Questões de Concurso Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português

Foram encontradas 4.688 questões

Q853811 Português

       

Acerca dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB1A2AAA, julgue o item a seguir.


A oração “Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal” (ℓ. 14 e 15) introduz no período uma ideia de concessão, razão por que poderia ser corretamente introduzida por Embora, feito o devido ajuste na inicial maiúscula da palavra “Desprovidos”.

Alternativas
Q853809 Português

       

Acerca dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB1A2AAA, julgue o item a seguir.


A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso a conjunção “Porém” (ℓ.10) fosse substituída por Mas.

Alternativas
Q853271 Português

      A carta-testamento deixada por Getúlio Vargas no dia de sua morte, a 24 de agosto de 1954, vem a ser a peça retórica mais contundente que o então denominado “Pai dos Pobres” terá produzido durante toda a sua vida política. Contrapartida dramática da sua morte, seria ela a arma pela qual o polêmico e contraditório político iria tentar revolver a encenação de seus últimos dias.

      Postos assim, nesses termos, parecerá ao leitor que estou reduzindo os últimos dias de Vargas a uma simples manifestação histriônica. Em termos, sim. Mas não se trata de uma simplificação. A teatralidade a que esse fato remete tem um significado que transcende seu aparente artifício.

      Pensada na função, digamos, psicológica que aquela missiva poderia vir a ter sobre seus destinatários, ela não difere muito do que são, em sua grande maioria, as cartas dos suicidas. Resultado aparente de um esforço de explicitação das causas que teriam levado o autor ao ato definitivo, na verdade, ela tenta fazer cair sobre os agentes da morte o peso de seus próprios atos. É uma peça que, valendo-se desse processo de culpabilização, tenta dar um sentido e uma fecundidade ao autoaniquilamento (via de regra, o indivíduo que comete, junto com a própria morte, uma carta “aos que ficam”, deve acreditar no poder transfigurador de seu próprio ato). Pensando dessa forma, é que dá para admitir a aproximação entre esse tipo de suicídio e a cena teatral. A morte para o seu “sujeito” não é o fim, mas sim, é parte decisiva de uma vida que continua, e sobre a qual fatalmente seu ato incidirá. A vida continuará, mas será outra.

(Haquira Osakabe, A carta-testamento ou a cena final de Getúlio Vargas. In: Prezado senhor, prezada senhora: estudos sobre cartas. Org. Walnice Galvão, Nádia Battella Gotlib. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p.373 e 374) 

A única alternativa em que a palavra destacada é uma conjunção é:
Alternativas
Q848001 Português

                                               O substituto da vida


      Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de escrever, relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.

      Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.

      Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro, escutava um disco ou dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no dia seguinte.

      Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens para saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me dou conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.

      Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem lhe chego perto – temo que ele me substitua também.

                                                                (Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)

Considere o seguinte trecho do texto:


Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro, escutava um disco…


Nesse segmento, a frase – Se já trabalhasse em casa – estabelece

Alternativas
Q847521 Português
A conjunção ‘mas’ (l.18) pode ser substituída por todas as seguintes expressões, EXCETO:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: UFU-MG Órgão: UFU-MG Prova: UFU-MG - 2014 - UFU-MG - Psicólogo Clínico |
Q847240 Português

Quando somos jovens não julgamos bem; quando somos velhos, também não. (Blaise Pascal, filósofo francês)

DA EDIÇÃO. Frases marcantes sobre juventude. Forbes Brasil. São Paulo: BPP Publicações e Participações. Ano II, n. 17, fev., 2014. p. 114.


A frase dita pelo célebre filósofo francês, se considerada do ponto de vista de sua estrutura sintática (quando somos jovens...; quando somos velhos...), cria no leitor a expectativa de que será realizada uma contraposição entre a qualidade do julgamento que fazemos quando somos jovens e a qualidade do julgamento que fazemos quando somos velhos. Entretanto, não é o que efetivamente ocorre. A relação estabelecida na frase de Pascal entre a qualidade de tais julgamentos é de contiguidade e pode ser marcada por meio da conjunção

Alternativas
Ano: 2014 Banca: UFU-MG Órgão: UFU-MG Prova: UFU-MG - 2014 - UFU-MG - Psicólogo Clínico |
Q847239 Português

O clichê nasce como uma ideia criativa, mas é repetida à exaustão e se transforma em um cacoete. Ele está inserido na linguagem num contexto que a gíria nunca alcança e o provérbio sempre ultrapassa - a gíria pressupõe vitalidade; o provérbio, ao contrário, já nasce cristalizado.

