Para avaliar a importância da diversidade nas cidades, é
preciso entender a extensão de sua conceituação. Seu significado vai desde a mistura de usos e atividades até a existência de uma grande variedade de estruturas urbanas e a garantia do direito à cidade pelos mais diversos grupos sociais.
Esse conceito contraria o modelo de planejamento voltado
à segregação de áreas homogêneas no tecido urbano. O
encorajamento do pluralismo, em busca da diversidade, pode,
de fato, ser mais um ativo importante do que uma ameaça.
Estabelecer mecanismos que permitam às pessoas dos
mais variados grupos étnicos e sociais terem direitos iguais
aos espaços da cidade vai além da eficiência urbana e equidade. Conduz à urbanidade. A diversidade tem sido apontada
como fator essencial para o funcionamento, o crescimento
econômico e a atratividade das cidades.
Para alguns pesquisadores, a diversidade deve ser focada
nos espaços públicos, tornando cada área residencial um
microcosmo da cidade, enfatizando-se a importância de prover espaços que ofereçam elevados níveis de interação entre
as pessoas dos mais diferentes espectros sociais.
Todavia, outras formas de diversidade são igualmente
importantes no desenvolvimento urbano.
As metrópoles de hoje estão se desenvolvendo rapidamente em cidades criativas, principalmente no que diz respeito
às suas funções e ao capital humano. Elas são socialmente
diversificadas como resultado da intensificação da migração
e das diferenças socioeconômicas, revelando, ainda, múltiplas dimensões da identidade individual.
A convivência com a diversidade, que toca em várias
áreas da vida urbana, embora se constitua em um enorme
desafio, ao mesmo tempo pode ser um recurso significativo
das cidades contemporâneas.
Portanto, embora seja importante descobrir caminhos
para planejar a cidade plural, não menos importante é
encontrar ferramentas que possam medir essa diversidade,
de tal forma que ela possa ser avaliada e comparada em
suas várias regiões.
(Claudio Bernardes. Opinião. Folha de S.Paulo, 03.08.2015)