Questões de História - Processo de Independência: dos movimentos nativistas à libertação de Portugal para Concurso
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O projeto de independência do Brasil, vitorioso há duzentos anos, uniu todas as elites econômicas e políticas locais, pois nenhuma delas advogava a favor da emancipação com a implantação da República ou seguia o exemplo das colônias espanholas.
A transferência do Estado português em 1808, determinada pelas circunstâncias europeias do período, retardou as condições para a independência do Brasil, a começar pela abertura dos portos, que inviabilizou aos agroexportadores brasileiros maior margem de ganhos no mercado internacional.
Mais prudente e refletido do que os seus vizinhos espanhóis, o Brasil mediu a grandeza do objeto: derrubar o antigo edifício e erguer o novo; conheceu-se com forças de o fazer, e assim o tem felizmente executado sem se precipitar na torrente de desgraças que nem os Iturbides, nem os S. Martines, nem os Bolívares, com todos os seus talentos, são capazes de suster. Para nos convencermos, pois, desta verdade, acompanhemos as duas potências na sua revolução, e vejamos o futuro que uma e outra nos promete. [...] Tal tem sido a marcha do Brasil no curso da sua regeneração; marcha que tem constituído das suas diferentes partes um todo colossal, que o torna respeitável aos estranhos, formidável aos inimigos, e afiança para o futuro à perpetuidade do seu sistema.
(Diário do Governo n.28, 05/02/1823, grifos no original). (Fonte: PIMENTA, João Paulo G. A independência do Brasil como uma revolução: história e atualidade de um tema clássico. História da historiografia- Ouro Preto- n. 3, Set. de 2009, p. 52-82.)
Neste ano, estamos comemorando o bicentenário da Independência do Brasil, tema e muitos trabalhos historiográficos no século XX, por sua perspectiva conservadora, levaram a vários questionamentos sobre o nosso rompimento com a metrópole portuguesa. Com relação ao processo de independência da América Latina que foi com o uso da força e da violência, nosso processo pareceu mais pacífico, sendo, por isso, elogiado, nos jornais da época, como nos mostra a citação acima. Nesse sentido, podemos considerar que o processo de Independência foi:
I- Diferente da América Latina pela presença da Família Real que tornou o Brasil a sede do Império, criando uma estrutura de metrópole para comportar a corte que chegou aqui fugida em 1808.
II- Considerado revolucionário hoje porque houve um rompimento do sistema colonial, abrindo as portas para o Capitalismo Industrial do café e da cana-de-açúcar mesmo mantendo o sistema escravista.
III- Mediado pelos fazendeiros e pelos políticos que defendiam a manutenção da escravidão sob o argumento que não saberiam utilizar outra forma de mão de obra que não fosse a escrava, colocando em risco a economia.
IV- Revolucionária, mas não rompeu com o sistema colonial e com a quebra de monopólio comercial que era imposto por Portugal e Espanha, marcando uma transição do Feudalismo para o Capitalismo.
V- Manteve a monarquia e o sistema escravista por causa da política conciliatória entre os fazendeiros de cana-de-açúcar e de café, marcando a permanência feudal no modo de produção.
Estão CORRETAS:
Não há sombra de dúvidas sobre o papel central desempenhado pelos mulçumanos na Rebelião de 1835. Os rebeldes - ou uma boa parte deles - foram para as ruas com as roupas usadas na Bahia pelos adeptos do Islamismo. No corpo dos muitos que morreram, a polícia encontrou amuletos mulçumanos e papéis com as rezas e as passagens do Qur’ãn usados para proteção. Essas e outras marcas da revolta levaram o chefe de polícia Francisco Gonçalves Martins a concluir o óbvio: “o certo”, escreveu ele, “é que a religião tinha a sua parte na sublevação”. Seguia a observação que “os chefes faziam persuadir aos miseráveis, que certos papéis os livrariam da morte”. E outro Francisco Martins o presidente: “Parece-me que o fanatismo religioso também entrava nessa conspiração”.
(REIS, João Jose. Rebelião escrava no Brasil: A História do levante dos Malês em 1835. São Paulo; Companhia das Letras. 2003, p. 158.)
O Período Regencial do Brasil foi um momento de muita turbulência diante dos descontentamentos dos três povos: brasileiros, escravos e indígenas, deflagrando várias rebeliões pelo país chamada de movimento nativista. O trecho acima fala da Revolta dos Malês na Bahia. Podemos considerar sobre a Revolta que:
I- Foi um movimento racial religioso, no qual escravos mulçumanos organizaram para reivindicar o fim da escravidão e da imposição do Catolicismo e ter liberdade de culto religioso.
II- Os escravos foram convertidos ao Islamismo já no Brasil e fizeram parte de uma tentativa de fundação de uma república islâmica para aumentar a religião no país.
III- Foi considerado um movimento de fanatismo religioso, pois os malês eram escravos mulçumanos que, por causa dos dogmas do Islamismo, não queriam aceitar a escravidão.
