Questões de Português - Advérbios para Concurso
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EXCERTO 3- QUESTÕES 11 a 15
- Ser multitarefa, uma outra dimensão do mesmo fenômeno, é visto como uma
- capacidade neste momento histórico, uma espécie de ganho evolutivo que tornaria a pessoa
- mais bem adaptada à sua época. É pergunta de questionários, qualidade apresentada por
- pessoas vendendo a si mesmas, exigência apontada pelos gurus do sucesso. Logo se
- tornará altamente subversivo, desorganizador, alguém ter a ousadia de afirmar: “Não, eu não
- sou multitarefa. Me dedico a uma coisa de cada vez”.
- Han, assim como outros filósofos contemporâneos, discorda dessa ideia – ou dessa
- propaganda. Ou, ainda, dessa armadilha. Para ele, a técnica temporal e de atenção
- multitarefa não representa nenhum progresso civilizatório. Trata-se, sim, de um retrocesso.
- excesso de positividade se manifesta também como excesso de estímulos, informações e
- impulsos. Modifica radicalmente a estrutura e a economia da atenção. Com isso, fragmenta e
- destrói a atenção. A técnica da multitarefa não é uma conquista civilizatória atingida pelo
- humano deste tempo histórico. Ao contrário, está amplamente disseminada entre os animais
- em estado selvagem: “Um animal ocupado no exercício da mastigação da sua comida tem de
- ocupar-se, ao mesmo tempo, também com outras atividades. Deve cuidar para que, ao
- comer, ele próprio não acabe comido. Ao mesmo tempo ele tem que vigiar sua prole e manter
- o olho em seu/sua parceiro/a. Na vida selvagem, o animal está obrigado a dividir sua atenção
- em diversas atividades. Por isso, não é capaz de aprofundamento contemplativo – nem no
- comer nem no copular. O animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem diante
- de si, pois tem de elaborar, ao mesmo tempo, o que tem atrás de si”.
- A contemplação é civilizatória. E o tédio é criativo. Mas ambos foram eliminados pelo
- preenchimento ininterrupto do tempo humano por tarefas e estímulos simultâneos. Você
- executa uma tarefa e atende ao celular, responde a um WhatsApp enquanto cozinha, come
- assistindo à Netflix e xingando alguém no Facebook, pergunta como foi a escola do filho
- checando o Twitter, dirige o carro postando uma foto no Instagram, faz um trabalho enquanto
- manda um email sobre outro e assim por diante. Duas, três... várias tarefas ao mesmo tempo.
- Como se isso fosse um ganho – e não uma perda monumental, uma involução.
- Voltamos ao modo selvagem. Nietzsche (1844-1900), ainda na sua época, já
- chamava a atenção para o fato de que a vida humana finda numa hiperatividade mortal se
- dela for expulso todo elemento contemplativo: “Por falta de repouso, nossa civilização
- caminha para uma nova barbárie”.
Disponível em:<http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/04/politica/1467642464_246482.html>.
Acesso em: 12 abr. 2017.
Julgue as afirmações abaixo.
I. O advérbio “ainda” (l. 8) expressa a ideia de tempo presente.
II. O futuro do pretérito, no verbo “tornar” (l. 2), marca também o distanciamento da autora em relação àquilo que é afirmado.
III. As palavras “propaganda” e “armadilha” (l. 8) revelam a falta de adesão da autora quanto à importância da técnica temporal e de atenção multitarefa.
IV. O pronome “você” (l. 22) é utilizado pela autora para estabelecer uma interlocução mais próxima com o leitor, como uma estratégia de convencimento.
Está correto o que se afirma em
Seguem dois textos a partirdos quais deverão ser respondidas as questões 14 e 15.
TEXTO (1)
Escola sem partido (Eduardo Varandas Araruna)
Só poderia advir do Senador protestante Magno Malta o projeto de lei n. 193/2016 que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional a malsinada “escola sem partido”. Segundo o texto do projeto, a educação deverá atender a neutralidade política, religiosa e ideológica do Estado vedando expressamente qualquer menção, em ambiente escolar, acerca do que se chama “ideologia do gênero”.
Se for vertido em lei, os professores terão sua autonomia didático-pedagógica ceifada e estarão passíveis de serem representados ao Ministério Público por eventual avaliação crítica ou opinativa da disciplina que lecionam. Na justificativa do projeto, perversamente acusam-se os professores de “bullying” político e ideológico, além de violação de regras contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ademais, envolto de cinismo sem medidas, o parlamentar proponente invoca a laicidade do estado para falar de elementos como neutralidade religiosa, impessoalidade e respeito, quando tais atributos nem sempre lhe serviram de norte enquanto agente político.
[...]
Outrossim, além de representar inequívoco retrocesso eis que ressuscita a censura, o referido projeto de lei já nasce maculado de notória inconstitucionalidade, eis que fere de morte o artigo 206, da Constituição Federal, o qual consagra liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.
Quando não se concorda, na condição de pai ou mãe, com o discurso deste ou daquele professor, a melhor solução será sempre o diálogo em casa e, em último caso, a mudança do estabelecimento de ensino. O sufocamento da arte de transmitir o saber um mundo desprovido de seres pensantes. Certamente, este é o objetivo da “escola sem partido”. [...] (Correio da Paraíba, 24/06/16)
TEXTO (2)
http://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-21-07-2016-1.1341098
O processo de construção do texto envolve uma série de decisões, entre as quais: o gênero textual; o nível de linguagem; as estruturas oracionais, alémdo vocabulário. Da observação dos dois textos, constatamos acerca das estratégias empregadas que:
I - Os dois textos convergem quanto à temática abordada e também quanto à função de linguagem – a função expressiva, embora em (1) a função referencial venha mais marcada, já que na exposição do assunto há mais detalhes informativos.
II - Na charge, que mistura crítica e humor, a presença do termo delírios na fala do médico: “ele começou a ter delírios” reflete a criatividade do chargista, pois ao lado do valor denotativo, em referência à “perturbação mental do paciente” temos o valor conotativo, remetendo a uma avaliação do projeto de lei, que seria um projeto sem sentido, impraticável.
III - O advérbio “Certamente”, usado na última frase do artigo, revela uma avaliação positiva do autor em relação ao papel da escola – transmitir o saber.
IV- Nas estruturas oracionais “acusam-se os professores de Bullying político e ideológico” e “Quando não se concorda com o discurso deste ou daquele professor, a solução será o diálogo”, a partícula SE tem a mesma função sintática: índice de indeterminação do sujeito.
V- Dizer “O referido projeto já nasce maculado pela inconstitucionalidade” significa o mesmo que “O referido projeto já nasce acusado de ser inconstitucional”. Ou seja, maculado e acusado são vocábulos semanticamente correspondentes.
Está(ão) CORRETA(S) apenas:
O texto que segue, um recorte da matéria jornalística” exibida em Veja, 01/06/16, é objeto de estudo das questões 4 e 5:
..
É O DE SEMPRE
Os traficantes que atuam na região carioca do Porto Maravilha, cartão-postal olímpico, agora achacam empresários da área para não incomodá-los. LESLIE LEITÃO
1-----DEPOIS DE DÉCADAS de abandono, a
2--região portuária carioca ressurgiu como um belo
3--cartão-postal debruçado sobre as águas da Baía de
4--Guanabara. Ganhou inclusive nome novo, Porto
5--Maravilha, uma área concebida para ombrear com
6--outras do gênero, como o revitalizado Puerto
7--Madero, em Bueno Aires. A urbanização daquele
8--pedaço do Centro do Rio faz parte do projeto
9--olímpico. Ali permanecerá fincada, de 5 a 21 de
10--agosto, a pira dos Jogos de 2016. O que não estava
11--previsto nas pranchetas era o recrudescimento do
12--crime a poucos meses do evento que iluminará a
13--cidade em escala global.
14--------Emoldurado por duas favelas nas quais os
15--traficantes vinham atuando de forma mais discreta,
16--em razão da presença de Unidades de Polícia
17--Pacificadora (UPPs), o Porto Maravilha passou a ser
18--cenário de quadrilhas que voltaram a agir como
19--donas do lugar, literalmente. O clima entre os empresários que
20--trabalham na região é de pavor. VEJA apurou que as gangues
21--que dominam o Complexo do Caju e o Morro da Providência,
22--vizinhos ao porto, estão exigindo das empresas uma
23--“semanada” para que seus funcionários possam continuar a ir
24--e vir sem ser incômodos. O achaque da bandidagem sai para
25--cada uma delas até 5000 reais por semana. Ninguém registrou
26--o caso em delegacia pelo motivo de sempre: medo.
27--“Costumamos mandar para essas favelas cestas básicas,
28--chocolate na Páscoa, presente no Dia das Crianças, mas nunca
29--os traficantes tinham cobrado dinheiro para que pudéssemos
30--trabalhar em paz”, disse a VEJA, na condição de anonimato, o
31--diretor de uma das construtoras que operam nos arredores do
32--Porto Maravilha.
33--[...]
Julgue as proposições abaixo assinalando-as com (V) verdadeiro e (F) falso:
..
( ) No subtítulo da matéria, o advérbio AGORA funciona como adjunto adverbial de tempo, situando o achaque como uma prática recente, daí a inferência de que tal ação não ocorria antes.
( ) Dentre as três formas verbais: VINHAM ATUANDO (linha 15), ESTÃO EXIGINDO (linha 22) e COSTUMAMOS MANDAR (linha 27), apenas esta última sinaliza a noção de processo contínuo.
( ) O uso do substantivo RECRUDESCIMENTO (linha 11) bem como da forma verbal VOLTARAM A AGIR (linha 18) permite que se depreenda uma informação pressuposta-a de que, durante um determinado período, teria havido uma diminuição da atividade criminosa.
( ) No período “Os traficantes que atuam na região carioca do Porto Maravilha agora achacam empresários”, a oração adjetiva que atuam na região carioca do Porto Maravilha é de natureza EXPLICATIVA; pois só seria restritiva se em vez de os traficantes se apresentasse uns traficantes.
Indique a alternativa que traz a sequência CORRETA.
Leia o seguinte poema, de autoria de Mário Quintana, para responder às questões 1 a 6:
“A nós bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequenina.
Por pior que seja a situação da China,
Os nossos calos doem muito mais…”
Em relação à palavra “ais”, que aparece no primeiro verso do poema, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir e responda às questões de 11 a 20:
A Língua Portuguesa ou apenas português é uma língua originada no galegoportuguês, idioma falado no Reino da Galiza e no norte de Portugal. Os portugueses foram os primeiros europeus a lançar-se ao mar no período das Grandes Navegações Marítimas.
Em virtude dessa expansão marítima, motivada por questões comerciais, deu-se a difusão da língua nas terras conquistadas, entre elas, o Brasil, cuja língua primária é o português.
A influência da cultura portuguesa por aqui foi tamanha que acabou definindo o idioma oficial da terra recém-conquistada. O mesmo aconteceu em outras partes do mundo, principalmente na África, onde países como Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe utilizam, além de vários dialetos, a língua de Camões, Fernando Pessoa e de nosso genial Machado de Assis.
Além dos países africanos, o português chegou a Macau, Timor-Leste e em Goa, países asiáticos que também foram colonizados ou dominados por Portugal.
Hoje, a língua portuguesa é a 5ª língua mais falada no mundo e a mais falada no hemisfério sul da Terra, contando com aproximadamente 280 milhões de falantes em diferentes continentes.
De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO, o português, depois do inglês e do espanhol, é um dos idiomas que mais crescem entre as línguas europeias, além de ser a língua com maior potencial de crescimento como língua internacional na África e na América do Sul. Se as estimativas se confirmarem, é possível que, até o ano de 2050, nosso idioma conte com mais de 400 milhões de falantes ao redor do mundo!
O português, assim como vários outros idiomas, sofreu uma evolução histórica, fato que comprova a organicidade de nossa língua. Ao longo dos séculos, outras línguas e dialetos influenciaram sua composição, resultando no idioma tal qual o conhecemos hoje.
É importante ressaltar que o português brasileiro, hoje o mais estudado, falado e escrito no mundo, apresenta importantes diferenças em relação ao português falado em Portugal, especialmente no que diz respeito ao vocabulário, à pronúncia e à sintaxe.
Tais diferenças deram origem a dois padrões de linguagem diferentes, o que não significa que um seja mais correto do que o outro. Nossa língua é rica em variedades, e essas variedades, sobretudo regionais, não inviabilizam a sua compreensão, ainda que dificuldades pontuais possam acontecer.
Além das variações linguísticas, a língua portuguesa também possui diferentes registros, adotados de acordo com as necessidades comunicacionais dos falantes. Esses registros referem-se aos níveis de linguagem e estabelecem diferenças entre a linguagem culta (determinada pela norma-padrão) e a linguagem coloquial, empregada em diferentes situações de nosso cotidiano. Tais aspectos apenas comprovam a riqueza e a diversidade de nosso idioma, reforçando a importância de estudá-lo e compreendê-lo.
Fonte: Luana Castro. Disponível em: < +http://brasilescola.uol.com.br/portugues/>.
Na frase: “Tais aspectos apenas comprovam a riqueza e a diversidade de nosso idioma, reforçando a importância de estudá-lo e compreendê-lo’, a palavra apenas é um: