluiu em meio à escalada, pois muitos dos mortos e donos de negócios saqueados eram sul-africanos. Nelson Mandela nunca teve sucessores à altura e sempre se soube que seria uma tarefa descomunal construir uma nação arco-íris. O desafio se tornou mais ingrato e o arco-íris está ainda mais distante no horizonte.


                                          (Caio Blinder, 21/04/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/

                                                              nova-york/africa-do-sul/o-que-diria-mandela/. Adaptado.) 

Nos trechos selecionados a seguir, os termos sublinhados possuem o mesmo valor sintático, exceto:
Alternativas
Q535971 Português

                                 O que diria e o que faria Mandela?


      O mundo acompanha o drama humanitário e os dilemas europeus sobre acolher e/ou conter migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo da África do Norte para a Europa. São desastres constantes nas embarcações com seus passageiros, nas transações encetadas por traficantes do desespero e da esperança. No último fim-de-semana foi o naufrágio de um barco pesqueiro na costa líbia que deixou centenas de mortos. No entanto, outro drama humanitário se desenrola no sul da África, com a violência e a xenofobia dos últimos dias justamente na nação arco-íris que Nelson Mandela se propôs a construir no lugar do apartheid há pouco mais de 20 anos.

      [...] A mais recente onda de violência mistura xenofobia e mera criminalidade em um país em crescente crise econômica, taxa de desemprego de 24%, chefiado pelo desacreditado presidente Jacob Zuma e marcado pela percepção, especialmente em comunidades pobres, de que estrangeiros estão roubando os empregos. No entanto, o catalisador da violência (xenofobia) se diluiu em meio à escalada, pois muitos dos mortos e donos de negócios saqueados eram sul-africanos. Nelson Mandela nunca teve sucessores à altura e sempre se soube que seria uma tarefa descomunal construir uma nação arco-íris. O desafio se tornou mais ingrato e o arco-íris está ainda mais distante no horizonte.


                                          (Caio Blinder, 21/04/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/

                                                              nova-york/africa-do-sul/o-que-diria-mandela/. Adaptado.) 

Assinale o termo em destaque que exerce função sintática cuja característica é ser um complemento diretamente ligado ao verbo.
Alternativas
Q535960 Português

                                             Democracia e autoritarismo


      O fato de que as pessoas que vivem em um regime democrático não saibam o que é democracia é uma questão por si só muito grave. O saber sobre o que seja qualquer coisa – e neste, caso, sobre o que seja a democracia – se dá em diversos níveis e interfere em nossas ações. Agimos em nome do que pensamos. Mas muitas vezes não entendemos muito bem nossos próprios pensamentos, pois somos vítimas de pensamentos prontos.

      Creio que, neste momento brasileiro, poucas pessoas que agem em nome da democracia estejam se questionando sobre o que ela realmente seja. É provável que poucos pratiquem o ato de humildade do conhecimento que é o questionamento honesto. O questionamento é uma prática, mas é também qualidade do conhecimento. É a virtude do conhecimento. É essa virtude que nos faz perguntar sobre o que pensamos e assim nos permite sair de um nível dogmático para um nível reflexivo de pensamento. Essa passagem da ideia pronta que recebemos da religião, do senso comum, dos meios de comunicação para o questionamento é o segredo da inteligência humana seja ela cognitiva, moral ou política.

      [...] a democracia flerta facilmente com o autoritarismo quando não se pensa no que ela é e se age por impulso ou por leviandade. Eu não sou uma pessoa democrática quando vou à rua protestar em nome dos meus fins privados, dos meus interesses pessoais, quando protesto em nome de interesses que em nada contribuem para a construção da esfera pública. Eu sou autoritária quando, sem pensar, imponho violentamente os meus desejos e pensamentos sem me preocupar com o que os outros estão vivendo e pensando, quando penso que meu modo de ver o mundo está pronto e acabado, quando esqueço que a vida social é a vida da convivência e da proteção aos direitos de todos os que vivem no mesmo mundo que eu. Não sou democrática quando minhas ações não contribuem para a manutenção da democracia como forma de governo do povo para o povo, quando esqueço que o povo precisa ser capaz de respeitar as regras do próprio jogo ao qual ele aderiu e que é o único capaz de garantir seus direitos fundamentais: o jogo da democracia.


                                       (Marcia Tiburi. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2015/03/

                                                                         democracia-e-autoritarismo/. 18/03/2015. Adaptado.) 

