Questões de Concurso
Sobre teoria literária em literatura
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Para provar que a literatura é um direito inalienável, o texto apresenta funções da literatura, como, por exemplo, a de provocar reflexão, em “a literatura pode ser um instrumento consciente de desmascaramento”, e a de construir identidade e humanizar, em “a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque, pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão de mundo, ela nos organiza, nos liberta do caos e, portanto, nos humaniza”.
Conforme o segundo parágrafo, a literatura, de forma ampla, revela como viveram e o que pensaram as pessoas em diferentes épocas e sociedades. Com base nessa informação, confirma-se que o conceito de estilo de época corresponde à expressão de uma época e de uma cultura; assim como o conceito de estilo do autor corresponde à forma própria de expressão de um determinado artista inserido em determinada cultura.
Considere as afirmativas relacionadas à Literatura. Registre (V) para verdadeiras e (F) para falsas:
( ) Mais produtivo do que tentar definir Literatura talvez seja encontrar um caminho para decidir o que torna um texto, em sentido lato, literário. A definição de literatura está comumente associada à ideia de escrita de letras.
( ) Todo texto é literário. A própria natureza do caráter estético, contudo, reconduz à dificuldade de elaborar alguma definição verdadeiramente estável para o texto literário.
( ) O texto literário é aquele que pretende emocionar e que, para isso, emprega a língua com liberdade e beleza, utilizando-se, muitas vezes, do sentido metafórico das palavras.
Após análise, assinale a alternativa que apresenta a
sequência CORRETA dos itens acima, de cima
para baixo:
É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Este poeta do classicismo português possui obras que o coloca a altura dos grandes poetas do mundo. Seu poema épico Os Lusíadas divide-se em dez cantos repartidos em oitavas. Esta epopeia tem como tema os feitos dos portugueses: suas guerras e navegações. Dono de um estilo de vida boêmio, este escritor lusitano foi frequentador da Corte, viajou para o Oriente, esteve preso, passou por um naufrágio, foi também processado e terminou em miséria. Seus últimos anos de vida foram na mais completa pobreza. A bagagem literária deixada por ele é de inestimável valor literário. Ele escreveu poesias líricas e épicas, peças teatrais, sonetos que em sua maior parte são verdadeiras.
Assinale a alternativa CORRETA, quanto ao autor citado:
Assinale a alternativa CORRETA.
De fato, antes procurava‐se mostrar que o valor e o significado de uma obra dependiam de ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e que este aspecto constituía o que ela tinha de essencial. Depois, chegou‐se à posição oposta, procurando‐se mostrar que a matéria de uma obra é secundária, e que a sua importância deriva das operações formais postas em jogo, conferindo‐lhe uma peculiaridade que a torna de fato independente de quaisquer condicionamentos, sobretudo social, considerado inoperante como elemento de compreensão. Hoje sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas visões dissociadas; e que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa interpretação dialeticamente íntegra, em que tanto o velho ponto de vista que explicava pelos fatores externos, quanto o outro, norteado pela convicção de que a estrutura é virtualmente independente, se combinam como momentos necessários do processo interpretativo. Sabemos, ainda, que o externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como significado, mas como elemento que desempenha um certo papel na constituição da estrutura, tornando‐se, portanto, interno.
Antonio Candido. Crítica e sociologia. In: Literatura e sociedade.
Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2010, p. 13 e 14.
A respeito das duas correntes teóricas de interpretação da obra literária apresentadas no texto acima, assinale a alternativa correta.
Guyard (2011), no capítulo “Objeto e método da Literatura Comparada”, fala das diferentes vias em que se engajam os estudos de Literatura Comparada.
A partir das reflexões esboçadas nesse capítulo, analise as afirmativas a seguir.
I. A literatura comparada é a história das relações literárias internacionais, por isso o comparatista se encontra nas fronteiras, linguísticas ou nacionais, e acompanha as mudanças de temas, de ideias, de livros ou de sentimentos entre duas ou mais literaturas.
II. Faz parte do escopo dos comparatistas inquirir acerca do destino dos gêneros, levantando questões como: Por que não se compõem mais tragédias de cinco atos em versos? Por que, no início do século XIX, em todos os países da Europa se escreviam romances históricos? Por que em todo o Ocidente os poetas da Renascença celebram em sonetos seus amores?
