Questões de Concurso Sobre advérbios em português

Foram encontradas 3.316 questões

Q1974714 Português

Texto 02

Inspiração para seus sonhos.


        Guarujá é docemente conhecida como a "Pérola do Atlântico". Quem já visitou sabe o porquê. Praias paradisíacas, ecoturismo, pesca de aventura, aqui tem de tudo. E não é só à beira do mar que o Estado de São Paulo impressiona. Gastronomia, shoppings, cultura, trilhas, templos e museus também fazem bonito. (...)

(ABEAR- Associação Brasileira das Empresas Aéreas. Texto com modificações para este Concurso) Disponível em https://www.pressreader.com/brazil/hoteis/20220601 

Em “Guarujá é docemente conhecida como a "Pérola do Atlântico", a palavra ‘docemente’ é: 
Alternativas
Q1973548 Português
Observe a seguinte frase, dita pelo proprietário de um restaurante sofisticado: “Meu restaurante deve comprar somente carne fresca.”
Assinale o problema de construção encontrado nessa frase.
Alternativas
Q1972747 Português
INSTRUÇÃO: Os textos II e III são trechos de notícias para os quais foi proposta nova redação. Leia-os para responder à questão.


Quanto à alteração proposta para o texto III, é incorreto afirmar que
Alternativas
Q1972478 Português

INSTRUÇÃO: Leia o a seguir para responder à questão.


A melhor vingança

Artur Azevedo

O Vieirinha namorou durante dois anos a Xandoca; mas o pai dele, quando soube do namoro, fez intervir a sua autoridade paterna.

– A rapariga não tem eira nem beira, meu rapaz; o pai é um simples empregado público que mal ganha para sustentar a família! Foge dela antes que as coisas assumam proporções maiores, porque, se te casares com essa moça, não contes absolutamente comigo – faze de conta que morri, e morri sem te deixar vintém. Tu és bonito, inteligente, e tens a ventura de ser meu filho; podes fazer um bom casamento.

Não sei se o Vieirinha gostava deveras da Xandoca; só sei que depois dessa observação do Comendador Vieira nunca mais passou pela Rua Francisco Eugênio, onde a rapariga todas as tardes o esperava com um sorriso nos lábios e o coração a palpitar de esperança e de amor. O brusco desaparecimento do moço fez com que ela sofresse muito, pois que já se considerava noiva, e era tida como tal por toda a vizinhança; faltava apenas o pedido oficial. Entretanto, Xandoca, passado algum tempo, começou a consolar-se, porque outro homem, se bem que menos jovem,menos bonito e menos elegante que o Vieirinha, entrou a requestá-la seriamente, e não tardou a oferecer-lhe o seu nome. Pouco tempo depois estavam casados.

Dir-se-ia que Xandoca foi uma boa fada que entrou em casa desse homem. Logo que ele se casou, o seu estabelecimento comercial entrou num maravilhoso período de prosperidade.

Em pouco mais de dois anos, Cardoso – era esse o seu nome – estava rico; e era um dos negociantes mais considerados e mais adulados da praça do Rio de Janeiro. Ele e Xandoca amavam-se e viviam na mais perfeita harmonia, gozando, sem ostentação, os seus haveres e de vez em quando correndo mundo. Uma tarde em que D. Alexandrina (já ninguém a chamava Xandoca) estava à janela do seu palacete, em companhia do marido, viu passar na rua um bêbedo maltrapilho, que servia de divertimento aos garotos, e reconheceu, surpresa, que o desgraçado era o Vieirinha.

Ficou tão comovida, que o Cardoso suspeitou, naturalmente, que ela conhecesse o pobre diabo, e interrogou-a neste sentido.

– Antes de nos casarmos, respondeu ela, confessei-te, com toda a lealdade, que tinha sido namorada e noiva, ou quase noiva, de um miserável que fugiu de mim, sem me dar a menor satisfação, para obedecer a uma intimação do pai.

– Bem sei, o tal Vieirinha, filho do Comendador Vieira, que morreu há três ou quatro anos, depois de ter perdido em especulações da bolsa tudo quanto possuía.

– Pois bem, o Vieirinha ali está!

E Alexandrina apontou para o bêbado, que afinal caíra sobre a calçada, e dormia.

– Pois, filha, disse o Cardoso, tens agora uma boa ocasião de te vingares!