Dentre os termos destacados a seguir, indique o que se diferencia dos demais em relação à classificação sintática.
Alternativas
Q528712 Português
A seca
            De repente, uma variante trágica.
            Aproxima-se a seca.
            O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.
         Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que irradia do Ceará.
     Buckle, em página notável, assinala a anomalia de se não afeiçoar nunca, o homem, às calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano; e no Peru as crianças ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra.
           Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a, estoico. Apesar das dolorosas tradições que conhece através de um sem-número de terríveis episódios, alimenta a todo o transe esperanças de uma resistência impossível.
      Com os escassos recursos das próprias observações e das dos seus maiores, em que ensinamentos práticos se misturam a extravagantes crendices, tem procurado estudar o mal, para o conhecer, suportar e suplantar. Aparelha-se com singular serenidade para a luta. Dois ou três meses antes do solstício de verão, especa e fortalece os muros dos açudes, ou limpa as cacimbas. Faz os roçados e arregoa as estreitas faixas de solo arável à orla dos ribeirões. Está preparado para as plantações ligeiras à vinda das primeiras chuvas.
         Procura em seguida desvendar o futuro. Volve o olhar para as alturas; atenta longamente nos quadrantes; e perquire os tra- ços mais fugitivos das paisagens...
        Os sintomas do flagelo despontam-lhe, então, encadeados em série, sucedendo-se inflexíveis, como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão assombradora da Terra. Passam as “chuvas do caju" em outubro, rápidas, em chuvisqueiros prestes delidos nos ares ardentes, sem deixarem traços; e pintam as caatingas, aqui, ali, por toda a parte, mosqueadas de tufos pardos de árvores marcescentes, cada vez mais numerosos e maiores, lembrando cinzeiros de uma combustão abafada, sem chamas; e greta-se o chão; e abaixa-se vagarosamente o nível das cacimbas... Do mesmo passo nota que os dias, estuando logo ao alvorecer, transcorrem abrasantes, à medida que as noites se vão tornando cada vez mais frias. A atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor na fronte, enquanto a armadura de couro, sem mais a flexibilidade primitiva, se lhe endurece aos ombros, esturrada, rígida, feito uma couraça de bronze. E ao descer das tardes, dia a dia menores e sem crepúsculos, considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes, transvoando a outros climas...
            É o prelúdio da sua desgraça.

(Euclides da Cunha, Os Sertões. Em: Massaud Moisés, A literatura brasileira através dos tempos, 2004.)
Na frase – Aproxima-se a seca. –, a expressão “a seca” tem a mesma função na sintaxe da oração que a destacada em:
Alternativas
Q527139 Português
                 No aeroporto

Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
      Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. [...]
      Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. [...]
      Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.

                               (ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço.Reprod. em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 1107-1108.)  

Associe as duas colunas relacionando os termos em destaque com suas respectivas funções sintáticas. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.  


(1) Sujeito                         ( ) “Viajou meu amigo Pedro." (1º§)

(2) Predicativo                   ( ) “Fui levá-lo ao Galeão, [...]" (1º§)

(3) Objeto direto                ( ) “De repente o aeroporto ficou vazio." (4º§)

(4) Objeto indireto              ( ) “A vista da pessoa humana lhe dá prazer." (2º§)  
Alternativas
Q524191 Português
Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado relaciona uma oração que exerce função sintática de natureza diferente das demais.
Alternativas
Q519376 Português

Analise as proposições e seus argumentos.


I. “Há menas coisa para comprar hoje do que na semana passada”.

O vocábulo menos é invariável, sendo, portanto, considerada inadequada à norma padrão a seguinte construção: “Há menas coisa para ...”.

II. “Achava os homens declamadores, grosseiros, cansativos, pesados, frívolos, chulos, triviais”.

A vírgula foi utilizada para separar elementos que exercem a mesma função sintática.

III. “À sua volta, tudo lhe parece chorar: as árvores, o capim, os insetos”.

Os dois-pontos foram empregados para anunciar uma enumeração explicativa.

IV. “Só um ou outro menino usava sapatos; a maioria, de tamanco ou descalça”.

Na frase acima e na frase “Nem um nem outro havia idealizado previamente este encontro”, as expressões um ou outro e nem um nem outro, empregadas como pronomes adjetivos, exigem normalmente o verbo no singular.


