Questões de História para Concurso
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Assinalar a alternativa que corresponde CORRETAMENTE à descrição anterior:
Sobre a redefinição contemporânea da noção de patrimônio cultural e a ampliação dos repertórios de práticas de preservação para incluir a memória de manifestações como: interpretações musicais e cênicas, conhecimentos tradicionais, práticas culinárias, terapêuticas e lúdicas, técnicas de produção, etc., avalie as sentenças abaixo e selecione a opção correta.
I - A ampliação da noção de patrimônio aproxima as produções culturais do passado e do presente.
II- Essa ampliação viabiliza as leituras da produção cultural dos diferentes grupos sociais, incluindo aquelas transmitidas oralmente, dando-lhes voz tanto na produção como também na leitura e na preservação dos sentidos do seu patrimônio.
III-A redefinição do campo do patrimônio cria condições para que se cumpra o preceito constitucional de “direito à memória” como parte dos “direitos culturais” de toda a sociedade brasileira.
IV-Contribui para a inserção dos bens produzidos em contextos culturais tradicionais em novos sistemas e circuitos, a exemplo do mercado de bens culturais e do turismo, o que compromete os valores e significados desses mesmos bens.
“Fonte histórica’ é tudo aquilo que, por ter sido produzido pelos seres humanos ou por trazer vestígios de suas ações e interferência, pode nos proporcionar um acesso significativo à compreensão do passado e de seus desdobramentos no presente. As fontes históricas são as marcas da história”. Barros, José D’Assunção. Fontes históricas: introdução aos seus usos historiográficos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019 p. 10.
Entre as concepções acerca das fontes históricas no campo historiográfico, examine as sentenças e indique as afirmações que convergem com a sentença acima.
I – No sentido indicado, as fontes históricas incluem tanto os documentos textuais (crônicas, memórias, registros cartoriais, processos criminais, cartas legislativas, jornais, obras de literatura, correspondências públicas e privadas e tantos mais) como também quaisquer outros registros ou materiais que possam servir de indício e/ou testemunho relevante para o presente do historiador.
II – As fontes históricas não precisam ser, necessariamente, materiais no sentido tradicional da palavra, visto que há uma série de registros e vestígios que não assumem o formato de documentos registrados em suportes de papel (registros virtuais, fontes imateriais, genética, transformações geológicas).
III-A extraordinária expansão do universo das “fontes históricas”’ ocorreu concomitantemente à flexibilização dos sentidos atribuídos à palavra documento, de tal maneira que hoje são expressões praticamente sinônimas no âmbito da historiografia.
IV-A despeito da variedade de possibilidades abertas pela ampliação da definição de fontes históricas, no campo historiográfico, estas se restringem exclusivamente às fontes históricas produzidas diretamente pela ação e pela existência humanas.
Ao abordar alguns dos problemas teóricos derivados da relação entre o cinema e a história, o autor apresenta algumas das principais perspectivas que a nova historiografia tem atribuído ao cinema como fonte primária para investigação historiográfica. Entre as perspectivas abaixo, escolha a que representa, adequadamente, essa nova perspectiva de tratamento dos registros fílmicos.
Assinale a alternativa que expresse, adequadamente, o historicismo naturalista e/ou o historicismo marxista ou dialético e/ou o historicismo culturalista.
Sobre a compreensão da quantificação estatística, suas características e possibilidades, é incorreto afirmar que:
I- O testemunho oral representa o núcleo da investigação, nunca sua parte acessória; isso obriga o historiador a levar em conta perspectivas nem sempre presentes em outros trabalhos históricos, como, por exemplo, as relações entre escrita e oralidade, memória e história ou tradição oral e história.
II- O uso sistemático do testemunho oral possibilita à história oral esclarecer trajetórias individuais, eventos ou processos que, às vezes, não têm como ser entendidos ou elucidados de outra forma: são depoimentos de analfabetos, rebeldes, mulheres, crianças, miseráveis, prisioneiros, loucos ... São histórias de movimentos sociais populares, de lutas cotidianas encobertas ou esquecidas, de versões menosprezadas; essa característica permitiu, inclusive, que uma vertente da história oral se tenha constituído ligada à história dos excluídos.
III-A história do tempo presente, perspectiva temporal por excelência da história oral, é legitimada como objeto da pesquisa e da reflexão históricas.
IV Na história oral, o objeto de estudo do historiador é recuperado e recriado por intermédio da memória dos informantes; a instância da memória passa, necessariamente, a nortear as reflexões históricas.
CARDOSO, C. F. Epistemologia pós-moderna, texto e conhecimento: a visão de um historiador. Diálogos, 3(1), 1 - 28, 2017.
Com relação às bases epistemológicas em que repousam a concepção pós-moderna da História, assinale a alternativa que melhor representa os principais temas pós-modernos.
Com relação às concepções de Marc Bloch a respeito da legitimidade e utilidade do conhecimento histórico, assinale a alternativa correta.
I – O conhecimento histórico age tão profundamente sobre os fundamentos mesmos da “estrutura mental ocidental” e pertence a ela tão intrinsecamente que se tornou inconsciente.
