Questões de Literatura para Concurso

Foram encontradas 1.033 questões

Q2006212 Literatura
O “Quarto de despejo” e o spread literário

Luiz Maurício Azevedo 

texto_1 1.png (723×364)

texto_1 2.png (720×528)
texto_1 3.png (723×651)









AZEVEDO, Luiz Maurício. O “Quarto de despejo” e o spread literário. Correio do Povo,
Porto Alegre, 3 out. 2020.
Ao tecer comentários relativos à recepção crítica de Quarto de Despejo no decorrer desses 60 anos de lançamento, Luiz Maurício Azevedo faz ponderações sobre o processo de valoração de uma obra e, em última instância, sobre a natureza mesma do objeto literário. Em Teoria da literatura: uma introdução, Terry Eagleton (2006) procura justamente discutir as implicações das variadas tentativas de se definir literatura, o que permite aproximar o debate suscitado pelo crítico brasileiro das ideias veiculadas pelo filósofo britânico, salvaguardadas as diferenças de cada abordagem.
Leia as afirmativas a seguir, em que se avaliam posições de Azevedo à luz do exposto no estudo de Eagleton.
I. Por considerar que “o exercício da crítica tem muito a dizer sobre as coisas e sobre o modo como o mundo funciona”, reputando ser “especificamente por isso que sobre alguns livros a intelligentsia se sente compelida a dizer muito pouco ou quase nada” (linhas 38-40), Azevedo mostra, em conformidade com Eagleton, que julgamentos e silenciamentos estão ligados a um sistema de crenças e de preconceitos estruturado socialmente, o qual se associa ao modo pelo qual se configuram as relações de poder. II. Quando Azevedo reconhece em “Quarto de despejo” a presença de “uma matéria muito mais áspera que as utilizadas pela maioria esmagadora de seus pares”, em cujos textos constata-se um “conforto estético” compatível ao de sua experiência empírica (linhas 49-51), provavelmente está aludindo ao conceito de desfamiliarização ou estranhamento, que decorre das contribuições trazidas pelos formalistas russos e possibilita a Eagleton identificar o modo pelo qual se manifesta a literariedade. III. A menção à “profundidade escura” do “modernismo cru” de Carolina Maria de Jesus, bem como à “complexidade sufocante das estratégias que criou para dissolver a realidade e fazer com que ela coubesse na miúda sintaxe de sua escolarização precária” (linhas 68-70), sugere que a linguagem presente em Quarto de Despejo não atinge o critério de beleza na escrita, o qual Eagleton, a partir dos postulados estabelecidos pela retórica, identifica como um dos requisitos funcionais para a distinção entre literário e não literário.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
Alternativas
Q1999133 Literatura
A lenda do rei capenga

Em certo reino um rei havia
De nobre estirpe secular
Que começou, um belo dia,
Do pé direito capengar.

Um calo enorme era o motivo
Que dava ao rei um tal cacoete:
Calo feroz, duro, agressivo,
Plantado sobre o real joanete.

Mas essa causa assim plebeia
Ficava mal de publicar;
E toda a corte teve a ideia
De andar coxeando, a capengar.

Príncipes, duques e marqueses,
Viscondes, condes e barões
Andavam, coxos e corteses,
Com mil mesuras a capengar.

Desde a nobreza solarenga
Ao camponês da rude grei,
Tudo no reino era capenga
Para “engrossar” o velho rei.

E o rei sorria, satisfeito,
Por ser benquisto e popular;
Não era mais nenhum defeito,
Naquele reino, o capengar.

Mas eis que, um dia, um tipo surge,
Em passo firme, andando bem
O povo, unânime, se insurge,
E a corte a fúria não contém.

Possessa, diz toda a cidade:
‒ Castigo dê –se -lhe, exemplar!
Crime é de lesa-majestade
Viver, aqui, sem capengar.

É preso o infame; e logo o júri
Se reúne ali dos cidadãos,
Para que o crime, enfim, se apure,
E o vil, da lei, caia nas mãos.

E clama o júri: ‒ o reino insulta!
O nosso rei tenta aviltar!
E ruge e freme a turbamulta,
De um lado a outro, a capengar.

Mas fala o réu: ‒ Por Jesus Cristo,
Não me mandeis para as galés!
Se ando direito é só por isto:
Eu sou capenga dos dois pés.

 Bastos Tigre
O autor do texto filia-se à Escola Literária
Alternativas
Q1991251 Literatura
A seguir estão segmentos de poemas que trazem marcas características dos estilos de época a que se filiam.
Assinale a opção cujo segmento tem seu estilo de época corretamente indicado.
Alternativas
Q1991250 Literatura
“Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda arte e a toda natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso, Cristo comparou o pregar ao semear. Compara Cristo o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte.
Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador que houve no Mundo. E qual foi ele? O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto que o Céu é pregador, deve ter sermões e deve ter palavras. E quais são estes sermões e estas palavras do Céu? As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há de estar noite? Se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Mas dir-me-eis: Padre, os pregadores de hoje não pregam do Evangelho, não pregam das Sagradas Escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus? Esse é o mal. Pregam palavras de Deus, mas não pregam a Palavra de Deus”.

O texto acima é um excerto do famoso “Sermão da Sexagésima”, do Padre Antônio Vieira, orador sacro do século XVII, pertencente as literaturas portuguesa e brasileira. Nesse momento do sermão, o orador questiona se o estilo da época é uma das causas da dificuldade de os sermões convencerem religiosamente o público.
Sobre o texto e suas relações literárias, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas
Q1991249 Literatura
Observe a seguir a primeira estrofe de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões”:

As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram.

obre os componentes dessa estrofe e sobre suas relações literárias, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Respostas
301: A
302: E
303: D
304: A
305: C