A alternativa CORRETA é

Alternativas
Q516886 Português
TEXTO 1

                          Ex-presos de Guantánamo se divertem em ilha paradisíaca

      Se o inferno e o paraíso existem e se há um caminho rápido para ir de um ao outro, os quatro refugiados uigures o conhecem bem. Depois de sete anos presos em Guantánamo, a base naval dos Estados Unidos em Cuba, eles foram enviados para Bermuda, um território britânico localizado no Oceano Atlântico que aceitou receber os ex-suspeitos de terrorismo.
      Ablakim Turahun, Abdulla Abdulqadir, Khelil Mamut e Salahidin Abdulahat são chineses, nascidos em Xinjiang, uma região autônoma no noroeste do país, que tem um forte movimento separatista, reprimido duramente por Pequim. Presos no Afeganistão e no Paquistão por suspeita de terem ligações com a rede terrorista Al Qaeda e com o Talibã, eles foram libertados neste ano, depois que o presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu resolver a situação dos detidos em Guantánamo e fechar a prisão.
      Após a defesa, autoridades americanas declararam os quatro inocentes e declararam que eles não representavam perigo à segurança nacional. Eles foram soltos, mas havia um problema. Eles não poderiam ser enviados para a China, já que a lei americana impede a deportação para países em que os prisioneiros têm risco de serem torturados. Foi aí que as autoridades de Bermuda se colocaram à disposição para receber o quarteto, diante da recusa de diversas outras nações. Desde que o governo dos EUA banque todas as despesas.
       “Quando nenhum país aceitou nos receber e todos nos temiam, Bermuda teve a coragem de nos receber", disse Abdulla Abdulgadir, de 30 anos, ao jornal britânico Daily Mail. Ao chegar a Bermuda, os quatro aproveitaram as belezas do lugar. Foram pescar, tomaram sorvete e mergulharam no mar, algo raro para quem lutava contra a opressão na Ásia Central, a milhares de quilômetros do oceano. “Não vamos sair daqui", disse Abdulgadir. “Nossos únicos inimigos são os chineses, que nos torturam e matam nossos homens, mulheres, crianças e bebês", disse.
      Nas ilhas, os quatro estão sendo auxiliados por Glenn Brangman, um ex-militar que vai ajudar o grupo a reestruturar a vida. Segundo ele, os uigures querem aprender a dançar, dirigir e mergulhar, além de abrir um restaurante de comidas típicas uigures em Bermuda.
      O que chama a atenção é o fato de a transferência ter sido acertada diretamente por autoridades americanas com o governador de Bermuda, Richard Gozney, sem a anuência do Reino Unido, que tem a prerrogativa de determinar o andamento das relações internacionais de Bermuda. Apesar da irritação do governo e de parlamentares britânicos com a realocação dos uigures, o primeiro-ministro Gordon Brown disse que Barack Obama ligou para ele agradecendo pela transferência. Agora, os EUA devem definir o destino de outros 13 uigures. Apesar de a China ter manifestado o desejo de ter os homens de volta, eles devem ir para Palau, um pequeno país no Pacífico.

                     Texto disponível em < http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI77437-15227,00-                                    EXPRESOS+DE+GUANTANAMO+SE+DIVERTEM+EM+ILHA+PARADISIACA.html>. 
                                                                                                                 Acesso em 16 jun 2009.

Assinale a alternativa correta quanto às funções sintáticas desempenhadas pela(s) expressão(ões) destacada(s).  

Alternativas
Q508819 Português
TEXTO 2

Um livro de ensino de Geografia, da autoria de Demétrio Magnoli, ensina o seguinte:

       “A água é um recurso que se renova constantemente por meio do ciclo natural que envolve a atmosfera, a hidrosfera e a crosta. Mas é um recurso finito. Cerca de 97,5% de toda a água do planeta se encontra em oceanos e mares salgados. Do total de água doce, 69% encontram- se congelados em glaciares das montanhas e das altas latitudes e cerca de 30% estão em aquíferos. Os rios e lagos contêm menos de 1% do total de água doce.
      A contaminação de mananciais, o uso excessivo e o desperdício do recurso essencial provocam escassez de água. Ao longo do século XX, a demanda global de água doce dobrou a cada 20 anos. Se mantidos os padrões de consumo atuais, em 2025 cerca de dois terços da população mundial experimentarão escassez moderada ou severa de água.”


“A contaminação de mananciais, o uso excessivo e o desperdício do recurso essencial provocam escassez de água. Ao longo do século XX, a demanda global de água doce dobrou a cada 20 anos." Entre os termos citados, aquele que exemplifica uma função sintática diferente das demais é:
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Q507086 Português
Leia:

    Para um homem ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz.

Em apenas uma das alternativas seguintes, o trecho em negrito deve receber a mesma classificação sintática do trecho em destaque da frase acima. Assinale-a.
Alternativas
Ano: 2015 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2015 - EAM - Marinheiro |
Q506229 Português
Assinale a opção INCORRETA com relação à classificação da análise sintática dos termos sublinhados.
Alternativas
Ano: 2015 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2015 - EAM - Marinheiro |
Q506226 Português

Texto

Marinha do Brasil realizou Operação "Amazônia Azul" 


    O nome Amazônia Azul, cunhado pela Marinha, designa a imensa região marítima contígua à costa brasileira, cujos potenciais estratégico e econômico assemelham-se ao da Amazônia verde.

    Pela Amazônia Azul circulam 95% do nosso comércio exterior e de lá são extraídos aproximadamente 90% da produção brasileira de petróleo; também nesse espaço há uma intensa atividade pesqueira.

    A Operação visou ao aprimoramento da fiscalização das águas territoriais e preparo da Força Naval para que atuasse na Copa do Mundo de 2014.

    A Marinha do Brasil detalhou como foi o funcionamento da Operação "Amazônia Azul", que se estendeu por todo o território nacional.

    A operação foi um exercício de grande escala que visou ao aprimoramento da fiscalização das águas territoriais brasileiras e ao preparo da Força Naval durante a Copa do Mundo FIFA 2014. A iniciativa envolveu 30 mil militares, 60 navios, 15 aeronaves e diversas embarcações das Capitanias dos Portos, distribuídos por uma área de 3,5 milhões de Km2 ao longo da costa do Pais.

    A operação encerrou-se no dia 22 de fevereiro e contou com a participação da Força Aérea Brasileira (FAB), além de instituições como o Departamento de Policia Federal, a Secretaria de Receita Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Petrobrás e a Transpetro.

   Segundo a Marinha, os navios e embarcações realizaram ações de patrulha e de inspeção naval não só na área da Amazônia Azul, mas também, nos principais rios, lagos e bacias hidrográficas do Brasil. A operação se desenvolveu ao longo de toda a costa brasileira, além de percorrer rios como o Amazonas, Tocantins e Araguaia, o rio Paraguai e diversas outras localidades.

   Os fuzileiros navais atuaram na defesa de portos, terminais petrolíferos de interesse estratégico e plataformas de petróleo.


Fonte: Ministério da Defesa: www.brasil.gov.br/defesa-eseguranca/2014/02/marinha-do-brasil-detalha-a-operacao-amazoniaazul, publicado em: 18/02/2014. (com adaptações)

Assinale a opção correta com relação à análise sintática dos termos que constituem o título do texto "Marinha do Brasil realizou Operação Amazônia Azul".
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Q505567 Português
                                              Restos do carnaval

       Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Atéque viesse o outro ano. E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate.Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu.
    No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.
    E as máscaras? Eu tinha medo mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados,pois, era essencial para mim. 
    Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval de criança. Mas eu pedia a uma das minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice. 
    Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha eo nome da fantasia era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira. 
    Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga - talvez atendendo a meu mudo apelo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma. 
    Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse pelo menos estaríamos de algum modo vestidas - à ideia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos pudores femininos de oito anos, de combinação na rua, morríamos previamente de vergonha - mas ah! Deus nos ajudaria! Não choveria! Quanto ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola.
    Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa. 
    Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e aindasem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vidainfantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava. 
    Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se,minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.
    Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa. 

                       (Lispector, Clarice. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998)

“Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa.” (8º§)

A relação lógica existente, nas orações sublinhadas, no período anterior é de
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Q504223 Português
                                                Texto 1

                        O MENINO QUE TINHA MEDO DE POESIA

                                    (Pedro Gabriel - Março de 2014)