Língua Portuguesa – Conhecimento Prático, Nº17, p. 49 (fragmento adaptado)


Em relação ao trecho em negrito, assinale a alternativa em que a conjunção pode substituir o travessão, mantendo a coerência com o trecho original.

Alternativas
Q847218 Português

Atenção: Considere o texto abaixo, retirado do livro O valor do amanhã, de Eduardo Gianetti, para responder à questão.



O aqui, entretanto, não nos confina da mesma forma que o agora.


A conjunção sublinhada acima estabelece, no contexto, noção de

Alternativas
Q845686 Português

Texto I


      Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]

      Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]

      A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.

(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu emprego justificado pela seguinte razão:
Alternativas
Q844901 Português
Sem prejuízo para a coerência e para a correção gramatical do texto CG1A1AAA, a conjunção “Quando” (.14) poderia ser substituída por
Alternativas
Q844587 Português

                                  Agora todo mundo tem opinião


      Meu amigo Adamastor, o gigante, me apareceu hoje de manhã, muito cedo, aqui na biblioteca, e disse que vinha a fim de um cafezinho. Mentira, eu sei. Quando ele vem tomar um cafezinho é porque está com alguma ideia borbulhando em sua mente.

      E estava. Depois do primeiro gole e antes do segundo, café muito quente, ele afirmou que concorda plenamente com a democratização da informação. Agora, com o advento da internet, qualquer pessoa, democraticamente, pode externar aquilo que pensa.

      Balancei a cabeça, na demonstração de uma quase divergência, e seu espanto também me espantou. Como assim, ele perguntou, está renegando a democracia? Pedi com modos a meu amigo que não embaralhasse as coisas. Democracia não é um termo divinatório, que se aplique sempre, em qualquer situação.

      Ele tomou o segundo gole com certa avidez e queimou a língua.

      Bem, voltando ao assunto, nada contra a democratização dos meios para que se divulguem as opiniões, as mais diversas, mais esdrúxulas, mais inovadoras, e tudo o mais. É um direito que toda pessoa tem: emitir opinião.

      O que o Adamastor não sabia é que uns dias atrás andei consultando uns filósofos, alguns antigos, outros modernos, desses que tratam de um palavrão que sobrevive até os dias atuais: gnoseologia. Isso aí, para dizer teoria do conhecimento.

      Sim, e daí?, ele insistiu.

      O mal que vejo, continuei, não está na enxurrada de opiniões as mais isso ou as mais aquilo que encontramos na internet, e principalmente com a chegada do Facebook. Isso sem contar a imensa quantidade de textos apócrifos, muitas vezes até opostos ao pensamento do presumido autor, falsamente presumido. A graça está no fato de que todos, agora, têm opinião sobre tudo.

      − Mas isso não é bom?

      O gigante, depois da maldição de Netuno, tornou-se um ser impaciente.

      O fato, em si, não tem importância alguma. O problema é que muita gente lê a enxurrada de bobagens que aparecem na internet não como opinião, mas como conhecimento. Platão, por exemplo, afirmava que opinião (doxa) era o falso conhecimento. O conhecimento verdadeiro (episteme) depende de estudo profundo, comprovação metódica, teste de validade. Essas coisas de que se vale em geral a ciência.

      O mal que há nessa “democratização” dos veículos é que se formam crenças sem fundamento, mudam-se as opiniões das pessoas, afirmam-se absurdos em que muita pessoa ingênua acaba acreditando. Sim, porque estudar, comprovar metodicamente, testar a validade, tudo isso dá muito trabalho.

