Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso

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Q2117891 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


O plágio encoberto em textos do ChatGPT

Pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos, investigaram até que ponto modelos de linguagem natural como o ChatGPT, que usam inteligência artificial para formular uma prosa realista e articulada em resposta a perguntas de usuários, conseguem gerar conteúdo que não se caracterize como plágio. Isso porque esses sistemas processam, memorizam e reproduzem informações preexistentes, baseadas em gigantescos volumes de dados disponíveis na internet, tais como livros, artigos científicos, páginas da Wikipédia e notícias.

O grupo analisou 210 mil textos gerados pelo programa GPT-2, da startup OpenAI, criadora do ChatGPT, em busca de indícios de três diferentes tipos de plágio: a transcrição literal, obtida copiando e colando trechos; a paráfrase, que troca palavras por sinônimos a fim de obter resultados ligeiramente diferentes; e o uso de uma ideia elaborada por outra pessoa sem mencionar sua autoria, mesmo que formulada de maneira diferente.

A conclusão do estudo foi de que todos os três tipos de cópia estão presentes. E, quanto maior é o conjunto de parâmetros usados para treinar os modelos, mais frequentemente a má conduta foi registrada. A análise utilizou dois tipos de modelos - os pré-treinados, baseados em um amplo espectro de dados, e os de ajuste fino, aprimorados pela equipe da PennState, a fim de concentrar e refinar a análise em um conjunto menor de documentos científicos e jurídicos, artigos acadêmicos relacionados à Covid-19 e solicitações de patentes. A escolha desse tipo de conteúdo não foi ocasional - nesses textos, a prática de plágio é considerada muito problemática e não costuma ser tolerada.

No material gerado pelos pré-treinados, a ocorrência mais prevalente foi de transcrições literais, enquanto nos de ajuste fino eram mais comuns paráfrases e apropriação de ideias sem referência à fonte. "Constatamos que o plágio aparece com diferentes sabores", disse um dos autores do trabalho, Dongwon Lee, cientista da computação da Faculdade de Tecnologia e Ciências da Informação da Penn State, de acordo com o serviço de notícias Eurekalert. Os achados serão divulgados com mais detalhes na Web Conference, um evento da ACM que acontece entre 30 de abril e 4 de maio na cidade de Austin, nos Estados Unidos.

O ChatGPT é um entre vários sistemas baseados em inteligência artificial e ganhou grande notoriedade porque foi disponibilizado para uso público. Desde novembro, já foi testado por mais de 100 milhões de pessoas e impressionou por sua capacidade de gerar textos coerentes que mimetizam a escrita dos seres humanos. Uma das polêmicas que levantou envolveu justamente a originalidade de suas respostas e o receio de que se transforme em uma fonte de má conduta acadêmica.

"As pessoas perseguem grandes modelos de linguagem porque, quanto maior um modelo fica, mais suas habilidades aumentam", disse o autor principal do trabalho, Jooyoung Lee, estudante de doutorado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Informação da Penn State. Ferramentas de escrita de inteligência artificial conseguem criar respostas únicas e individualizadas a perguntas apresentadas por usuários, mesmo extraindo as informações de um banco de dados. Essa habilidade, contudo, não livra a ferramenta de ser uma fonte de plágio, mesmo em formatos mais difíceis de detectar. "Ensinamos os modelos a imitar a escrita humana, mas não os ensinamos a não plagiar", afirmou Lee.

Várias ferramentas estão sendo desenvolvidas para detectar conteúdo gerado por softwares de inteligência artificial. A própria OpenAI desenvolveu um programa capaz de apontar textos feitos por robôs. Há outras do gênero na internet, como o Writer AI Content Detector e o Content at Scale. Como os sistemas de linguagem natural estão em desenvolvimento, também será necessário atualizar continuamente a tecnologia para rastrear sua produção.

Uma equipe da Escola de Engenharias e Ciências Aplicadas da mesma PennState mostrou que é possível treinar as pessoas para identificar esses textos, sem precisar depender exclusivamente de programas detectores. Apresentado em fevereiro em um congresso da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial realizado em Washington, Estados Unidos, o estudo, liderado pelo cientista da computação Chris Callison-Burch, mostrou que essas ferramentas já são muito eficientes em produzir prosa fluente e seguir as regras gramaticais. "Mas eles cometem tipos distintos de erros que podemos aprender a identificar", disse ao blog Penn Engineering Today o cientista da computação Liam Dugan, aluno de doutorado da Penn State e um dos autores do artigo.

Retirado e adaptado de: MARQUES, Fabrício. O plágio encoberto em textos do ChatGPT. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: gpt/ s://revistapesquisa.fapesp.br/o-plagio-encoberto-em-textos-do-chatgpt/ Acesso em: 13 mar., 2023.

O trecho a seguir resume o texto "O plágio encoberto em textos do ChatGPT" e apresenta algumas de suas características:
O texto "O plágio encoberto em textos do ChatGPT" pertence ao gênero ____________ e tem como predominante o tipo ____________, no qual é empregada linguagem ____________. O texto apresenta estudos realizados em torno de distintas formas de plágio em textos criados no ChatGPT. A partir das análises apresentadas, os estudos apontam que as diferentes formas de plágio são identificáveis nos textos produzidos pela inteligência artificial em questão. Além disso, o texto apresenta possibilidades e indicativos de que é possível identificar textos produzidos por ______________.
Assinale a alternativa que correta e respectivamente completa as lacunas do texto:
Alternativas
Q2117708 Português
Leia o texto para responder a questão.

Pessoas com insônia correm maior risco de desenvolver problemas cognitivos

        Um novo estudo finlandês concluiu que pessoas que sofrem de insônia têm um risco maior de desenvolver problemas cognitivos ao longo da vida. A pesquisa envolveu 3748 participantes, que foram acompanhados por cerca de 15 anos após suas avaliações originais.
     Os problemas cognitivos ligados à insônia podem incluir problemas de memória, concentração e capacidade de aprendizado. Os pesquisadores consideraram outros fatores de saúde conhecidos por estarem ligados ao declínio cognitivo na velhice, como pressão alta, colesterol alto, obesidade, diabetes, depressão e um baixo nível de atividade física, e ainda assim confirmou-se a associação entre insônia e problemas cognitivos. Eles explicam que, quanto mais tempo durar a insônia, piores serão essas funções cerebrais com o passar dos anos, ao passo que, se os sintomas da insônia diminuírem, a função cognitiva tende a ficar mais saudável na vida adulta.
        Alguns participantes que estavam na meia-idade e empregados no início do estudo já haviam se aposentado na fase final da pesquisa. “Nossos resultados mostraram que os sintomas de insônia já na idade ativa podem aumentar o risco de declínio cognitivo na idade da aposentadoria”, explicam os pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia.
        A pesquisa alerta ainda que tratar a insônia mais cedo poderia evitar problemas de saúde do cérebro e até doenças como Alzheimer, embora não seja suficiente para mostrar a causa de forma conclusiva. “Com base em nossas descobertas, a intervenção precoce para combater os sintomas de insônia ou medidas destinadas a melhorar a qualidade do sono seriam justificadas”, diz a médica da Universidade de Helsinque, Tea Lallukka, em comunicado.
        A equipe ressalta ainda que existem várias maneiras de melhorar a qualidade do nosso sono, tais como: ter um ritmo de sono mais regular, garantir um bom ambiente de sono (em termos de temperatura e iluminação) e cuidar dos hábitos alimentares.

(Revista Galileu, 25.05.22. Adaptado)
Considere o trecho:
“A pesquisa alerta ainda que tratar a insônia mais cedo poderia evitar problemas de saúde do cérebro e até doenças como Alzheimer, embora não seja suficiente para mostrar a causa de forma conclusiva” (4º parágrafo)
É correto afirmar que o vocábulo em destaque introduz uma afirmação que
Alternativas
Q2116950 Português
Leia o texto, para responder a questão.

        Desde o fim do século XVIII, o ser humano tenta usar a tecnologia para replicar a voz. O exemplo mais antigo de que se tem notícia é o dispositivo criado por Wolfgang von Kempelen, oficial da corte austríaca e inventor amador. A máquina falante de Kempelen, como ficou conhecida, usava um fole, tubos, pedaços de madeira e uma caixa de ressonância para replicar a emissão vocal a partir da circulação de ar – é mais ou menos o mesmo processo do corpo humano. O sistema, embora primitivo, era capaz de emitir alguns fonemas e até palavras simples, como “mama” e “papa”. Duzentos e cinquenta anos depois da invenção de Kempelen, a tecnologia de reprodução da voz humana avançou tanto que, agora, é quase impossível para um leigo diferenciar um discurso real, feito por uma pessoa de carne, osso e cordas vocais, de outro criado em computador.
        O notável desenvolvimento de vozes sintéticas deu origem, por sinal, a um mercado bilionário – e perigoso. De acordo com dados do instituto de pesquisa MarketsandMarkets, o setor movimentou 8,3 bilhões de dólares em 2021 e deverá alcançar 22 bilhões de dólares até 2026. É uma área que inclui assistentes virtuais como Siri e Alexa, sistemas de atendimento virtual de bancos e até celebridades que emprestam a voz para aplicativos. O perigo reside na possibilidade de replicar vozes reais para, por exemplo, fins políticos, fraudes ou ataques a reputações.
      No vale-tudo da arena política, as vozes sintéticas podem causar enormes estragos. O cineasta Jordan Peele, do aclamado Corra!, criou um vídeo do ex-presidente Barack Obama usando a tecnologia deepfake, que mescla imagens reais com falas falsas, para alertar sobre os riscos. “Estamos entrando em uma era em que nossos inimigos podem fazer com que qualquer um pareça dizer qualquer coisa”, disse a voz fake de Obama.
       Nesse contexto, plataformas como WhatsApp e Telegram, nas quais mensagens de áudio são amplamente usadas, representam um perigo adicional.
           A tecnologia tem sido explorada também na área da saúde. Foi graças aos avanços na criação de vozes sintéticas que o ator Val Kilmer, vitimado por um câncer na garganta, recuperou parte da capacidade de se expressar. As novas tecnologias, vale ressaltar, são capazes de realizar feitos únicos – e positivos. O que não é certo é usá-la para propagar mentiras. Cada vez mais será preciso manter os ouvidos bem atentos.

(André Sollitto, Voz ativa. Veja, 23.02.2022. Adaptado)
Para responder a questão, considere a seguinte passagem do texto:
Duzentos e cinquenta anos depois da invenção de Kempelen, a tecnologia de reprodução da voz humana avançou tanto que, agora, é quase impossível para um leigo diferenciar um discurso real, feito por uma pessoa de carne, osso e cordas vocais, de outro criado em computador.

O trecho – Duzentos e cinquenta anos depois da invenção de Kempelen... – está reescrito de acordo com a norma-padrão de concordância em: 
Alternativas
Q2116861 Português
          Você vai ao cinema e pede uma pipoca. Enquanto o filme dura duas horas, o petisco não dura nem dez minutos. Esse é um exemplo de como ficamos diante dos alimentos chamados “hiperpalatáveis”. A composição desses alimentos ativa mecanismos no cérebro que postergam a sensação de saciedade – fazendo com que simplesmente não consigamos parar de comê-los.
       Muitos artigos científicos e documentários se dedicaram aos hiperpalatáveis, mas um novo estudo publicado no periódico científico Obesity destaca que esses alimentos “têm sido definidos com termos descritivos, mas sem uma definição padrão”.
       De 2000 a 2018, segundo o artigo na Obesity, o número anual de publicações sobre os alimentos palatáveis aumentou 550%, demonstrando o alto interesse pelo tema nas pesquisas sobre nutrição. O problema é que as descrições dos alimentos hiperpalatáveis são genéricas ou muito restritivas. Por exemplo, uma descrição sugere que os hiperpalatáveis são qualquer alimento adquirido em uma rede de fast food. No entanto, alguns desses lugares também vendem saladas ou alimentos grelhados, que não são o mesmo que um hambúrguer com queijo. Assim, com definições tão genéricas, há alimentos hiperpalatáveis que acabam não entrando na categoria de perigosos ou viciantes porque não estão em redes de fast food.
         Os autores do estudo, da Universidade do Kansas, nos EUA, propõem agora um método mais certeiro para identificação dos hiperpalatáveis, focando nas informações nutricionais que podem ser observadas durante a compra. Os autores criaram três categorias de alimentos hiperpalatáveis combinando informações sobre a presença de gorduras, açúcares e sódio: 25% ou mais das calorias vindas de gorduras e mais de 0,3% do peso constituído de sódio; mais de 20% das calorias vindas de gorduras e outra porcentagem superior a 20% de açúcares; cerca de 40% das calorias constituídas de carboidratos e mais de 0,2% do peso constituído de sódio.
      Os alimentos ricos em sódio, açúcar e gorduras aumentam a propensão a obesidade, hipertensão arterial e diabetes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
      Com a categorização, os pesquisadores analisaram mais de 8 mil alimentos vendidos nos Estados Unidos. Desses, 62% preenchiam os requisitos de uma das três categorias, como pizzas, alimentos fritos e doces.
     Os pesquisadores reconhecem algumas limitações do estudo, como a concentração em alimentos sólidos.

(Provou, já era: como identificar os alimentos hiperpalatáveis, dos quais é
(quase) impossível fugir. www.bbc.com, 29.11.2019. Adaptado)
No trecho “Muitos artigos científicos e documentários se dedicaram aos hiperpalatáveis” (2º parágrafo), a expressão destacada pode ser corretamente substituída, sem prejuízo do sentido e em conformidade com a norma- -padrão, por
Alternativas
Q2116496 Português

Texto 20A1-I


    Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se distribuem no espaço geográfico. 

    É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável, cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.

    No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas da sociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.

    Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza, barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões de precedência e de nível.

    Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe, na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra figura”.


Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com adaptações).

Considerando as relações coesivas e de sentido entre termos empregados no texto 20A1-I, julgue o item a seguir.


No segundo parágrafo do texto, os termos “classes”, “grupos” e “estratos” são correferentes. 

Alternativas
Respostas
1071: A
1072: B
1073: A
1074: E
1075: E