Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso

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Q2118502 Português
Leia a crônica de Rubem Braga para responder a questão.

Cafezinho

        Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

        Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

        – Ele foi tomar café.

        A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.

        Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer:

        – Bem, cavaleiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

        Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

        – Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

        Quando a bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:

        – Ele está?

        – Alguém dará o nosso recado sem endereço.

        Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

        – Ele disse que ia tomar um cafezinho...

        Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

        – Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí...

        Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.

       Quando vier a grande hora de nosso destino, nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.

(Rubem Braga.https://www.culturagenial.com/ cronicas-famosas-comentadas/Acesso: 18.11.2021)
Assinale a alternativa em que, no parêntese, a expressão em destaque está substituída, correta e respectivamente, por um pronome. 
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Q2118381 Português
Leia o texto para responder a questão.

Nossa má educação cria um abismo entre os brasileiros e as profissões do futuro

        De tempos em tempos, vemos estudos e listas sobre as chamadas “profissões do futuro”. Elas nos enchem os olhos, com atividades incríveis e inspiradoras. Infelizmente a maior parte das pessoas jamais exercerá qualquer uma dessas carreiras, pois não tem elementos básicos em sua formação para desempenhar suas tarefas. Nosso sistema de ensino e nossa cultura não são organizados para oferecer a crianças, jovens e adultos as habilidades necessárias para isso.

        Para as profissões que debutam com grande pompa e muitas novidades, naturalmente não existe formação específica. A escola precisa de um tempo para a criação de cursos, e isso só acontece depois que um novo ofício está consolidado. Portanto, se se almeja qualquer um desses incríveis trabalhos, a habilidade mais desejada é o amor pelo aprendizado. Com ela, o candidato descobrirá e fará muitos cursos específicos, para combinar seus conteúdos e construir o arcabouço intelectual necessário.

        As “profissões do futuro” são tão incríveis porque elas saem do óbvio. Desafiam os indivíduos a pensar e a fazer diferentemente o que já existe ou criar algo completamente novo, que trará um grande benefício à sociedade.

        A digitalização já afetou todas as profissões e esse é um movimento que cresce exponencialmente. Não há como resistir à mudança. Pelo contrário, qualquer que seja a área do ofício, o domínio de habilidades normalmente associadas às Exatas, como raciocínio lógico, análise de dados, entendimento de sistemas ou estatística ficam mais e mais importantes. Da mesma forma, habilidade de Humanas, como comunicação, pensamento crítico, trabalho em equipe e empatia também se tornam essenciais para trabalhadores de todas as áreas, e não apenas nas Humanidades.

        Portanto as profissões que nascem são mais analíticas e inovadoras, e as que morrem são as mais operacionais e repetitivas. É por isso que nossas escolas precisam formar profissionais para o primeiro grupo, e não para o segundo. A discussão do futuro do trabalho deve passar necessariamente pela do futuro da educação.

(Paulo Silvestre. https://brasil.estadao.com.br/. 01.02.2021. Adaptado)
Considere o seguinte trecho redigido a partir das informações do texto:
Quanto à possibilidade de exercer as inspiradoras profissões do futuro, muitos dos nossos jovens ainda não ________________________  , devido à ausência de qualidades que o desempenho delas exige. __________________ em seu horizonte não traz, por si só, qualquer certeza de que exercerão uma dessas atividades no futuro, havendo, sim, necessidade de investimento nesse sentido.

De acordo com a norma-padrão relativa ao emprego e colocação de pronomes, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com
Alternativas
Q2118295 Português
Leia o texto para responder a questão.