III. Os métodos comparatistas deverão se adaptar a pesquisas também variadas. Todos, entretanto, pressupõem preencher as mesmas condições necessárias: conhecimento aprofundado da obra e do homem, dos quais se especula o destino, bem como do meio receptor; estudo meticuloso dos livros, dos jornais, das revistas; atenção constante à cronologia; na exposição das conclusões, prudente distinção entre influência e sucesso e entre os diferentes tipos de influência.
Estão corretas as afirmativas
Leia o texto a seguir para responder à questão subsequente:
Literatura segunda os formalistas russos
Eles não queriam definir a “literatura”, mas a “literaturidade” – os usos especiais da linguagem. Os formalistas achavam que a essência do literário era o “tornar estranho”. O contexto pode mostrar que um determinado texto é literário, mas nem sempre a linguagem em si tem propriedade ou qualidade que a distinga de outros tipos de discurso. Poderíamos dizer que a literatura é um discurso “não pragmático”; ela não tem nenhuma prática imediata. A literatura seria, então, uma espécie de linguagem autorreferencial, uma linguagem que fala de si mesma.
(Adaptado de: Teoria da Literatura. Vitor Manuel de Aguiar e Silva).
I - No século XVII, literatura como instrução, saber relativo à arte de escrever e ler; II - No início do século XVIII, a palavra poesia, a expressão belas letras, ainda não existindo grandes obras em prosa = eloquência; III - No final do século XVIII, literatura = conjunto de obras literárias de um país: literatura inglesa; literatura espanhola.
Indique a alternativa CORRETA quanto ao contexto apresentado.
Tendo como referência inicial o texto precedente, publicado pela primeira vez em 1985, julgue o item a seguir.
A análise de textos literários deve concentrar-se no contexto de
publicação da obra, sem influência das circunstâncias
históricas relativas ao momento em que se realiza a leitura.
Coluna 1 Obras 1. Contos Gauchescos 2. O Continente 3. Memórias quase póstumas de Machado de Assis
Coluna 2 Descrição ( ) Blau Nunes conta as histórias que viveu ou ouviu ao longo de sua experiência nos pampas. É um vaqueiro, pertence às classes não favorecidas e usa a linguagem típica do povo gaudério. ( ) O primeiro capítulo, intitulado “Saldo de duas vidas”, apresenta claramente a intertextualidade com um clássico da literatura brasileira, na qual o narrador relata seu óbito. Vê-se nesse capítulo uma clara intertextualidade com a obra original. ( ) Com este personagem, que por vezes é narrador também, adentramos no folclore pampeano sem sairmos de nossos lugares, desvendamos os mistérios dos tesouros, dos encantamentos e conhecemos lugares jamais imaginados como a furna que existe em um dos cerros do Jarau. ( ) As páginas do romance são aulas de escrita, com exemplos de construção de personagem, com o entrelaçamento de monólogos interiores junto com ação e diálogos de uma maneira orgânica. Em seu volume 1, descreve os primeiros personagens do que viria a ser formada futuramente a árvore genealógica de umafamília muito importante na trama da história. ( ) A fotocronologia surge como um modo inovador para trabalhar o ensino de Literatura em sala de aula, na medida em que se trata do relato da vida de alguém, recorrendo às fotografias e eventos presentes em suas memórias.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
por Daniela Diana
Cora Coralina foi uma poetisa e contista brasileira contemporânea. Escritora das coisas simples, ela é considerada uma das mais importantes do país.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas nasceu na Cidade de Goiás, dia 20 de agosto de 1889.
Era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e de Jacyntha Luiza do Couto Brandão. Com apenas um mês de vida seu pai veio a falecer.
Fez o primário na Escola da Mestre Silvina. Em 1900, mudou-se com sua família para a cidade de Mossâmedes. Foi na adolescência que Ana começou a escrever e a participar de ciclos literários.
No entanto, sua primeira obra “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” foi publicada quando ela tinha 76 anos. Durante a maior parte de sua vida foi doceira.
Com dezenove anos, criou o jornal de poemas femininos “A Rosa”, ao lado de suas amigas: Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana. A partir daí, começa a escrever contos e crônicas com o pseudônimo Cora Coralina.
No mesmo ano, 1907, ela assume a vice-presidência do gabinete literário goiano. Em 1910, Cora publicou o conto “Tragédia na Roça”.
Nesse mesmo ano, conheceu o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas e passam a viver no Estado de São Paulo. Casaram-se em 1925 e com ele teve seis filhos, sendo que dois deles morreram. Em 1932, Cora participa da Revolução Constitucionalista em São Paulo.
Em 1934, falece seu marido no interior de São Paulo, na cidade de Palmital. Na capital paulista conhece o editor José Olympio e passa a vender livros.
