Questões de Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) para Concurso
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Segundo Cegalla, analise as assertivas abaixo a respeito do emprego e do valor dos modos e tempos verbais:
I. Dentre as várias possibilidades de emprego do pretérito imperfeito, pode-se dizer que ele enuncia um fato passado, porém não concluído, um fato que se prolongou.
II. O tempo presente, dentre as várias possibilidades de emprego, pode substituir o futuro do subjuntivo, principalmente na linguagem emotiva, quando os sentimentos nos levam a romper com a disciplina gramatical.
III. O modo indicativo é empregado para exprimir um fato possível, incerto, hipotético, irreal ou dependente de outro.
IV. O modo subjuntivo exprime um fato certo, efetivo, indiscutível. Excepcionalmente, pode traduzir incerteza, possibilidade. Aparece com mais frequência em orações independentes (absolutas, coordenadas e principais).
Quais estão corretas?
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 6.
DE GRAMÁTICA E DE LINGUAGEM NA TRILHA POÉTICA
E havia uma gramática que dizia assim:
"Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou coisa: João, sabiá, caneta".
Eu gosto é das coisas. As coisas, sim!
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte.
Multiplicam-se em excesso.
As coisas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre, pode estar choco: é inquietante.)
As coisas vivem metidas com as suas coisas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode, neste mesmo instante, vir bater à nossa porta.
Para quê? Não importa: João vem!
E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso... João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João.
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor.
(Mario Quintana. Poeta gaúcho) −− (Texto Adaptado)
(https://www.pensador.com/frase/MTE0MjU0Mw/) − (Acesso 06.10.2023)
Sobre a estrutura dos versos: "E havia uma gramática que dizia assim: / Substantivo (concreto) é tudo quanto indica /Pessoa, animal ou coisa: João, sabiá, caneta" − analise as assertivas:
I.Os verbos: "havia / dizia" são de segunda conjugação, comprovada pela vogal temática "E" da forma nominal do infinitivo; ambos enunciam ideia contínua no pretérito imperfeito do modo indicativo, na terceira pessoa do singular.
II.A expressão: "uma gramática" exemplifica concordância nominal.
III.No verso: "E havia uma gramática que dizia assim:" − comprovamos: uma conjunção coordenativa monossílaba; um termo dissílabo paroxítono; um substantivo polissílabo proparoxítono seguido de pronome relativo monossílabo escrito com dígrafo; um termo advérbio dissílabo escrito com dígrafo, que tem o mesmo sentido semântico contextual de: "desse modo" ou "dessa forma".
IV.A última sílaba de "animal" tem um ditongo pronunciado sem ser gráfico, pois a letra final tem o som de "u", servindo de semivogal para "a" - na formação de um ditongo oral decrescente.
VO binômio: "pessoa"; "quanto" se identifica pela quantidade de sílabas gramaticais; pela classificação da tonicidade e por ambos os termos estarem escritos com dígrafo.
Marque a alternativa com a opção correta.
Texto 01 “Um ensino de língua portuguesa remodelado?”
Mais recentemente, com a publicação, em 2018, da Base Nacional Comum Curricular, documento federal orientador dos currículos estaduais e dos currículos municipais de todo o país, consolidou-se o ensino de língua portuguesa com base nos gêneros discursivos, resultado da influência do fortalecimento da área dos estudos do discurso no ensino-aprendizagem da língua materna.
Inicialmente, porém, os gêneros são entendidos na escola de modo análogo ao que se fazia, em tempos anteriores, com as sequências textuais (em uma tradição antiga, restritas a narrativas, descritivas e argumentativas). Foca-se assim no ensino da estrutura composicional do gênero, tanto na produção da escrita quanto na realização da leitura.
Espera-se que o aluno classifique textos dentro da estrutura de determinado gênero e que produza determinado gênero seguindo um modelo pré-apresentado. Novamente, a normatividade pouco reflexiva entra em cena: se antes prevalecia o enquadramento da língua nas lições de metalinguagem e classificação gramatical, agora tal normatividade parece submeter-se à estrutura do gênero.