Tempo incerto

        A minha esperança estava no fim do mundo, com anjos descendo do céu; anjos suaves e anjos terríveis; os suaves para conduzirem os que se sentarão à direita de Deus, e os terríveis para os que se dirigem ao lado oposto. Mas até o fim do mundo falhou; até os profetas se enganam, a menos que as rezas dos justos tenham podido adiar a catástrofe que, afinal, seria também uma apoteose. E assim continuaremos a quebrar a cabeça com estes enigmas cotidianos.
        No tempo de Molière, quando um criado dava para pensar, atrapalhava tudo. Mas agora, além dos criados, pensam os patrões, as patroas, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além de pensarem que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!
        Pois de tal abundância de razão é que se faz a loucura. Os pedestres pensam que devem andar pelo meio da rua. Os motoristas pensam que devem pôr os veículos nas calçadas. Até os bondes, que mereciam a minha confiança, deram para sair dos trilhos. Os analfabetos, que deviam aprender, ensinam! Os ladrões vestem-se de policiais, e saem por aí a prender os inocentes! Os revólveres, que eram considerados armas perigosas, e para os quais se olhava a distância, como quem contempla a Revolução Francesa ou a Guerra do Paraguai – pois os revólveres andam agora em todos os bolsos, como troco miúdo. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é a alma. E o Demônio passeia pelo mundo, glorioso e impune.
(Cecília Meireles, Escolha o seu Sonho)
Assinale a alternativa em que a colocação pronominal está em conformidade com a norma-padrão.
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Q2118247 Português
Leia o texto para responder a questão.

Fumaça proibicionista

         Os cigarros eletrônicos encontram-se à venda em toda parte pelo Brasil. Entram no país por meio de contrabando, crime que as autoridades têm notória dificuldade em combater.

        As danosas engenhocas se tornaram bem populares entre adolescentes. Além de simbolizar status social, carregam como atrativo a adição de sabores de fruta ou refrescantes ao líquido vaporizado.

    Em mais de uma década de proibição no território nacional, autoridades se mostraram impotentes em coibir a comercialização. Renovar a proibição, apenas, não terá o condão de produzir tal resultado.

        Informar, restringir e desestimular o consumo pode ser mais produtivo que tentar erradicá-lo. Com álcool e outras drogas, o proibicionismo já se comprovou ineficaz e de alto custo social.

        A solução racional é regulamentar o uso adulto, dado que não cabe ao Estado determinar o que indivíduos autônomos decidem sobre o próprio corpo. Mas há que prover meios para a fiscalização de normas rigorosas quanto a teores e vendas, além de campanhas educativas sobre malefícios à saúde.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 07.07.2022. Adaptado) 
A colocação pronominal atende à norma-padrão em:
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Q2117755 Português
Leia o texto para responder à questão.

Redes sem lei

   A esta altura estão mapeados os dissabores trazidos pelas redes sociais ao cotidiano social e político das nações. Se a dominância dessas plataformas digitais impulsionou e adensou as interações entre as pessoas em escala planetária, de outro lado acarretou oligopolização, manipulação dos fatos, fraudes e assédio também em profusão.
   Testemunha e vítima dessa faceta ameaçadora das mídias sociais, perseguida pelo governo autoritário de Rodrigo Duterte nas Filipinas, a jornalista Maria Ressa, Nobel da Paz de 2021, descreveu-as em entrevista à Folha como “uma bomba atômica que explodiu em nosso ecossistema de informação”.
    O mecanismo de reiterações labirínticas empregado pelos algoritmos, ao premiar os discursos ofensivos e as elucubrações fantásticas e mentirosas, estaria minando as bases da própria democracia, como os sistemas de pesos e contrapesos, de acordo com Ressa.
      Ilegalidades que não se praticavam na mesma extensão e profundidade antes da hegemonia das redes sociais tornaram-se lugar-comum. As autoridades incumbidas de fazer cumprir a lei onde quer que seja ainda comem poeira quando se trata dessas plataformas.
     Corresponsabilizá-las pelos crimes cometidos por meio dos seus serviços é providência básica para limpar o terreno bárbaro. Também é elementar evitar que seu enorme poderio de mercado seja usado para esterilizar a competição, pela qual poderão florescer opções de melhor qualidade informativa.
      Não há dúvida de que o combate ao turbilhão de falsificações oportunistas que jorra nas redes passa pelo exercício do jornalismo profissional, que questiona os poderosos com base na apuração e na publicação de fatos objetivamente verificáveis e se exerce em praça pública, não nos escaninhos ensimesmados das aldeias digitais.
        A sociedade aos poucos vai percebendo que não se substitui jornalista por influencer sem dano ao patrimônio comum da civilização.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 25.06.2022. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o enunciado atende à norma-padrão quanto à colocação pronominal.
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Q2117704 Português

Leia a tira para responder a questão..


