Questões de Português - Crase para Concurso

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Q2497185 Português
Quanto ao uso da crase, complete as lacunas a seguir:
“Jonas foi o último ___ sair da festa ___ 20h”.
Alternativas
Q2497109 Português
Leia com atenção o texto a seguir para responder à questão.

Texto 1

Tentação 

       Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
       Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
       Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
       Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
       A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
       Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
       Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
       Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
       No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
       Mas ambos eram comprometidos.
       Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
       A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.
       Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.

Fonte: (LISPECTOR, Clarice. Tentação. In Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 46-48.) 
Levando em consideração o uso da crase no trecho: “Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona”, há ocorrência da crase está(ão) CORRETA(S) em:

I- Ela sentou-se junto à mim.
II- Cheguei às cinco horas da tarde.
III- Estou à procura de um amor.
IV- Às vezes, elas saíam andando à toa.
V- O povo não deve se submeter àquele tipo de político corrupto.

É CORRETO o que se afirma apenas em: 
Alternativas
Q2496759 Português
TEXTO

Últimos 20 anos são os mais secos em 500 anos

    Um estudo revelou que o Ocidente tem experimentado um período de seca e calor sem precedentes nos últimos 20 anos. A pesquisa, que analisou anéis de árvores que datam de 1553, concluiu que as condições atuais são as mais secas em pelo menos 500 anos.
    O estudo, liderado por Karen King, professora assistente da Universidade do Tennessee, Knoxville, aponta que a mudança climática causada pelo homem está intensificando o calor extremo e as condições secas, criando um ciclo de feedback positivo conhecido como “seca quente”.
    “Os resultados do estudo demonstram que a seca quente nunca foi tão grave quanto nos últimos 20 anos”, disse King. “Isso torna as projeções futuras e as medidas de mitigação mais incertas.”
    Para realizar o estudo, os cientistas utilizaram um método inovador que envolve a manipulação da luz para medir a densidade dos anéis das árvores. Essa técnica, mais segura, fácil e menos dispendiosa do que métodos tradicionais, permitiu aos pesquisadores obter uma imagem mais precisa das temperaturas ao longo dos últimos 5 séculos.
    A pesquisa se soma a um conjunto crescente de estudos que demonstram o impacto da mudança climática no planeta. Em 2023, outro estudo mostrou que as condições do Ocidente nos últimos 20 anos foram as mais secas em 1.200 anos.
    Os resultados do estudo de King reforçam a necessidade de medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos da mudança climática. 


Fonte: Consulta ao link
https://www.ecodebate.com.br/2024/02/05/ultimos
-20-anos-sao-os-mais-secos-em-500-anos/
Sobre a palavra destacada faltou o acento indicativo da crase em qual das alternativas? 
Alternativas
Q2496674 Português
Os avanços da tecnologia e seus impactos na educação



       Vivemos em tempos de rápidas mudanças e evoluções tecnológicas que impactam de forma significativa as mais diversas esferas da sociedade, entre elas a educação. Utilizada com sabedoria, ela nos permite adquirir novos conhecimentos e potencializa o aprendizado ao longo da vida.

       Para entender o impacto da tecnologia e de seus avanços no setor educacional, não precisamos olhar muito longe. Muitos de nós, ao cursar o ensino básico e/ou superior, dependíamos de livros físicos e enciclopédias para realizarmos pesquisas e consultas. Hoje, com um simples toque no celular, estudantes têm acesso a uma infinidade de conteúdos, artigos, vídeos explicativos e inúmeros recursos em questão de segundos. Essa facilidade e praticidade inovaram a forma de estudar, principalmente a partir da Geração Z, e trouxeram ainda mais possibilidades de explorar e se aprofundar em incontáveis tópicos que serão vistos pela Geração Alfa e posteriores.

        Uma das maiores críticas relacionadas ao uso desse sistema para o aprendizado se diz respeito à falta de moderação na consulta por parte dos estudantes. Ou seja, as ferramentas que deveriam ser utilizadas como uma forma de orientação e ampliação de conhecimento muitas vezes são recorridas para cópia de textos e respostas sem qualquer intenção de real análise crítica e/ou absorção de conhecimento. No entanto, limitar esse problema à tecnologia seria uma ideia equivocada, uma vez que plagiar um conteúdo não é algo novo, a única diferença é a facilidade com que isso pode ser feito por meio do uso de Inteligência Artificial. Por outro lado, esses mesmos avanços tecnológicos foram responsáveis por democratizar e ampliar o acesso a informações didáticas sobre as incontáveis áreas do conhecimento.

     Incorporar esses recursos em aula mostrou-se muito mais eficiente para a aprendizagem, ao passo em que proporciona mais interatividade, autonomia e variedade de metodologias para os estudantes, o que beneficia a experiência individual dos mesmos e aumenta sua produtividade em sala de aula.

        Atualmente, existem até mesmo grupos e comunidades em redes sociais voltadas para os estudos e para o aprendizado. Internautas utilizam desses espaços digitais para trocarem conhecimentos, tirarem dúvidas entre si, compartilharem técnicas para melhor aproveitamento, superando barreiras geográficas e sociais. Tal possibilidade, se imaginada três décadas atrás, seria vista como um cenário praticamente utópico e transformador para a esfera educacional. Hoje, a vivenciamos em tempo real. Por que não aproveitar dessa realidade em todo o seu potencial?

     Foi esse um dos questionamentos que motivaram a criação da Workalove, com a missão de guiar as instituições de ensino a explorarem a riqueza de seus dados e conexões, por meio de uma plataforma que serve como um elo entre elas, estudantes e empresas. Com toda tecnologia utilizada, é possível criar um ambiente em que as tendências do mercado de trabalho sejam aplicadas em sala de aula, preparando de forma mais efetiva o aluno para sua carreira profissional, já que a porta ainda é estreita para a inserção dos jovens no mercado de trabalho.

    À medida que o estudante alimenta a plataforma com dados específicos, os algoritmos aprendem sobre a personalidade, interesses e valores, para que as instituições recomendem não só os cursos mais alinhados ao perfil dele, mas também as atividades extracurriculares que irão aumentar o potencial de empregabilidade para este usuário. Toda essa inteligência contribui não somente para um programa completo de desenvolvimento de carreira, mas com autoconhecimento, mentoria, networking, curadoria de conteúdos, recomendações das vagas públicas e privadas, acadêmicas e empreendedoras que se enquadram ao candidato.

     Atualmente, mais de 1 milhão e 300 mil estudantes estão sendo impactados pela cultura de carreira da Workalove e os frutos desse processo serão colhidos por toda a sociedade, que poderá contar com profissionais capacitados e atualizados. Aliar a tecnologia à educação, portanto, traz benefícios que incluem e não se limitam à aprendizagem, mas também aos resultados e, principalmente, ao futuro. 



(Fernanda Verdolin. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/os-avancos-da-tecnologia-e-seus-impactos-na-educacao/.Acesso em: 30/01/2024.)

“Uma das maiores críticas relacionadas ao uso desse sistema para o aprendizado se diz respeito à falta de moderação na consulta por parte dos estudantes.” (3º§) O acento grave indicador de crase está corretamente empregado no trecho. Assinale a alternativa cujo acento grave indicador de crase é facultativo. 
Alternativas
Q2496505 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.

"Quando nasce um filho, nasce uma mãe e uma culpa"  

Nasce também a cobrança de quem sabe que não pode realizar os sonhos e todas as vontades, nem as suas, nem as dos filhos  

Regina Teixeira da Costa | 19/05/2024  

     As redes sociais no Dia das Mães bombaram. Zilhões de mensagens esperadas, afinal somos todos filhos. E, muitas de nós, mães. Portanto, nesse dia, expressamos os melhores sentimentos e homenagens àquela que nos deu à luz. 

      E não apenas nos pariu, foi além: nos adotou e amparou. Nem todas puderam manter consigo a sua cria, mas aquelas que as acolheram e as aqueceram com o calor de seu corpo, as amamentaram, falaram com elas, transmitindo a linguagem, as humanizou. A linguagem humaniza.
 
     Enfim, assumiram a maternidade e padeceram no paraíso, dizem. Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que ser mãe não é fácil, pois implica assumir o cuidado e a responsabilidade de um ser indefeso, prematuro, que ainda dependerá dela por muitos anos, antes de se tornar um adulto independente. 

     As mensagens eram afetivas e emocionadas nos lembrando os melhores momentos desta relação da vida toda. A hora é de festejar e de comemorar tudo que recebemos para ser o que somos e o resultado de todo esse cuidado que nos fez crescer.

    Lendo os conteúdos das postagens, parece que as coisas correram sempre de modo ideal. A maternidade é uma relação sacralizada. E de repente a gente esquece os momentos difíceis e se lembra só da parte boa. Mas quem é mãe, tanto para quem é filho, sabe que as mães não são perfeitas, são de carne e osso e muitas vezes estão exaustas, sobrecarregadas e até impacientes. Quando nasce um filho, nasce uma mãe e uma culpa. Uma cobrança de quem sabe que não pode realizar os sonhos e todas as vontades, nem as suas, nem as dos filhos.
   Sem dúvida, um olhar determina o lugar da criança. [...] Desde bebê, no olhar da mãe, a criança se reconhece de corpo inteiro, e esse momento é de júbilo, porque ele assimila ser ele próprio ali na imagem.

   Filhos não são uma encomenda que escolhemos conforme nosso agrado. São muito mais pessoas que, crescendo, nos surpreendem e, ao longo dos anos, vamos conhecendo e entendendo. Eles não são o que se espera.

   Como filhos, muitas vezes precisamos, para afirmar quem somos, decepcionar expectativas e o desejo de nossos pais. Precisamos contrariar o que planejaram para nosso futuro, porque esse futuro quem decide é o próprio sujeito. Sendo outra pessoa, nunca poderá viver para realizar sonhos alheios, o que, para muitos pais, é difícil de aceitar, e, para os filhos, é difícil de praticar. Assumir o próprio desejo é um ato que implica uma separação. Ou não seria possível, para nenhum de nós, filhos, ter vida própria e aprender a viver segundo nosso desejo. Nem os pais podem tudo, nem os filhos; somos pessoas comuns e limitadas que não têm resposta para tudo.  

    Embora saibamos das dificuldades atravessadas por todas as mães e os filhos desde o nascimento até a vida adulta – e mesmo depois que cada filho, tendo conquistado sua independência, saia da família de origem para viver a própria vida, formar seu núcleo familiar ou mesmo uma produção independente –, quando a relação foi minimamente satisfatória, guardamos carinho e respeito. E também algumas mágoas e arrependimentos, mas a vida é isso... saber superar.

    Não importa como nasce cada filho; quando nasce um filho, nasce uma mãe. E cada filho experimentará emoções, dificuldades e alegrias. Portanto, é justo que celebremos também o dia ________ ganhamos a vida.


COSTA, Regina Teixeira da. "Quando nasce um filho, nasce uma mãe e uma culpa". Estado de Minas, 19 de maio de 2024. Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/regina-teixeira-dacosta/2024/05/6860186-quando-nasce-um-filho-nasce-uma-mae-e-uma-culpa.html. Acesso em: 19 mai. 2024. Adaptado.  
Assim como a expressão “dar à luz” se difere semanticamente de “dar a luz”, outras expressões do português apresentam significados diferentes quanto à presença ou à ausência de crase. Qual das sentenças abaixo pode ser ilustrativa dessa diferenciação semântica?
Alternativas
Respostas
106: C
107: C
108: A
109: C
110: B