Questões de Literatura - Teoria Literária para Concurso
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De fato, antes procurava‐se mostrar que o valor e o significado de uma obra dependiam de ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e que este aspecto constituía o que ela tinha de essencial. Depois, chegou‐se à posição oposta, procurando‐se mostrar que a matéria de uma obra é secundária, e que a sua importância deriva das operações formais postas em jogo, conferindo‐lhe uma peculiaridade que a torna de fato independente de quaisquer condicionamentos, sobretudo social, considerado inoperante como elemento de compreensão. Hoje sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas visões dissociadas; e que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa interpretação dialeticamente íntegra, em que tanto o velho ponto de vista que explicava pelos fatores externos, quanto o outro, norteado pela convicção de que a estrutura é virtualmente independente, se combinam como momentos necessários do processo interpretativo. Sabemos, ainda, que o externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como significado, mas como elemento que desempenha um certo papel na constituição da estrutura, tornando‐se, portanto, interno.
Antonio Candido. Crítica e sociologia. In: Literatura e sociedade.
Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2010, p. 13 e 14.
A respeito das duas correntes teóricas de interpretação da obra literária apresentadas no texto acima, assinale a alternativa correta.
Guyard (2011), no capítulo “Objeto e método da Literatura Comparada”, fala das diferentes vias em que se engajam os estudos de Literatura Comparada.
A partir das reflexões esboçadas nesse capítulo, analise as afirmativas a seguir.
I. A literatura comparada é a história das relações literárias internacionais, por isso o comparatista se encontra nas fronteiras, linguísticas ou nacionais, e acompanha as mudanças de temas, de ideias, de livros ou de sentimentos entre duas ou mais literaturas.
II. Faz parte do escopo dos comparatistas inquirir acerca do destino dos gêneros, levantando questões como: Por que não se compõem mais tragédias de cinco atos em versos? Por que, no início do século XIX, em todos os países da Europa se escreviam romances históricos? Por que em todo o Ocidente os poetas da Renascença celebram em sonetos seus amores?
III. Os métodos comparatistas deverão se adaptar a pesquisas também variadas. Todos, entretanto, pressupõem preencher as mesmas condições necessárias: conhecimento aprofundado da obra e do homem, dos quais se especula o destino, bem como do meio receptor; estudo meticuloso dos livros, dos jornais, das revistas; atenção constante à cronologia; na exposição das conclusões, prudente distinção entre influência e sucesso e entre os diferentes tipos de influência.
Estão corretas as afirmativas
Leia o texto a seguir para responder à questão subsequente:
Literatura segunda os formalistas russos
Eles não queriam definir a “literatura”, mas a “literaturidade” – os usos especiais da linguagem. Os formalistas achavam que a essência do literário era o “tornar estranho”. O contexto pode mostrar que um determinado texto é literário, mas nem sempre a linguagem em si tem propriedade ou qualidade que a distinga de outros tipos de discurso. Poderíamos dizer que a literatura é um discurso “não pragmático”; ela não tem nenhuma prática imediata. A literatura seria, então, uma espécie de linguagem autorreferencial, uma linguagem que fala de si mesma.
(Adaptado de: Teoria da Literatura. Vitor Manuel de Aguiar e Silva).
I - No século XVII, literatura como instrução, saber relativo à arte de escrever e ler; II - No início do século XVIII, a palavra poesia, a expressão belas letras, ainda não existindo grandes obras em prosa = eloquência; III - No final do século XVIII, literatura = conjunto de obras literárias de um país: literatura inglesa; literatura espanhola.
Indique a alternativa CORRETA quanto ao contexto apresentado.