Apesar de o gênero não ser um tipo de enunciado absolutamente estável e imutável, e de abranger muito mais do que sua estrutura composicional, seu componente estilístico, essencial para o ensino-aprendizagem da língua, é quase inexplorado nesse momento inicial. Quanto à gramática, é preterida ou segue em seu antigo lugar normativo, sendo ensinada como conteúdo independente.
Com o desenvolvimento dos estudos da linguística aplicada, por meio dos quais se compreende que o trabalho sobre o gênero envolve também e principalmente seus aspectos estilísticos, é que os recursos linguístico-gramaticais ganham espaço nas aulas de língua portuguesa não mais em perspectiva normativa, mas como escolhas léxico-gramaticais das quais depende a constituição do gênero e que são responsáveis pelos efeitos de sentido dos atos enunciativos.
Ainda que essa prática não se tenha universalizado, em razão da precariedade da formação de professores no país e do pouco acesso que têm ao desenvolvimento das teorias linguísticas, parece que a gramática está em vias de encontrar um espaço que condiz com seu grandioso papel na produção de sentidos dos textos.
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Texto adaptado dos Autores: Beatriz Gil e Marcelo Módulo. Acessado em 09/05/2023 em: https://jornal.usp.br/artigos/algumas-reflexoes-sobre-o-ensino-da-lingua-portuguesa-no-brasil/
Com base no texto 01 "Um ensino de língua portuguesa remodelado?” analise as afirmativas a seguir:
I. No excerto: “Espera-se que o aluno classifique textos dentro da estrutura de determinado gênero e que produza determinado gênero seguindo um modelo pré-apresentado.", é correto afirmar que os verbos destacados “Espera-se”, “classifique” e "produza" estão empregados no tempo presente do subjuntivo.
Il. No excerto: "Espera-se que o aluno classifique textos dentro da estrutura de determinado gênero e que produza determinado gênero seguindo um modelo pré-apresentado.”", é correto afirmar que os termos destacados “textos”, “gênero” e "modelo" funcionam como complemento verbal direto de seus respectivos verbos.
Marque a alternativa CORRETA:
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que o governo estuda flexibilizar algumas das medidas de isolamento até o fim de abril, desde que haja respaldo da ciência.
A declaração foi dada em entrevista à rede britânica BBC, em meio à tendência de desaceleração da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país, onde o balanço oficial contabiliza cerca de 140 mil casos e 17,6 mil mortes.
"Precisamos escolher setores que possam recomeçar sua atividade. Se os cientistas confirmarem isso, podemos começar a relaxar algumas das medidas já no fim deste mês", disse.
As restrições à circulação entraram em vigor em 10 de março, enquanto o veto a atividades produtivas não-estratégicas passou a valer no fim do mês passado. As medidas ficam em vigor ao menos até 13 de abril, mas a declaração de Conte aponta para uma nova prorrogação. Segundo informações de bastidores, a chamada "fase 2" da pandemia deve se desenvolver em duas etapas: a primeira seria de pequenas aberturas para as atividades produtivas; e a segunda seria com regras mais flexíveis para a circulação de pessoas.
A ANSA apurou que o comitê técnico-científico que assessora o governo na crise já estaria preparando um mapa com o nível de risco de todas as atividades produtivas para indicar quais poderiam ser retomadas. As empresas seriam divididas em três categorias: risco baixo, médio e alto, sendo que cada uma comportaria medidas e níveis de distanciamento específicos.
Com a desaceleração do ritmo de contágio, a Itália busca agora zerar o número de novos casos por dia, o que fará o país ganhar tempo para resolver a carência de testes para diagnósticos e formar um cenário mais preciso do tamanho da pandemia - a própria Defesa Civil admite que o número real de casos pode ser 10 vezes maior que o divulgado.
(PRIMEIRO-MINISTRO prevê reabertura da Itália ainda em abril. Terra. 2020. Disponível em:<https://www.terra.com.br/noticias/coronavirus/primeiro-ministro-preve-reabertura-da-italia-ainda-em-abril,3fa96e2a017ac456f0ccd870b9efc4cb8n86qzef.html>.
No texto, o verbo poder “poderiam” está em qual tempo verbal?
Metade das praias pode desaparecer até 2100, diz estudo
A principal meta climática que a humanidade traçou até 2050 é impedir que a temperatura média da Terra se torne 2 graus maior do que era antes da Revolução Industrial.
