Questões de Concurso Sobre geografia
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Partindo do consenso de que o nível escalar é sempre pensado em termos de lógica zonal de organização do espaço, enfatizam-se recortes em termos de superfícies ou áreas, que podem gerar diversas maneiras de regionalizar o espaço. Superando as visões tradicionais, Rogério Haesbaert (2010) propõe que, no atual estágio do processo de globalização e de mundialização da economia capitalista, o estudo regional deve ser vinculado:
Trabalhar com o lúdico em sala de aula proporciona ganhos significativos na relação ensino/aprendizagem. Alguns jogos fazem parte das novas tecnologias que podem ser aplicadas ao ensino de Geografia na era da informação, como por exemplo aqueles que proporcionam a experiência de cada aluno ser prefeito por um dia e construir sua própria cidade. É claro que algumas questões são fundamentais de serem pensadas, como por exemplo: Quem produz e habita as cidades? Como pensá-las e planejá-las a partir de visões de mundo divergentes?
Partindo da realidade da escola pública municipal e do ponto de vista de alunos com deficiência física, suas principais urgências e prioridades de escolhas, articuladas em um jogo em que se podem tomar decisões políticas, tendem a ser:
Para João Rua et al. (1993), o estudo da natureza dentro da Geografia, compreendida como ciência social, é de fundamental importância, pois ressalta o jogo de influências que se desenvolve entre a sociedade e a natureza no processo de estruturação do espaço. Assim, uma perspectiva que vem sendo conhecida como Geografia Ambiental emerge comprometida com uma busca de reconstrução de novos nexos entre as Geografias “Humana” e “Física”.
A afirmativa que revela uma problematização importante na esfera do ensino de uma Geografia Ambiental, sob uma nova base de compreensão da relação homem/meio ou sociedade/natureza encontra-se em:
“O paladar, o olfato, a sensibilidade da pele e a audição não podem individualmente (nem sequer talvez juntos) tornar-nos cientes de um mundo exterior habitado por objetos. No entanto, em combinação com as faculdades “espacializantes” da visão e do tato, esses sentidos essencialmente não distanciadores enriquecem muito a nossa apreensão do caráter espacial e geométrico do mundo.”
(TUAN, Y. F. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel,1983.)
Um dos desafios para o professor da rede regular de ensino é pensar em estratégias docentes inclusivas, que contemplem alunos com deficiência, que tenham impedimentos ou limitações de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas. Na tentativa de transpô-las, são propostos os seguintes trabalhos:
I Construir pirâmides etárias a partir de blocos de montar, possibilitando a percepção tátil do aumento ou redução da base, corpo ou topo.
II Utilizar argila em potes plásticos para moldar formas de relevo, a fim de que o aluno possa distinguir o que é uma ilha, uma baía, uma lagoa, um golfo e uma península, por exemplo.
III A transmissão de conteúdos pela Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), possibilitando uma comunicação eficaz na relação ensino-aprendizagem que gere uma aproximação com o mundo do aluno e seus espaços vividos, evocando o sentido de “lugar”.
IV O estímulo à visualização de paisagens sonoras e olfativas, seja através de maquetes multissensoriais ou de trabalhos de campo.
Em Geografia, para o trabalho com alunos cegos ou com baixa visão, as práticas possíveis de serem realizadas encontram-se em:
Para Milton Santos (1996), “o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e, também, contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá”. A partir dessa definição, uma postura coerente e fundamentada para o Ensino de Geografia, pautada na função da educação segundo os PCNs, é encontrada no(a):
A respeito das fontes e da questão energética, é correto afirmar que:
Sobre a Amazônia Azul brasileira, afirma-se que:
I É composta pelo mar brasileiro que, com 8,5 mil km de costa e 4,5 milhões de km² de Zona Econômica Exclusiva (ZEE), representa quase a metade de todo nosso território terrestre.
II Corresponde à nossa fronteira marítima, por onde passam hoje cerca de 95% de todo o comércio exterior nacional.
III Além dos recursos minerais e energéticos, possui uma enorme importância também como fonte de alimentos.
IV Na faixa do mar territorial são explorados petróleo e gás, além do sal e da água potável.
Dos itens considerados, são verdadeiras apenas as afirmativas:
A primazia dos mecanismos de compra e venda inerentes à lógica capitalista tem feito com que o mercado ingresse em espaços, sistemas e dimensões outrora nunca vistos ou mesmo considerados como impenetráveis. A respeito da inserção do Brasil nesse sistema da adoção de práticas convergentes com essa lógica econômica mundializada, são feitas as afirmativas:
I A discussão de mecanismos de flexibilização e oficialização da compra e venda de carbono no âmbito global, através da denominada "métrica do carbono", construiu uma nova arquitetura financeira global no sentido de se ter agora um novo elemento matemático que gera toda uma gama de debates e políticas globais, como o TEEB (Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade).
II A exportação de ecoestresses e de todo o enorme passivo ambiental de lixo eletrônico, tóxico, químico, nuclear, hospitalar, entre outros, ocorre pela inexistência de tecnologias e conhecimentos suficientes para tratá-los de maneira correta e promover o reaproveitamento de materiais.
III É realizada a provisão de serviços ambientais, a criação de fundos a partir do pagamento por resultados após a geração de impactos socioambientais e os parâmetros para se medir as possíveis compensações aos danos causados, “medindo os custos” do sofrimento psíquico e do comprometimento da beleza cênica, por exemplo – ainda que tais práticas não sejam capazes de abarcar a dimensão dos bens comuns ou culturais e do poder do simbólico, impossível de ser quantificado em valores monetários.
IV A política econômica, ao caminhar na direção da produção de commodities voltadas à exportação, promove um avanço das práticas agropecuárias intensivas, das atividades mineradoras e das grandes obras de infraestrutura, mercantilizando a natureza, deixando um legado de exaustão aos solos e de destruição acelerada dos ecossistemas.
V Há uma negação de direitos ao meio ambiente e a um futuro próprio aos povos indígenas, comunidades tradicionais e setores de campesinato – que, através do uso comum dos territórios ocupados, historicamente souberam gerir os ecossistemas em que estiveram imersos.
Das afirmativas apresentadas, é correto associar à realidade brasileira apenas:
A respeito do chamado “Triângulo Norte” encontrado no continente americano, identifique os itens certos e os itens errados:
( ) Guatemala, El Salvador e Honduras são os integrantes, localizados na América Central.
( ) O arquipélago das Bermudas, o estado da Flórida (Estados Unidos), e a cidade de San Juan (Porto Rico) compõem os limites dessa região sobre as águas do mar do Caribe.
( ) Corresponde a uma “zona morta” em área de grande impacto ambiental, composta de zonas marítimas com baixo teor de oxigênio, que se formam devido à contaminação da água por fertilizantes e detritos.
( ) Disputas territoriais ligadas ao narcotráfico elevaram os índices de homicídio, fazendo com que a região corresponda a uma das mais violentas do mundo atual; o controle territorial é fundamental para a lucratividade das milícias que promovem a passagem terrestre de cocaína que chega da Colômbia por via aérea ou marítima, em direção ao polo consumidor na América do Norte.
( ) Tem gerado fluxos massivos de migração forçada em direção à fronteira sul do México.
A opção que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é:
“O capitalismo é, por necessidade, tecnológica e organizacionalmente dinâmico. Isso decorre em parte das leis coercitivas, que impelem os capitalistas individuais a inovações em sua busca de lucro. Mas a mudança organizacional e tecnológica também tem papel-chave na modificação da dinâmica da luta de classes, movida por ambos os lados, no domínio dos mercados de trabalho e do controle do trabalho.” (HARVEY, D. Condição Pós-Moderna. 17ª ed. São Paulo: Loyola, 2008. p. 169.)
Com relação às transformações sistêmicas do capitalismo e suas repercussões organizacionais, tecnológicas e na dinâmica da luta de classes, associadas à passagem do modelo fordista para o pós-fordista, é correto afirmar que:
Em 2017, o número de pessoas deslocadas por guerras, violência e perseguições bateu um novo recorde pelo quinto ano consecutivo. Do total de indivíduos forçados a se deslocar, 25,4 milhões haviam cruzado fronteiras, tornando-se refugiados. Os números são do relatório anual Tendências Globais, divulgado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
A respeito de tal situação, é correto afirmar que:
A respeito do Tratado Integral e Progressista de Associação Transpacífico (TPP11), identifique os itens certos e os itens errados.
( ) Foi assinado com a previsão de medidas protecionistas entre os países signatários, visando o fortalecimento mútuo de tais economias.
( ) Representa um dos maiores acordos comerciais do mundo, abrangendo 11 países, que correspondem a cerca de 500 milhões de pessoas de três continentes diferentes e quase 1/6 do PIB mundial.
