Questões de História para Concurso
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Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime;
PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.107.
Marcos Napolitano compreende que o professor deve estar preparado para lidar com situações e argumentos negacionistas em sala de aula. De modo a enfrentar esse desafio, não cabe ao professor, na visão do autor:
Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.102.
O trecho foi extraído do texto de Marcos Napolitano, pelo qual objetiva apontar aos pesquisadores e aos professores de História sobre como lidar com os temas do negacionismo e do revisionismo histórico. A esse respeito, julgue as afirmativas que fazem parte da argumentação do autor:
I. O revisionismo pode ser compreendido como um processo de revisão do conhecimento factual das interpretações historiográficas dominantes, com base em novas questões teóricas, novas hipóteses, novos métodos de análise e novas fontes primárias. Esse é o oxigênio da área de História, mesmo quando remexe em passados sensíveis e explicações aceitas.
II. O revisionismo deve ser encarado como um legítimo e necessário trabalho da historiografia. Portanto, antepõe-se ao negacionismo, que se trata da negação de um processo, evento ou fato histórico estabelecido pela comunidade de historiadores como efetivamente ocorrido no passado, em que pesem várias possibilidades de interpretação validadas pelo debate historiográfico.
III. O revisionismo histórico é, em si, um revisionismo de matriz ideológica, pois parte da premissa de que o pesquisador e professor de história não são emissores de opiniões vazias. Dessa forma, a seletividade intencional das fontes primárias e a construção de hipóteses constituem bons mecanismos de reivindicação do reconhecimento de procedimentos metodológicos por parte do revisionismo histórico.
IV. Estão entre as principais armadilhas argumentativas dos negacionistas: defender a necessidade de outras versões sobre um evento histórico, denunciar a ausência de “prova” documental que “prove” que um crime ou violência foi cometido no passado; e tomar o fato reconhecido e chancelado pela pesquisa histórica como “interpretação”, defendendo seu método como “factual”.
Estão CORRETAS:
Se o movimento operário pode ser considerado um movimento social de classe, isso significa que, historicamente, a ação reivindicativa da classe trabalhadora é inseparável dos objetivos políticos de longo prazo que animaram as suas lutas. Acresce que o sindicalismo foi, desde sempre, pautado pela diversidade das suas lógicas de atuação. O objetivo de conciliar a luta por melhorias salariais e de condições de trabalho com a missão de solidariedade internacionalista só em certas circunstâncias históricas teve algum sucesso. A penetração da doutrina marxista nos meios operários, designadamente na sequência das Internacionais Operárias, contribuiu para desenvolver uma identidade coletiva – “de classe” –, que se propunha a guiar os trabalhadores e a humanidade para uma sociedade liberta de injustiças: o socialismo.
(PANNEKOEK, A., 1936. O sindicalismo. Disponível em: Arquivo Marxista na Internet. Acesso em: 02/06/2024.)
Além do socialismo, uma outra concepção se inseriu nos meios operários, mudando muitas perspectivas de ação entre eles
e no âmbito político: o anarquismo. Ambos, socialismo e anarquismo, tinham pontos semelhantes, mas algumas peculiaridades, tais como:
É importante perceber como a apropriação e a troca entre culturas se desenvolvem, fazendo com que não seja possível, por vezes, afirmar um lugar social estático e permanente para o tratamento de certo grupo. As experiências culturais são necessariamente intercambiantes e fenômenos culturais desse tipo são comuns nos países americanos, podendo-se citar, por exemplo, as culturas nativas do México e as tradições religiosas dos povos andinos, que conjugam a sua raiz axiológica com a tradição cristã. Assim, quando “o apropriante e o apropriado terminam por coexistir”, não caberia apelar para “uma certa pureza dos povos originários e das tradições”, uma vez que essas manifestações culturais são transformadas ao longo da história.
(CUCHE, Denys, 2009.)
No excerto anterior, as falas relativas ao “apropriante” e “apropriado” deixam patente que:
O capitalismo monopolista é resultante de um processo de grande aumento da indústria e também da concentração da produção em empresas que se tornam cada vez maiores, e que, ao alcançarem seu mais alto nível de desenvolvimento, necessitam da reunião – numa só empresa – dos mais diferentes ramos industriais combinados. Criam-se, portanto, os monopólios. O surgimento dos monopólios é uma lei geral que identifica o chamado estágio superior do capitalismo, ou melhor, o imperialismo como fase superior do desenvolvimento capitalista mundo afora.
