Questões de Concurso
Sobre colocação pronominal em português
Foram encontradas 2.650 questões
Malpassado
Quanto mais sutil a opressão, mais cruel. Por isso, dentre as mil formas de “subjugar” os outros, tenho uma implicância especial com o bom gosto. Apontar o que há de brega, cafona, fora de moda ou exagerado nas pessoas é uma vaidade disfarçada de virtude.
Dentre as mil formas de se oprimir pelo gosto, uma das que me dão mais raiva é o ponto da carne. Repare com que orgulho o cidadão declara ao garçom, num restaurante, “malpassado”. Fala alto, para que os outros ouçam, como se a pergunta fosse “Onde você se formou?” e a resposta, “Harvard”.
Já o pobre diabo que quer seu bife bem passado é quase um proscrito. Eu sou churrasqueiro. Vejo uma amiga ou amigo se aproximar da grelha e pelo jeito que se arrasta, com o rabo entre as pernas, quase ganindo, sei o que vai pedir. Ela(e) chega bem perto. Inclina o corpo. Com cautela sussurra no meu ouvido como quem pede algo ilícito: “Será que rola sair uma um pouquinho mais bem passada?”.
Venho de uma família dogmática. Minha avó tem uma pousada e no cardápio está escrito, em letras maiores do que as dos pratos: “Não servimos bife bem passado”. “No meu restaurante eu não sirvo comida ruim!”, ela diz. Eu respeito sua posição. Contudo, rompendo com os valores familiares, ajo diferente. Não ao ponto de preferir carne bem passada, mas pelo menos ao de grelhá-la mais pra quem quiser. Acredito que o churrasqueiro é um funcionário público e está a serviço dos comensais, não o contrário.
“Ah, Antonio, mas e o ketchup na pizza?”. (Não sei por que pus entre aspas, sou eu perguntando pra mim mesmo). “E o cream cheese no sushi?”. “E o macarrão no bufê do rodízio?”. Aceitemo-los — assim como vós aceitais essa mesóclise. São todos filhos da Revolução Francesa, frutos da democracia. O preço da liberdade não é só a eterna vigilância. Entram também na conta o Crocs, a estampa de oncinha e o bife esturricado.
(Antônio Prata. Adaptado).
“Aceitemo-los” — assim como vós aceitais essa mesóclise.
A mesóclise se caracteriza pela colocação do pronome
oblíquo no meio de um verbo. A partir disso e de acordo
com a norma-padrão da Língua Portuguesa, quanto à
colocação pronominal, assinale a alternativa que apresenta
uma afirmação correta sobre a frase acima.
Considerando a colocação pronominal na oração sublinhada, é CORRETO afirmar que ocorreu
RAMOS, Graciliano. Garranchos. Rio de Janeiro: Record, 2012, p. 272
Considerando as orações sublinhadas no texto, em qual delas o pronome me poderia ser escrito em outra posição sem causar danos às regras de colocação pronominal?
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para responder à questão que a ele se refere.
Texto 01
I. O termo “se” é uma conjunção subordinativa adverbial, que introduz, no trecho, uma ideia de condição. II. O uso da forma “olhava” é uma marca do registro coloquial, já que, no registro formal, tendo em vista o contexto em que foi empregada, seria “olharia”. III. O pronome “me” foi usado em posição proclítica, mas poderia ter sido usado, com igual correção, em posição enclítica ao verbo “dado”. IV. O substantivo “casca” e o adjetivo “dourada” em relação ao substantivo “horas” constroem uma metáfora. V. Os verbos “seguiria” e “iria” foram usados estabelecendo relação com o verbo “fosse”, de acordo com a norma.
Estão CORRETAS as afirmativas
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para responder à questão que a ele se refere.
Texto 01
I. Os termos “seis horas”, “sexta-feira”, “Natal” e “terminou o ano” formam um recurso de expressão denominado gradação. II. O termo “quando” poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por “mal”, também com função de conjunção subordinativa temporal. III. A palavra “quando” em “quando se vê” é atrativa, por isso se verifica a ocorrência da próclise obrigatória, de acordo com a norma. IV. O verbo “são” encontra-se no plural, concordando com o termo “seis horas”, mas poderia ter sido usado, com igual correção, no singular. V. A vírgula que separa a oração “Quando se vê” é facultativa, de acordo com a norma, para separar oração adverbial antecipada.
Estão CORRETAS as afirmativas
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 a seguir para responder à questão que a ele se refere.
Texto 03
Disponível em: https://acontecendoaqui.com.br/propaganda/smiles. Acesso em: 17 fev. 2023.
I. A vírgula no primeiro período foi usada, de acordo com a norma, para separar um aposto explicativo. II. O “se” foi usado como pronome reflexivo e corresponde, semanticamente, a “a si mesmo”. III. O termo “você” faz com que ocorra uma próclise no trecho “para você se descobrir”, já que os pronomes pessoais de tratamento são palavras atrativas. IV. A desinência verbal em “somos” explicita que esse verbo se encontra na 1.ª pessoa do plural. V. O substantivo “plataforma” funciona como elemento referencial e de coesão, pois remete ao termo “Smiles”.
Estão CORRETAS as afirmativas
Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a organização morfossintática e semântica do trecho.
I. O termo “modus operandi” foi usado no sentido de “mesmas ações” e apresentado em itálico porque se trata de um estrangeirismo. II. O termo “se”, nos dois usos no trecho, apresenta-se como conjunção e exerce portanto, a função de elemento de coesão. III. As vírgulas usadas depois do termo “então” e depois do termo “corrida” intercalam uma oração. IV. O termo “então” insere no trecho um valor semântico de conclusão e poderia ser substituído, sem alteração de sentido, pela conjunção “portanto”. V. O pronome “te”, no trecho, exerce funções diferentes em seus dois usos, pois funciona como objeto direto do verbo “sufoca”, e objeto indireto do verbo “falta”.
Estão CORRETAS as afirmativas
( ) No trecho “O mato”, é possível observar que o uso da próclise do pronome oblíquo gera uma ambiguidade. ( ) No trecho “Vê se esquece-me”, a próclise é necessária já que a conjunção “se” tem a função de atrair o pronome “me”. ( ) Em “matar-lhe-ei-te”, o interlocutor faz o uso correto da mesóclise. ( ) O uso proclítico do pronome oblíquo no trecho “não sabes-o” configura um equívoco, pois o advérbio “não” exige a próclise do pronome “o”.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
“Quando se analisam com atenção as inovações do passado [...].”
A alternativa que justifica a colocação pronominal nessa frase é
Como recompensa por um serviço prestado, os homens pediram a Júpiter a eterna juventude, o que ele concedeu. Pegou na juventude, pô-la em cima de um Burro e mandou que a levasse aos homens.
“Pegou na juventude, pô-la em cima de um Burro e mandou que a levasse aos homens.”
O termo destacado no trecho refere-se a
Internet: <https://brasil.elpais.com> (com adaptações).
Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos
linguísticos do texto, julgue o item.
Internet: <www.consumidor.gov.br> (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos gramaticais do texto,
julgue o item.
Julgue o item subsequente.
A função sintática de um termo pode ser expressa por
diferentes elementos, como preposições, pronomes e
conjunções. Por exemplo, um complemento nominal
pode ser introduzido por uma preposição.
I Em “Não se preocupa nem um pouco com a chuva” (quinto período), o pronome “se” poderia ser corretamente empregado logo após a forma verbal preocupa, escrevendo-se Não preocupa-se.
II Em “mas logo em velocidade a retiraram” (décimo período), a forma pronominal “a” refere-se a “coxa”, no período anterior.
III A inserção de uma vírgula logo após “chuva” (quinto período) prejudicaria a correção gramatical do texto.
Assinale a opção correta.