Questões de Português - Classificação dos verbos (Regulares, Irregulares, Defectivos, Abundantes, Unipessoais, Pronominais) para Concurso
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Suponha que, no período “O motorista dirigiu-se ao escritório do mecânico para lhe solicitar que consertasse um carro.”, os verbos destacados fossem substituídos, respectivamente, por foi e reparasse. Considerando a regência verbal, assinale a alternativa que preserva o sentido original desse período.
Texto para as questões de 1 a 8
1 Imagino o artista num anfiteatro
Onde o tempo é a grande estrela
Vejo o tempo obrar a sua arte
4 Tendo o mesmo artista como tela
Modelando o artista ao seu feitio
O tempo, com seu lápis impreciso
7 Põe-lhe rugas ao redor da boca
Como contrapesos de um sorriso
Já vestindo a pele do artista
10 O tempo arrebata-lhe a garganta
O velho cantor subindo ao palco
Apenas abre a voz, e o tempo canta
13 Dança o tempo sem cessar, montando
O dorso de exausto bailarino
Trêmulo, o ator recita um drama
16 Que ainda está por ser escrito
No anfiteatro, sob o céu de estrelas
Um concerto eu imagino
19 Onde, num relance, o tempo alcance a glória
E o artista, o infinito.
Chico Buarque de Holanda. Paratodos.
SONOPRESS, BMG, Ariola Discos Ltda.
Assinale a opção em que o verbo arrebatar apresenta o mesmo sentido que ocorre em "O tempo arrebata-lhe a garganta" (v.10).
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
Uma definição de felicidade
Todas as profissões têm sua visão do que é felicidade. Já li um economista defini-la como ganhar 20 000 dólares por ano, nem mais nem menos. Para os monges budistas, felicidade é a busca do desapego. Autores de livros de autoajuda definem felicidade como “estar bem consigo mesmo”, “fazer o que se gosta” ou “ter coragem de sonhar alto”. O conceito de felicidade que uso em meu dia a dia é difícil de explicar num artigo curto. Eu o aprendi nos livros de Edward De Bono, Mihaly Csikszentmihalyi e de outros nessa linha. A ideia é mais ou menos esta: todos nós temos desejos, ambições e desafios que podem ser definidos como o mundo que você quer abraçar. Ser rico, ser famoso, acabar com a miséria do mundo, casar-se com um príncipe encantado, jogar futebol, e assim por diante. Até aí, tudo bem. Imagine seus desejos como um balão inflável e que você está dentro dele. Você sempre poderá ser mais ou menos ambicioso inflando ou desinflando esse balão enorme que será seu mundo possível. É o mundo que você ainda não sabe dominar. Agora imagine um outro balão inflável dentro do seu mundo possível, e portanto bem menor, que representa a sua base. É o mundo que você já domina, que maneja de olhos fechados, graças aos seus conhecimentos, seu QI emocional e sua experiência. Felicidade nessa analogia seria a distância entre esses dois balões – o balão que você pretende dominar e o que você domina. Se a distância entre os dois balões for excessiva, você ficará frustrado, ansioso, mal-humorado e estressado. Se a distância for mínima, você ficará tranquilo, calmo, mas logo entediado e sem espaço para crescer. Ser feliz é achar a distância certa entre o que se tem e o que se quer ter.
O primeiro passo é definir corretamente o tamanho de seu sonho, o tamanho de sua ambição. Essa história de que tudo é possível se você somente almejar alto é pura balela. Todos nós temos limitações e devemos sonhar de acordo com elas. Querer ser presidente da República é um sonho que você pode almejar quando virar governador ou senador, mas não no início da carreira. O segundo passo é saber exatamente seu nível de competências, sem arrogância nem enganos, tão comuns entre os intelectuais. O terceiro é encontrar o ponto de equilíbrio entre esses dois mundos. Saber administrar a distância entre seus desejos e suas competências é o grande segredo da vida. Escolha uma distância nem exagerada demais, nem tacanha demais. Se sua ambição não for acompanhada da devida competência, você se frustrará. Esse é o erro de todos os jovens idealistas que querem mudar o mundo com o que aprenderam no primeiro ano de faculdade. Curiosamente, à medida que a distância entre seus sonhos e suas competências diminui pelo seu próprio sucesso, surge frustração, e não felicidade.
Quantos gerentes depois de promovidos sofrem de famosa “fossa do bem-sucedido”, tão conhecida por administradores de recursos humanos? Quantos executivos bem-sucedidos são infelizes justamente porque “chegaram lá”? Pessoas pouco ambiciosas que procuram um emprego garantido logo ficam entediadas, estacionadas, frustradas e não terão a prometida felicidade. Essa definição explica por que a felicidade é tão efêmera. Ela é um processo, e não um lugar onde finalmente se faz nada. Fazer nada no paraíso não traz felicidade, apesar de ser o sonho de tantos brasileiros. Felicidade é uma desconfortável tensão entre suas ambições e competências. Se você estiver estressado, tente primeiro esvaziar seu balão de ambições para algo mais realista. Delegue, abra mão de algumas atribuições, diga não. Ou então encha mais seu balão de competências estudando,observando e aprendendo com os outros, todos os dias. Os velhos acham que é um fracasso abrir mão do espaço conquistado. Por isso, recusam ceder poder ou atribuições e acabam infelizes. Reduzir suas ambições à medida que você envelhece não é nenhuma derrota pessoal. Felicidade não é um estado alcançável, um nirvana, mas uma distância contínua. É chegar lá, e não estar lá como muitos erroneamente pensam. Seja ambicioso dentro dos limites, estude e observe sempre, amplie seus sonhos quando puder, reduza suas ambições quando as circunstâncias exigirem. Mantenha sempre uma meta a alcançar em todas as etapas da vida e você será muito feliz.
Stephen Kanitz, Revista Veja, 22 de junho de 2005
Indique a opção em que a forma verbal grifada se refere ao infinitivo entre parênteses.
QUINOA
Na região dos Andes, local onde surgiu há milhares de anos, é chamado de quinua. Aqui, esse grão, dotado de muitas características benéficas à saúde humana, ganhou popularidade com o nome de quinoa. A planta foi introduzida no país na década de 1990, mas só recentemente tornou-se mais conhecido entre os brasileiros.
Espécie de granífera, a quinoa (Chenopodium quinoa) pertece à mesma família do espinafre e da beterraba, a Chenopodiacea. Por muito tempo, seu cultivo ficou restrito à agricultura de subsistência. Porém, com as descobertas de suas inúmeras propriedades nutricionais, o alimento indígena ganhou visibilidade. Fácil de plantar e com o apelo de produto saudável, essa cultura nova no cenário nacional pode se tornar uma alternativa rentável para o agricultor.
Rica em proteína, a quinoa tem boa distribuição de aminoácidos essenciais, que se assemelham à caseína – fração protéica do leite –, podendo, assim, incrementar a composição de mingaus para crianças. O cereal ainda adequa-se muito bem à dieta de pessoas interessadas em alimentos com alto valor nutritivo e baixo colesterol. Inclusive é indicado para pacientes celíacos – pessoas que são alérgicas ao glúten.
Semelhante ao espinafre, quando pequena, e ao sorgo, no período de maturação, a planta é anual, mas com ciclo variável. Tolerante à seca, à acidez do solo e a baixas temperaturas, seu crescimento acelera-se após os primeiros 30 dias de plantio, podendo chegar a dois metros de altura. Entre verde e rósea no início, a coloração passa para o amarelo na inflorescência. O plantio vai bem em locais com temperaturas elevadas.
O produto colhido são pequenas sementes achatadas e sem dormência. Elas são boas fontes de vitamina B e E, e possuem amido, além de conter alta dose de ferro – o dobro da encontrada na cevada e no trigo, e três vezes mais do que no arroz.
A quinoa vai bem cozida, em saladas, sopas e molhos. Derivada do grão, a farinha pode ser usada na alimentação infantil e como ingrediente para pudins, pães, panquecas, biscoitos e até bebidas. Os botões florais, parecidos com brócolis, podem ser consumidos cozidos.
As folhas também são comestíveis, mas sempre misturadas com outras plantas ou em cozidos, para diluir a quantidade de nitrato, prejudicial ao organismo quando em alta dosagem. Para os animais, as folhas da quinoa são muito boas para compor a dieta com forragens, pois carregam bastante proteína, fibras, minerais e vitaminas.
(Texto: João Mathias. Consultor: Wellington Pereira de Carvalho/ Revista Globo Rural, Setembro / 2007)
Em todas as frases abaixo, transcritas do texto, as formas verbais destacadas estão flexionadas no mesmo tempo, EXCETO em: