Questões de Concurso Sobre educação artística
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O conceito de Arte Indígena Contemporânea (AIC) foi cunhado por Jaider Esbell, artista macuxi, para quem a AIC “é uma armadilha, porque nos convida a aprofundar essa questão da identidade. E quando ela vem com essa densidade, puxa para a ideia de essência, de matriz, até mesmo de pureza, que é essa relação ainda muito romantizada da integração plena do homem com a natureza. E aí, ela vem nos fazendo questionar como fazer essa transição, essa transposição nos mundos”.
Adaptado de ESBELL 2021: p. 31.
Para Jaider Esbell, a Arte Indígena Contemporânea é “uma armadilha”
Um texto que busca esboçar o quadro da arte indígena brasileira não pode senão começar com um paradoxo: trata-se de povos que não partilham nossa noção de arte. Mas, se objetos indígenas cristalizam ações, valores e ideias, como na arte conceitual, ou provocam apreciações valorativas da categoria dos tradicionais conceitos de beleza e perfeição formal como entre nós, por que sustentar que conceitualmente esses povos desconhecem o que nós conhecemos como “arte”?
LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: Editora C/Arte, 2009, p. 11-13.
Com base no trecho, é correto afirmar que, na arte indígena,
A convergência entre a harmonia musical e a dissonância ruidosa foi explorada desde o início do século XX por artistas de diferentes áreas, eliminando as distinções tradicionais entre música, ruído e barulho.
As afirmativas a seguir exemplificam corretamente essa
convergência, à exceção de uma. Assinale-a:
A música indígena é descrita desde os primeiros relatos sobre o Brasil, como o do padre Fernão Cardim, durante uma visitação em 1583, quando o jesuíta observa uma celebração coletiva da guerra:
Não se lhes entende o que cantam, mas disseram-me os padres que cantavam em trova quantas façanhas e mortes tinham feito os seus antepassados. Arremedam pássaros, cobras, e outros animais, tudo trovado por comparações, para se incitarem a pelejar.
CARDIM, F. Tratados da Terra e Gente do Brasil. Belo Horizonte, Itatiaia, 1980, p. 243.
Com base no testemunho do cronista do século XVI, pode-se afirmar que a música produzida pelos nativos
Correlacione as linguagens musicais a seguir (modalismo, tonalismo e atonalismo) às respectivas características.
1. Modalismo
2. Tonalismo
3. Atonalismo
( ) A música é desprovida de centro tonal e não apresenta uma
hierarquia sobre uma única nota ou notas de uma escala com
funções.
( ) A música apresenta uma hierarquia entre as notas utilizadas numa escala de sete notas, girando em torno de funções que as notas assumem dentro da hierarquia.
( ) A música tem estruturas melódicas subordinadas a uma única nota que é a nota principal: todas as melodias se iniciam e terminam sobre esta nota.
Assinale a opção que mostra a relação correta, de cima para baixo.
Nelson Rodrigues é considerado o pioneiro da moderna dramaturgia brasileira e a sua peça “O beijo no asfalto” gerou forte impacto no público brasileiro nos anos 1960. A trama parte da morte de um homem desconhecido atropelado por um ônibus. Agonizando no asfalto, ele pede um beijo a um bancário que está no local (Arandir). O pedido é atendido e o gesto torna-se manchete na imprensa sensacionalista, além de fundamentar a hipótese policial de assassinato passional.
As afirmativas a seguir caracterizam corretamente o impacto da
peça “O beijo no asfalto”, à exceção de uma. Assinale-a.
A partir da segunda metade do século XVIII, a presença da burguesia em cena é cada vez maior, como resultado de seu estabelecimento enquanto classe social e de sua expansão econômica. O teatro é impactado por essa mudança social e apresenta novos gêneros, aptos a retratar uma nova sociedade que emergia da era das revoluções.
A respeito dos gêneros teatrais dos séculos XVIII e XIX, analise as
afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a
falsa.
( ) O drama burguês é a forma dramática séria em que os personagens representavam o ser humano como alguém bom por natureza, mas corrompido pelo meio.
( ) O teatro romântico traz para a cena as categorias estéticas do sublime e do grotesco, objetivando despertar as paixões humanas, do deleite ao assombro.
( ) O Realismo parte da constatação que a dramaturgia deve tratar de temas contemporâneos da sociedade com base na lei formal das três unidades: tempo, lugar e ação.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Gênero dramático medieval que se caracteriza por apresentar situações cômicas do cotidiano de forma direta, exagerada, grosseira e maliciosa, por meio da sucessão rápida de equívocos, provocando o riso amplo e direto no público que a assiste.
O trecho se refere à forma do teatro medieval denominada
É, pois, a Tragédia imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada e com várias espécies de ornamentos distribuídas pelas diversas partes do drama, imitação que se efetua não por narrativa, mas mediante atores, e que, suscitando o terror e a piedade, tem por efeito a purificação dessas emoções
Adaptado de ARISTÓTELES, Poética. SP: Ars Poética, 1993, p. 37.
Com base no trecho, analise as afirmativas a seguir sobre as características da tragédia para Aristóteles.
I. Representa uma ação que, depois do seu início, requer que ela se complete no seu interregno, ou seja, no intervalo de tempo que vai do seu início ao seu fim.
II. O fim funesto da ação é preanunciado desde o início, e a encenação de uma catástrofe inescapável visa a gerar comoção pela identificação dos espectadores com os personagens, produzindo uma catarse.
III. Encena ações realizadas por indivíduos de caráter inferior, com o objetivo de apresentar uma sátira ao comportamento de homens viciosos e provocar a indignação do público.
Está correto o que se afirma em
Os artistas desse movimento abandonaram a perspectiva linear utilizada desde o renascimento para representar profundidade e distância. Em suas pinturas, representavam objetos e pessoas a partir de vários pontos de vista ao mesmo tempo, pois acreditavam que, desse modo, ofereceriam ao espectador visões de mundo mais precisas do que as representações tridimensionais.
O trecho descreve o movimento de arte moderna que se desenvolveu na primeira metade do século XX conhecido como:
Caspar David Friedrich, O errante sobre o mar de névoa, 1818.
Os artistas românticos do século XIX representaram as manifestações das forças da natureza como expressão do sublime.
Para o romantismo, o sublime era
No início do século XX, Heinrich Wölfflin usou o termo barroco como categoria estética positiva. Em sua obra Conceitos Fundamentais para a História da Arte, propôs uma metodologia objetiva para identificar se uma obra de arte é barroca, baseando-se em cinco pares de conceitos comparativos e opostos ao classicismo renascentista.
A respeito da classificação estilística elaborada por Wölfflin,
assinale a afirmativa que identifica corretamente um preceito do
barroco.
Sobre o aprendizado em arte, estabeleça a correspondência entre as dimensões do conhecimento para o ensino de artes listadas a seguir e suas respectivas definições.
1. Estesia
2. Expressão
3. Reflexão
( ) Refere-se à capacidade de se posicionar a respeito de experiências e processos criativos, artísticos e culturais, mediante a aquisição de habilidades de análise e interpretação das experiências artísticas.
( ) Refere-se à capacidade de articular sensibilidade e percepção da arte, como uma forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo.
( ) Refere-se à oportunidade de exteriorizar criações subjetivas com elementos constitutivos de cada linguagem, seus vocabulários específicos e suas materialidades.
A sequência correta, de cima para baixo, é
Fazer arte pode ser entendido como o processo pelo qual se provoca a existência de um outro objeto socialmente qualificado de artístico. Esse fazer perpassa as categorias do conhecimento sensível: imaginação, emoção, intuição, percepção e criação.
Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente uma das categorias do conhecimento sensível.
Fayga Ostrower foi pioneira ao propor o conhecimento sensível como parte integrante do ensino-aprendizagem da arte:
Intuir, questionar, indagar, aprender e avaliar o real das coisas, intuitivamente é um caminho de conhecimento típico do homem. Caminho dos mais criativos representa sempre um modo dinâmico, um contínuo sair de si em busca de conteúdos significativos – a partir de determinadas intenções – para poder agir. A própria percepção é, fundamentalmente, um constante intuir.
OSTROWER, F. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1986, p. 58.
Para a autora,
Em sua origem grega, a expressão “conhecimento sensível” está relacionada ao campo da estética e significa a possibilidade de conhecer mediante os sentidos e as sensações. No contexto do ensino da arte, esta expressão está relacionada à percepção, à emoção, à intuição e à sensibilidade despertadas no estudante: “a arte é uma maneira de despertar o indivíduo para que este dê maior atenção ao seu próprio processo de sentir”.
Adaptado de DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Por que arte-educação? Campinas: Papirus, 1988, p. 65.
O ensino de arte envolve uma área de conhecimento que contribui para o desenvolvimento de habilidades sensíveis pois
A Abordagem Triangular transformou o ensino das artes e das culturas visuais no Brasil a partir do final da década de 1980. A respeito dessa abordagem, analise as afirmativas a seguir.
I. A contextualização remete à História da Arte e à História Geral, para compreender o sentido da obra em seu próprio tempo e também no momento atual.
II. O ato de apreciar diz respeito à capacidade de reconhecer e estimar o valor de uma obra de arte, independente da temporalidade na qual está inserida.
III. O fazer baseia-se em estimular a produção artística, trabalhando a capacidade mimética a partir de modelos e a fidelidade em relação ao original.
Está correto o que se afirma em:
Às vésperas do século XXI, Arthur C. Danto e Hans Belting decretaram o fim da arte. Mas, o radicalismo daquele anúncio havia sido preparado: Gianni Vattimo profetizou o ocaso da arte no final da década de 1980, assim como Ferreira Gullar publicou críticas jornalísticas sobre o estado da arte, depois reunidas no livro Argumentação contra a morte da arte.
O debate contemporâneo acerca da morte da arte é corretamente condensado pela seguinte sentença:
Como pensar e exercer a arte-educação diante de obras que fogem de qualquer definição tradicional? Cabe ao educador organizar vetores de leituras e aparatos conceituais que abram uma pluralidade de experiências para os alunos, fazendo-os refletir.
Adaptado de F. Martins. Metodologias em arte-educação. São Paulo: Editora Senac, 2023, p. 29.
Com base na reflexão do autor, assinale a afirmativa que descreve
corretamente a função da arte-educação na cena contemporânea.