            - Mãe, acho que tem um poema debaixo da minha cama!
            Quando menino, a poesia me assustava. Parecia ter dentes afiados, pernas desajeitadas, mãos opressoras. E nem as mãos da professora mais dócil conseguiam me acalmar. Não compreendia uma palavra, uma metáfora, uma rima pobre, rica ou rara. Não entendia nada. Tentava adivinhar o que o poeta queria dizer com aquela frase entupida de imagens e sentidos subjetivos. Achava-me incapaz de pertencer àquilo. Não conseguia mergulhar naquele mundo. Eu, sem saber nadar em versos, afogava-me na incompreensão de um soneto; ela - a tão sagrada poesia - não me afagava e me deixava morrer na praia, entre um alexandrino e um heptassílabo.
            Toda vez que eu era obrigado a decorar poesia, sentia vontade de sumir, de virar um móvel e ficar imóvel até tudo se acabar. Por dentro, sentia azia, taquicardia, asma espontânea, tremelique e gagueira repentina. Por fora, fingia que estava tudo bem. Eu sempre escolhia o poema mais curto da lista que a escola sugeria. Naquele dia, sobrou Pneumotórax, de Manuel Bandeira, e eu queria ser aquele paciente para não precisar declamá-lo. Eu queria tossir, repetir sem parar: trinta e três… Trinta e três… Ter uma doença pequena, uma desculpa qualquer, um atestado médico assinado pelo meu avô que me deixasse em casa - não a semana toda, mas só o tempo da aula.
            Depois, para a prova de francês, não tive escolha: fui obrigado a decorar Le dormeur du Val, de Rimbaud. Eu lembro que, antes de ficar em pé de frente para o meu professor, eu queria que alguém me desse dois tiros no peito. Queria ser esse soldado e dormir, tranquilo, na paz celestial daquele vale até que a turma toda esquecesse a minha existência. Ou que a guerra fosse declarada finda. Ou que eu fosse declamado culpado. A Primeira Guerra Mundial parecia durar menos do que aqueles 15 minutos de exame. Minha boca está seca até hoje. Minhas mãos estão molhadas até agora. Só eu sei o que suei por você, querida Poesia.
            Aos 17, a poesia ainda me apavorava. Podia ser o verso mais delicado do mundo, eu tinha medo. Podia ser o poeta mais simpático da face da Terra, eu desconfiava. Desconversava, lia outra coisa. Ou não lia nada. Talvez por não querer entendê-la. Talvez por achar não merecê- la. E assim ficava à mercê da minha rebeldia. Não queria aprender a contar sílabas, queria ser verso livre. Tolo! Até a liberdade exige teoria!
            Se hoje eu pudesse falar com aquele menino, diria-lhe que a poesia não é nenhum decassílabo de sete cabeças. Que se ela o assusta é porque ela o deseja. Que se ele sente medo é porque ele precisa dela. Não há mais monstro debaixo da sua cama. O monstro agora está em você.
            - Filho, acho que tem um poema por dentro de quem você ama

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                                                                   Texto 2

                         A MULHER QUE NÃO SENTE MEDO DE ABSOLUTAMENTE NADA
                                                (Jeanna Bryner - Dezembro de 2010)

            Você gostaria de não sentir medo? Pelo menos uma pessoa no mundo não tem medo de nada: uma mulher de 44 anos, que até ajudou pesquisadores a identificarem o local em que vive o fator medo no cérebro humano.
            Os pesquisadores tentaram inúmeras vezes assustar a mulher: casas mal-assombradas, onde monstros tentaram evocar uma reação de rejeição, aranhas e cobras, e uma série de filme de terror apenas entreteram a paciente.
            A mulher tem uma doença rara chamada síndrome de Urbach-Wiethe que destruiu sua amígdala. A amígdala é uma estrutura em forma de amêndoa situada no fundo do cérebro. Nos últimos 50 anos, estudos mostraram que ela tem um papel central na geração de respostas de medo em diferentes animais.
            Agora, o estudo envolvendo essa paciente é o primeiro a confirmar que essa região do cérebro é responsável pelo medo nos seres humanos. A descoberta pode levar a tratamentos para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Tratamentos de psicoterapia que seletivamente amorteçam a hiperatividade na amígdala podem curar pacientes com TEPT.
            Estudos anteriores com a mesma paciente revelaram que ela não conseguia reconhecer expressões faciais de medo, mas não se sabia se ela tinha a capacidade de sentir medo. Para descobrir, os pesquisadores deram vários questionários padronizados à paciente, que sondaram os diferentes aspectos do medo, desde o medo da morte até o medo de falar em público.
            Além disso, durante três meses ela carregou um diário que informatizava sua emoção, e que, aleatoriamente, pedia-lhe para classificar o seu nível de medo ao longo do dia. O diário também indicava emoções que ela estava sentindo em uma lista de 50 itens. Sua pontuação média de medo foi de 0%, enquanto para outras emoções ela mostrou funcionamento normal.
            Em todos os cenários, ela não mostrou nenhum medo. Baseado no seu passado, os pesquisadores encontraram muitas razões para ela reagir com medo. Ela própria contou que não gosta de cobras, mas quando entrou em contato com duas, não sentiu medo. Além disso, já lhe apontaram facas e armas, ela foi fisicamente abordada por uma mulher duas vezes seu tamanho, quase morreu em um ato de violência doméstica, e em mais de uma ocasião foi explicitamente ameaçada de morte.
            O que mais se sobressai é que, em muitas destas situações a vida da paciente estava em perigo, mas seu comportamento foi desprovido de qualquer senso de desespero ou urgência. E quando ela foi convidada a lembrar como se sentiu durante as situações, respondeu que não sentiu medo, mas que se sentia chateada e irritada com o que aconteceu.
            Segundo os pesquisadores, sem medo, pode-se dizer que o sofrimento dela não tem a intensidade profunda e real suportada por outros sobreviventes de traumas. Essencialmente, devido aos danos na amígdala, a mulher está imune aos efeitos devastadores do transtorno de estresse pós-traumático.
            Mas há uma desvantagem: ela tem uma incapacidade de detectar e evitar situações ameaçadoras, o que provavelmente contribuiu para a frequência com que ela enfrentou riscos.
            Os pesquisadores dizem que esse tipo de paciente é muito raro, mas para entender melhor o fenômeno, seria ótimo estudar mais pessoas com a condição.

                                 Disponível em<:http://hypescience.com> (texto adaptado de http://www.livescience.com). Acesso em: 29 Abr 2014



                                                Texto 3

                                             CONSOADA
                                          ( Manuel Bandeira)

                              Quando a Indesejada das gentes chegar
                                    (Não sei se dura ou caroável),
                                           Talvez eu tenha medo.
                                          Talvez sorria, ou diga:
                                              - Alô, iniludível!
                              O meu dia foi bom, pode a noite descer.
                                    (A noite com os seus sortilégios.)
                            Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
                                                A mesa posta,
                                     Com cada coisa em seu lugar
.

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                                                      Texto 4

                        AUTOSSABOTAGEM: O MEDO DE SER FELIZ

                             (Raphaela de Campos Mello - Outubro de 2012)

            A cada passo dado você sente que a felicidade se afasta alguns metros? Talvez esteja, inconscientemente, queimando chances de se realizar. Repense as próprias atitudes para interromper esse ciclo destrutivo.
            Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com as nossas realizações. Isso se chama autossabotagem. São atitudes forjadas por uma parte de nós que não nos vê como merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar com a vitória.
            Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro especial ou da gripe que a pegou na véspera daquela importante reunião.
            "Muitos desses comportamentos destrutivos estão quase fora do domínio da consciência", afirma o psicólogo americano Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo da Auto- Sabotagem - Por Que Repetimos Atitudes que Destroem Nossos Relacionamentos e Nos Fazem Sofrer (ed. BestSeller).
            "A autonomia, a independência e o sucesso são apavorantes para algumas pessoas porque indicam que elas não poderão mais argumentar que suas necessidades precisam ser protegidas", diz o autor.
            O filósofo e psicanalista paulista Arthur Meucci, coautor de A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida (ed. Vozes) comenta sobre os ganhos secundários. "Há jovens que saem de casa para tentar a vida, enquanto outros permanecem na zona de conforto, porque continuam recebendo atenção dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta", afirma.
            O problema é que, ao fazermos isso, não nos desenvolvemos plenamente. "Todo mundo busca a felicidade, a questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos e assumir responsabilidades", diz ele.

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                                           Texto 5

                                             O QUASE

                              (Sarah Westphal Batista da Silva)

            Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
            Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
            Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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Assinale a opção em que a função sintática do termo em destaque é diferente daquela exercida pelos demais.
Alternativas
Q504220 Português
                                                Texto 1

                        O MENINO QUE TINHA MEDO DE POESIA

                                    (Pedro Gabriel - Março de 2014)