Em 1936, Coralina passa a viver no interior, na cidade de Penápolis. Mais tarde, mudou-se para Andradina, também no interior, e ali abre uma loja de tecidos.
Em Andradina, Cora começa a escrever para o jornal da cidade e ainda, se candidata a vereadora em 1951. Cinco anos depois, decide voltar a sua cidade natal.
Em 1970, ela toma posse da cadeira número 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. E, em 1981 recebe o Troféu Jaburu através do Conselho Estadual de Cultura de Goiás.
No ano seguinte, recebe o Prêmio de Poesia em São Paulo. Pela Universidade de Goiás, Cora Coralina foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa.
Em 1984 recebe o Troféu Juca Pato, sendo a primeira escritora do país a recebê-lo. Nesse mesmo ano, ingressa na Academia Goiana de Letras, ocupando a cadeira número 38.
Faleceu em Goiânia, em 10 de abril de 1985, com 95 anos, vítima de pneumonia.
Você Sabia?
Após sua morte, a casa onde viveu os últimos anos de vida foi transformada no Museu Cora Coralina. Em 2001, a moradia na cidade de Goiás foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade.
Disponível em https://www.todamateria.com.br/cora-coralina/ Acessado em 16/11/2018 Texto adaptado
O nome verdadeiro de Cora Coralina era
O texto a seguir é um trecho de uma entrevista concedida por Janet M. Paterson à revista Aletria.
Aletria — Vários críticos, tais como Lacan, Derrida, Levinas, Deleuze, Lévi-Strauss, Bhabha e Spivak, têm discutido a questão da alteridade e as implicações das teorizações baseadas nas percepções do outro. Quais são as bases teóricas de sua pesquisa sobre figurações da alteridade?
Janet M. Paterson — O trabalho do sociossemioticista francês Eric Landowski forneceu o arcabouço conceitual de meu livro. Em Présences de l’Autre: essais de socio-sémiotique, Landowski estuda casos reais de alteridade em Paris, tais como os moradores de rua ou os artistas da região do Centre Pompidou. Isso lhe permitiu elaborar uma metodologia extremamente requintada e precisa que me pareceu muito útil. Mencionarei alguns de seus principais conceitos: a distinção entre diferença e alteridade (distinção que permite a Landowski conceituar alteridade); a necessidade de um grupo de referência (um grupo social dominante) para a existência de qualquer forma de alteridade; e a complexidade dos vários tipos de relações estabelecidas com o outro. Acima de tudo, eu era continuamente lembrada de que na literatura, assim como na sociedade, a alteridade é sempre uma construção.
Na teoria literária, a emergência da noção de alteridade vincula-se
teoricamente de modo mais expressivo aos textos produzidos no
O séc. XX instaura um corte na episteme do século que o antecede ao modificar radicalmente o rumo dos estudos literários. Em vez da concepção de literatura como epifenômeno social ou como ramo de uma ciência hegemônica da qual todas as outras disciplinas derivassem, ou, ainda, como projeção narcísica do sujeito fruidor, dá-se ênfase agora à produção do discurso e às diferenciações discursivas e, em consequência, às indagações acerca da especificidade da literatura e da relação que esta mantém com a “realidade”, em contraposição a outras modalidades de discurso. Nesse contexto, surgem duas linhas de abordagem do literário, conforme a orientação teórica que as caracteriza predominantemente: as abordagens de cunho prevalentemente linguístico e as de cunho prevalentemente cultural, como as distingue Luiz Costa Lima, sem, contudo, deixar de assinalar os traços comuns que as correlacionam.
Sônia Lúcia Ramalho de Farias Graphos v 10,
n º 2 João Pessoa, dez /2008 (com adaptações)
A abordagem literária de cunho prevalentemente cultural
mencionada no texto inclui
Argumento
Mas se todos fazem
ALVIM, F. Argumento. In: Os cem melhores poemas brasileiros do século.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Dadas as afirmativas abaixo a respeito do poema,
I. Para a compreensão do sentido, o único verso e o título se complementam, constituindo-se partes fundamentais do poema.
II. O verso “Mas se todos fazem” sugere o argumento utilizado por muitas pessoas para justificar suas ações, ou seja, se a maioria age assim, todos se sentem autorizados a fazê-lo.
III. No poema, a voz autoral é fortemente marcada pelo uso da conjunção “mas”.
IV. Predomina, no poema, a função expressiva da linguagem, uma vez que a voz autoral está presente.
verifica-se que está(ão) correta(s)