( ) Apesar de suas discussões terem se originado durante o governo Obama, os Estados Unidos retiraram-se do acordo sob o comando de Trump, com a argumentação de que a abertura econômica multinacional contraria a atual política defendida pelo país.
( ) Uma pauta progressista reforça a dimensão inclusiva do tratado que, após algumas revisões nos escritos originais, contempla perspectivas de gênero, meio ambiente e direitos trabalhistas.
A opção que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é:
"As estratégias de conservação dos solos implicam a sua proteção para prevenir a ação dos impactos das gotas de chuva. Isso aumenta a capacidade de infiltração, melhorando a estabilidade dos agregados e aumentando a rugosidade da superfície do solo. Tudo isso tem o objetivo de reduzir a velocidade do runoff e do vento. Existe grande variedade de métodos de controle de erosão do solo." (GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. da. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 7ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007, p.195.)
A relação entre o método mecânico e suas características estratégicas de conservação dos solos está corretamente feita em:
No início da década de 90, Clélio Campolina Diniz (1993) defendia a ideia de que a distribuição da produção industrial brasileira tem mudado significativamente desde a década de 70. A respeito desse processo, são feitas as afirmativas:
I Na primeira fase, o processo de reversão da polarização se fez com um relativo espraiamento industrial para o próprio interior do Estado de São Paulo e para quase todos os demais estados brasileiros.
II Na segunda fase, ocorreu uma relativa reconcentração no polígono definido por Belo Horizonte-UberlândiaLondrina-Maringá-Porto Alegre-Florianópolis-São José dos Campos-Belo Horizonte, dentro do qual estão sendo formados os principais polos de alta tecnologia.
III O Rio de Janeiro fica de fora do “polígono industrial” pois, embora possua tradicionais centros de ensino e pesquisa, além da sede de importantes corporações, especialmente empresas estatais, por ter uma economia local decadente, não apresentou atrativos para a localização industrial, além de outros desestímulos de natureza política e social, que afugentam o capital privado.
IV Com a expansão de setores fortemente sustentados na ciência e na tecnologia, crescem os requisitos locacionais articulados à proximidade de fontes de recursos naturais – à semelhança do Vale do Silício, nos Estados Unidos.
V Em função da lógica neoliberal, a ação do Estado não exerceu influência na condução da política econômica, nem em termos de investimentos diretos, como a concessão de incentivos fiscais e construção de infraestrutura, para o encorajamento da desconcentração geográfica da produção.
Das afirmativas acima, estão corretas apenas:
As duas metrópoles nacionais passam por uma "involução metropolitana", segundo Milton Santos (1993). A respeito desse processo, são feitas as afirmativas abaixo:
I Contribui cada vez mais para uma desmetropolização, observável na escala nacional, associada às perdas populacionais absolutas nas metrópoles individualmente consideradas e à redução do seu tamanho urbano.
II Caminha paralelamente e em conexão com uma "suburbanização ampliada", também denominada como "exurbanização", entendida como um dos tipos de escapismo da elite econômica e classe média urbana, justificado pela deterioração geral das condições de vida e habitabilidade nas grandes metrópoles.
III Promove um deslocamento do crescimento para as bordas da metrópole, em direção ao campo e à franja periurbana, ou expandindo a área integrada ao espaço metropolitano, com um incremento maior das cidades de porte pequeno e médio em relação às grandes cidades.
IV Apesar das distâncias implicadas, associa-se ao movimento de pendularidade, permitindo uma interação regular com o núcleo metropolitano e a dilatação da metrópole enquanto entidade socioespacial, ainda que os limites da região metropolitana, como entidade formal de planejamento, permaneçam inalterados.
V Tem estreita relação com a autossegregação em condomínios exclusivos, demarcando um enclausuramento opcional da elite e da classe média urbana que solapa o sentido de cidadania e caminha no rumo contrário do que é entendido como vida metropolitana.
Das afirmativas acima, estão corretas apenas:
“[...] E uma das grandes qualidades de Ab’Saber é a precisão conceitual na Geografia. [...] Em apenas quatro páginas o autor sintetiza opiniões de geógrafos brasileiros e do exterior sobre os grandes quadros de vegetação observáveis no território brasileiro e apresenta sua proposta pessoal, esboçada em um cartograma extremamente simples e didático, onde o grau de generalização é admiravelmente adequado à escala adotada. Estão ali representados os seis domínios por ele identificados e em cuja espacialização (escala cartográfica adotada) os limites não são traçados por linhas, mas sugeridos por faixas, melhor condizentes com a efetiva existência de interfaces. Estas não só exprimem a situação atual, mas também as oscilações, interpenetrações causadas pelas flutuações climáticas neogênicas.”