            - Mãe, acho que tem um poema debaixo da minha cama!
            Quando menino, a poesia me assustava. Parecia ter dentes afiados, pernas desajeitadas, mãos opressoras. E nem as mãos da professora mais dócil conseguiam me acalmar. Não compreendia uma palavra, uma metáfora, uma rima pobre, rica ou rara. Não entendia nada. Tentava adivinhar o que o poeta queria dizer com aquela frase entupida de imagens e sentidos subjetivos. Achava-me incapaz de pertencer àquilo. Não conseguia mergulhar naquele mundo. Eu, sem saber nadar em versos, afogava-me na incompreensão de um soneto; ela - a tão sagrada poesia - não me afagava e me deixava morrer na praia, entre um alexandrino e um heptassílabo.
            Toda vez que eu era obrigado a decorar poesia, sentia vontade de sumir, de virar um móvel e ficar imóvel até tudo se acabar. Por dentro, sentia azia, taquicardia, asma espontânea, tremelique e gagueira repentina. Por fora, fingia que estava tudo bem. Eu sempre escolhia o poema mais curto da lista que a escola sugeria. Naquele dia, sobrou Pneumotórax, de Manuel Bandeira, e eu queria ser aquele paciente para não precisar declamá-lo. Eu queria tossir, repetir sem parar: trinta e três… Trinta e três… Ter uma doença pequena, uma desculpa qualquer, um atestado médico assinado pelo meu avô que me deixasse em casa - não a semana toda, mas só o tempo da aula.
            Depois, para a prova de francês, não tive escolha: fui obrigado a decorar Le dormeur du Val, de Rimbaud. Eu lembro que, antes de ficar em pé de frente para o meu professor, eu queria que alguém me desse dois tiros no peito. Queria ser esse soldado e dormir, tranquilo, na paz celestial daquele vale até que a turma toda esquecesse a minha existência. Ou que a guerra fosse declarada finda. Ou que eu fosse declamado culpado. A Primeira Guerra Mundial parecia durar menos do que aqueles 15 minutos de exame. Minha boca está seca até hoje. Minhas mãos estão molhadas até agora. Só eu sei o que suei por você, querida Poesia.
            Aos 17, a poesia ainda me apavorava. Podia ser o verso mais delicado do mundo, eu tinha medo. Podia ser o poeta mais simpático da face da Terra, eu desconfiava. Desconversava, lia outra coisa. Ou não lia nada. Talvez por não querer entendê-la. Talvez por achar não merecê- la. E assim ficava à mercê da minha rebeldia. Não queria aprender a contar sílabas, queria ser verso livre. Tolo! Até a liberdade exige teoria!
            Se hoje eu pudesse falar com aquele menino, diria-lhe que a poesia não é nenhum decassílabo de sete cabeças. Que se ela o assusta é porque ela o deseja. Que se ele sente medo é porque ele precisa dela. Não há mais monstro debaixo da sua cama. O monstro agora está em você.
            - Filho, acho que tem um poema por dentro de quem você ama

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                                                                   Texto 2

                         A MULHER QUE NÃO SENTE MEDO DE ABSOLUTAMENTE NADA
                                                (Jeanna Bryner - Dezembro de 2010)

            Você gostaria de não sentir medo? Pelo menos uma pessoa no mundo não tem medo de nada: uma mulher de 44 anos, que até ajudou pesquisadores a identificarem o local em que vive o fator medo no cérebro humano.
            Os pesquisadores tentaram inúmeras vezes assustar a mulher: casas mal-assombradas, onde monstros tentaram evocar uma reação de rejeição, aranhas e cobras, e uma série de filme de terror apenas entreteram a paciente.
            A mulher tem uma doença rara chamada síndrome de Urbach-Wiethe que destruiu sua amígdala. A amígdala é uma estrutura em forma de amêndoa situada no fundo do cérebro. Nos últimos 50 anos, estudos mostraram que ela tem um papel central na geração de respostas de medo em diferentes animais.
            Agora, o estudo envolvendo essa paciente é o primeiro a confirmar que essa região do cérebro é responsável pelo medo nos seres humanos. A descoberta pode levar a tratamentos para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Tratamentos de psicoterapia que seletivamente amorteçam a hiperatividade na amígdala podem curar pacientes com TEPT.
            Estudos anteriores com a mesma paciente revelaram que ela não conseguia reconhecer expressões faciais de medo, mas não se sabia se ela tinha a capacidade de sentir medo. Para descobrir, os pesquisadores deram vários questionários padronizados à paciente, que sondaram os diferentes aspectos do medo, desde o medo da morte até o medo de falar em público.
            Além disso, durante três meses ela carregou um diário que informatizava sua emoção, e que, aleatoriamente, pedia-lhe para classificar o seu nível de medo ao longo do dia. O diário também indicava emoções que ela estava sentindo em uma lista de 50 itens. Sua pontuação média de medo foi de 0%, enquanto para outras emoções ela mostrou funcionamento normal.
            Em todos os cenários, ela não mostrou nenhum medo. Baseado no seu passado, os pesquisadores encontraram muitas razões para ela reagir com medo. Ela própria contou que não gosta de cobras, mas quando entrou em contato com duas, não sentiu medo. Além disso, já lhe apontaram facas e armas, ela foi fisicamente abordada por uma mulher duas vezes seu tamanho, quase morreu em um ato de violência doméstica, e em mais de uma ocasião foi explicitamente ameaçada de morte.
            O que mais se sobressai é que, em muitas destas situações a vida da paciente estava em perigo, mas seu comportamento foi desprovido de qualquer senso de desespero ou urgência. E quando ela foi convidada a lembrar como se sentiu durante as situações, respondeu que não sentiu medo, mas que se sentia chateada e irritada com o que aconteceu.
            Segundo os pesquisadores, sem medo, pode-se dizer que o sofrimento dela não tem a intensidade profunda e real suportada por outros sobreviventes de traumas. Essencialmente, devido aos danos na amígdala, a mulher está imune aos efeitos devastadores do transtorno de estresse pós-traumático.
            Mas há uma desvantagem: ela tem uma incapacidade de detectar e evitar situações ameaçadoras, o que provavelmente contribuiu para a frequência com que ela enfrentou riscos.
            Os pesquisadores dizem que esse tipo de paciente é muito raro, mas para entender melhor o fenômeno, seria ótimo estudar mais pessoas com a condição.

