No texto “Luto e melancolia” (1917 [1915]), Freud apresenta...
No texto “Luto e melancolia” (1917 [1915]), Freud apresenta formulações a respeito dos processos de luto e melancolia. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a opção que apresenta a sequência correta.
( ) Os traços mentais distintivos do luto são um desânimo profundamente penoso, cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade, e uma diminuição dos sentimentos de autoestima, a ponto de encontrar expressão em autorecriminação e autoenvilecimento.
( ) Embora o luto envolva graves afastamentos daquilo que constitui a atitude normal para com a vida, jamais pode ser considerado como uma condição patológica e ser submetido a tratamento médico.
( ) Na melancolia, é o mundo que se torna pobre e vazio; no luto, é o próprio ego. O paciente representa seu ego desprovido de valor, incapaz de qualquer realização e moralmente desprezível.
( ) Os pacientes melancólicos estão longe de demonstrar perante aqueles que o cercam uma atitude de humildade e submissão, única que caberia a pessoas tão desprezíveis. Pelo contrário, tornam-se as pessoas mais maçantes, dando sempre a impressão de que se sentem desconsideradas e de que foram tratadas com grande injustiça.
( ) Na melancolia, a relação com o objeto não é simples; ela é complicada pelo conflito devido a uma ambivalência. Esta ou é constitucional, isto é, um elemento de toda relação amorosa formada por esse ego particular, ou provém precisamente daquelas experiências que envolveram a ameaça da perda do objeto.
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O luto JAMAIS é patológico? Freud usa o termo "luto patológico" pelo menos duas vezes nesse texto. Estranho o segundo enunciado ser V.
"Embora o luto envolva graves afastamento daquilo que constitui a atitude normal para com a vida, JAMAIS nos ocorre considera-lo como sendo uma condição patológica e submete-lo a tratamento médico". (Luto e Melancolia 1996)
“A melancolia, portanto, toma emprestado do luto alguns dos seus traços do processo de regressão, desde a escolha objetal narcisista para o narcisismo, os outros. É por um lado, como o luto, uma reação a perda real de um objeto amado; mas, acima de tudo isso, é assinalada por um determinante que se acha ausente no luto normal ou que se estiver presente, transforma este luto em patológico: a ambivalência nas relações amorosas efetiva e manifesta”. (Luto e Melancolia 1996)
“Onde existe uma disposição para neurose obsessiva o conflito devido à ambivalência empresta um cunho patológico ao luto, forçando a expressar-se sob a forma de auto recriminação, no sentido de que a própria pessoa enlutada é culpada pela perda do objeto amado isto é é que ela a desejou. Esses estados obsessivos de depressão que se seguem à morte de uma pessoa amada revelam-nos o que o conflito devido à ambivalência pode alcançar por si mesmo quando também não há uma retração regressiva da libido”. (Luto e Melancolia 1996)
Para Freud, o luto se relaciona, de mais a mais, a uma reação natural, ou seja, a uma reação esperada diante da perda de um objeto amado. Dessa forma, não pode ser sempre entendido como um processo patológico, mas como uma condição que deverá ser superada com o tempo.
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