(POULANTZAS, Nicos., 2007.)
O imperialismo, visto como fase superior do desenvolvimento capitalista, apresenta algumas características fundamentais; dentre elas é possível destacar:
As décadas de 60 e 70 do século XX manifestaram intensas movimentações nos países do hemisfério Sul da América: de um lado a consolidação da participação política e econômica das multinacionais e dos capitais estrangeiros, e de outro as mobilizações populares em resposta às novas dinâmicas, com petições de manutenção dos direitos trabalhistas, reforma agrária e melhor distribuição das riquezas. Em meio a esse cenário, olhando por uma perspectiva global, as duas maiores potências da época evidenciavam a geopolítica no qual o mundo estava submetido. O bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos buscava frear a ampliação da influência política e econômica da socialista União Soviética, configurando-se um período de tensão pela disputa tecnológica e armamentista, que não resultou em um conflito direto entre eles, mas na participação dos conflitos entre os seus aliados e governos satélites do Terceiro Mundo. Diante desse contexto é que se inserem os golpes militares nos países da América Latina.
(VIZENTINI, Paulo G. F., 2000, p. 195-226.)
Os Estados Unidos já mantinham relações econômicas e diplomáticas com os países latino-americanos desde a Segunda Guerra Mundial, pelo fornecimento de armas em troca da defesa do continente e treinamentos militares dos exércitos desses países, durante o período beligerante. Em relação aos governos militares latino-americanos:
Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, começou lentamente a tomar corpo no Brasil um movimento, conhecido como nacional-desenvolvimentismo, que tinha como objetivo tornar a economia nacional em algo mais sofisticado do que uma simples fornecedora de produtos primários para o mercado internacional. Libertar o país da dependência da agricultura e torná-lo uma nação industrializada não seria uma tarefa fácil, nem rápida, mas até certo ponto, tal pretensão foi alcançada. [...]
(Disponível em: https://www.abphe.org.br/arquivos/2015. Acesso em julho de 2024.)
O período desenvolvimentista costuma ser dividido em dois. O primeiro, “industrialização restringida”, em que o capital estrangeiro foi pouco relevante, atuando em ramos menos dinâmicos, e compreendeu todo o período Vargas – incluindo o interregno Dutra. Já o segundo período, “industrialização pesada”, que tem início no governo Juscelino Kubitschek – JK, é caracterizado, dentre outros fatores, pela:
É extensa a literatura sobre o populismo. Nos quinze anos seguintes, a política brasileira foi dominada por Getúlio Vargas, que, apesar de ser um político do sistema velho, estava apto, disposto e capaz de formar e dirigir uma nova aliança populista. Consequentemente, organizou-se o Ministério do Trabalho, e os sindicatos trabalhistas, virtualmente ilegais antes da Revolução, foram estabelecidos e inspirados pelo novo “pai do povo”. Além disso, enquanto sua atuação na área da reforma democrática estava longe de ser impressiva, Vargas conseguiu apoio significativo entre as camadas médias da sociedade brasileira, através da defesa de uma linha nacionalista e da promoção de uma política de industrialização e diversificação econômica, pela criação de empresas estatais e financiamentos do Banco do Brasil.
(WEFFORT, Francisco, 1989.)
No contexto do colapso da chamada “República Velha” e a emergência de Vargas ao poder, com um tipo de governo peculiar, alguns fatores se destacam, tais como:
O que caracterizou, principalmente, o mercantilismo, na fase em que se expandiu por quase todas as nações da Europa, do século XVI ao XVIII, justamente no período colonial da história brasileira, é que nunca se incorporou propriamente, numa doutrina econômica de claras e coerentes formulações e de rígidos artigos. Nunca passou de uma série de práticas visando atingir certos objetivos empíricos. Não teve nenhum teorizador, embora se possam apontar alguns expoentes dessas ideias mais ou menos imperfeitamente postas em prática para a obtenção de certos resultados econômicos. [...]
(FURTADO, C., 2007.)
Na Europa, o mercantilismo é, às vezes, visto como uma fase na evolução histórica do capitalismo. Vários são os elementos fundamentais nessa doutrina, dentre os quais podemos destacar:
Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos.
(GALEANO, 1985, p. 1.)
Essa situação de dependência econômica, enquanto parte do sistema, fez com que a sociedade colonial formada no interior desses espaços dominados sofresse, na sua organização, influências diretas, tais como:
A produção histórica da América Latina começa com o desmantelamento de todo um mundo histórico, provavelmente a maior aniquilação sociocultural e demográfica da história que chegou ao nosso conhecimento [...] se trata, primeiro, da desintegração dos padrões de poder e de civilização de algumas das mais avançadas experiências históricas da espécie. Segundo, do extermínio físico, em pouco mais de três décadas, as primeiras do século XVI, de mais da metade da população dessas sociedades, cujo total imediatamente antes de sua destruição é estimado em mais de cem milhões de pessoas.
(Quijano, 2005 b, p. 16.)
Nesse contexto de conquista e colonização, as relações de poder entre colonizadores e colonizados consistiram:
Conforme Abreu (2008), acerca do papel das cidades no período da colonização portuguesa no Brasil, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. As cidades no período colonial brasileiro, em contraste com o período colonial da América Espanhola, tinham um papel central como núcleo de controle do território conquistado pelos portugueses.
II. O processo de colonização portuguesa no Brasil encontrou civilizações que já tinham uma base urbana preexistente centrada na mineração e na circulação de metais preciosos.
III. O processo de colonização portuguesa, a partir de 1573, foi centrado na prática de fundação de cidades através da promulgação das “Ordenações de descobrimento e de povoamento de Felipe II”, também chamadas de “Lei das Índias”.
Diante desse contexto, qual das alternativas a seguir melhor expressa os objetivos centrais da CLT e as estratégias de Getúlio Vargas para manter o controle sobre as massas trabalhadoras?
1. A posição geopolítica do Brasil na América Latina é reforçada pela sua participação ativa em blocos econômicos como o Mercosul e os BRICS, bem como pelo seu papel como interlocutor em negociações multilaterais, consolidando sua influência sobre os demais países da região.
2. Apesar de ter alcançado importantes avanços em índices econômicos e sociais, o Brasil superou os desafios relacionados à desigualdade de renda, à violência urbana e aos problemas estruturais nos setores de saúde e educação.
3. A crise econômica de 2014-2016 revelou a dependência do Brasil em relação ao setor de commodities e ao consumo interno, demonstrando a necessidade de uma maior diversificação produtiva e de reformas estruturais profundas para garantir um crescimento sustentável a longo prazo.
4. A instabilidade política no Brasil, incluindo episódios como o impeachment presidencial e as frequentes mudanças de governo, tem comprometido a confiança dos investidores e dificultado a implementação de reformas econômicas e sociais abrangentes.
5. A gestão ambiental no Brasil, com destaque para a Amazônia, tem sido objeto de intensos debates globais sobre sustentabilidade, com pressões tanto de agentes internos quanto externos, que apontam para a necessidade de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e os compromissos climáticos internacionais.
Alternativas:
1. A ISI foi completamente bem-sucedida em todos os países onde foi adotada, permitindo um crescimento industrial contínuo e uma redução permanente da dependência de importações.
2. O surgimento do populismo na América Latina, exemplificado por líderes como Getúlio Vargas no Brasil e Juan Perón na Argentina, pode ser visto como uma resposta às falhas do liberalismo e à necessidade de políticas econômicas mais inclusivas.
3. A industrialização por substituição de importações (ISI) foi adotada por muitos países latino-americanos como uma estratégia para reduzir a dependência das importações e promover o desenvolvimento industrial interno.
4. A crise do liberalismo econômico, evidenciada pela Grande Depressão, teve efeitos devastadores nas economias latino-americanas, que dependiam fortemente das exportações agrícolas e minerais.
5. A crise do liberalismo e a subsequente adoção de modelos de desenvolvimento alternativos na América Latina levaram à criação de um Estado mais intervencionista, com maior controle sobre a economia e a sociedade.
Alternativas: