Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso

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Q2062242 Português
A morfossintaxe é compreendida como a apreciação conjunta da classificação morfológica e da função sintática das palavras nas orações.
A esse respeito, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir.
( ) No trecho “...que todo cidadão recebe do instrutor de autoescola: se não fosse assim, bastaria escutar.”, o substantivo “cidadão” estará flexionado no plural, de acordo com a norma-padrão, caso se escreva “cidadões”.
( ) Na frase “é porque você não entendeu o assunto direito ou ainda não o dominou.”, não há regra clara para a colocação do pronome oblíquo átono e, por isso, ele pode assumir uma das duas posições: antes ou depois do verbo.
( ) Em “A doação incluía uma boa quantia em dinheiro, mas essa se desvalorizou durante a 1ª Guerra Mundial”, o termo em destaque está empregado no contexto como pronome, retomando informação precedente.
( ) No período “O instituto só viria a ser criado em 1969, tornando-se um polo de atração para matemáticos do mundo todo.”, o trecho permanecerá redigido conforme a norma-padrão e com o sentido preservado, se o verbo em destaque for substituído por “caso se tornasse”.

De acordo com as afirmações, a sequência correta é
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Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: POLC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Papiloscopista | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Análise de Sistemas/Ciências da Computação/Informática/Tecnologia de Processamento de Dados/Sistemas de Informação/Engenharia da Computação/Engenharia de Software | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Médico-Legista | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Fonoaudiologia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Direito | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Odontolegista | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Farmácia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Geologia / Mineralogia / Engenharia Agronômica / Engenharia de Agrimensura / Engenharia Florestal | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Física | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Biomedicina/Ciências Biológicas | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Engenharia Civil | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Engenharia Elétrica / Engenharia Eletrônica / Engenharia de Redes de Comunicação /Engenharia de Redes de Telecomunicação | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Engenharia Mecânica / Mecatrônica | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Engenharia Química / Bioquímica / Química / Química Industrial | CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Perito Criminal - Especialidade: Ciências Contábeis/Ciências Econômicas/Administração de Empresas |
Q2061867 Português

Texto 1A1

    A obrigatoriedade do fornecimento do DNA e a submissão daqueles ainda não condenados e em liberdade condicional à entrega de seu material genético foram assuntos bastante discutidos no cenário estadunidense. A grande abrangência dos crimes que autorizam a extração do DNA assim como a permanência da informação por tempo indeterminado no índice também são questões controversas. O foco é a privacidade e a intimidade do indivíduo.

    Prevê a Constituição estadunidense direito à inviolabilidade da intimidade e da privacidade da pessoa, de modo a obstar buscas e apreensões desarrazoadas e sem mandados pelo Estado. O propósito básico da quarta emenda constitucional estadunidense é proteger a privacidade e a segurança dos indivíduos contra invasões arbitrárias de autoridades governamentais. Assim, para surtir efeito, um mandado de busca e apreensão deve ser motivado por uma causa provável (suspeita individualizada da prática de um delito) e deferido, antes da execução, por um juiz imparcial.

    A coleta de sangue ou outro material biológico deve atender aos ditames da quarta emenda (procedida mediante mandado/decisão motivada), sob pena de ilegalidade. Ocorre que, para a inclusão do DNA no banco de dados nacional, nem sempre há suspeita individualizada da prática de crime: a coleta ocorre quando o sujeito já foi condenado, está detido ou está sendo processado por algum crime, mas o material será armazenado em banco de dados para esclarecer crimes futuros e não será necessariamente utilizado para o esclarecimento do crime atual — diferentemente, por exemplo, de um mandado de busca e apreensão com o fim de apreender drogas, em que há suspeita individualizada da existência de entorpecentes e de que o sujeito pratica mercancia, ocasião em que se expede mandado.

    Então, para a coleta de sangue ou outro material biológico pelo Estado não representar uma ofensa a esse direito constitucional — que proíbe buscas e apreensões desarrazoadas —, é necessária a existência de uma necessidade especial ou um interesse do Estado predominante ao interesse do jurisdicionado. Essas são as exceções reconhecidas pela Corte Suprema estadunidense para que haja busca e apreensão sem mandado: quando houver uma razão especial, além da normal necessidade da aplicação da lei, ou quando os interesses do Estado superarem os do particular. 

 Internet: <www.revistadoutrina.trf4.jus.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue com base em aspectos linguísticos do texto 1A1.

Haveria prejuízo da correção gramatical do texto caso o trecho “em que se expede mandado” (segundo período do terceiro parágrafo) fosse reescrito como em que expede-se mandado

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Q2061399 Português
Assinale a alternativa em que a colocação pronominal apresenta erro. 
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Ano: 2019 Banca: IF-SC Órgão: IF-SC Prova: IF-SC - 2019 - IF-SC - Assistente de Aluno |
Q2061261 Português

Texto 1


Segundo o Manual de Redação da Presidência da República (3ª edição, 2018), “A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica. Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o email deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração pública” (p. 46).

Assinale a única alternativa CORRETA de acordo com o texto 1.
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Q2061090 Português
Aprendizagem nas redes sociais virtuais: o potencial da conectividade em dois cenários

   Temos vivido, nos últimos tempos, uma nova forma de comunicação em função do ciberespaço. Os computadores se tornaram mecanismos importantes para tal advento e através dele um ciberespaço tem sido construído pelas pessoas. A partir destas mudanças, surgiu o fenômeno das redes sociais virtuais. O fenômeno tem sido estudado por uma série de teóricos, entretanto o conceito de redes é pesquisado há muito mais tempo do que possa parecer. Além do âmbito virtual, todos nós vivemos em redes ou comunidades, como nosso vínculo familiar, trabalho, escola, igreja e qualquer outro grupo que nos relacionemos. Pelas redes virtuais, nos deparamos com uma nova realidade de manifestação de opinião e rapidez na divulgação das informações.

(Disponível em: ˂https://revistacontemporaneidadeeducacaoetecnologia02.files.wordpress.com/2012/04/pucsp_2012.pdf˃. Acesso em: 16 jan. 2019. Adaptado.)
No último período do texto, há uma colocação pronominal. Na sintaxe da língua portuguesa, é possível determinar que o pronome oblíquo átono assume três posições em relação ao verbo, isto é, a enclítica, a proclítica e a mesoclítica.
A esse respeito, e considerando o que propõem alguns gramáticos, entre eles Cunha e Cintra (2017, p. 327), observe a frase “Pelas redes virtuais, nos deparamos com uma nova realidade de manifestação de opinião...”, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. A colocação pronominal “nos deparamos” é um caso em que o pronome oblíquo antecede o verbo
PORQUE 
II. nessa estrutura, a vírgula, por constituir uma pausa, exige que se aplique a próclise e não a ênclise.
Sobre as asserções, é correto afirmar que

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Q2060994 Português



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Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir:


Ao ver o amigo escrever o anúncio, o amigo _________ a alterar a mensagem, ________ mais apelativa.

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Q2060953 Português
Assinale a alternativa em que uma norma de colocação do pronome oblíquo foi ignorada: 
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Q2060360 Português

Assinale a alternativa que justifica, corretamente, a colocação pronominal na oração a seguir:


Não te devolvi a borracha? 

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Q2059682 Português
Vista Cansada


    Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
    Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo.
     Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
    Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
    Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem.
    Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
    Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.


(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)



* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
Respeitando-se a norma-padrão da língua portuguesa, a colocação do pronome destacado pode ser alterada em:
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Q2059673 Português
Os imortais


   De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a longevidade dele.
    Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século. Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que ele vai conhecer o novo milênio?
      Esse pensamento ganhou forma com um ensaio primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
        Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava nos 68.  Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
      Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia, ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a doença serão revertidos em 2119.
      Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás, será demasiado tarde até para os nossos filhos.
      Mas não será para os nossos netos. Com essa data imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o nosso (injusto) destino?
   O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação filosófica. E a autora termina a sua indagação com um pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico legado.
      Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível e a humanidade eterna.
    A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos: “Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme, Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia todos os dias.
     Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente, deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
     Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua existência.
    E esse sentido não está no hipotético legado que deixará para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.     Quando isso acontece – quando o personagem encontra um propósito para si próprio e na relação com os outros – ele consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
    Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada de sentido.

