Questões de Concurso
Sobre tipos de gramática – normativa, funcional, descritiva e gerativa em linguística
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Analise a correlação entre as concepções de língua abaixo e a palavra ou expressão que as representa.
1. Concepção estruturalista – oralidade
2. Concepção instrumental – código
3. Concepção cognitivista – gramática normativa
4. Concepção sociointeracionista – interlocução
A correlação está CORRETA em:
O ato de ler
[...] A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado – e até gostosamente – a “reler” momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo.
Ao ir escrevendo este texto, ia “tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que me movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”.
A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de “ler” o mundo particular em que me movia – e até onde não sou traído pela memória –, me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou entregando, recrio, e revivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas delas como se fossem gente, tal a intimidade entre nós – à sua sombra brincava e em seus galhos mais dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos menores que me preparavam para riscos e aventuras maiores.
A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe –, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto – em cuja percepção rio experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber – se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.
(FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989. Fragmento.)
Nas atuais diretrizes referentes ao ensino de língua portuguesa, o texto emerge como um elemento auxiliar que o professor pode utilizar para o ensino de regras e de padrões gramaticais.
I- A Gramática (do grego: ypauuatlk´n, transl. grammatiké, feminino substantivado de grammatikós) é um grande conjunto de regras e estudos, classificados em diversos tipos. A que designa o caráter prescritivo da língua, que impõe as regras e o padrão a ser seguido, nós a chamamos de Gramática Normativa. II- Dentro da Gramática Normativa temos a Morfologia (morfo = forma, logia = estudo), parte que estuda as classes de palavras, ou seja, o estudo da forma da palavra. III- Na Morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o, contexto de comunicação em que estão inseridas ou outros fatores que podem influenciá-las, mas somente a forma da palavra, o que de fato ela é.
Está correto o que se afirma em:
VERÍSSIMO, L. F. In OLIVEIRA, J. et alii. Análise estilística do texto “Gigolô das Palavras”, de Luís Fernando Veríssimo. Soletras,
ano VII, n. 14. São Gonçalo: UERJ, jul/dez 2007, p. 94-95.
I- a multiplicidade de linguagens e a diversidade cultural existentes instauram a possibilidade de processos criativos de produção de linguagens e ampliam os objetos de conhecimento aos quais professores e estudantes devem se envolver. II- as práticas de linguagens cotidianas demarcam outro status ao processo educativo que vão além da valorização de aspectos culturais diversos, mas da busca de estabelecer a interlocução entre saberes de diferentes esferas de atividades da linguagem. III- os repertórios culturais amplos e apropriados ao conjunto de contextos sociais evocam as experiências significativas para a produção colaborativa em que as tecnologias têm largamente contribuído para ampliar e modificar os letramentos.
Está CORRETO o que se afirma em:
No que diz respeito aos diferentes conceitos de gramática, analise os itens a seguir.
I. Para a gramática ________________, as regras operaram como obrigações a serem seguidas a rigor e, por esse motivo, tudo aquilo que foge à norma de prestígio seria reprovado, taxado como um erro. Temos aí uma perspectiva de língua em que a modalidade culta deve servir de referência a todo custo, desconsiderando-se assim, as demais variedades. II. A gramática _______________, por sua vez, segundo o autor, formula regras mediante a observação da realidade da língua, sem atribuir valor a uma variedade linguística ou outra. Por levar em consideração o fator de variação na língua, são considerados erros apenas as construções que não integram nenhum dialeto, que sejam, portanto, agramaticais (inexistentes) na língua. III. Na gramática ______________, o conhecimento sistemático que o falante tem da língua expressa suas regras de uso, sem apresentar nenhuma preocupação de cunho valorativo. Portanto, nesse caso, erros aconteceriam somente quando o falante acionasse hipóteses que foram interiorizadas de maneira equivocada.
Assinale a opção CORRETA que completa as lacunas dos itens respectivamente.
A partir dos trechos a seguir e de acordo com os seus conhecimentos sobre variação linguística e ensino de língua, responda à questão.
“Partimos do pensamento de que o fenômeno “variação linguística” esteve presente em todo o momento da formação e estruturação de nossa língua. A linguística atual revela que uma língua não é homogênea e deve ser entendida justamente pelo que caracteriza o homem – a diversidade, a possibilidade de mudanças. É preciso compreender que tais mudanças, como se pensava no início, não se encerram somente no tempo, mas também se manifestam no espaço, nas camadas sociais e nas representações estilísticas.”
Disponível em:
<https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/variacaolinguistica-uma-realidade-nossa-lingua.htm
Na letra da música Socorro, de Arnaldo Antunes, percebe-se a presença da licença poética no trecho a seguir: “Meu coração já não bate, só apanha…”. Sabe-se que o coração não é capaz de bater ou apanhar, no entanto, com a utilização do recurso, o autor reforça que em sua vida afetiva está mais acostumado a sofrer do que a ter alegrias.
Disponível em: <http://pt-br.monica.wikia.com/wiki/Categoria:Turma_do_Chico_Bento>. Acesso em: 05 set. 2017.
De acordo com Saussure, “é ponto de vista que cria o objeto”, assim uma concepção gramática é consequência do olhar que se tem sobre a língua.
Partindo dessa afirmação, assinale a alternativa que caracteriza a concepção de língua e, consequentemente, de
gramática apresentada no texto.