Fonte: MODENESI-GAUTTIERI, M. C. et al (orgs.). A Obra de Aziz NacibAb'Sáber. São Paulo: Beca-BALL edições, 2010.
Disponível em: http://www.geografia.fflch.usp.br/ graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Attila/2s2017/excursoes/A_Obra_de_ Aziz_Ab'Saber.pdf- Acesso em 29/01/2018.)
A respeito da publicação do renomado geógrafo Ab’Saber, em 1967, amplamente utilizada até os dias atuais para fins didáticos, é correto afirmar que:
“A escala é o artifício analítico que confere visibilidade à parcela ou dimensão do real. Como este só pode ser apreendido por representação e por fragmentação, a escala constitui uma prática, embora intuitiva e não refletida de observação e elaboração do mundo. A simplicidade matemática da escala como medida de representação gráfica esconde a complexidade do conceito quando se trata de recortar a realidade. Esse recorte supõe, consciente ou inconscientemente, uma concepção que informa uma percepção do espaço total e do ‘fragmento’ escolhido.” (CASTRO, I.E. de. Escala e pesquisa na geografia. Problema ou solução?in: “Espaço Aberto”, PPGG - UFRJ, V. 4, N.1, p. 87-100, 2014.)
A questão da escala aparece como uma das questões metodológicas essenciais na Geografia. A respeito da escala geográfica, é correto afirmar que:
“Em todo o momento de atividade mental acontece em nós um duplo fenômeno de percepção: ao mesmo tempo que temos consciência dum estado de alma, temos diante de nós, impressionando-nos os sentidos que estão virados para o exterior, uma paisagem qualquer, entendendo por paisagem, para conveniência de frases, tudo o que forma o mundo exterior num determinado momento da nossa percepção. Todo o estado de alma é uma paisagem. Isto é, todo o estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita. Assim uma tristeza é um lago morto dentro de nós, uma alegria um dia de sol no nosso espírito.” (PESSOA, F. Cancioneiro: nota preliminar. In: “Obra poética”. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 3ª ed., 1998 [s.d.].)
Conforme Marcelo Lopes de Souza (2013), toda ferramenta conceitual possui potencialidades e limitações. Uma das potencialidades do conceito de paisagem é a sua integração com outras categorias analíticas da Geografia.
A partir da leitura do trecho de Fernando Pessoa, as possibilidades de leitura da paisagem podem se dar pelo exame de:
"Quanto às regiões funcionais, a estruturação do espaço não é vista sob o caráter da uniformidade espacial, mas sim das múltiplas relações que circulam e dão forma a um espaço que é internamente diferenciado. Grande parte desta perspectiva surge com a valorização do papel da cidade como centro de organização espacial. [...] Ao estudarmos os fluxos e as trocas que se organizam em um espaço estruturado, ao qual chamamos de região funcional, há naturalmente uma valorização da vida econômica como fundamento dessas trocas e desses fluxos, sejam eles de mercadorias, de serviços, de mão de obra etc." (GOMES, P.C.C. O conceito de região e sua discussão. In: CASTRO, I.E., GOMES, P.C.C. e CORRÊA, R.L. (orgs.). 12ª ed. “Geografia: conceitos e temas”. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007, p. 64.)
A corrente do pensamento geográfico à qual o conceito de região acima abordado vincula-se é:
“O projeto para integrar e desenvolver a região amazônica brasileira foi realizado em ritmo acelerado, com a Rodovia Transamazônica, que cortou 3400 Km de Floresta Tropical em quatro anos, alcançando a fronteira com o Peru, em 1974. Enquanto a rodovia era construída, pessoas eram trazidas por todos os meios disponíveis – aviões, barcos e ônibus – para ocupar terras e começar a exploração econômica da região [...] Nas décadas de 1980 e 1990, grandes áreas da Amazônia foram derrubadas, e a maioria delas se transformou em pastos para a pecuária extensiva, subsidiada por incentivos do governo.”
(MORAN, Emílio F. Meio Ambiente e Florestas. São Paulo: SENAC, 2010, p. 81-83. Adaptado.)
Qual órgão governamental, descrito anteriormente, contribuiu para atração de investimentos na região amazônica?