Falhar nessa missão faria aumentar o nível dos oceanos e comprometeria áreas gigantescas de costa, elevando o número de __________. Isso significaria dar adeus a diversas cidades litorâneas – e também ao destino mais tradicional das férias. Bancos de areia de praias, afinal, representam um terço das áreas costeiras do planeta.
Um estudo europeu analisou 35 anos de dados de satélite sobre mudanças nessas áreas. No pior dos cenários, em que a humanidade viveria em um planeta 4 graus mais quente até o final do século, metade das praias seria riscada do mapa – e, pelo menos, 80% delas perderiam um campo de futebol em ____________.
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(Site: Abril - adaptado.)
Em “No pior dos cenários, em que a humanidade viveria em um planeta 4 graus mais quente até o final do século(...)”, o verbo sublinhado está no tempo:
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O emprego do presente do indicativo no segundo parágrafo
do texto sinaliza que as ações apresentadas tiveram início no
passado e se estendem até o momento atual.
Trecho do conto de Machado de Assis.
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.
A arte do encontro
1------- ENCONTRO – substantivo masculino. 1. Ato de encontrar(-se), de chegar um diante do outro ou uns diante
dos outros. 2. Junção de pessoas ou coisas que se movem em vários sentidos ou se dirigem para o mesmo ponto.
--------Se há algo que o 2020 nos surrupiou sem pedir licença foi o arbítrio do encontro. Lá em março, entendemos
que, para reduzir riscos de contágio durante pandemia, era preciso respeitar as orientações e reduzir ao máximo
5 encontros presenciais. Sem direito a recurso, réplica ou tréplica, nos restou aceitar a decisão e ponto final.
------- Aí veio o mês de abril, maio, junho, julho, e cá estamos, cinco longos meses depois, sob a mesma restrição de
evitar desnecessários encontros presenciais ou aglomerações desnecessárias. [...]
Fato é: de encontros e abraços todos estamos precisados! Mas, porém, contudo, todavia, entretantoE para
acreditar que logo retomaremos essa possibilidade de encontrar quem nos faz bem, por enquanto o foco se
10 concentra nos encontros virtuais. Logicamente, assim como eu exercito minha reflexão a respeito, pergunto a você:
seus atuais encontros têm divertido seu coração?
-------- A gente sabe que encontro bom e verdadeiro é aquele onde se divide muito mais do que tempo e espaço; é o
que nos proporciona a sensação de presença, nos faz sentir acolhidos. E vamos concordar que acolhimento faz um
bem danado em qualquer momento de vida! Será que foi preciso viver um período de limitações para valorizarmos a
15 intensidade de um precioso encontro? Quantas vezes cruzamos com o outro e, imersos na urgência dos dias, sequer
nos permitimos um papo rápido? Talvez tenhamos trocado de maneira desproporcional os amigos reais pelos
virtuais, mas isso é conversa pra outro momento.
Disponível em: https://vidasimples.co/colunistas/a-arte-do-encontro/. Acesso em: 18 set. 2020. Adaptado.
Sobre a organização sintática do texto, assinale a alternativa CORRETA.
TEXTO 01
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 01 a 04.
TEXTO 1
Olimpíadas: Brasil tem 310 atletas classificados para Tóquio
Número supera os 277 de Pequim 2008, maior delegação brasileira numa edição olímpica fora de casa. Recorde absoluto segue o time da Rio 2016, com 465 atletas
Por Redação do GE - São Paulo
21/08/2019 13h27 - Atualizado em 06/07/2021
O Brasil já passou das 300 vagas confirmadas para as Olimpíadas de Tóquio. Após dúvidas geradas pelo adiamento, o Comitê Olímpico Internacional (COI) informou que os atletas que já tinham assegurado vaga para o megaevento vão estar automaticamente classificados para a nova data dos Jogos, em 2021. Os Jogos estavam inicialmente marcados para acontecer entre os dias 24 de julho e 9 de agosto de 2020, mas em função da situação de contágio do coronavírus, foi remarcado para entre 23 de julho e 8 de agosto deste ano.
O número será próximo do contingente enviado para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Para aquela edição, a COB mandou 259 competidores. Nos Jogos do Rio, a delegação teve 462 atletas inscritos, mas o número foi inflado pelo fato de o Brasil ser o país-sede.