(Charles M. Schulz. Snoopy. Assim é a vida, Charlie Brown. L&PM Pocket, 2007)

Na frase “Faltei à escola ontem porque estava resfriada”, o trecho em destaque pode ser corretamente substituído, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original da tira, por
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Q2117525 Português
Leia com atenção o texto abaixo.

Goleiros

Sempre torço pelo goleiro, o homem elástico que se estica para cima e para os lados. Roça os dedos na bola e se ................................. no chão sem quebrar a .............................. . No susto, se agiganta, defende com o peito, com o ombro, com a barriga, com a coxa, é todo ele uma parede. Torço por quem não ataca, é atacado. Não é o maior salário do time, nem a estrela do comercial de cerveja ou o garoto- -propaganda do banco. Não é o astro, mas brilha. Minha torcida é pelo goleiro porque é único, tem uniforme e treinador só para ele.
        Torço pelo goleiro, mais que tudo, pelas dramáticas decisões por pênaltis. Depois de 120 minutos que não adiantaram para nada, a ............................. dependerá apenas da concentração de quem chuta e da sorte de o goleiro saltar para o lado certo – tirem os cardíacos da sala. Pois torço até para o goleiro adversário: que ele tenha o seu momento de glória, levante o estádio, vibre com o seu solo, esqueça a humildade.
      Já estive a 11 metros do crime, na marca do pênalti. O jogador profissional que chuta a bola para fora ou na trave só pode estar muito nervoso ou desfocado. Que brilhe então, o arqueiro, o arquétipo, e orgulhe a família inteira. Mesmo quando não toca na bola, observamos o ........................ do goleiro no ar, fazendo a torcida voltar a respirar apenas quando segura a bola nos braços.
      Torço por ele como torço pelos alegres times africanos, que parecem jogar pelo prazer do esporte e não pelo .......................... e por contratos milionários. Jogam pela emoção, pela farra e pela mãe. Ainda se vê ali o espírito das peladas de várzea, das arquibancadas de madeira, dos chinelos fazendo às vezes de marcação.
         Eu sei, não existe amador nesse universo, amadora sou eu falando de futebol. Falo aqui é sobre humanidade, tenho um fraco por homens e mulheres que são vistos como coadjuvantes e batalham para provar seu valor. Torço pelo goleiro como quem torce pelo mais magro no boxe, pelo maratonista que está desidratado, pelo menino tímido do baile. Torço pelos goleiros como quem torce pela ideia audaciosa que a estagiária apresentou na reunião, pelo livro de estreia de um poeta, pela menina que trocou de escola e não conhece ninguém. Torço pelos que agarram as bolas violentas e as devolvem para a vida, suavemente.

MEDEIROS, Martha. Revista nscDC: Santa Catarina, ano 37. nº 12.186, dezembro/2022. Adaptado.
Assinale a alternativa que contém a colocação pronominal correta.
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Q2117080 Português

Texto CB1A1-I 

    Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade dos alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da educação básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio educacional, os últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem enfrentadas — reforçadas pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.

    Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem dos alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa amostral, em matemática, o desempenho alcançado no 3.º ano do ensino médio foi de 255,3 pontos na escala de proficiência, inferior aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9.º ano do ensino fundamental no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua portuguesa, os estudantes do 9.º ano apresentaram uma queda de 12 pontos, e os do 3.º ano do ensino médio, de 11 pontos.

    Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes possam retomar a aprendizagem.

    Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi possível atender todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número de participação dos estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a resolução das tarefas”, afirma. Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados também mostram dificuldades no que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”

    De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar atenção nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de realizar um isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos suficientes”, contextualiza Suelaine.

    Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. “Temos alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, e aos fins de semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola Estadual Mário Davi Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar que não conseguem aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, principalmente os que estão em processo de preparação para o vestibular.

    Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros especialistas têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, compromisso público com a educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.


Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações).

A respeito dos sentidos e dos aspectos tipológicos e coesivos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.


O pronome ‘Você’ (segundo período do último parágrafo) não faz referência a um interlocutor específico. 