      O Adamastor não estava muito convencido da justeza dos meus argumentos, mas o café tinha terminado e ele se despediu.

BRAFF, Menalton. Agora todo mundo tem opinião. Carta Capital, 3 abr. 2015. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/cultura/agoratodo-mundo-tem-opiniao-7377>.html. Acesso em: 20 ago. 2017. (Adaptado). 

No trecho “O problema é que muita gente lê a enxurrada de bobagens que aparecem na internet não como opinião, mas como conhecimento” (décimo primeiro parágrafo) o termo destacado estabelece entre as duas orações uma relação de
Alternativas
Q844269 Português

                       País que constrói mais prisões que escolas está doente


      Em 8 de setembro de 2010, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou que a taxa de analfabetismo no Brasil caiu 7,6% de 1992 a 2009. Ou seja, em 2009, 9,6% da população era analfabeta (um total de 14,1 milhões de pessoas), contra 17,2% em 1992, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

      A notícia é boa, evidente. Afinal, qualquer resultado próspero, principalmente na área educacional, é significativo. Todavia, o Brasil está muito longe de um desempenho adequado neste setor. Com 14,1 milhões de analfabetos, só temos a lamentar. É o mesmo que dizer que aproximadamente 7% da população brasileira não sabe nem ler, nem escrever. Em matéria de educação, aliás, só ganhamos do Zimbábue (país africano com cerca de 12 milhões de habitantes).

      Se considerarmos o analfabetismo funcional, a situação é ainda pior! Esta taxa atinge o equivalente a 20,3% da população. Ou seja, um em cada cinco brasileiros (de 15 anos ou mais) é analfabeto funcional. Mas este cenário pode ficar ainda pior: nos últimos 15 anos, o Brasil construiu mais presídio que escola. Isto mesmo, a informação, embora chocante e indigesta, é verídica.

      Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Luiz Flávio Gomes verificou (a partir dos dados do IPEA — Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que, no período compreendido entre 1994 e 2009, obtivemos uma queda de 19,3% no número de escolas públicas do país, já que, em 1994, havia 200.549 contra 161.783, em 2009. Em contrapartida, no mesmo período, o número de presídios aumentou 253%. Isto porque, se em 1994 eram 511 estabelecimentos, este número mais que triplicou em 2009, com um total de 1.806 estabelecimentos prisionais.

      Ora, quando nos deparamos com um país que nos últimos 15 anos investiu mais em punição e prisão do que em educação (+ presídios – escolas), estamos diante de um país doente! Uma inversão absoluta dos valores: exclusão social em detrimento da “construção cultural” do cidadão. Menos Estado social e mais Estado policial.

      Um país que ocupa o 73º lugar no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) deve se dar conta que investir em educação é mais que um grande passo, é quase o todo. A brilhante experiência da Coreia do Sul é um exemplo disso. Não por outro motivo que no dia 24 de março de 2010, estudantes ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) protestaram pela utilização de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para investimentos em educação, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília.

      Um país focado na formação dos cidadãos é um país necessariamente desenvolvido e, consequentemente, com menos violência e menos punições. Demorou para o Brasil atacar as causas e não as consequências. Não precisamos de uma evolução, mas sim de uma Revolução na Educação Brasileira. Já dizia o sábio filósofo Pitágoras de Samos "Educai as crianças e não será preciso punir os homens".

      Dito isto, o que você prefere? Investir na educação ou construir mais presídios?

GOMES, Luiz Flávio. País que constrói mais prisões que escolas está doente. Coluna do LFG. 07/04/2011. Disponível em:<http://www.conjur.-com.br/2011-abr-07/coluna-lfg-pais-constroi-presidios-escolas-doente>. Acesso em: 20 ago. 2017. (Adaptado).

No trecho “Dito isto, o que você prefere? Investir na educação ou construir mais presídios?” (8° parágrafo), o termo destacado é uma conjunção com um valor
Alternativas
Q844210 Português

                   Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos


      Em 2050, a população da Terra deverá chegar a 9 bilhões de pessoas. Já hoje não se consegue alimentar os atuais 6 bilhões. Especialistas alertam que será preciso encontrar novas concepções para lidar com o problema.

      Se em 2008 o número de vítimas da fome no mundo havia sido reduzido para menos de 1 bilhão, já em junho de 2009 essa marca foi ultrapassada. Neste ano, o número de famintos aumentou em 150 milhões. Muitas das soluções encontradas em certos países em desenvolvimento não dão mais conta do crescimento populacional.

      A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) já tinha reconhecido há 20 anos que "o problema não é tanto a falta de alimentos, mas a falta de vontade política". Como a pobreza é o principal causador da fome, esta diminui em países que empreendem políticas capazes de gerar empregos e renda. Em contrapartida, onde há despotismo, há fome e morte por inanição.

      Além disso, nos últimos anos, houve logo três crises que fizeram aumentar o número de famintos no chamado Terceiro Mundo. De 2007 a 2008, os custos extremamente altos de alimentos provocaram um aumento da fome. Mal os preços haviam baixado novamente, tais países foram atingidos pela crise financeira e pela recessão global, que provocou um colapso das exportações. A isso, somam-se as secas e más colheitas causadas pela mudança climática.


      Desenvolvimento era sinônimo de industrialização


      No entanto, há suficiente alimento no mundo para o sustento diário de todos os habitantes do planeta, afirma Benedikt Haerlin, da fundação Zukunftsstiftung Landwirtschaft, que apoia projetos ecológicos e sociais no setor agrícola. "Hoje produzimos alimentos demais. Muito mais do que seria necessário para alimentar a população atual, sendo que ainda nem estamos perto de esgotar o potencial da alimentação direta. E, para pequenos produtores rurais, dobrar a produção custa pouco", argumenta Haerlin, que participou da elaboração do Relatório Internacional sobre Ciência e Tecnologia Agrícolas para o Desenvolvimento (IAASTD, na sigla em Inglês) de 2008.

      O desenvolvimento rural e agrário esteve por muito tempo fora de moda. Desenvolvimento era sinônimo, principalmente de industrialização, exportação e urbanização. Hoje, mais da metade da população mundial vive em cidades – e, aos poucos, percebe-se que todos precisam comer e que nas cidades nada se planta. Isso se reflete também na ajuda ao desenvolvimento. O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) passaram a conceder empréstimos para o desenvolvimento agrário.


      Problema não é a quantidade


      "Se temos 1 bilhão de pessoas que passam fome por não ter dinheiro para comprar comida e outro bilhão de clinicamente obesos, alguma coisa está obviamente errada", alerta Janice Jiggings, do Instituto Internacional para Meio Ambiente e Desenvolvimento em Londres. "O sistema agrário saiu do controle e, no futuro, não estaremos mais em condições de nos alimentar de forma pacífica e civilizada. Precisamos mudar todo o sistema. O consumidor já nota isso e, aos poucos, os políticos também.”

      Utilizar adubo artificial em solo ressecado, a fim de duplicar a produção agrária não é a solução. Atualmente, a agricultura já é uma das atividades que mais prejudicam o meio ambiente, não apenas sob o aspecto do desmatamento em favor de plantações e monoculturas, mas também porque a agricultura industrial contribui consideravelmente para a emissão de gases-estufa na atmosfera.

      "A ideia de que somos cada vez mais numerosos e por isso precisamos produzir mais é equivocada. Precisamos é produzir melhor. Menos da metade dos grãos hoje em dia é destinada à alimentação, enquanto a maior parte serve para fabricar rações animais, biocombustíveis e outros produtos industriais", explica Haerlin. "Aí fica claro que o problema não é se somos ou não materialmente capazes de produzir mais, e sim se há comida suficiente lá onde é necessária", conclui.


      Menos desperdício


      Já hoje existe mais comida que o necessário, garante o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner. E sem cultivar um quilômetro quadrado que seja a mais, seria possível alimentar toda a população do planeta.

      "Ao mesmo tempo que temos uma crise de alimentos, jogamos fora 30% a 40% dos alimentos produzidos. Ao invés de nos perguntarmos onde podemos encontrar mais terra para cultivar ou se será preciso plantar na Lua, deveríamos olhar para o nosso quintal. Temos que encontrar estímulos financeiros para evitar que se jogue comida fora", conclui.

JEPPESEN, H.; ZAWADZKY, K.; ABDELMALACK, R. Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos . Disponível em:<http://www.dw.com/pt-br/fome-%C3%A9-causada-pela-m%C3%A1-

distribui%C3%A7%C3%A3o-e-n%C3%A3o-pela-falta-de-alimentos/a-4792836>. Acesso em: 14 ago. 2017. (Adaptado). 

Em "Ao mesmo tempo que temos uma crise de alimentos, jogamos fora 30% a 40% dos alimentos produzidos.”, a expressão conjuntiva destacada exerce a mesma função que:
Alternativas
Q843121 Português

                                 A arte de produzir fome


      Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo…

      Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias… Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme “A Festa de Babette”, e a Tita, em “Como Água para Chocolate”. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não começam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome…

      Quando vivi nos Estados Unidos, minha família e eu visitávamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hábitos germânicos eram rígidos e implacáveis.

      Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silêncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forçado, ele vomita.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim “affetare”, quer dizer “ir atrás”. É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

      Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia.

      Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las.

      E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.

      Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.

      Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar me fez uma primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as pitangas.” Furto, fruto, tão próximos… Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo.

      Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas.

      Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam.

      Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura a fruta. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso também: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

      Imagine agora se eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio, não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. E anote isso também: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido.

      Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano…” A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja…

Fonte: Rubem Alves. Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/2007/08/16/a-arte-de-produzir-fome/Acesso em 12/05/2017.

Na oração: Mas havia um senão: o medo. O termo destacado assume no contexto discursivo da crônica o emprego gramatical de:
Alternativas
Q841349 Português

      Falar de leite já foi bem mais simples. Por muito tempo o consumo do produto foi ponto passivo na nutrição. Atualmente é tema polêmico. Cientistas e médicos questionam as benesses desse hábito entranhado. O debate é acirrado, principalmente, por envolver os interesses de um mercado global e por afetar paixões gastronômicas. Se a discussão girasse em torno da alface, os ânimos não se exaltariam da mesma forma. Deixar de comer alface seria um alívio para muita gente. Já abrir mão de queijos, iogurtes, sorvetes ou leite – seja de vaca, cabra, búfala ou ovelha – beira o sacrifício.

      O consumo do leite surgiu há dez mil anos, no período Neolítico, quando a espécie humana deixou de ser nômade e se fixou na terra, desenvolvendo a agricultura e a criação de animais para conquistar segurança alimentar. Desde então, o leite materno passou a ser substituído, já nos primeiros meses de vida, pelo de outros mamíferos. [...]

      Poinsignon, médico e pesquisador francês, apresenta uma longa lista de doenças respiratórias, osteoarticulares, digestivas, autoimunes e cutâneas, derivadas do consumo do leite animal. Para o estudioso, o único leite adequado à espécie humana é o materno, e nenhum mamífero adulto consome o leite de sua mãe. A tese de Poinsignon é simples: somos vítimas das indústrias alimentícia e farmacêutica e da propaganda. Você quer curar ou prevenir doenças? Mude de dieta.

      [...]

                                              (MESQUITA, R.V. Difícil de engolir. Revista Planeta, março de 2014.) 

Sobre elementos da língua presentes no texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q841055 Português

     Minimundo é o nome do parque temático que é uma das atrações turísticas de Gramado, principal destino de viagens pela Serra Gaúcha, em Rio Grande do Sul.

      Lá o visitante pode ver miniaturas de castelos, barcos, ferrovias, estradas, igrejas, cascatas, moinhos, casarios, carros e outros inúmeros detalhes, tudo numa escala 24 vezes menor. Poderia até se pensar que é um parque mais apropriado para crianças, mas logo se percebe que encanta mais os adultos pela perfeição e cenários realísticos do pequeno mundo aí representado.

      Esse cenário auxilia, pois, a identificação de réplicas de lugares conhecidos da Europa e do Brasil. São cerca de 140 construções, por enquanto, que retratam tanto lugares atuais, como o Aeroporto de Bariloche da Argentina, como antigos prédios da Alemanha, país de origem do seu fundador.

      A história do Minimundo começa com a vontade de um pai e um avô de agradar a duas crianças com um pequeno mundo de miniaturas no jardim diante do seu hotel. Uma espécie de mundo de fantasia com uma casinha de bonecas, castelos e ferrovias. Com o crescimento das crianças, o jardim evoluiu para um parque com novas miniaturas que virou atração para os hóspedes do hotel, e daí até se tornar no que é, um dos roteiros de turistas e de excursões em visita a Gramado.

      Todo esse sonho começou com a imigração, em 1952, da família alemã de Otto Höpnner para o Brasil, fugindo à situação difícil da Alemanha pós-guerra. Fixou-se em Gramado e lá construiu o Hotel Ritta Höpnner, nome da sua esposa brasileira, em 1958. Já o parque Minimundo foi inaugurado em 1983.

      Boa parte das réplicas em miniaturas representam construções da Alemanha. Nele residem cerca de 2.500 “habitantes”, distribuídos entre os mais variados ambientes, que podem aumentar com a evolução das construções da minicidade. O parque ainda conta com infraestrutura: um café que serve lanches e tortas alemãs, uma loja de souvenir e um espaço infantil.

                                                                                 (Adaptado de: https://cronicasmacaenses.com

Poderia até se pensar que é um parque mais apropriado para crianças, mas logo se percebe que encanta mais os adultos pela perfeição e cenários realísticos do pequeno mundo aí representado. (2°parágrafo)


Nesse fragmento, a oração iniciada pela conjunção mas expressa, em relação à oração que a antecede, a ideia de

Alternativas
Q840257 Português
Pode-se categorizar a expressão quando (I. 13), conforme seu uso no texto, como
Alternativas
Q837472 Português

                         Qualidade na educação: o DNA das escolas

               Segredo de uma rede de qualidade não é padronizar, mas

               atender fatores distintos – pois algumas escolas têm mais

                             problemas e desafios do que outras

                                                                                 João Batista Araujo e Oliveira


      [...] A exemplo do que ocorre no Brasil, na maioria dos países desenvolvidos os pais matriculam seus filhos na escola púbica mais próxima de sua casa. A grande diferença é que, na maior parte das nações, as escolas de diferentes bairros são semelhantes: elas se parecem muito entre si, no que fazem e nos resultados. No Brasil as escolas se parecem mais com os bairros onde estão localizadas. Elas têm, portanto, a cara do bairro.

      Sabemos como fazer uma escola de qualidade, uma escola boa. Há inclusive escolas públicas assim no Brasil, algumas centenas delas, ou talvez poucos milhares. São escolas de prestígio, de alto padrão, onde o ensino é de qualidade, os alunos estudam e aprendem e os resultados são elevados. São escolas militares, colégios de aplicação e unidades estaduais ou municipais aqui e ali que possuem as mesmas características. Mas essas escolas são poucas – uma pequena fração entre as mais de 120.000 unidades urbanas de ensino fundamental.

      Nunca aprendemos a fazer aquilo que os países desenvolvidos sempre fizeram: manter um padrão. E quando o nível cai, há mecanismos para trazer a escola de volta. Resultado: embora sejam obrigados a matricular seus filhos na escola do bairro, os pais sabem que o ensino oferecido ali é semelhante ao proporcionado por unidades de outros bairros. E sabem que se seus filhos se esforçarem também obterão bons resultados.

      As estatísticas produzidas pela OCDE ilustram esse fenômeno de maneira muito clara. Nos países desenvolvidos, a diferença da média das notas das escolas é relativamente pequena – raramente ultrapassa os 30%. Essa diferença é enorme no Brasil.

      Manter uma rede de escolas de padrão não significa que todas as unidades são idênticas, que recebem os mesmos recursos, que são 100% padronizadas. Ao contrário, para ter resultados semelhantes, as escolas precisam de recursos distintos – pois algumas têm mais problemas e desafios do que outras. Para promover a igualdade é necessário tratar desigualmente os desiguais. Escolas que caem no desempenho recebem ajuda extra; escolas com maior número de alunos com dificuldade de aprendizado recebem mais e melhores recursos, e assim por diante.

      A exemplo do fator que nos faz semelhantes como seres humanos, há uma DNA a tornar parecido o desempenho das escolas. O segredo de uma rede de qualidade está na maneira como se forma o DNA da escola, os fatores que asseguram que todas as unidades da rede possam funcionar e atingir níveis de desempenho semelhantes.

      O que torna uma rede de escolas boa não é muito diferente do que torna uma escola boa. Mas criar uma rede boa é muito diferente de criar uma escola boa.

Adaptado de http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/qualidade-na-educacao-o-dna-das-escolas 

Em “Elas têm, portanto, a cara do bairro.”, o termo destacado tem valor
Alternativas
Q837438 Português

Em “Caso haja exposição intensa ao sol [...] é aconselhável a utilização de um bloqueador solar [...]. Após o clareamento da pele, deve-se proteger as áreas tratadas da radiação solar, [...] a fim de prevenir a repigmentação das áreas cutâneas tratadas.”


Os trechos destacados expressam, respectivamente,

Alternativas
Q837293 Português

TEXTO 1 


                             O poder da língua


      A língua é o maior instrumento de interação do ser humano. Ela intercambia o ser humano com o resto do mundo. Embora existam várias línguas, todas elas interagem, e nenhuma pode ser exilada. Podemos exilar pessoas, povo, nação, mas a língua sempre vai existir. Até mesmo os mudos, que não se expressam através da boca, têm a sua língua. Por outro lado, a língua também é o maior instrumento de isolamento do ser humano. Se você não souber a língua do lugar onde vive, fica isolado, sem comunicação. Imigrantes sofrem com esse problema, quando vão para países onde nem sequer sabem como dar “bom-dia” na língua nativa, ficando isolados por um bom tempo. Sem a língua, não há comunicação. Sem comunicação, não há interação.

      A língua é, também, o maior instrumento de guerra do ser humano. É... a velha língua já arrumou grandes encrencas pela história. Já imaginou se Hitler não abrisse a boca para falar? Provavelmente mais de 50 milhões de pessoas não teriam morrido. E se o Presidente norteamericano Harry S. Truman não tivesse usado do poder da língua para autorizar o bombardeio atômico no Japão? É... a língua pode ser cruel, pode ferir, machucar, destruir e matar.

      Por outro lado, a língua é o maior instrumento de paz do ser humano. A mesma língua que mata pode transformar dor em felicidade, tristeza em alegria, perseguição em livramento. Não precisamos ir longe para pegar um exemplo de paz que a língua proporcionou: o poder da língua nas “Diretas Já!” proporcionou ao povo brasileiro um tempo de paz que havia mais de vinte anos o povo não gozava. E como Jesus Cristo passaria seus ensinamentos se não fosse pelo poder único e incomensurável da língua? A língua faz reviver pessoas, povos e nações.

      Então, a língua é um instrumento ambíguo do ser humano: ora ela mata, ora ela salva, ora machuca, ora cura. Por isso, devemos tomar muito cuidado com o que falamos, pois podemos, com uma palavra, destruir uma vida, ou até mesmo várias vidas. Mas podemos, também, com uma palavra, gerar alegria, paz e amor para muitas outras vidas.

Texto disponível em: http://cronicasvox.blogspot.com.br/2007/08/o-poder-da-lngua.html. Acesso em 09/05/2012. Adaptado.  

“Embora existam várias línguas, todas elas interagem”. As ideias desse trecho estão interligadas, em uma relação:
Alternativas
Respostas
3281: E
3282: E
3283: B
3284: C
3285: E
3286: A
3287: C
3288: D
3289: E
3290: A
3291: B
3292: B
3293: A
3294: D
3295: C
3296: D
3297: E
3298: A
3299: A
3300: D