IV- O Brasil era receptivo ao Islamismo, por isso aceitou a entrada de africanos mulçumanos para servirem de escravos, já que eles não tinham alfabetização e não eram ameaça.
V- O dia escolhido da rebelião foi 25 de janeiro, data importante para os mulçumanos, a chamada Noite de Glória, que é o dia em que o Corão foi revelado a Maomé, tornando um marco.
Estão CORRETAS:
(Brasil celebra 200 anos de independência com site, livros e exposições. Disponível em: msn.com. Adaptado.)
Além de ser proclamada a independência, era necessário que o nosso país fosse reconhecido, internacionalmente, como nação soberana, o que ocorreu:
Acerca desse movimento, é correto afirmar, exceto:
Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue o item.
A transferência do Estado português para o Brasil, em
1808, decorreu de injunções da política europeia e, ao
modificar o status da Colônia, retardou em muito o
caminho para a Independência.
Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue o item.
O insucesso da Conjuração Mineira de
1789 (“Inconfidência”) deveu-se ao fato de que seus
integrantes desconheciam por completo a Era
Revolucionária que atingia a América do Norte e
convulsionava parte da Europa.
Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue o item.
A Revolução do Porto, em 1820, foi essencialmente
liberal, tanto para a metrópole portuguesa quanto para
sua colônia brasileira.
Quanto ao movimento rebelde conhecido como Revolução Pernambucana de 1817, julgue (C ou E) o item a seguir.
O projeto de Lei Orgânica dos revolucionários de
Pernambuco resguardava o catolicismo como religião
do Estado, reservando os empregos públicos a reinóis e
estrangeiros católicos. Por outro lado, instituía a
liberdade de imprensa, revogava o antigo sistema
municipal, estabelecia a divisão entre os Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário e determinava que
os governadores e os secretários de Estado poderiam
ser processados por crimes de responsabilidade.
Quanto ao movimento rebelde conhecido como Revolução Pernambucana de 1817, julgue (C ou E) o item a seguir.
No plano político, os rebeldes de 1817 buscaram se
vincular à memória da bravura dos pernambucanos que
resistiram à invasão holandesa no século 17, o que
motivou a autoclassificação do movimento como uma
“segunda restauração” de Pernambuco. Nesse sentido,
o governo provisório argumentava ter havido uma
ruptura do pacto constitucional tradicional firmado
entre a capitania e a Coroa no momento da
restauração.
Quanto ao movimento rebelde conhecido como Revolução Pernambucana de 1817, julgue (C ou E) o item a seguir.
A transmigração da Corte portuguesa para o Rio de
Janeiro foi um dos fatores que levaram às insatisfações
que culminariam na Revolução de 1817.
Disseminou-se a perspectiva de que os gastos da
família real impactaram excessivamente as contas da
Capitania de Pernambuco, que teria chegado a
transferir cerca de 30% de sua arrecadação para o Rio
de Janeiro em 1816. Entre os tributos exigidos a partir
desse momento, incluíam-se cotas para a reconstrução
de Portugal, impostos sobre o algodão e taxa relativa à
iluminação pública do Rio de Janeiro. Esta última
tornou-se um símbolo do descontentamento, ensejando
críticas à presença da família real no Brasil.
Quanto ao movimento rebelde conhecido como Revolução Pernambucana de 1817, julgue (C ou E) o item a seguir.
Atividades sediciosas vinham sendo alimentadas pela
circulação de boatos, missivas e panfletos antes de
1817. No bojo de um processo geral de difusão de
papéis considerados polêmicos, teve grande
importância a presença de impressos trazidos da
Europa, o quais eram lidos e discutidos oralmente nos
espaços públicos. Murmurações públicas tidas como
subversivas eram acompanhadas de perto pelo
governo, que introduziu agentes infiltrados entre a
população, e eles foram responsáveis por denunciar
envolvidos no movimento.
A ruptura política com Portugal e a organização do Estado nacional implicariam a elaboração de um aparato ideológico que deveria dar legitimidade ao próprio processo de construção da Nação. Tratava-se agora de inventar o Brasil, não apenas no plano geopolítico, mas também no plano simbólico, forjando as bases de sua identidade. [...] À organização política do Estado nacional deveria corresponder uma produção simbólica que delineasse os contornos da Nação e a integrasse no mundo civilizado, segundo os parâmetros europeus.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. A invenção do Brasil: um problema nacional? In: A invenção do Brasil: ensaios de história e cultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007, p. 59-69, p. 60.
Acerca das diferentes dimensões do processo de independência do Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.
As festas cívicas organizadas na cidade do Rio de
Janeiro para a aclamação de Pedro como imperador
constitucional do Brasil, em 12 de outubro de 1822,
tiveram como objetivo afirmar o rompimento
definitivo com Portugal e a instauração de uma nova
soberania; ao mesmo tempo, visavam a fazer
reconhecer a representação popular como uma das
fontes do poder imperial.