Alternativas
Q2117079 Português

Texto CB1A1-I 

    Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade dos alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da educação básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio educacional, os últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem enfrentadas — reforçadas pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.

    Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem dos alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa amostral, em matemática, o desempenho alcançado no 3.º ano do ensino médio foi de 255,3 pontos na escala de proficiência, inferior aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9.º ano do ensino fundamental no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua portuguesa, os estudantes do 9.º ano apresentaram uma queda de 12 pontos, e os do 3.º ano do ensino médio, de 11 pontos.

    Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes possam retomar a aprendizagem.

    Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi possível atender todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número de participação dos estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a resolução das tarefas”, afirma. Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados também mostram dificuldades no que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”

    De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar atenção nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de realizar um isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos suficientes”, contextualiza Suelaine.

    Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. “Temos alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, e aos fins de semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola Estadual Mário Davi Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar que não conseguem aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, principalmente os que estão em processo de preparação para o vestibular.

    Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros especialistas têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, compromisso público com a educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.


Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações).

A respeito dos sentidos e dos aspectos tipológicos e coesivos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.


O pronome “ela” (início do quinto parágrafo) retoma “Suelaine Carneiro” (início do quarto parágrafo).

Alternativas
Q2116961 Português
Assinale a alternativa que preenche, na sequência, as lacunas do texto a seguir, de acordo com a norma-padrão de concordância e colocação pronominal.
_________________ as condições que envolvem o conflito, não __________________ descartar questões de soberania, as quais ________________ na discussão de soluções o mais _____________________  conciliadoras. 
Alternativas
Q2116959 Português

Leia o texto, para responder à questão.


    Nas últimas semanas, o cenário no TikTok mudou. Entre dancinhas, piadas, dicas de moda e receitas improváveis, estão tiros, tanques e bombas. Com forte apelo visual, aura de consumo instantâneo e algoritmo de recomendações afiado, o app chinês de vídeos curtos virou uma das mais importantes fontes de imagens da guerra na Ucrânia. Em uma batalha travada também no meio digital, a plataforma passou a moldar e a influenciar o conflito de maneira tão veloz quanto zapear pelo aplicativo.

     Em 24 de fevereiro, quando o país foi invadido, perfis de cidadãos nativos transmitiram ao vivo o ataque. Fileiras de tanques, colunas de fumaça e explosões se infiltraram na plataforma – e as visualizações pularam para os milhões com o crescimento da apreensão global. Inevitavelmente, as imagens se espalharam por outras redes sociais, com ângulos exclusivos que nenhum veículo de mídia do mundo pode oferecer.

     Com a ascensão do TikTok, os recursos como texto e fotos perdem o protagonismo para os vídeos curtos feitos rapidamente com o celular. O poder da imagem durante uma guerra sempre foi decisivo para a mobilização popular: de corpos de soldados americanos no Vietnã a até as explosões captadas pela CNN na Guerra do Golfo.

    No TikTok, a comoção acontece também porque os vídeos revelam a rotina de cidadãos tentando viver em meio ao conflito. É uma janela para lembrar que, por trás da decisão de líderes políticos, existem pessoas normais – a identificação entre quem vê os vídeos e quem produz os vídeos é imediata.

(Bruna Arimathea, Bruno Romani, Guilherme Guerra, TikTok molda a narrativa da guerra na Ucrânia. O Estado de S.Paulo, 06-03-22. Adaptado)

     Para responder a esta questão, considere os trechos destacados nas seguintes passagens.

    ... o app chinês de vídeos curtos virou uma das mais importantes fontes de imagens da guerra na Ucrânia.

       as visualizações pularam para os milhões com o crescimento da apreensão global.

        a identificação entre quem vê os vídeos e quem produz os vídeos é imediata.

A alternativa que apresenta, nos colchetes, substituição do trecho destacado empregando os pronomes de acordo com a norma-padrão é: 
Alternativas
Q2116951 Português
Leia o texto, para responder a questão.