Fonte:
https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/veja-os-brasileiros-que-ja-estao-classificados-para-a-olimpiada-de-toquio-2020.ghtml
Com base no último período do texto, analise os comentários gramaticais apresentados em cada alternativa e assinale o que está INCORRETO.
"Nos Jogos do Rio, a delegação teve 462 atletas inscritos, mas o número foi inflado pelo fato de o Brasil ser o país-sede."
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.
Uma borboleta bate asas na China...
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...e a situação fica como a teoria do caos gosta: imprevisível
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Estaria um inimigo invisível e incontrolável perto de retirar o “mandato do céu” de Xi Jinping? Nas entranhas da web, apesar de todos os mecanismos de censura, isso já não é um tabu. O mandato celestial é o milenar conjunto de crenças e tradições filosóficas que sustentava a legitimidade do imperador. Tipo uma pesquisa de opinião: o governante justo podia perder a proteção divina se pisasse na bola. E lá se ia junto o trono do dragão.
O efeito coronavírus, como o bater das asas da borboleta que provoca um tufão do outro lado do mundo, segundo a teoria do caos, está derrubando muitas ideias preconcebidas. Uma das mais arraigadas é que o infinito mar humano da maior população mundial aceita passivamente tudo o que emana de uma liderança que parece inabalável, contanto que o contrato social de melhoria coletiva do padrão de vida seja mantido. Para a eventualidade de não aceitar, a “ditadura perfeita” tem o maior arsenal de controle social de todos os tempos. Inteligência artificial, reconhecimento facial, comando total sobre os megadados. Nos casos específicos, os drones que sobrevoam casas de confinados pela epidemia e avisam que não podem sair, precisam usar máscaras e respeitar as regras. Falhando tudo isso, aparecem policiais que dão umas varadas nos recalcitrantes.
As cenas que rodam a internet são extraordinariamente parecidas, exceto pelos recursos da alta tecnologia, com as da Campanha contra as Quatro Pragas. O imperador era Mao Tsé-tung, a China de 1958 era um desastre de saúde pública e os objetivos eram elevados: eliminar as pragas que espalhavam doenças infecciosas ou comiam os grãos de arroz que mal davam para encher uma pequena tigela, alimentação-padrão da grande maioria na época. O resultado foi orgulhosamente contabilizado: eliminaram-se 1 bilhão de pardais, 1,5 bilhão de ratos, 100 milhões de quilos de moscas e 11 milhões de quilos de pernilongos. Os pardais morriam por exaustão, obrigados a voar, sem parar, por massas incansáveis que batiam panelas e agitavam varas de bambu. Deu em desastre. Outros insetos proliferaram, sem seus predadores naturais. Combinada com o Grande Salto Adiante, o tosco e alucinante plano de coletivização e industrialização do campo, a Campanha contra as Quatro Pragas provocou fome em escala inimaginável. Agricultores eram obrigados, sob tortura, a trabalhar até a morte. Se demorassem, eram enterrados vivos.
A China de hoje é paradisiaca comparada a esse passado nem tão distante. Xi Jinping comanda a arrancada para o posto de superpotência dominante e faz tudo para parecer um “bom imperador”. A demora em reconhecer a gravidade da epidemia já está sendo punida no nível regional. Ele tem a situação sob controle, talvez sua palavra predileta? Impossível responder. A peste negra, que consumiu um terço da população da Europa no século XIV, começou na China, onde são endêmicos os ratos e outros roedores portadores da pulga que transmite a bactéria Yersinia pestis. A epidemia pode ter devorado quase metade da população de 120 milhões de chineses da época, precipitando a queda da dinastia Yuan, fruto do domínio mongol na China. Uma bactéria que derruba impérios é uma metáfora perfeita para a teoria do caos. Quem melhor do que Xi Jinping, o imperador que aposta tudo na estabilidade, para saber disso?
