Questões de Concurso
Comentadas sobre período colonial: produção de riqueza e escravismo em história
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(Legião Urbana.)
Quem me dera, ao menos uma vez Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem Conseguiu me convencer que era prova de amizade Se alguém levasse embora até o que eu não tinha [...]
(Trecho da música Índios, composição de Renato Russo. Acesso em: 14/12/2023.)
O trecho da música se refere à relação entre os colonizadores portugueses e os indígenas conhecida como:
( ) O processo de colonização teve como base econômica três principais produtos: açúcar, ouro e borracha.
( ) Apesar de existir trabalho livre, na colonização brasileira, predominou o trabalho escravo de indígenas e, principalmente, de africanos cativos.
( ) Atividades econômicas como a pecuária e as drogas do sertão foram relevantes para a ocupação de algumas regiões da colônia.
( ) O fracasso do Governo-Geral instituído pela coroa portuguesa no início da colonização fez com que fossem implementadas as capitanias hereditárias.
Está correta, de cima para baixo, a sequência
A alegoria publicada no periódico “A vida paraense” está intimamente ligada ao Movimento
Sobre a História da escravidão negra no Brasil, analise as proposições a seguir:
I- Era comum a cessão de pequenos lotes de terra aos escravos, que podiam cultivá-los para terem uma fonte de ganho.
II- Escravos mais velhos ou com doenças incuráveis não conseguiam comprar sua liberdade, permanecendo na execução de outras tarefas.
III- Nas fazendas que respeitavam os domingos com mais rigor, o trabalho feito pelos escravos nesses dias era remunerado.
“Sabe-se que as potências metropolitanas perceberam desde cedo as potencialidades estratégicas das inimizades entre os grupos indígenas”. (CUNHA, Manuela Carneiro da [org.]. História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 18). Sobre este tema, analise as proposições a seguir:
I- No século XVI, os franceses e os portugueses em guerra aliaram-se respectivamente aos Tamoio e aos Tupiniquins.
II- No século XVII os holandeses pela primeira vez se aliaram a grupos “tapuias” contra os portugueses.
III- No século XIX, os Krahô, no Tocantins, foram usados para “desinfestar” o Madeira de grupos hostis.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
I- Um dos objetivos do ensino de História, no ensino fundamental, presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais é: “conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.” No entanto, este objetivo não pode efetivamente fazer parte do processo didáticopedagógico ao trabalhar temáticas como escravidão e racismo, porque o documento em tela condena a interdisciplinaridade no fazer historiográfico. II- O respeito às matrizes culturais, a partir das quais se constrói a identidade dos alunos, com, atenção voltada para tudo aquilo que vá resgatar suas origens e sua história, como condição de afirmação de sua dignidade enquanto pessoa, e da especificidade da herança cultural que ele carrega, como parte da infinita diversidade que constitui a riqueza do ser humano é uma das condições essencial para uma prática docente que valoriza uma sociedade plural como a brasileira. III- O racismo gera a discriminação étnico-racial na sociedade brasileira, que se faz presente no espaço escolar com práticas discriminatórias, preconceituosas, que envolvem um universo composto de relações raciais pessoais entre os estudantes, professores, direção da escola, mas também há o forte racismo repassado através de uma parcela considerável dos livros didáticos.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
No que se refere à cultura africana e indígena no Brasil colonial, julgue o item a seguir.
Apesar de fazerem parte do catolicismo, as irmandades
negras também foram espaços de resistência da cultura
africana.
No que se refere à cultura africana e indígena no Brasil colonial, julgue o item a seguir.
O candomblé derivou do animismo africano trazido por
escravizados, no qual se cultuavam os orixás que, no Brasil
colonial, foram vinculados a santos católicos.
GAB: Uma das suas preocupações no livro Segredos Internos, foi a demografia da escravatura, apesar de não se ter fechado numa perspectiva quantitativa. Teve a preocupação de abordar a escravatura a partir de outros pontos de vista. Parece-me que um dos ângulos de análise mais em falta hoje em dia no estudo da escravatura e do tráfico de escravos é a sua dimensão mais humana. Como lhe parece que poderá ser concretizada essa abordagem?
