Questões de Literatura - Modernismo para Concurso

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Q1671237 Literatura

Livro sobre nada (Manoel de Barros)


É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.

Tudo que não invento é falso.

Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.

Tem mais presença em mim o que me falta.

Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.

Sou muito preparado de conflitos.

Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.

O meu amanhecer vai ser de noite.

Melhor que nomear é aludir.

Verso não precisa dar noção.

O que sustenta a encantação de um verso (além do ritmo) é o ilogismo.

Meu avesso é mais visível do que um poste.

Sábio é o que adivinha.

Para ter mais certezas tenho que me saber de imperfeições.

A inércia é meu ato principal.

Não saio de dentro de mim nem para pescar.

Sabedoria pode ser que seja estar uma árvore.

Estilo é um modelo anormal de expressão: é estigma.

Peixe não tem honras nem horizontes.

Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia.

Eu queria ser lido pelas pedras.

As palavras me escondem sem cuidado.

Aonde eu não estou as palavras me acham.

Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.

Uma palavra abriu o roupão para mim. Ela deseja que eu a seja.

A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.

Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.

Esta tarefa de cessar é que puxa minhas frases para antes de mim.

Ateu é uma pessoa capaz de provar cientificamente que não é nada. Só se compara aos santos. Os santos querem ser os vermes de Deus.

Melhor para chegar a nada é descobrir a verdade.

O artista é erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.

Por pudor sou impuro.

O branco me corrompe.

Não gosto de palavra acostumada.

A minha diferença é sempre menos.

Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.

Não preciso do fim para chegar.

Do lugar onde estou já fui embora.

Manoel Wenceslau Leite de Barros foi um poeta brasileiro do Século XX, pertencente, cronologicamente, à geração de 45, mais formalmente ao Pós-Modernismo Brasileiro, situando-se mais próximo das vanguardas europeias do início do Século XX, da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. Sobre o poeta mato-grossense, marque os itens com V (verdadeiro) ou F (falso) e assinale a alternativa correta: ( ) Sua poesia tem como uma das principais características o pantanal, indo sua temática para muito além do paisagismo inócuo. ( ) Seus poemas se plasmam, por meio de sua natureza e de seu cotidiano, a linguagem poética procura transformar em tátil, olfativo, visual, gustativo e auditivo aquilo que é paradoxalmente abstrato. ( ) Transfigurando poeticamente o universo em suas aparentes e visíveis minúcias, sublinha em realidade, a estreita dimensão dos seres humanos diante da natureza, diante da linguagem, diante do cosmos. ( ) Aborda o uso de vocabulário coloquial-rural e de uma sintaxe que homenageia a oralidade e a oralitura, ampliando as possibilidades expressivas e comunicativas do léxico por meio da formação de palavras novas (neologismos).
Alternativas
Q1621869 Literatura
Graciliano Ramos, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego e Érico Veríssimo são representantes:
Alternativas
Q1612532 Literatura

Livro sobre nada (Manoel de Barros)


É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.

Tudo que não invento é falso.

Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.

Tem mais presença em mim o que me falta.

Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.

Sou muito preparado de conflitos.

Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.

O meu amanhecer vai ser de noite.

Melhor que nomear é aludir.

Verso não precisa dar noção.

O que sustenta a encantação de um verso (além do ritmo) é o ilogismo.

Meu avesso é mais visível do que um poste.

Sábio é o que adivinha.

Para ter mais certezas tenho que me saber de imperfeições.

A inércia é meu ato principal.

Não saio de dentro de mim nem para pescar.

Sabedoria pode ser que seja estar uma árvore.

Estilo é um modelo anormal de expressão: é estigma.

Peixe não tem honras nem horizontes.

Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia.

Eu queria ser lido pelas pedras.

As palavras me escondem sem cuidado.

Aonde eu não estou as palavras me acham.

Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.

Uma palavra abriu o roupão para mim.

Ela deseja que eu a seja.

A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.

Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.

Esta tarefa de cessar é que puxa minhas frases para antes de mim.

Ateu é uma pessoa capaz de provar cientificamente que não é nada.

Só se compara aos santos.

Os santos querem ser os vermes de Deus.

Melhor para chegar a nada é descobrir a verdade.

O artista é erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.

Por pudor sou impuro.

O branco me corrompe.

Não gosto de palavra acostumada.

A minha diferença é sempre menos.

Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.

Não preciso do fim para chegar.

Do lugar onde estou já fui embora.

É um romance narrado por seu protagonista, Luís da Silva, funcionário público, escritor apenas por gosto e não como profissional. Luís vive revivendo suas frustrações intelectuais, memórias de infância, desejo pela vizinha Marina e ódio de Julião Tavares que lhe rouba a mulher amada. O romance mergulha no estado psicológico do narrador-personagem visto como um homem complexo e atormentado que vira refém do ciúme e do ressentimento até que comete o homicídio. Luís ao saber que Marina, sua amada, havia sido seduzida por Julião, abandonada grávida, e que o malandro já estava com outra mulher, começa a imaginar o crime e o realiza estrangulando Julião com uma corda, posteriormente, o pendura no galho de uma árvore para representar um suicídio. A obra tem como principal característica a descrição dos estados de alma dos indivíduos que se questionam o tempo todo sobre si e o mundo. Tal comentário refere-se ao romance:
Alternativas
Q1394634 Literatura
Assinale a alternativa que apresenta uma das características da literatura moderna, tanto da prosa quanto da poesia.
Alternativas
Q1394632 Literatura


O “Adeus” de Teresa

A vez primeira que eu fitei Teresa,

Como as plantas que arrasta a correnteza,

A valsa nos levou nos giros seus

E amamos juntos E depois na sala

“Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala


E ela, corando, murmurou-me: “adeus.”


Uma noite entreabriu-se um reposteiro. . .

E da alcova saía um cavaleiro

Inda beijando uma mulher sem véus

Era eu Era a pálida Teresa!

“Adeus” lhe disse conservando-a presa


E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!”


Passaram tempos sec’los de delírio

Prazeres divinais gozos do Empíreo

...Mas um dia volvi aos lares meus.

Partindo eu disse - “Voltarei! descansa!. . .

Ela, chorando mais que uma criança,


Ela em soluços murmurou-me: “adeus!”

Quando voltei era o palácio em festa!

E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra

Preenchiam de amor o azul dos céus.

Entrei! Ela me olhou branca surpresa!

Foi a última vez que eu vi Teresa!


E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”

Castro Alves. 


Teresa

A primeira vez que vi Teresa

Achei que ela tinha pernas estúpidas

Achei também que a cara parecia uma perna


Quando vi Teresa de novo

Achei que os olhos eram muito mais velhos que o

resto do corpo

(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando

que o resto do corpo nascesse)


Da terceira vez não vi mais nada

Os céus se misturaram com a terra

E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face

das águas.

Manuel Bandeira

Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito dos poemas.
Alternativas
Respostas
126: A
127: A
128: C
129: D
130: B