                                 Disponível em<:http://hypescience.com> (texto adaptado de http://www.livescience.com). Acesso em: 29 Abr 2014



                                                Texto 3

                                             CONSOADA
                                          ( Manuel Bandeira)

                              Quando a Indesejada das gentes chegar
                                    (Não sei se dura ou caroável),
                                           Talvez eu tenha medo.
                                          Talvez sorria, ou diga:
                                              - Alô, iniludível!
                              O meu dia foi bom, pode a noite descer.
                                    (A noite com os seus sortilégios.)
                            Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
                                                A mesa posta,
                                     Com cada coisa em seu lugar
.

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                                                      Texto 4

                        AUTOSSABOTAGEM: O MEDO DE SER FELIZ

                             (Raphaela de Campos Mello - Outubro de 2012)

            A cada passo dado você sente que a felicidade se afasta alguns metros? Talvez esteja, inconscientemente, queimando chances de se realizar. Repense as próprias atitudes para interromper esse ciclo destrutivo.
            Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com as nossas realizações. Isso se chama autossabotagem. São atitudes forjadas por uma parte de nós que não nos vê como merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar com a vitória.
            Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro especial ou da gripe que a pegou na véspera daquela importante reunião.
            "Muitos desses comportamentos destrutivos estão quase fora do domínio da consciência", afirma o psicólogo americano Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo da Auto- Sabotagem - Por Que Repetimos Atitudes que Destroem Nossos Relacionamentos e Nos Fazem Sofrer (ed. BestSeller).
            "A autonomia, a independência e o sucesso são apavorantes para algumas pessoas porque indicam que elas não poderão mais argumentar que suas necessidades precisam ser protegidas", diz o autor.
            O filósofo e psicanalista paulista Arthur Meucci, coautor de A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida (ed. Vozes) comenta sobre os ganhos secundários. "Há jovens que saem de casa para tentar a vida, enquanto outros permanecem na zona de conforto, porque continuam recebendo atenção dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta", afirma.
            O problema é que, ao fazermos isso, não nos desenvolvemos plenamente. "Todo mundo busca a felicidade, a questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos e assumir responsabilidades", diz ele.

                                                      imagem-003.jpg


                                           Texto 5

                                             O QUASE

                              (Sarah Westphal Batista da Silva)

            Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
            Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
            Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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Assinale a alternativa em que o termo em destaque possui classificação sintática diferente daquele destacado no trecho a seguir:

                        “ Achava-me incapaz de pertencer àquilo.”(texto 1; 2º parágrafo)
Alternativas
Q502992 Português
Assinale a alternativa que contém a expressão cuja classificação sintática é a mesma da sublinhada na frase abaixo.

                        “Era uma verdadeira casa de ensino.”
Alternativas
Q494084 Português
Leia:

Uma coisa em especial preocupa muitos cientistas: a perda de diversidade biológica.

Assinale a alternativa em que o termo destacado não exerce a mesma função sintática do termo em destaque no período acima.
Alternativas
Q481752 Português
Imagem associada para resolução da questão

A respeito do texto I, está correta a afirmação referente ao termo transcrito na alternativa
Alternativas
Q481747 Português
Existe correspondência entre o termo transcrito e o que dele se afirma em
Alternativas
Respostas
501: C
502: C
503: B
504: D
505: A
506: A
507: A
508: D
509: B
510: C
511: D
512: E
513: E
514: A
515: A
516: B
517: A
518: D
519: A
520: C