SBS: Esse é um dos problemas com que o historiador se confronta permanentemente. É que os documentos não estão escritos para os nossos fins, eram escritos para outros fins. Os registos paroquiais, por exemplo, são muito interessantes para os historiadores que fazem história social, mas os padres que produziam esses registos tinham interesses completamente diferentes. Então, temos que os ler com muito cuidado e um pouco de criatividade. No meu livro sobre os engenhos na Bahia, os registos paroquiais eram importantíssimos. Fiz um estudo também sobre alforria e sobre compadrio, por exemplo, com material muito interessante. O baptismo de um novo membro da Igreja é um ato católico essencial, mas olhando para este ato com uma determinada lente, vemos que os registos de baptismo, documentos produzidos para os fins da Igreja na época colonial, produzem muita informação social, demográfica e étnica. Acho que a leitura dos documentos depende da habilidade do historiador, da sua imaginação, mais do que do próprio conteúdo do documento. O documento não diz nada por si mesmo, é a pergunta que levamos ao documento que produz a informação que procuramos no documento, é a pergunta do historiador que faz o documento falar. A grande chave do sucesso do historiador é a sua imaginação e criatividade.
Fonte: Borges, Graça Almeida. O historiador como língua do passado. Entrevista a Stuart B. Schwartz, Ler História, n. 70, 2017, pp. 199-215.
Com base na entrevista, assinale a afirmativa que descreve corretamente as possibilidades do uso de fontes para revelar as dimensões humanas do tema da escravidão no Brasil.
I. A desagregação do regime escravocrata e senhorial se operou, no Brasil, sem que se cercasse a destituição dos antigos agentes de trabalho escravo de assistência e garantias que os protegessem na transição para o sistema de trabalho livre. Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou outra qualquer instituição assumissem encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho. O liberto se viu convertido, sumária e abruptamente, em senhor de si mesmo, tornando-se responsável por sua pessoa e por seus dependentes, embora não dispusesse de meios materiais e morais para realizar essa proeza nos quadros de uma economia competitiva.
Fonte: FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes, Volume 1. São Paulo: Editora Globo, 2008, p. 29.
II. Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo – há muita gente de jenipapo ou mancha mongólica pelo Brasil – a sombra, ou pelo menos a pinta do indígena ou do negro. A influência direta ou vaga e remota, do africano. Na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência negra. Da escrava que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer, ela própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de uma coceira tão boa. Da que nos iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama-de-vento, a primeira sensação completa de homem.
Adaptado de: FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal, São Paulo: Global, 2003, p. 367.
Avalie as afirmativas que interpretam os trechos e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) I interpreta a incorporação da população afrodescendente na sociedade brasileira através da análise do mercado de trabalho, responsabilizando os próprios libertos pela falta de melhoria em suas condições.
( ) II interpreta a integração dos afrodescendentes à sociedade brasileira como um processo marcado pela violência, concentrando-se principalmente nos abusos cometidos contra as mulheres escravizadas.
( ) I compreende a sociedade pós-abolição como perpetuadora dos mecanismos de manutenção da desigualdade. II observa as interações sociais entre os grupos formadores do Brasil de forma positiva e atribui centralidade aos afrodescendentes em sua análise.
As afirmativas são, respectivamente,
Julgue o item que se segue.
O movimento abolicionista brasileiro, ao contrário de
outros movimentos globais pela abolição, não contou
com o apoio de organizações internacionais ou de
ativistas de outros países, sendo uma luta isolada.
Julgue o item que se segue.
A abolição da escravatura no Brasil ocorreu em 13 de
maio de 1888, através da Lei Áurea, que foi proposta por
João Alfredo, político do Partido Liberal.
Julgue o item que se segue.
A abolição da escravatura no Brasil foi influenciada pelos
novos padrões civilizacionais que condenavam a prática
do trabalho escravo, mas não foi resultado da
mobilização política dos defensores do abolicionismo.