Questões de Concurso
Sobre política, poder e estado em sociologia
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Atente para o que as pesquisadoras Ilse Scherer-Warren Lígia e Helena Hahn Lüchmann afirmam no seguinte excerto: “A emergência de novas articulações entre Estado e sociedade, principalmente a partir da Constituição de 1988, deslocou grande parte das energias participativas para o interior dos novos espaços institucionais que, a exemplo dos Conselhos Gestores e dos Orçamentos Participativos – OP –, resultaram, em grande medida, das lutas e reivindicações pela democratização do Estado”.
Fonte: Ilse Scherer-Warren; Lígia Helena Hahn Lüchmann. Situando o debate sobre movimentos sociais e sociedade civil no Brasil – Introdução. Política & Sociedade, n. 05, 2004.
Considerando o excerto acima, assinale a afirmação verdadeira.
A Constituição de 1891 definiu as bases institucionais do novo regime – presidencialismo, federalismo e sistema bicameral [...] A proposta federalista, por sua vez organizava o novo regime em bases descentralizadas, dando às antigas províncias, agora transformadas em estados, maior autonomia e controle fiscal, e jogava por terra a crença no centralismo monárquico como agente de coesão nacional. A agenda republicana substituiu o Poder Moderador – a chave da organização política do Império – pelo princípio da divisão e do equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário [...].
(Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia M. e STARLING, Heloísa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, pp. 319- 320)
No modelo americano, o federalismo surgiu da passagem de um Estado Composto Confederado para um Estado Simples Federal (as 13 ex-colônias britânicas eram estados soberanos que abriram mão de sua soberania para a criação de um Estado Nacional). A experiência brasileira de federalismo é marcada pela passagem da concentração de poderes representada pelo Estado Simples Unitário (a Monarquia Imperial) para a descentralização do poder nos estados (unidades federativas) que foram criados após a mudança de regime (de Monarquia para República).
As diferenças entre as experiências de federalismo americana e brasileira permitem dizer que
Não existe, talvez, nenhum chefe de partido que não pense e não aja e, se tiver temperamento forte e caráter leal, que não se expresse como, digamos, o Rei Sol: “Le parti, c’est moi” (o partido sou eu). O burocrata identifica-se completamente com a organização e confunde seus interesses com os interesses dela. Considera como ofensa pessoal toda censura objetiva endereçada ao partido por quem quer que seja. [...] Mas se alguns chefes agem dessa forma por cálculo, é justo reconhecer que, para outros, a identificação de sua própria pessoa com o partido decorre de um fanatismo cego ou de profunda e cega convicção. [...] O despotismo dos chefes não deriva apenas de um vulgar amor ao poder e de um egoísmo imoderado, mas também da consciência de seu próprio valor e dos serviços prestados à causa comum. A burocracia mais fiel aos seus deveres e mais competente será também a mais autoritária.
(Adaptado de: MICHELS, Robert. Os Partidos Políticos.(Trad. de Hamilton Trevisan). São Paulo: Senzala, s/d. pp 130-131)
Um líder político que pode ter um perfil caricatural a partir dos traços acima delineados é:
No contexto do surgimento da sociologia, a ideia de liberdade difundida largamente nas duas grandes revoluções supracitadas
Considere as seguintes afirmações:
I. Tem como pressuposto que o processo decisório das políticas é essencialmente baseado no cálculo racional dos objetivos a serem perseguidos.
II. Análise compreensiva das alternativas e de suas consequências, postulando uma especificação prévia dos fins e a identificação posterior dos meios para atingi-los.
III. Contínua e recíproca relação entre meios e fins, uma vez que o tratamento dado pelo decisor aos meios e fins é simultâneo.
Referente ao modelo de análise de políticas públicas designado como incrementalismo, está correto o que se afirma APENAS em
Uma nova economia surgiu em escala global nas duas últimas décadas. Chamo-a de informacional e global para identificar suas características fundamentais e diferenciadas e para enfatizar sua interligação. É informacional porque a produtividade e a competitividade dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque as principais atividades produtivas, o consumo e a circulação, assim como seus componentes, estão organizados em escala global, diretamente ou mediante uma rede de conexões entre agentes econômicos.
Manuel Castells. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p. 87 (com adaptações).
Considerando o texto precedente e os múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue o item que se segue.
O debate teórico no campo da sociologia política
contemporânea tem questionado a dicotomia esquerda versus
direita, com várias correntes discutindo a construção de
projetos políticos alternativos, nos moldes de uma “terceira
via”.
Com relação à sociologia política, julgue o item subsequente.
O debate atual sobre política e poder nas ciências sociais
baseia-se na concepção clássica de política, centrando-se na
análise das instituições formais do Estado, negligenciando o
papel das minorias e dos chamados movimentos sociais.
Julgue o item a seguir, acerca dos modelos de explicação sociológica.
Teorias como o funcionalismo desenvolvido pelo sociólogo
norte-americano Talcott Parsons, que priorizam as estruturas,
são consideradas fundamentais nas ciências sociais porque
analisam primordialmente a dinâmica e a mudança das
sociedades.
A respeito de formulação, análise e avaliação de políticas públicas, julgue o item que se segue.
Problemas públicos podem ser identificados apenas por meio
de critérios objetivos.