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(GRYZINSKI, Vilma. Revista Veja. 19.02.2020. p.75)
Sobre o primeiro parágrafo do texto, é inadequado afirmar:
No mínimo, as tecnologias deveriam ser desenvolvidas para atender às necessidades de todas as pessoas, sem distinção alguma. No entanto, o Grupo de Pesquisa em Acessibilidade Digital, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, concluiu que, apesar do escasso número de avaliações dos usuários com deficiência visual ou condições oculares – fotofobia, daltonismo, baixa visão – em aplicativos, os feedbacks são suficientes para revelar falhas graves nas usabilidades dos aplicativos. Geralmente, as avaliações são utilizadas para aprimorar o refino das interfaces, ou para que os desenvolvedores projetem um novo software.
“As avaliações não são suficientes numericamente. Imagina só, você tem um aplicativo com um bilhão de downloads. Mas, só há 300 pessoas questionando sobre acessibilidade. Por mais que deem feedbacks, as empresas responsáveis por essas tecnologias não priorizarão adotar novas posturas”, explica Marcelo Eler, coordenador da pesquisa e professor da EACH. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 36 milhões de pessoas no mundo são cegas e outras 217 milhões têm baixa visão. No Brasil, a ausência de dados atualizados por meio do Censo prejudica estimar atualmente dados mais precisos.
O estudo é resultado das pesquisas de doutorado de Alberto de Oliveira e Paulo dos Santos, do Programa de Pós- - Graduação em Sistemas de Informação (PPgSI) da EACH, sob a orientação de Marcelo. Além disso, a pesquisa teve a colaboração de Wilson Júnior e Danilo Eler, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e Wajdi Aljedaani, da Universidade do Norte do Texas (UNT), nos Estados Unidos. Eles observam que é “preciso que o mecanismo de avaliações seja explorado para deixar evidente às empresas que os problemas de usabilidade existem, importam e têm consequências sérias” [...].
“Para as pessoas sem deficiência, alguns comentários avaliando positivamente, solicitando melhorias, ou expondo alguma reclamação, podem parecer um detalhe ou uma frescura. E não é! A ausência de interfaces acessíveis impede as pessoas de serem autônomas, pois precisarão de alguém para auxiliá-las, como, por exemplo, num pedido de entrega de alimentos”, explica Marcelo ao mencionar a necessidade de evidências empíricas para romper com esses preconceitos ou atitudes capacitistas, ou seja, discriminação às pessoas com alguma deficiência.
Texto: Danilo Queiroz
(Disponível em: https://jornal.usp.br/diversidade. Adaptado.)
Deixar o celular de lado pode lhe render alguns anos de vida
Por Catherine Price
(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br – texto adaptado especialmente para esta prova).
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 10, leia a crônica abaixo.
1. Um jornal é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, senão a todos, pelo menos a um certo número de pessoas. Mas o que me brota espontaneamente da máquina, hoje, não interessa a ninguém, salvo a mim mesmo. O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de coluna. Trata-se de um gato.
2. Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita. Há tempos, contei de Inácio e de sua convivência. Inácio estava na graça do crescimento, e suas atitudes faziam descobrir um encanto novo no encanto imemorial dos gatos. Mas Inácio desapareceu − e sua falta é mais importante para mim do que as reformas do ministério.
3. Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça tão esquiva quanto a outra.
4. O fato sociológico ou econômico me escapa. Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa. Concentro-me em Inácio, em seu destino não sabido.
5. Eram duas da madrugada quando o pintor Reis Júnior, que passeia a essa hora com o seu cachimbo e o seu cão, me bateu à porta, noticioso. Em suas andanças, vira um gato cor de ouro como Inácio − cor incomum em gatos comuns − e se dispunha a ajudarme na captura. Lá fomos sob o vento da praia, em seu encalço. E no lugar indicado, pequeno jardim fronteiro a um edifício, estava o gato. A luz não dava para identificá-lo, e ele se recusou à intimidade. Chamados afetuosos não o comoveram; tentativas de aproximação se frustraram. Ele fugia sempre, para voltar se nos via distantes. Amava.
6. Seria iníquo apartá-lo do alvo de sua obstinada contemplação, a poucos metros. Desistimos. Se for Inácio, pensei, dentro de um ou dois dias estará de volta. Não voltou.
7. Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, sim, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.