        Desde o fim do século XVIII, o ser humano tenta usar a tecnologia para replicar a voz. O exemplo mais antigo de que se tem notícia é o dispositivo criado por Wolfgang von Kempelen, oficial da corte austríaca e inventor amador. A máquina falante de Kempelen, como ficou conhecida, usava um fole, tubos, pedaços de madeira e uma caixa de ressonância para replicar a emissão vocal a partir da circulação de ar – é mais ou menos o mesmo processo do corpo humano. O sistema, embora primitivo, era capaz de emitir alguns fonemas e até palavras simples, como “mama” e “papa”. Duzentos e cinquenta anos depois da invenção de Kempelen, a tecnologia de reprodução da voz humana avançou tanto que, agora, é quase impossível para um leigo diferenciar um discurso real, feito por uma pessoa de carne, osso e cordas vocais, de outro criado em computador.
        O notável desenvolvimento de vozes sintéticas deu origem, por sinal, a um mercado bilionário – e perigoso. De acordo com dados do instituto de pesquisa MarketsandMarkets, o setor movimentou 8,3 bilhões de dólares em 2021 e deverá alcançar 22 bilhões de dólares até 2026. É uma área que inclui assistentes virtuais como Siri e Alexa, sistemas de atendimento virtual de bancos e até celebridades que emprestam a voz para aplicativos. O perigo reside na possibilidade de replicar vozes reais para, por exemplo, fins políticos, fraudes ou ataques a reputações.
      No vale-tudo da arena política, as vozes sintéticas podem causar enormes estragos. O cineasta Jordan Peele, do aclamado Corra!, criou um vídeo do ex-presidente Barack Obama usando a tecnologia deepfake, que mescla imagens reais com falas falsas, para alertar sobre os riscos. “Estamos entrando em uma era em que nossos inimigos podem fazer com que qualquer um pareça dizer qualquer coisa”, disse a voz fake de Obama.
       Nesse contexto, plataformas como WhatsApp e Telegram, nas quais mensagens de áudio são amplamente usadas, representam um perigo adicional.
           A tecnologia tem sido explorada também na área da saúde. Foi graças aos avanços na criação de vozes sintéticas que o ator Val Kilmer, vitimado por um câncer na garganta, recuperou parte da capacidade de se expressar. As novas tecnologias, vale ressaltar, são capazes de realizar feitos únicos – e positivos. O que não é certo é usá-la para propagar mentiras. Cada vez mais será preciso manter os ouvidos bem atentos.

(André Sollitto, Voz ativa. Veja, 23.02.2022. Adaptado)
Assinale a alternativa que substitui, de acordo com a norma-padrão e respectivamente, os trechos destacados no primeiro e no terceiro parágrafo do texto:
•  O exemplo mais antigo de que se tem notícia... •  “Estamos entrando em uma era em que nossos inimigos podem fazer com que qualquer um pareça dizer qualquer coisa”.
Alternativas
Q2116858 Português
          Você vai ao cinema e pede uma pipoca. Enquanto o filme dura duas horas, o petisco não dura nem dez minutos. Esse é um exemplo de como ficamos diante dos alimentos chamados “hiperpalatáveis”. A composição desses alimentos ativa mecanismos no cérebro que postergam a sensação de saciedade – fazendo com que simplesmente não consigamos parar de comê-los.
       Muitos artigos científicos e documentários se dedicaram aos hiperpalatáveis, mas um novo estudo publicado no periódico científico Obesity destaca que esses alimentos “têm sido definidos com termos descritivos, mas sem uma definição padrão”.
       De 2000 a 2018, segundo o artigo na Obesity, o número anual de publicações sobre os alimentos palatáveis aumentou 550%, demonstrando o alto interesse pelo tema nas pesquisas sobre nutrição. O problema é que as descrições dos alimentos hiperpalatáveis são genéricas ou muito restritivas. Por exemplo, uma descrição sugere que os hiperpalatáveis são qualquer alimento adquirido em uma rede de fast food. No entanto, alguns desses lugares também vendem saladas ou alimentos grelhados, que não são o mesmo que um hambúrguer com queijo. Assim, com definições tão genéricas, há alimentos hiperpalatáveis que acabam não entrando na categoria de perigosos ou viciantes porque não estão em redes de fast food.
         Os autores do estudo, da Universidade do Kansas, nos EUA, propõem agora um método mais certeiro para identificação dos hiperpalatáveis, focando nas informações nutricionais que podem ser observadas durante a compra. Os autores criaram três categorias de alimentos hiperpalatáveis combinando informações sobre a presença de gorduras, açúcares e sódio: 25% ou mais das calorias vindas de gorduras e mais de 0,3% do peso constituído de sódio; mais de 20% das calorias vindas de gorduras e outra porcentagem superior a 20% de açúcares; cerca de 40% das calorias constituídas de carboidratos e mais de 0,2% do peso constituído de sódio.
      Os alimentos ricos em sódio, açúcar e gorduras aumentam a propensão a obesidade, hipertensão arterial e diabetes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
      Com a categorização, os pesquisadores analisaram mais de 8 mil alimentos vendidos nos Estados Unidos. Desses, 62% preenchiam os requisitos de uma das três categorias, como pizzas, alimentos fritos e doces.
     Os pesquisadores reconhecem algumas limitações do estudo, como a concentração em alimentos sólidos.