– Queres tu melhor vingança? – Certamente, muito melhor, e, se me dás licença, agirei por ti. – Faze o que quiseres, contanto que não lhe faças mal.

– Pelo contrário.

Quando no dia seguinte o Víeirinha despertou, estava comodamente deitado numa cama limpa e tinha diante de si um homem de confiança do Cardoso.

– Onde estou eu?

– Não se importe. Levante-se para tomar banho!

O Vieirínha deixou-se levar como uma criança. Tomou banho, vestiu roupas novas, foi submetido à tesoura e à navalha de um barbeiro, e almoçou como um príncipe. Depois de tudo isso, foi levado pelo mesmo homem a uma fábrica, onde, por ordem do Cardoso, ficou empregado. Antes de se retirar, o homem que o levava deu-lhe algum dinheiro e disse-lhe:

– O senhor fica empregado nesta fábrica até o dia em que torne a beber.

– Mas a quem devo tantos benefícios?

– A uma pessoa que se compadeceu do senhor e deseja guardar o incógnito. O Vieirinha atribuiu tudo a qualquer velho amigo do pai; deixou de beber, tomou caminho, não é mau empregado, e há de morrer sem nunca ter sabido que a sua regeneração foi uma vingança.

Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 27 mar. 2022.

Assinale a alternativa em que o advérbio destacado modifica uma palavra que está implícita no trecho.
Alternativas
Q1971943 Português

Texto para a questão



McMahon e Thomas estão tão animados com o futuro de AlUla quanto com seu passado. (linha 102)
A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:
I. O período é composto por duas orações.
Il. Há uma relação adverbial de comparação.
Ill. Só há uma ocorrência de complemento nominal.
Assinale  
Alternativas
Q1971940 Português

Texto para a questão



Assinale a alternativa em que a palavra indicada desempenhe, no texto, papel adverbial.  
Alternativas
Q1971826 Português
Indique, dentre as opções abaixo, aquela em que a palavra destacada atua como advérbio na frase:
Alternativas
Q1971165 Português
Indique, dentre as opções abaixo, aquela em que a palavra destacada atua como advérbio na frase:
Alternativas
Q1970348 Português

Texto l


Apreensão de imigrantes brasileiros nos EUA volta

a crescer e supera 5.000 por mês

Inflação, falta de perspectivas e regras confusas estimulam imigração irregular, dizem especialistas


A cada dia de maio, em média, 165 brasileiros foram barrados ao tentar entrar nos EUA de modo irregular, via México, mantendo uma tendência de alta que ganha força desde março. O total de apreensões no mês passado, 5.118, foi quase o quádruplo do de março (1.346), mas abaixo dos 10.471 registrados em setembro do ano passado, segundo o CBP (Departamento de Controle de Fronteiras).

 "A justificativa que a gente mais escuta nas entrevistas com imigrantes brasileiros que chegam aos EUA é a economia brasileira, devido à alta da inflação e à estagnação dos salários", afirma Gabrielle Oliveira, professora na Universidade de Harvard e pesquisadora de imigração. "Muitos deles dizem não ver perspectiva de melhora no Brasil, independentemente de quem for eleito presidente em outubro.”

O aumento de brasileiros detidos é parte de um recorde de imigrantes que tentam entrar nos EUA. O total de barrados na fronteira tem ficado acima de 200 mil por mês desde março. Em maio, atingiu 239 mil, a maior cifra mensal já registrada - o dobro do que se via em 2021. Essa alta tem várias razões: se muitos países da América Latina enfrentam crises econômicas, os EUA têm vagas de trabalho sobrando; outro ponto é a percepção de que Joe Biden seria mais tolerante com a imigração do que Donald Trump. Para Oliveira, o caso divulgado na segunda (27), quando ao menos 51 pessoas, provavelmente imigrantes em situação irregular, foram encontradas mortas dentro e ao redor de um caminhão em San Antonio, no Texas, mostra que a fronteira continua bastante difícil de cruzar, mesmo sob comando democrata.

"Quanto mais vigiada estiver a fronteira, mais gente buscará esse tipo de entrada, superarriscada. As pessoas estão chegando [à fronteira] e sendo recusadas, o que aumenta o desespero para entrar. Veremos mais gente escondida em veículos, morrendo por desidratação e altas temperaturas", diz a pesquisadora. Felipe Alexandre, advogado do escritório AG Immigration, por outro lado, afirma que as condições ficaram um pouco melhores sob o governo Biden. "Temos visto mudanças nos tribunais de imigração. Agora, os promotores têm mais poder para ajudar, como concordar em juízo com a defesa do imigrante [para que ele fique no país]. Antes, eles estavam com as mãos totalmente amarradas.”