(João Pereira Coutinho.https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereira-
coutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, entre parênteses, a reescrita do trecho destacado segue a norma-padrão de emprego dos pronomes.
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Q2059184 Português
Há uma colocação pronominal correta, na alternativa:  
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Q2058822 Português
Sobre a colocação pronominal, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(...) Quando há um problema “de zica”, chamam-se os médicos e os geneticistas. (...) Quando há um problema com a escrita, não se chamam os linguistas: chamam-se jornalistas e donos de cursinhos.
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Q2058816 Português
Ao se introduzir a palavra “Nunca” na lacuna em “_________ buscou-se a verdade.”, a colocação do pronome “se”, para fins de correção quanto à colocação pronominal:
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Q2058442 Português
Assinale a alternativa em que todos os pronomes foram empregados conforme a língua escrita padrão: 
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Q2057071 Português
Fúria no trânsito


    Existe uma forma simples de avaliar o grau de evolução do ser humano. Basta observar dois sujeitos após uma batida. Saem dos veículos arrebentando as portas. Olhares ferozes. Torsos inclinados para a frente. Mãos crispadas. Batem boca. Bastaria mudar o cenário, trocar os ternos por peles e entregar um porrete para cada um. Estaríamos de volta à pré-história. Poucas atividades humanas despertam tanto o espírito selvagem como a guerra no trânsito.    
    Tenho um amigo de fala mansa, calmo e sensato. Outro dia estávamos no carro. Chuviscava. O suficiente para que os carros entrassem numa luta desenfreada no asfalto. Cortadas súbitas. Buzinas. Ele passou a costurar por todos os lados. Fomos ao Morumbi Shopping. Havia uma fila para o estacionamento vip (quem almoça em alguns restaurantes de lá tem direito a manobrista gratuito).
    - Um idiota está parado lá na frente - ele anunciou.
    - Por que idiota? Você não sabe o motivo.
   Não pude terminar a frase. Agarrei-me ao banco. Ele atirou o carro para a direita. O da frente fez o mesmo. Para não bater, meu amigo jogou o seu sobre o canteiro. Veio a pancada. O pneu arrebentou. O veículo parado mexeu-se, vagarosamente, e partiu. Meu amigo esbravejou. Trocou o pneu. Depois foi a uma borracharia, onde acabou brigando também. Passou o resto do dia num humor de cão. Telefonou:
     - Tudo por culpa daquele imbecil!
     Argumentei:
    - Você não sabia o motivo de o carro estar parado. A pessoa podia estar se sentindo mal. Pense. Por causa de alguém que não conhece, você quase amassou o carro, arrebentou seu pneu e está furioso. Como permite que um desconhecido faça tudo isso com você?
  Silêncio sepulcral. Depois, ouvi um clique do telefone sendo desligado. 
      Costumo dirigir devagar. Quando vou para o Litoral Norte é uma tortura. A estrada só tem uma pista, com muitos locais de ultrapassagem proibida. Tento me manter na velocidade exigida pelas placas. Adianta? Alguém sempre gruda em mim. Volta e meia, quando ultrapassam, ouço me xingarem.
   Nestes tempos politicamente corretos, já não se ouvem tantos gritos do tipo:
      - Ô, dona Maria, vá pilotar fogão!
     Entretanto, existe, sim, um preconceito contra mulher ao volante. Confesso que também já tive. Hoje, às vezes, passo por uma senhora dirigindo em paz. Alguém do meu lado reclama:
     - Olha lá, empatando o trânsito. Só podia ser mulher.
   Lembro que as seguradoras costumam cobrar menos de motoristas do sexo feminino. Causam menos acidentes. Há algum tempo uma amiga bateu em uma moto. Teve de se trancar no carro enquanto um bando de motoqueiros solidários com o acidentado chutava seu carro. Foi resgatada pelo socorro. Detalhe: o culpado era o motoqueiro. Ninguém se machucou. Ela voltou para casa apavorada.
    Soube de um rapaz que certa vez foi fechado numa grande avenida. Gritou:
    - Safado, você vai ver!
    Seguiu atrás, buzinando. O outro tentava fugir, ele perseguia. Deu uma superfechada, obrigando o carro a parar. Saiu furioso, pronto para a briga. Aproximou-se.
    No banco do motorista, estava uma senhora idosa, tremendo de medo. Ele caiu em si.
    - Parecia que eu estava em um filme, me assistindo.
   Gaguejou. Pediu desculpa. Partiu.
     No dia seguinte, vendeu o carro.
   - Não confio em mim mesmo ao volante. Eu me torno outra pessoa. Prefiro não dirigir.
   Claro que não é uma receita para todo mundo. Para ele, funcionou. Anda de ônibus, táxi ou metrô. Sente-se feliz. Como se tivesse abandonado a pré-história e, finalmente, ingressado na civilização.

CARRASCO, Walcyr. São Paulo, 2010
A colocação pronominal está em desacordo com o padrão culto da língua portuguesa em: 
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Q2056891 Português
Sobre a colocação pronominal, assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE:
__________ mais sobre essa doença de pele chamada acne.
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Q2056798 Português
Complete as lacunas.
“ ___________, quando ___________ novamente.”
Marque a alternativa que completa corretamente a frase acima. 
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Q2056349 Português

O Primo Basílio – Capítulo II (trecho)

Eça de Queiroz


       Aos domingos à noite havia em casa de Jorge uma pequena reunião, uma cavaqueira, na sala, em redor do velho candeeiro de porcelana cor-de-rosa. Vinham apenas os íntimos. O "Engenheiro", como se dizia na rua, vivia muito ao seu canto, sem visitas. Tomavase chá, palrava-se. Era um pouco à estudante. Luísa fazia croché, Jorge cachimbava.

     O primeiro a chegar era Julião Zuzarte, um parente muito afastado de Jorge e seu antigo condiscípulo nos primeiros anos da Politécnica. Era um homem seco e nervoso, com lunetas azuis, os cabelos compridos caídos sobre a gola. Tinha o curso de cirurgião da Escola. Muito inteligente, estudava desesperadamente, mas, como ele dizia, era um tumba. Aos trinta anos, pobre, com dívidas, sem clientela, começava a estar farto do seu quarto andar na Baixa, dos seus jantares de doze vinténs, do seu paletó coçado de alamares; e entalado na sua vida mesquinha, via os outros, os medíocres, os superficiais, furar, subir, instalar-se à larga na prosperidade! "Falta de chance", dizia. Podia ter aceitado um partido da Câmara numa vila da província, com pulso livre, ter uma casa sua, a sua criação no quintal. Mas tinha um orgulho resistente, muita fé nas suas faculdades, na sua ciência, e não se queria ir enterrar numa terriola adormecida e lúgubre, com três ruas onde os porcos fossam. Toda a província o aterrava: via-se lá obscuro, jogando a manilha na Assembleia, morrendo de caquexia. Por isso não "arredava pé"; e esperava, com a tenacidade do plebeu sôfrego, uma clientela rica, uma cadeira na Escola, um cupê para as visitas, uma mulher loura com dote. Tinha certeza do seu direito a estas felicidades, e como elas tardavam a chegar ia-se tornando despeitado e amargo; andava amuado com a vida; cada dia se prolongavam mais os seus silêncios hostis, roendo as unhas; e, nos dias melhores, não cessava de ter ditos secos, tiradas azedadas – em que a sua voz desagradável caía como um gume gelado.

       Luísa não gostava dele: achava-lhe um ar nordeste detestava o seu tom de pedagogo, os reflexos negros da luneta, as calças curtas que mostravam o elástico roto das botas. Mas disfarçava, sorria-lhe, porque Jorge admiravao, dizia sempre dele: "Tem muito espírito! Tem muito talento! Grande homem!"

      Como vinha mais cedo ia à sala de jantar, tomava a sua chávena de café; e tinha sempre um olhar de lado para as pratas do aparador e para as toaletes frescas de Luísa. Aquele parente, um medíocre, que vivia confortavelmente, bem casado, com a carne contente, estimado no ministério, com alguns contos de réis em inscrições – parecia-lhe uma injustiça e pesava-lhe como uma humilhação. Mas afetava estimá-lo; ia sempre às noites, aos domingos; escondia então as suas preocupações, cavaqueava, tinha pilhérias – metendo a cada momento os dedos pelos seus cabelos compridos, secos e cheios de caspa.

    Às nove horas, ordinariamente, entrava D. Felicidade de Noronha. Vinha logo da porta com os braços estendidos, o seu bom sorriso dilatado. Tinha cinquenta anos, era muito nutrida, e, como sofria de dispepsia e de gases, àquela hora não se podia espartilhar e as suas formas transbordavam. Já se viam alguns fios brancos nos seus cabelos levemente anelados, mas a cara era lisa e redonda, cheia, de uma alvura baça e mole de freira; nos olhos papudos, com a pele já engelhada em redor, luzia uma pupila negra e úmida, muito móbil; e aos cantos da boca uns pelos de buço pareciam traços leves e circunflexos de uma pena muito fina. Fora a íntima amiga da mãe de Luísa, e tomara aquele hábito de vir ver a pequena aos domingos. Era fidalga, dos Noronhas de Redondela, bastante aparentada em Lisboa, um pouco devota, muito da Encarnação.

     Mal entrava, ao pôr um beijo muito cantado na face de Luísa, perguntava-lhe baixo, com inquietação:

      — Vem?

      — O Conselheiro? Vem.


       Luísa sabia-o. Porque o Conselheiro, o Conselheiro Acácio, nunca vinha aos "chás de D. Luísa", como ele dizia, sem ter ido na véspera ao Ministério das Obras Públicas procurar Jorge, declarar-lhe com gravidade, curvando um pouco a sua alta estatura:

     — Jorge, meu amigo, amanhã lá irei pedir à sua boa esposa a minha chávena de chá.

   Ordinariamente acrescentava:

   — E os seus valiosos trabalhos progridem? Ainda bem! Se vir o ministro, os meus respeitos a Sua Excelência. Os meus respeitos a esse formoso talento!

     E saía pisando com solenidade os corredores enxovalhados.

    Havia cinco anos que D. Felicidade o amava. Em casa de Jorge riam-se um pouco com aquela chama. Luísa dizia: "Ora! E uma caturrice dela!" Viam-na corada e nutrida, e não suspeitavam que aquele sentimento concentrado, irritado semanalmente, queimando em silêncio, a ia devastando como uma doença e desmoralizando como um vício. Todos os seus ardores até aí tinham sido inutilizados. Amara um oficial de lanceiros que morrera, e apenas conservava o seu daguerreótipo. Depois apaixonara-se muito ocultamente por um rapaz padeiro, da vizinhança, e vira-o casar. Dera-se então toda a um cão, o Bilro; uma criada despedida deulhe por vingança rolha cozida; o Bilro rebentou, e tinha-o agora empalhado na sala de jantar. A pessoa do Conselheiro viera de repente, um dia, pegar fogo àqueles desejos, sobrepostos como combustíveis antigos.

No trecho “Viam-na corada e nutrida, e não suspeitavam que aquele sentimento (...)”, no que tange à colocação pronominal, temos: 
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Q2055956 Português
Novo filme de super-herói israelense da Disney toca na ferida dos árabes

(...)

Sabra, a super-heroína israelense, fez inúmeras aparições nos quadrinhos da Marvel ao longo dos anos, estrelando ao lado de ícones como o Incrível Hulk, Homem de Ferro e os X-Men.

Mais de quarenta anos após a introdução de Sabra, a Marvel da Disney planeja trazê-la para o filme “Capitão América: Nova Ordem Mundial”, com lançamento previsto para 2024.

Isso criou um alvoroço entre aqueles que temem que reviver a personagem de Sabra espalharia estereótipos ofensivos sobre os árabes e a desumanização dos palestinos no cinema.

Os críticos dizem que muitos dos personagens árabes com os quais ela interagiu nos quadrinhos são mostrados como misóginos, antissemitas e violentos, e estão questionando se os retratos perturbadores dos árabes terão um desempenho diferente no filme.

“Essa história em quadrinhos não sugere nada de positivo sobre como este filme vai se desenrolar”, disse Yousef Munayyer, um escritor e analista palestino-americano baseado em Washington, D.C. “Todo o conceito” de transformar espiões israelenses em heróis “é insensível e vergonhoso”. (...)

Waleed F. Mahdi, autor de “Arab Americans in Film: From Hollywood and Egyptian Stereotypes to Self-Representation”, disse que a “aliança EUA-Israel” na narrativa cinematográfica desde a década de 1960 coloca as agências policiais e de inteligência americanas e israelenses como forças do bem “comprometidas em deter a violência que tem sido colocada principalmente como algo ligado a árabes e muçulmanos”.

“O anúncio da Marvel sobre adaptar a personagem de Sabra é um reflexo desse legado”, disse ele à CNN.

Um porta-voz da Marvel Studios disse à CNN que “os cineastas estão adotando uma nova abordagem com a personagem de Sabra, que foi introduzida pela primeira vez nos quadrinhos há mais de 40 anos”, acrescentando que os personagens do Universo Cinematográfico da Marvel “sempre são imaginados para a tela e o público de hoje”.

Mesmo assim alguns israelenses dizem que Sabra pode não ser uma super-heroína para nossos tempos. Etgar Keret, um autor israelense, roteirista e romancista gráfico, disse à CNN que a personagem original de Sabra foi criada em uma era diferente com uma “história simples e clara”.

“Esta Sabra foi criada antes de duas intifadas (revoltas palestinas), foi criada antes do fracasso dos Acordos de Oslo – foi criada em uma realidade e estado de espírito totalmente diferentes”, disse ele. “E agora […] é difícil manter esse tipo de ícone de simplicidade”. (...)

A personagem Sabra, da Marvel, foi criada antes do massacre de Sabra e Shatila (em 1982) e não tem relação com isso, mas o anúncio de trazê-la aos cinemas apenas uma semana antes do 40º aniversário do massacre tocou na ferida dos árabes, que acusam o estúdio de cinema de ser insensível a um dos eventos mais trágicos da história do povo palestino.

“Não está apenas no momento ou no nome, mas também no fato de que o massacre em si foi liderado por uma milícia ligada à Mossad em território sob controle militar israelense”, disse Munayyer.

“Dado tudo isso, é difícil não concluir que as pessoas da Marvel são abjetamente ignorantes sobre a região, sua história e a experiência palestina (...).

Embora Sabra não seja a primeira vez que a agência de inteligência de Israel recebe o bom tratamento de Hollywood, essa é a primeira vez que Mossad recebe um status sobrenatural ao nível de uma super-heroína de grande sucesso. Especialistas dizem que é uma vitória de relações públicas para a agência.

Avner Avraham, ex-oficial da Mossad e fundador da Spy Legends Agency, que presta consultoria para filmes e programas de TV retratando espiões israelenses, disse que o novo retrato ajudará uma geração mais jovem a aprender sobre a Mossad.

“Esta é a maneira ‘TikTok’, a maneira dos desenhos animados de conversar com a nova geração, e eles aprenderão sobre a palavra Mossad”, disse Avraham. “Isso ajuda o branding. Vai agregar um público diferente”. (...)

Uri Fink, um cartunista israelense que diz ter criado um personagem de super-herói israelense semelhante em 1978, teme, no entanto, que os “progressistas” que trabalham na Marvel possam transformar a agente israelense em um personagem negativo. “Eles não estão bem atualizados, não têm uma descrição exata do conflito israelensepalestino”, disse ele à CNN.

Avraham ecoou essa preocupação, especulando que ela pode ser retratada como uma personagem que faz o bem para Israel, mas “coisas ruins para outras pessoas”.

https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/ novo-filme-de-super-heroi-israelense-dadisney-toca-na-ferida-dos-arabes/ (Adaptado)
Quanto à colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos, julgue os itens, abaixo, e assinale o que está correto: 
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Q2055549 Português
A língua portuguesa e o século XXI

  O século XXI começou desafiando a todos nós falantes da língua portuguesa. Está a exigir de nós um protagonismo de grandes proporções. Hoje, há uma expressiva presença de nosso idioma em todos os continentes, presença que não para de crescer e tomar maiores dimensões planetárias. 
   Compomos um universo de falantes que supera o de línguas muito mais tradicionais no mundo da cultura e dos negócios. Somos mais falados do que o italiano e o alemão. O francês nos supera apenas quanto ao número de falantes não nativos.
    ______________ que não tenhamos uma política comum a todos os países que falam o português. Quem há de negar que precisamos definir uma grande estratégia cultural de presença no mundo que abranja todo o nosso território linguístico?
   Quem há de subestimar a importância da língua? É grande a sua dimensão social, política, econômica e geopolítica. Ela é muito mais que uma ferramenta de comunicação. Nela, não estão armazenados apenas conhecimentos e informações. A língua é a cultura que ela produz. É ela quem nos dá os sentidos. É o universo desenhado por ela que nos referencia e nos singulariza. A língua gera coesão, nos fortalece no mundo globalizado. Língua também é economia.
   No mundo globalizado em que vivemos, nunca houve tantas trocas de ideias, de discurso, de palavras, entre todos os falantes de língua portuguesa.
    O português de Portugal, o português que emerge nos países africanos e a língua que é falada no Brasil formam um só idioma. Não tenho dúvidas de que uma ortografia comum, como parte de uma maior interação cultural, nos dará a grandeza e dimensão que nossos artistas e escritores projetam.

Por Juca Ferreira, sociólogo e Ministro de Estado da Cultura do Brasil - adaptado
http://www.cultura.gov.br/artigos/...

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Alternativas
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621: A
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623: D
624: C
625: C
626: A
627: C
628: D
629: D
630: C
631: E
632: C
633: B
634: B
635: C
636: B
637: B
638: B
639: C
640: B