(Provou, já era: como identificar os alimentos hiperpalatáveis, dos quais é
(quase) impossível fugir. www.bbc.com, 29.11.2019. Adaptado)
Quanto ao emprego dos pronomes, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir:
Informações sobre os alimentos foram identificadas e os autores ________ combinaram para validar o estudo e publicá- ________ , o que ________ garantiu prestígio por terem sistematizado algo de maneira científica.
Alternativas
Q2116851 Português
      Meu pai teve formação cosmopolita. Mudamo-nos de Buenos Aires para São João da Boa Vista, depois para Poços de Caldas. Eu tinha dez anos, mas os irmãos mais velhos Martha, Rosita, Felipe e Clara traziam os ares da mais cosmopolita cidade da América Latina e conviveram sem problemas com o cosmopolitismo das temporadas de Poços e, fora das temporadas, com a cidade docemente caipira do interior.
    Mas minha mãe vinha de uma família de imigrantes que se constituiu em São Sebastião da Grama, mudando-se para Poços logo após a Revolução de 32. Ela e suas irmãs traziam uma característica que encontrei em sucessivas gerações de filhos e filhas de imigrantes.
    Nossos avós, os imigrantes do início do século, aportaram no Brasil com o sentimento de cidadania suficientemente desenvolvido para não se abrigarem debaixo do manto de proteção de algum coronel. Chegaram trabalhando como colonos, depois foram para as cidades. Alguns se tornaram agitadores políticos, outros se converteram em comerciantes, quase todos trouxeram conceitos de cidadania que o Brasil ainda não conhecia.
     Em um país com pouca mobilidade social, com tantas crises sucessivas e sem a rede de relações sociais dos fazendeiros, a progenitura desses imigrantes aprendeu com seus pais que a maior herança que receberia seria a educação e a seriedade, a palavra dada, a honradez e o trabalho. A âncora social consistia em ler, ler, sempre ler, valorizar os valores intelectuais, o trabalho, a seriedade, serem exigentes consigo próprios, considerando supérfluo qualquer prazer.
    Como minha mãe ironizava minhas irmãs quando elas, adolescentes, se empetecavam para ir aos bailinhos! Minha mãe dizia-lhes que era bobagem, que o importante são os valores intelectuais.
     Ao longo da vida, invariavelmente me deparei com rapazes e moças do interior mantendo vivos esses valores do trabalho, do excessivo rigor consigo próprios. São diferentes dos cosmopolitas, daqueles que tiveram pais que trabalharam em grandes empresas, com a segurança das grandes organizações, e aprenderam a conviver com essas relações hierárquicas, a navegar pelas regras tácitas do emprego, engolindo um sapo aqui, aprendendo a vender o peixe ali, montando pactos com colegas, chamando o superior de chefe e tendo paciência para galgar os degraus hierárquicos.
      A rapaziadinha do interior vai para a cidade grande sem saber dessas coisas, mas com uma acuidade muito maior para entender pessoas e situações. Como contou Antonio Cândido, no prefácio de “O Menino do São Benedito”, no interior convivemos com o prefeito e com o lixeiro e se percebem grandes e pequenos homens tanto entre os poderosos quanto entre os humildes.

(Luis Nassif. Os jovens do interior.
https://jornalggn.com.br, 24.11.2019. Adaptado)
Encontra-se em conformidade com a norma-padrão da língua quanto à colocação dos pronomes a seguinte frase:
Alternativas
Q2116755 Português

Leia a tirinha.


Imagem associada para resolução da questão


Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas das frases.

Alternativas
Q2116754 Português
    Há 18 meses, todas as escolas do País fecharam as portas, o ensino remoto e mediado pela tecnologia foi o único caminho possível para que o aprendizado não fosse paralisado. O uso das ferramentas tecnológicas, que ainda engatinhava no sistema educacional brasileiro, foi disseminado. Mas do jeito que deu.
    Você e outros especialistas são categóricos ao afirmar que, por mais sedutora e avançada que pareça, nenhuma s olução tecnológica é capaz de substituir a mediação humana na educação. Acreditou-se que isso seria possível?
    Havia a ilusão, principalmente no mundo das empre sas de tecnologia, de que, quando o aluno pudesse estudar no seu tempo e no lugar que escolhesse, isso o liberaria das amarras da educação tradicional, iria personalizar a educação. Isso foi um grande fracasso, porque o que determina a quali dade da educação é a pedagogia, não a tecnologia.
    Pesquisas mostram que, para as crianças, a mediação humana é muito importante. Nessa fase, não se aprendem somente conteúdos, mas também práticas de aprendizagem. Ainda se está aprendendo a aprender, ou seja, como monitorar o próprio aprendizado, quais fontes de conhecimento são mais adequadas para diferentes situações. Quando você é adulto e faz um mestrado a distância, tais habilidades já estão estabelecidas, por isso um modelo de aprendizagem autônomo funciona. O que vemos nas pesquisas é que, para alunos com melhor desempenho, a questão entre usar ou não o ensino digital representa pouca diferença. Já para os estudantes com mais dificuldade, a transição do modo presencial para o remoto ou híbrido é mais difícil; eles precisam mais da mediação humana. Não podemos tratar todos os alunos da mesma forma. Se a gente está pensando em soluções híbridas, precisa desenhar mecanismos de compensação, como tutoriais e diagnósticos mais rápidos.
    O professor deve estar no centro do processo que mescla interação e aprendizado mediado pela tecnologia. Ele é o maestro que combina diferentes mídias e formas de aprendizagem. Por isso, me preocupo bastante com sistemas que pensam em fórmulas únicas de ensino híbrido.
    Quais ações práticas as redes de ensino devem adotar para manter professores em sintonia com o universo digital?
É preciso criar uma integração com universidade, terceiro setor, governo… Tudo para gerar pesquisa e programas para formação de professores e gestores. Há 15 anos, dar formação em tecnologia educacional era fácil. Você ensinava o professor a usar duas tecnologias e pronto. Hoje a exigência é um treinamento muito avançado. As teorias educacionais continuam com seu papel essencial, podendo agora se v aler do universo digital para complementar o que já sabemos s obre aprendizagem humana e expandir nossas possibilidades. Por isso, volto a frisar: o professor, que deve ser o arquiteto das experiências de aprendizagem, tem de conhecer as ferramentas tecnológicas para aplicar um sólido desenho pedagógico.

(O Estado de S.Paulo, 24 set. 2021. Adaptado) 
Considerando o emprego e a colocação pronominal, assinale a alternativa em que as palavras ou expressões em destaque na frase apresentam-­se corretamente substituídas no parêntese.
Alternativas
Q2114969 Português
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ).
( ) Na frase: “Ela não se move em relação à Terra”, temos um exemplo de verbo intransitivo. ( ) Está correto o uso da crase em: “Voltei à pensar no geocentrismo depois dessa leitura”. ( ) A posição do pronome oblíquo em relação ao verbo segue a prescrição da norma-padrão em: “Antes que saia, me diga o que fazer quando olhar novamente o firmamento estrelado”. ( ) Na frase: “Embora esteja com certa desconfiança, irei ao seu encontro”, há uma relação de concessão entre as frases. ( ) Na frase: “Essa lei passará a vigorar no ano seguinte àquele em que foi sancionada”, o uso da crase está correto.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q2114967 Português
Leia o texto.

Além de parecer não ter rotação, a Terra parece também estar imóvel no meio dos céus. Ptolomeu dá argumentos astronômicos para tentar mostrar isso: o geocentrismo. Para entender esses argumentos, é necessário lembrar que, na Antiguidade, imaginava-se que todas as estrelas (mas não os planetas) estavam distribuídas sobre uma superfície esférica, cujo raio não parece ser muito superior à distância da Terra aos planetas. Suponhamos agora que a Terra esteja no centro da esfera das estrelas. Nesse caso, o céu visível à noite deve abranger, de cada vez, exatamente a metade da esfera das estrelas. E assim parece realmente ocorrer: em qualquer noite, de horizonte a horizonte, é possível contemplar, a cada instante, a metade do zodíaco. Se, no entanto, a Terra estivesse longe do centro da esfera estelar, então o campo de visão à noite não seria, em geral, a metade da esfera: algumas vezes poderíamos ver mais da metade, outras vezes poderíamos ver menos da metade do zodíaco, de horizonte a horizonte. Portanto, a evidência astronômica parece indicar que a Terra está no centro da esfera de estrelas. E se ela está sempre nesse centro, ela não se move em relação às estrelas.

Roberto de A. Martins, Introdução geral ao Commentarius de Nicolau Copérnico - adaptado.
Considere o período a seguir, retirado do texto:
▀ “E se ela está sempre nesse centro, ela não se move em relação às estrelas”.
Assinale a alternativa correta em relação ao período.
Alternativas
Q2114720 Português
Analise as orações com base nas regras de colocação pronominal.
1. Nenhuma coisa me faz rir! 2. Quem me enviou estas flores? 3. Se eu disser-te a verdade, você não acreditará!
Assinale a alternativa que indica todas as orações gramaticalmente corretas.
Alternativas
Q2114348 Português
Os saltos da natureza

    “Natura non facit saltus” (a natureza não dá pulos). A frase é do filósofo alemão Leibniz, mas quem a popularizou foi Charles Darwin, que a repete seis vezes em “A Origem das Espécies”. Não é para menos. A lição fundamental do darwinismo é que a evolução ocorre através de pequenas modificações que se acumulam na profundidade do tempo geológico. Todavia, quando se discute o lugar do homem no mundo biológico, esquecemos esse princípio e embarcamos em narrativas que nos colocam no ápice da criação.
      Esse suposto excepcionalismo humano fica escancarado na questão da consciência. Por muito tempo a descrevemos como atributo exclusivamente humano. Melhores e mais recentes pesquisas, entretanto, vão revelando que não é bem assim. Ainda que bichos não se mostrem capazes de perguntar pelo sentido da vida, há indícios de que boa parte do reino animal apresenta algum grau de consciência.
       O livro “Super Fly” (supermosca), de Jonathan Balcombe, estende esse esforço aos Diptera, ordem que inclui moscas, mosquitos, mutucas e borrachudos. O autor descreve vários experimentos sugestivos de que até as modestas moscas de fruta são capazes de comportamentos flexíveis e com intencionalidade – marcas da consciência. Parentes delas, três tipos de formiga passariam até no teste de se reconhecer no espelho, categoria em que está a elite intelectual da bicharada, representada por humanos, chimpanzés, golfinhos e mais poucas espécies.
      As repercussões desses achados para a ética não são desprezíveis. Fica mais difícil encontrar limites naturais para definir quais animais devem ser objeto de nossa consideração moral e quais não precisam. Qualquer decisão aí soará caprichosamente arbitrária.
       Os Diptera saem em desvantagem. Eles não despertam muita solidariedade humana. Não sem motivos. Metade de todos os diagnósticos clínicos de doenças feitos no mundo tem insetos como agente causador, a maior parte mosquitos.

(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br. 09.07.2022. Adaptado)
Com a mudança da posição do pronome conforme indicado nos parênteses, a frase permanece de acordo com a norma-padrão de colocação pronominal em:
Alternativas
Respostas
561: E
562: C
563: A
564: A
565: A
566: A
567: D
568: C
569: C
570: E
571: C
572: C
573: A
574: D
575: E
576: D
577: C
578: A
579: C
580: E