O governo Trump, que fazia do combate à imigração irregular uma bandeira, criou medidas para dificultar a entrada de estrangeiros. Muitas delas seguem em vigor, como a Título 42, que permite a agentes barrar pedidos de asilo na fronteira e mandar os requerentes embora para esperar o resultado da solicitação em outro país, sob a justificativa de risco à saúde pública. A regra foi criada em meio à pandemia de Covid.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/06/apreensao-deimigrantes-brasileiros-nos-eua-volta-a-crescer-e-supera-5000-por-mes.shtml. Acesso em 2 de julho de 2022. Adaptado. 

Em “Para Oliveira, o caso divulgado na segunda (27), quando ao menos 51 pessoas, provavelmente imigrantes em situação irregular, foram encontradas mortas dentro e ao redor de um caminhão em San Antonio, no Texas [...]” (4º parágrafo), o termo destacado é um advérbio que expressa: 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: Quadrix Órgão: CRO - RS Prova: Quadrix - 2022 - CRO - RS - Advogado |
Q1969757 Português
Assinale a alternativa em que há correta correspondência entre a palavra destacada, seu emprego gramatical e seu significado no texto. 
Alternativas
Q1969398 Português
Texto

 Uma câmera na mão e uma pergunta na cabeça: “Como seria a vida dos cães de moradores de rua?” Foi assim que o inquieto e curioso fotógrafo Edu Leporo, de São Paulo, especialista em retratos de animais em estúdio, iniciou sua nova jornada rumo à solidariedade.
   Voltando de um trabalho, encontrou uma família de moradores de rua com três cães. Abordou-os e, no fim dos breves cliques, descobriu que o casal estava indo para a avenida Paulista. “Vão fazer o que lá?”, perguntou Leporo. “Vamos ao McDonald’s. Nossos cachorros gostam do sorvete de lá”, contou a dupla, que dividia o pouco que arrecadava com a venda de latinhas de alumínio com os seus bichinhos.
   Era 2012 e aquela experiência nunca mais sairia da memória do fotógrafo. Tanto que a descoberta deste universo de afeto e respeito tornou-se combustível para o Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC), projeto que nasceu oficialmente em 2015, também na capital paulista.
  Uma foto daquela dupla com seus cães foi publicada nas redes sociais de Leporo, gerando imenso interesse e comoção. O fotógrafo notou que, além de elogiar a beleza do clique, havia quem quisesse saber mais sobre os bastidores daquela imagem.
  Era isso! Para dar visibilidade àquelas pessoas e a seus cães, alvos de inúmeros preconceitos, era preciso narrar as suas histórias. E foi assim, de clique em clique, que Leporo observou que, onde falta, por vezes comida e cobertor, transbordam amor e companheirismo.
   “Um cachorro é, às vezes, o único vínculo que o morador de rua consegue ter com a sociedade. É com ele que tem amor, carinho e respeito”, afirma o fotógrafo, que já se deparou com histórias como a de seu José, morador da praça João Mendes, na região central de São Paulo, que viveu mais de 45 anos nas ruas, 14 deles ao lado do pequeno Duque. [...] 


(Revista Ocas, edição nº119, 2019) 
No sexto parágrafo, ao fazer uso da expressão adverbial “às vezes”, o enunciado:
Alternativas
Q1969394 Português
Texto

 Uma câmera na mão e uma pergunta na cabeça: “Como seria a vida dos cães de moradores de rua?” Foi assim que o inquieto e curioso fotógrafo Edu Leporo, de São Paulo, especialista em retratos de animais em estúdio, iniciou sua nova jornada rumo à solidariedade.
   Voltando de um trabalho, encontrou uma família de moradores de rua com três cães. Abordou-os e, no fim dos breves cliques, descobriu que o casal estava indo para a avenida Paulista. “Vão fazer o que lá?”, perguntou Leporo. “Vamos ao McDonald’s. Nossos cachorros gostam do sorvete de lá”, contou a dupla, que dividia o pouco que arrecadava com a venda de latinhas de alumínio com os seus bichinhos.
   Era 2012 e aquela experiência nunca mais sairia da memória do fotógrafo. Tanto que a descoberta deste universo de afeto e respeito tornou-se combustível para o Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC), projeto que nasceu oficialmente em 2015, também na capital paulista.
  Uma foto daquela dupla com seus cães foi publicada nas redes sociais de Leporo, gerando imenso interesse e comoção. O fotógrafo notou que, além de elogiar a beleza do clique, havia quem quisesse saber mais sobre os bastidores daquela imagem.
  Era isso! Para dar visibilidade àquelas pessoas e a seus cães, alvos de inúmeros preconceitos, era preciso narrar as suas histórias. E foi assim, de clique em clique, que Leporo observou que, onde falta, por vezes comida e cobertor, transbordam amor e companheirismo.
   “Um cachorro é, às vezes, o único vínculo que o morador de rua consegue ter com a sociedade. É com ele que tem amor, carinho e respeito”, afirma o fotógrafo, que já se deparou com histórias como a de seu José, morador da praça João Mendes, na região central de São Paulo, que viveu mais de 45 anos nas ruas, 14 deles ao lado do pequeno Duque. [...] 


(Revista Ocas, edição nº119, 2019) 
Na pergunta “Como seria a vida dos cães de moradores de rua?” (1º§), há várias locuções que cumprem papel especificador. Ao identificá-las, é correto afirmar que: 
Alternativas
Q1967427 Português
Texto para o item.




Internet: <www.terra.com.br> (com adaptações).
A respeito do texto e de seus aspectos linguísticos, julgue o item.

O vocábulo “já” (linha 24) classifica-se como advérbio e expressa, na oração em que está empregado, circunstância de tempo. 
Alternativas
Q1966684 Português

Texto


  Eu tinha uns quatro anos no dia em que minha mãe morreu. Dormia no meu quarto, quando pela manhã me acordei com um enorme barulho na casa toda. Eram gritos e gente correndo para todos os cantos. O quarto de dormir de meu pai estava cheio de pessoas que eu não conhecia. Corri para lá, e vi minha mãe estendida no chão e meu pai caído em cima dela como um louco. A gente toda que estava ali olhava para o quadro como se estivesse em um espetáculo. Vi então que minha mãe estava toda banhada em sangue, e corri para beijá-la, quando me pegaram pelo braço com força. Chorei, fiz o possível para livrar-me. Mas não me deixaram fazer nada. Um homem que chegou com uns soldados mandou então que todos saíssem, que só podia ficar ali a polícia e mais ninguém.

  Levaram-me para o fundo da casa, onde os comentários sobre o fato eram os mais variados. O criado, pálido, contava que ainda dormia quando ouvira uns tiros no primeiro andar. E, correndo para cima, vira meu pai com o revólver na mão e minha mãe ensanguentada. “O doutor matou a dona Clarisse!” Por quê? Ninguém sabia compreender.

(REGO, José Lins do. Menino de Engenho. São Paulo: Global Editora, 2020.)

O vocábulo “todo”, flexionado ou não, é empregado de forma recorrente no primeiro parágrafo do texto. Assinale a alternativa em que ele possui um caráter adverbial. 
Alternativas
Q1965588 Português
Texto II – Sozinho

Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho
Não sou e nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho os meus desejos e planos secretos
Só abro pra você, mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela de repente me ganha?
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana ou não está madura
Onde está você agora?
Caetano Veloso
"juntando o antes, o agora e o depois. Ainda em relação a essas expressões: 
Alternativas
Q1963986 Português

Leia o texto para responder à questão.


      Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre “As vantagens de ser mãe de menina” ou “Por que é bom ser mãe de menino”: “meninos não têm frescura”, “meninas são mais delicadas”, “eles são mais corajosos”, “elas são mais choronas” e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?


      Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros, escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha, não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a ideia de que os meninos são mais “aventureiros” e “danados” e as meninas mais “cuidadosas”. Fazemos as meninas mais infelizes, isso sim.


      Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer que “tudo bem” as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?


      Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era fabricado: só havia pias rosa e lilás. “Esse brinquedo é de menina”, alertou a vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não percebido o “engano” ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão: “Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa em ordem?” E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.


      E para quem gosta de listas, proponho uma única: “As vantagens de ser mãe de uma criança feliz.” É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não determinar como meu filho pode ou não ser.



(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e

“coisas de meninas”. Disponível em: <vida-estilo.estadao.com.br>. Acesso

em 10-02-2016. Adaptado)

O advérbio destacado na passagem – ... você definir como ele deve ser ou se comportar dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel? – tem equivalente em: 
Alternativas
Q1963946 Português
Em “A chuva estava demasiadamente forte.”, a palavra sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:
Alternativas
Q1962222 Português

Considere o fragmento de texto abaixo para a questão.

Galinhas

RAFAEL BARRETT

   Enquanto não possuía nada além da minha cama e dos meus livros, eu estava feliz. Agora eu possuo nove galinhas e um galo, e minha alma está perturbada. A propriedade me tornou cruel.
  Sempre que comprava uma galinha, amarrava-a por dois dias a uma árvore, para impor a minha morada, destruindo em sua memória frágil o amor a sua antiga residência. Remendei a cerca do meu quintal, a fim de evitar a evasão das minhas aves e a invasão de raposas de quatro e dois pés.
  Eu me isolei, fortifiquei a fronteira, tracei uma linha diabólica entre mim e meu vizinho. Dividi a humanidade em duas categorias: eu, dono das minhas galinhas, e os outros que podiam tirá-las de mim.
   Eu defini o crime. O mundo encheu-se para mim de alegados ladrões, e pela primeira vez eu lancei do outro lado da cerca um olhar hostil. [...]

Texto original: “Galinhas”, de Rafael Barrett (Paraguai, 1910). Texto traduzido para o português acessado em: https://viladeutopia.com.br/galinhas/ (com alterações)

Assinale a alternativa que apresenta uma interpretação semântica INCORRETA.
Alternativas
Q1961851 Português

INSTRUÇÃO: Leia a crônica de Moacyr Scliar para responder à questão.


O aprendiz de escritor

Moacyr Scliar


Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi – e acho mesmo que não aprendi, a gente nunca para de aprender –, não foi por falta de prática. Porque comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias das personagens que me encantaram, o Saci-Pererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Mickey Mouse, Tarzan e os piratas. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de minhas personagens, estas criaturas reais ou imaginárias com quem convivi desde a infância.


“Na verdade”, eu escrevi ali em cima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo grau, o Júlio de Castilhos, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso.


Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele.


Uma vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldades sobrevoava Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia, preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o Mentiroso. Pálido:


– Vocês nem podem imaginar!


Uma pausa dramática, e logo em seguida:


– Sabem este avião que está em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por pouco. Gente, que coisa horrível!


E começou a descrever o avião incendiado, o piloto gritando por socorro... Uma cena impressionante. Aí veio um colega correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrissar, são e salvo. Todo mundo começou a rir. Todo mundo, menos o Mentiroso:


– Não pode ser! – repetia, incrédulo, irritado. – Eu vi o avião cair!


Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo o mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que precisava, naquele momento, era um lápis e papel. Se tivesse escrito o que dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma questão de nomes, de palavras.


Palavras. São tudo, para quem escreve. Ou quase tudo. Como a serra, o martelo, a plaina, a madeira, a cola e os pregos para o marceneiro; como a colher, o prumo, os tijolos e a argamassa para o pedreiro; como a fazenda, a linha, a tesoura e a agulha para o alfaiate. Estou falando em instrumentos de trabalho, porque literatura nem sempre parece trabalho.


Há uma história (sempre contando histórias, Moacyr Scliar! Sempre contando histórias!) sobre um escritor e seu vizinho. O vizinho olhava o escritor que estava sentado, quieto, no jardim, e perguntava: Descansando, senhor escritor? Ao que o escritor respondia: Não, trabalhando. Daí a pouco o vizinho via o escritor mexendo na terra, cuidando das plantas: Trabalhando? Não, respondia o escritor, descansando. As aparências enganam; enganaram até o próprio escritor.



SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor.

São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1984.

Nas crônicas, textos ligados ao cotidiano, é comum a presença de marcas de informalidade na linguagem. Na crônica “O aprendiz de escritor”, de Moacyr Scliar, vê-se uma inadequação no seguinte período:

“Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias.”


O desvio de norma padrão na frase acima decorre do uso

Alternativas
Q1961764 Português
Aponte a opção em que o advérbio destacado está relacionado a um termo de classe gramatical diferente da classe dos demais no texto.
Alternativas
Respostas
1201: A
1202: B
1203: C
1204: C
1205: A
1206: C
1207: E
1208: B
1209: C
1210: E
1211: B
1212: B
1213: E
1214: D
1215: A
1216: A
1217: C
1218: B
1219: D
1220: D