II- O conhecimento histórico deve ser experienciado como uma forma de prazer, o prazer do conhecimento do outro, e pela curiosidade de conhecer situações vividas, sentimentos, formas de vida, sobrevivência e morte.
III-O conhecimento histórico interessa ao homo sapiens, que tem a intenção de conhecer-se e se reconhecer e quer conhecer o que o rodeia e a ele mesmo, donde advém parte significativa de sua legitimidade intelectual.
IV-Na medida em que coloca em contato homens do presente e do passado, o conhecimento histórico tem legitimidade social.
“Não é da minha boca É da boca de A Que o deu a B Que o deu a C Que o deu a D Que o deu a E Que o deu a F Que o deu a mim Que o meu esteja melhor na minha boca Que na dos ancestrais.” HAMA, B.; KI-ZERBO, J. Lugar da História na sociedade africana. In.: KI-ZERBO, J. (Org.) História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África. 2.ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010.
Assinale a alternativa que melhor corresponde à concepção de tempo histórico ilustrada pela estrofe de invocação mágica praticada entre os Songhai.
CARDOSO, C. F. História e Paradigmas Rivais. In.: ______; VAINFAS, R. Domínios da História. Ensaios de Teoria e Metodologia. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Editora Campus LTDA, 1997, p. 20-21.
Leia as assertivas abaixo.
I O ponto de partida na produção de conhecimento deve ser, no mínimo, hipotético ou hipotético-dedutivo.
II A História deve ser analítica, estrutural e mesmo macroestrutural, explicativa, racional, científica.
III É necessária a produção de uma síntese global que explique as articulações entre os níveis que fazem da sociedade humana uma totalidade estruturada e as especificidades no desenvolvimento de cada nível.
IV As interpretações sobre qualquer ação dos homens no tempo são, necessariamente, múltiplas. Não há formas aceitáveis de escolher entre elas, sendo, portanto, todas válidas se satisfizerem aos critérios do autor e daqueles que com ele concordarem.
V Opõe-se ao historicismo e ao método puramente hermenêutico ou interpretativo que tal corrente propugnava. Assim, defende a razão e o progresso humano e pretende estender aos estudos sociais o método científico.
Assinale a alternativa abaixo que melhor relaciona as assertivas acima aos paradigmas moderno ou pósmoderno de produção de conhecimento social e histórico.
I - O projeto de preservação do patrimônio nacional se configurou no Brasil como missão educadora de elite, desvinculada de outras áreas como territorialidade e qualidade de vida.
II - Quando da criação do SPHAN, coube à gestão do arquiteto Lúcio Costa (1902-1998) as orientações para a definição do que seria o patrimônio nacional, razão pela qual mais de 90% dos bens protegidos pelo instrumento do tombamento correspondem a exemplares do patrimônio arquitetônico.
III-A concepção de patrimônio, definida pela atuação do Iphan (então nomeado Dphan) na década de 1960, esteve marcada pela ideia de valor intrínseco ao bem, revelado pelos especialistas.
IV- A Constituição de 1988 abriu espaço para que o patrimônio pudesse ser definido de forma mais diversa, contemplando as referências culturais de outros grupos formadores da sociedade brasileira.
Apesar da importância que o associativismo dançante assumia na experiência dos trabalhadores da cidade, pouco era o espaço dedicado pela grande imprensa às suas atividades nos primeiros anos da República. [...] Essa situação começou a mudar no início do novo século, quando se consolidava o tipo de jornalismo empresarial que havia surgido na cidade, em 1875 [...]. Não era de se estranhar, por isso, que, em pouco tempo, outras folhas passassem a aumentar o espaço dedicado à cobertura da febre dançante que assolava a cidade. Se veículos mais tradicionais [...] contavam com uma penetração em setores comerciais e empresariais que lhes permitiria ignorar por mais tempo a força de fenômenos como esse, as folhas mais dependentes de suas vendagens avulsas se viam obrigadas a atentar para a força crescente do associativismo dançante.
PEREIRA, Leonardo A. de M. A cidade que dança: clubes e bailes negros no Rio de Janeiro (1881-1933). Rio de Janeiro: EdUERJ, 2020, p. 80-88.
Entre as orientações assumidas pelos historiadores acerca do uso de fontes impressas, podemos identificar, no texto acima, a seguinte:
I - A variação vocabular é um elemento importante na análise de fontes textuais, considerando o caráter dinâmico do universo linguístico do historiador e da(s) fonte(s) analisada(s).
II- A classificação de documentos quanto ao seu gênero textual não é utilizada pela historiografia como meio de interpretação das fontes escritas, visto que, além de poemas, crônicas e correspondências, há um amplo universo de modalidades de texto que não são enquadráveis em padrões regulares e/ou em um sistema de comunicação próprio.
III-Pode ser exemplo da crítica externa e da crítica interna que o historiador direciona aos documentos escritos a análise da autenticidade e da veracidade de uma dada fonte, respectivamente.
IV- É recomendável ao pesquisador conhecer os momentos de mudança institucional profunda da estrutura da administração pública, bem como aspectos básicos de sua evolução ao longo do tempo.