8. Depois que sumiu Inácio, esses pedaços da casa se desvalorizaram. Falta-lhes a nota grave e macia de Inácio. É extraordinário como o gato “funciona” em uma casa: em silêncio, indiferente, mas adesivo e cheio de personalidade. Se se agravar a mediocridade destas crônicas, os senhores estão avisados: é falta de Inácio. Se tinham alguma coisa aproveitável era a presença de Inácio a meu lado, sua crítica muda, através dos olhos de topázio que longamente me fitavam, aprovando algum trecho feliz, ou através do sono profundo, que antecipava a reação provável dos leitores.
9. Poderia botar anúncio no jornal. Para quê? Ninguém está pensando em achar gatos. Se Inácio estiver vivo e não sequestrado, voltará sem explicações. É próprio do gato sair sem pedir licença, voltar sem dar satisfação. Se o roubaram, é homenagem a seu charme pessoal, misto de circunspeção e leveza; tratem-no bem, nesse caso, para justificar o roubo, e ainda porque maltratar animais é uma forma de desonestidade. Finalmente, se tiver de voltar, gostaria que o fizesse por conta própria, com suas patas; com a altivez, a serenidade e a elegância dos gatos.
(ANDRADE, Carlos Drummond. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020)
O verbo em negrito deve sua flexão ao termo sublinhado em:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 21 a 30.
Frio aumenta casos de infarto, alerta cardiologista
Depois de muitos estranharem os dias tão quentes já no outono, parece que o clima resolveu mudar de vez e uma onda intensa de frio atingiu várias partes do país. Com temperaturas de apenas um dígito e sensação térmica ainda menor, o tempo gelado costuma exigir mais precauções com a saúde.
Além dos cuidados com as doenças respiratórias, outro alerta tem chamado atenção: a maior incidência de infartos durante o frio - doença que lidera a causa de óbitos entre os brasileiros. Logo, não há tempo a perder. É fundamental entender como os poucos graus afetam a saúde do coração e aprender a se prevenir desses eventos.
"A condição se dá porque as temperaturas mais baixas exigem que o organismo regule sua atividade metabólica para produzir mais calor, aumentando a atividade corpórea, enquanto o frio força o espasmo das artérias coronárias, que se contraem. Com maior esforço, o coração pode sofrer com arritmias, passar por uma insuficiência cardíaca e até apresentar um infarto", alerta a cardiologista Priscilla Gianotto Tosello.
Embora todas as pessoas devam fazer check-ups anualmente para observar como anda a saúde do coração e manter hábitos saudáveis e preventivos, a atenção precisa ser redobrada com quem já integra o grupo de risco, visto que são pacientes predispostos a sofrer eventos cardiológicos, ou seja, com maior chance.
"Quem é tabagista, hipertenso, diabético, sedentário, está com sobrepeso ou obesidade, ou apresenta doenças cardíacas deve ficar mais atento a sinais de cansaço, dores e formigamento nos braços, dores no peito, tonturas, náuseas, suor intenso e mal-estar. A qualquer sintoma, é essencial buscar ajuda médica", explica a especialista.
Pensando na importância de cultivar os hábitos certos durante as baixas temperaturas, Priscilla elencou algumas dicas importantes, que devem ser colocadas em prática nos dias gelados para preservar a saúde.
(Disponível em: Frio aumenta casos de infarto, alerta cardiologista (msn.com). Adaptado.)
'Embora todas as pessoas devam fazer check-ups anualmente para observar como anda a saúde do coração.'
O verbo 'devam' encontra-se conjugado no:
As questões de 01 a 10 dizem respeito ao Texto. Leia-o atentamente antes de respondê-las.
(Texto)
Cultivo de azeitonas para produção de azeite cresce no Brasil
1 O cultivo de azeitonas para a produção de azeite está
crescendo no Brasil. Em Minas Gerais, mesmo em
áreas pequenas, os agricultores estão investindo em
tecnologia para garantir mais qualidade. E alguns têm
5 ganhado até prêmios em concursos internacionais. O
município de Maria da Fé (MG) é pioneiro na produção
de azeitonas no Sudeste do país. As primeiras mudas
chegaram no município através de imigrantes
portugueses em 1935. Hoje, a região tem quase 200
10 produtores que, este ano, esperam produzir 100 mil
litros de azeite, o que corresponde a um terço da
produção do país. A maior parte vem da região Sul.
Apesar disso, a Serra da Mantiqueira tem se destacado
pelo turismo gastronômico. O consumidor que quer
15 provar um bom azeite tem ido até a região degustar a
iguaria. O clima da Mantiqueira também é ideal para as
oliveiras. Por ser uma árvore frutífera de clima
temperado, elas precisam do frio para ter uma indução
floral e produzir frutos. Cada oliveira produz, em média,
20 20 quilos de azeitonas. A colheita é feita uma vez por
ano entre final de janeiro e início de abril. E pode ser
manual e mecanizada. O transporte para O
beneficiamento é feito no mesmo, pois a rapidez no
processo de extração é um dos fatores que garantem a
25 qualidade do azeite. Além disso, para ser considerado
extravirgem, o processo de extração do azeite precisa
ser 100% físico, ou seja, sem uso de nenhum produto
químico, com controle de temperatura, e o produto final
ter baixa acidez.
(Fonte adaptada: https//ww.g1.com>Acesso em 30 de Junho de 2022)
Analise o período a seguir retirado do Texto:
-
“As primeiras mudas chegaram no município através de imigrantes portugueses em 1935.” (linhas 7 a 9).
-
O verbo destacado está conjugado no:
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 10, leia a crônica abaixo.
-
1.----------Um jornal é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, senão a todos, pelo menos a um certo número de pessoas. Mas o que me brota espontaneamente da máquina, hoje, não interessa a ninguém, salvo a mim mesmo. O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de coluna. Trata-se de um gato.
2.----------Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita. Há tempos, contei de Inácio e de sua convivência. Inácio estava na graça do crescimento, e suas atitudes faziam descobrir um encanto novo no encanto imemorial dos gatos. Mas Inácio desapareceu − e sua falta é mais importante para mim do que as reformas do ministério.
3.----------Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça tão esquiva quanto a outra.
4.----------O fato sociológico ou econômico me escapa. Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa. Concentro-me em Inácio, em seu destino não sabido.
5.----------Eram duas da madrugada quando o pintor Reis Júnior, que passeia a essa hora com o seu cachimbo e o seu cão, me bateu à porta, noticioso. Em suas andanças, vira um gato cor de ouro como Inácio − cor incomum em gatos comuns − e se dispunha a ajudar-me na captura. Lá fomos sob o vento da praia, em seu encalço. E no lugar indicado, pequeno jardim fronteiro a um edifício, estava o gato. A luz não dava para identificá-lo, e ele se recusou à intimidade. Chamados afetuosos não o comoveram; tentativas de aproximação se frustraram. Ele fugia sempre, para voltar se nos via distantes. Amava.
6.----------Seria iníquo apartá-lo do alvo de sua obstinada contemplação, a poucos metros. Desistimos. Se for Inácio, pensei, dentro de um ou dois dias estará de volta. Não voltou.
7.----------Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, sim, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.
8.----------Depois que sumiu Inácio, esses pedaços da casa se desvalorizaram. Falta-lhes a nota grave e macia de Inácio. É extraordinário como o gato “funciona” em uma casa: em silêncio, indiferente, mas adesivo e cheio de personalidade. Se se agravar a mediocridade destas crônicas, os senhores estão avisados: é falta de Inácio. Se tinham alguma coisa aproveitável era a presença de Inácio a meu lado, sua crítica muda, através dos olhos de topázio que longamente me fitavam, aprovando algum trecho feliz, ou através do sono profundo, que antecipava a reação provável dos leitores.
9.----------Poderia botar anúncio no jornal. Para quê? Ninguém está pensando em achar gatos. Se Inácio estiver vivo e não sequestrado, voltará sem explicações. É próprio do gato sair sem pedir licença, voltar sem dar satisfação. Se o roubaram, é homenagem a seu charme pessoal, misto de circunspeção e leveza; tratem-no bem, nesse caso, para justificar o roubo, e ainda porque maltratar animais é uma forma de desonestidade. Finalmente, se tiver de voltar, gostaria que o fizesse por conta própria, com suas patas; com a altivez, a serenidade e a elegância dos gatos.
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(ANDRADE, Carlos Drummond. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020)
O cronista relata uma série de eventos ocorridos no passado. Um evento anterior a esse tempo passado está indicado pela forma verbal sublinhada em: