Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso

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Q3032488 Português

Texto 6


Linguagem, Poder e Discriminação


A linguagem não é usada somente para veicular informações, isto é, a função referencial denotativa da linguagem não é senão uma entre outras; entre estas ocupa uma posição central a função de comunicar ao ouvinte a posição que o falante ocupa de fato ou acha que ocupa na sociedade em que vive. As pessoas falam para serem “ouvidas”, às vezes para serem respeitadas e também para exercer uma influência no ambiente em que realizam os atos linguísticos. O poder da palavra é o poder de mobilizar a autoridade acumulada pelo falante e concentrá-la num ato linguístico (Bordieu, 1977). Os casos mais evidentes em relação a tal afirmação são também os mais extremos: discurso político, sermão na igreja, aula etc. As produções linguísticas deste tipo, e também de outros tipos, adquirem valor de ser realizadas no contexto social e cultural apropriado. As regras que governam a produção apropriada dos atos de linguagem levam em conta as relações sociais entre o falante e o ouvinte.


GNERRE, Maurizzio, in Prática de Texto, FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristovão, Ed. Vozes, 20ª edição, 2011, Petrópolis, RJ, p. 105.

Analise as afirmativas abaixo sobre as expressões e palavras sublinhadas no texto 6.


1. Todas funcionam como elementos referenciais de coesão textual.


2. A palavra para destacada funciona como elemento de relação lógica, pois estabelece ligação semântica, ou seja, com passagem de ideias.


3. A palavra esta funciona como elemento anafórico.


4. A expressão tal afirmação funciona como elemento catafórico.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q3031985 Português

Leia o texto para responder à questão.


Guterres alerta que o planeta está "à beira do abismo" 


O secretário-geral da ONU, António Guterres, voltou, esta quinta-feira, a alertar que o planeta está "à beira do abismo" devido às crises ambientais, durante a VI Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (UNEA6).

"O nosso planeta está à beira do precipício. Os ecossistemas estão em colapso", disse António Guterres num vídeo apresentado na abertura da cimeira ambiental de alto nível da UNEA-6, o principal órgão de tomada de decisões ambientais do mundo, realizado em Nairobi, no Quénia.

António Guterres sublinhou que o clima "está a implodir" e que "a culpa é da humanidade".

"As consequências, desde rios envenenados até à subida dos mares, afetam-nos a todos", alertou o secretário-geral da ONU, sublinhando que "os menos responsáveis são os que mais sofrem". 

Para combater esta crise, apelou a um trabalho "em conjunto (...) para colocar o mundo no caminho da sustentabilidade e acelerar o desenvolvimento sustentável".

"Isto significa tomar medidas urgentes para acelerar uma transição justa dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, adaptar-se a fenômenos meteorológicos extremos, proporcionar justiça climática, controlar a poluição e proteger e restaurar os ecossistemas", realçou.

Segundo António Guterres, os países "devem definir objetivos nacionais para cumprir este quadro", ou seja, "criar novas contribuições a nível nacional para toda a economia antes de 2025 que estejam em linha com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius".

"Juntos, precisamos que os governos elaborem um novo tratado sobre a poluição causada pelo plástico e aumentem o financiamento para o desenvolvimento sustentável e para ações climáticas e de biodiversidade nos países em desenvolvimento", acrescentou.

Numa mensagem aos líderes da UNEA-6, que inclui o presidente queniano, William Ruto, e outros chefes de estado africanos, bem como vários ministros de todo o mundo, Guterres instou os países a "cumprirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU".

"Vocês têm muitas resoluções importantes diante de vocês, então aproveitem esta oportunidade para pressionar por soluções multilaterais. Vamos fazer o espírito de Nairobi funcionar mais uma vez", concluiu.

A UNEA-6 reúne mais de cinco mil representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado no complexo da ONU na capital queniana desde segunda-feira e até hoje. 

Na sessão deste ano, a sexta desde o lançamento da Assembleia em 2014, os países devem avaliar cerca de 19 resoluções que cobrem desafios como parar a desertificação, combater a poluição atmosférica ou limitar a poluição química.

https://www.jn.pt/8490102869/, 29/02/2024

“Guterres instou os países a "cumprirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU".
De acordo com o contexto, assinale a alternativa que pode substituir “instou” sem alterar o sentido do texto.
Alternativas
Q3031799 Português
 Nobel de Química 2022 vai para trio que desenvolveu
 ferramenta criativa para construção de moléculas



 Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

 A respeito do texto, julgue o item a seguir. 


Na linha 7, a referência de “este ano” é considerada endofórica.

Alternativas
Q3031438 Português

Para responder à questão, leia o texto IV.


Texto IV


Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/516999232226210857/. Acesso em: 15 jul. 2024.  

Analise as assertivas abaixo.


I- A oração “Cortamos a sua carne” não apresenta um problema de coerência textual.


II- As relações lógico-semânticas presentes na oração “Cortamos a sua carne” em relação à frase “na hora e a seu gosto” geram um efeito de sentido humorístico não pretendido.


III- Ao reescrever “Cortamos a sua carne” por “Fatiamos a sua carne”, o problema de coerência textual é resolvido.


IV- A forma verbal Aperte está conjugada no modo subjuntivo.


É CORRETO o que se afirma apenas em:

Alternativas
Q3030445 Português

Leia o texto III para responder à questão.


Texto III


Eloquência singular


    Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:

    – Senhor Presidente: eu não sou daqueles que...

    O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudo indicava o plural. No entanto, podia perfeitamente ser o singular:

– Não sou daqueles que… 

    Não sou daqueles que recusam… No plural soava melhor. Mas era preciso precaver-se contra essas armadilhas da linguagem – que recusa? – ele que tão facilmente caía nelas, e era logo massacrado com um aparte. Não sou daqueles que… Resolveu ganhar tempo:

    – …embora perfeitamente cônscio das minhas altas responsabilidades como representante do povo nesta Casa, não sou…

    Daqueles que recusa, evidentemente. Como é que podia ter pensado em plural? Era um desses casos que os gramáticos registram nas suas questiúnculas de português: ia para o singular, não tinha dúvida. Idiotismo de linguagem, devia ser.

    …daqueles que, em momentos de extrema gravidade, como este que o Brasil atravessa…

    Safara-se porque nem se lembrava do verbo que pretendia usar:

    – Não sou daqueles que…

    Daqueles que o quê? Qualquer coisa, contanto que atravessasse de uma vez essa traiçoeira pinguela gramatical em que sua oratória lamentavelmente se havia metido logo de saída. Mas a concordância? Qualquer verbo servia, desde que conjugado corretamente, no singular. Ou no plural:

    – Não sou daqueles que, dizia eu – e é bom que se repita sempre, senhor Presidente, para que possamos ser dignos da confiança em nós depositada…

    Intercalava orações e mais orações, voltando sempre ao ponto de partida, incapaz de se definir por esta ou aquela concordância.

    [...]

    Intercalou mais uma oração e foi em frente com bravura, disposto a tudo, afirmando não ser daqueles que…

    – Como?

    Acolheu a interrupção com um suspiro de alívio:

    – Não ouvi bem o aparte do nobre deputado.

    Silêncio. Ninguém dera aparte nenhum.

    – Vossa Excelência, por obséquio, queira falar mais alto, que não ouvi bem – e apontava, agoniado, um dos deputados mais próximos.

    – Eu? Mas eu não disse nada…

    – Terei o maior prazer em responder ao aparte do nobre colega. Qualquer aparte.

    O silêncio continuava. Interessados, os demais deputados se agrupavam em torno do orador, aguardando o desfecho daquela agonia, que agora já era, como no verso de Bilac, a agonia do herói e a agonia da tarde.

    – Que é que você acha? – cochichou um.

    – Acho que vai para o singular.

    – Pois eu não: para o plural, é lógico.

    O orador seguia na sua luta:

    – Como afirmava no começo de meu discurso, senhor Presidente…

    Tirou o lenço do bolso e enxugou o suor da testa.

    Vontade de aproveitar-se do gesto e pedir ajuda ao próprio Presidente da mesa: por favor, apura aí pra mim, como é que é, me tira desta…

    – Quero comunicar ao nobre orador que o seu tempo se acha esgotado.

    – Apenas algumas palavras, senhor Presidente, para terminar o meu discurso: e antes de terminar, quero deixar bem claro que, a esta altura de minha existência, depois de mais de vinte anos de vida pública…

    E entrava por novos desvios:

    – Muito embora… sabendo perfeitamente… os imperativos de minha consciência cívica… senhor Presidente… e o declaro peremptoriamente… não sou daqueles que…

    O Presidente voltou a adverti-lo de que seu tempo se esgotara. Não havia mais por onde fugir:

    – Senhor Presidente, meus nobres colegas!

    Resolveu arrematar de qualquer maneira. Encheu o peito e desfechou:

    – Em suma: não sou daqueles. Tenho dito.

    Houve um suspiro de alívio em todo o plenário, as palmas romperam. Muito bem! Muito bem! O orador foi vivamente cumprimentado.



(SABINO, Fernando. Eloquência singular. In: A companheira de viagem. Rio de Janeiro: sabiá, 1965. Adaptado.)

Mas era preciso precaver-se contra essas armadilhas [...]” (5º§) A substituição do termo destacado, em que o efeito de sentido original é preservado assim como a coerência textual, é possível por: 
Alternativas
Respostas
51: B
52: C
53: E
54: A
55: A