Questões de Concurso Sobre formação das palavras: composição, derivação, hibridismo, onomatopeia e abreviação em português

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Q3248500 Português
Atenção: use o texto a seguir para responder a próxima questão.

Texto 2

Economizar água

Apesar de parecer muita, devido ao aumento excessivo da população mundial e à poluição que o homem produz, diariamente, a água potável do mundo está cada vez mais escassa. E a falta de água para consumo, principalmente em regiões mais pobres, populosas e áridas do mundo, já é uma realidade preocupante. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é um país de sorte e vai contra essa tendência mundial.
ONU é a forma abreviada de Organização das Nações Unidas. Assinale a abreviatura a seguir que não segue o mesmo critério de abreviação.
Alternativas
Q3248094 Português
“É sublime o cantar dos pássaros.” Na palavra grifada ocorre o processo denominado:
Alternativas
Q3234851 Português

USP usa técnica da ovelha Dolly para fazer transplante de porcos em humanos


Esperança é de que, no futuro, abordagem diminua tempo de espera por um novo órgão.



Reinaldo José Lopes



SÃO CARLOS (SP)


    Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) acabam de inaugurar um laboratório que, com alguma sorte, poderá viabilizar a prática dos xenotransplantes (transplantes de órgãos de animais para seres humanos) no Brasil.


    Médicos, geneticistas e veterinários, entre outros especialistas, usarão o espaço para abrigar porcas grávidas de filhotes geneticamente modificados. As alterações no DNA dos suínos servem para minimizar o risco de rejeição quando seus órgãos forem transferidos para pessoas que precisam de um transplante.


    Os primeiros testes bem-sucedidos já aparecem nos últimos anos em pacientes dos EUA, e a esperança é que, no futuro, a abordagem encurte o tempo de espera por um novo órgão, talvez dispensando, em alguns casos, a necessidade de um doador humano. Antes que isso se torne realidade, porém, é preciso vencer uma gama considerável de desafios técnicos, a começar pela reprodução dos próprios suínos.


    No papel, a abordagem parece simples. O material genético no núcleo de células fetais de porcos é alterado e, depois, transferido para óvulos suínos cujo DNA foi retirado.


    "Estamos usando a técnica que deu origem à ovelha Dolly", resume Mayana Zatz, geneticista do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco da USP, uma das coordenadoras do projeto Xeno BR.


    O problema é que, mesmo quase 30 anos após o nascimento de Dolly, o primeiro mamífero clonado, produzir cópias genéticas de qualquer animal doméstico ainda é um processo complexo. A clonagem sempre envolve o uso de centenas ou até milhares de óvulos para, se tudo der certo, ocorrer o nascimento de um filhote viável.


    "Sabemos que a eficiência é baixa, mas estamos aprendendo que a qualidade das células a serem editadas geneticamente pode ter um papel importante no sucesso", diz Zatz. A equipe está sendo assessorada por Luiz Mauro Queiroz, brasileiro responsável pela criação dos porcos transgênicos (geneticamente modificados) da empresa eGenesis nos EUA. A equipe americana já realizou seus primeiros transplantes suíno-humanos.


    Também ainda não está totalmente claro quantas modificações no DNA são necessárias para que os órgãos de porcos sejam substitutos aceitáveis daqueles doados por pessoas. [...]


    "Alguns grupos acreditam que seja suficiente silenciar três genes [grosso modo, regiões funcionais do DNA] dos porcos, o que tem sido a nossa proposta. Outros defendem que um só gene poderia ser suficiente ou que seja necessário introduzir genes humanos", diz a geneticista. "Somente com o seguimento dos pacientes a longo prazo será possível responder essa pergunta."


O cirurgião Silvano Raia, da Faculdade de Medicina da USP, coordena o trabalho ao lado de Zatz e diz que o objetivo inicial do trabalho é viabilizar um xenotransplante de rim, como já aconteceu nos EUA.


    "Na hipótese de insucesso, podemos retirar o xenoenxerto não funcionante e fazer com que o paciente volte a fazer hemodiálise até que esteja em condições de receber um alotransplante [de um doador humano], para o qual terá uma prioridade que não tinha antes do xenotransplante", explica Raia.


    Esse primeiro candidato a receptor precisará ter condições clínicas para receber o órgão do suíno geneticamente modificado e, ao mesmo tempo, não ter prioridade na lista de espera por um órgão humano. "Os xenotransplantes já realizados de coração e rim seguiram essa conduta."


    De acordo com Raia, ainda é cedo para dizer se o avanço da técnica vai acabar equiparando os xenotransplantes, em termos de sucesso e riscos, aos feitos hoje com as técnicas convencionais, embora essa possibilidade exista.


    Ao menos por ora, os pacientes que receberem os órgãos suínos deverão ter de enfrentar um esquema imunossupressor mais potente e constante. Ou seja, eles farão um uso mais intenso de medicamentos que controlam o sistema de defesa de seu organismo, para que ele não rejeite o transplante como um corpo estranho.


    "Em consequência disso, a possiblidade de esse paciente se contaminar será maior, sem dúvida. Ele terá de seguir recomendações que evitem ao máximo o contato com fontes de infecção", observa o médico.


    Raia lembra ainda que pesquisas feitas anteriormente no Brasil com candidatos na fila por rim ou fígado que já tinham recebido novos órgãos mostram que 91% aceitariam um xenotransplante suíno caso fosse necessário, taxa superior à de países como a China (75%) e Turquia (43%).


Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2024/05/usp-se-prepara-para-fazer-transplantes-de-orgaos-de-porcos-para-humanos.shtml>. Acesso em: 03 mai. 2024.

No tocante à maneira como o processo de formação das palavras funciona no texto, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q3233618 Português
Viva o Povo Brasileiro


      Eu nasci em Garanhuns. Quando criança, tinha uma boneca de louça francesa, mas ela era muito frágil e eu preferia brincar com as bruxas de pano: esse foi meu primeiro contato com o artesanato do meu povo.
        Para se compreender a obra de arte é preciso primeiro vivenciá-la e, depois, permitir-se a necessária distância crítica. Vivi em meio aos objetos da criatividade popular; sonhava em trocar a ______ (muringa/moringa) por uma geladeira. Mas o tempo foi me mostrando a beleza da sua forma singela e, através da elaboração intelectual deixei de ser apenas consumidora para transformar-me em observadora cultural, não apenas catalogando o universo popular mas buscando, também, valorizar e respeitar os criadores coerentes com o seu mundo e o seu cotidiano.
       O que define o artista é a capacidade de atrelar seu capital cultural ao seu universo social. Os artistas populares são aqueles que ______ (tem / têm) a necessidade de criar e abrir novos caminhos à produção artesanal mais comprometida com as tradições, condição que acaba por definir seu principal caráter. Por isso, se não devemos interferir na produção do artista, podemos definir alguns pontos de ação e de orientação na produção artesanal, visando, inclusive, preservar ______ (a/à) sua qualidade e colaborando na formação de um público consumidor mais sensível, disposto a compreender toda a complexa engrenagem sociocultural que qualquer obra artesanal carrega. (Este texto foi adaptado especificamente para este concurso.


O texto original é de Costa, Janete F. in Arte Popular, Mostra do Redescobrimento – Brasil 500 é Mais – Fundação Bienal de São Paulo, Ano 2000, p.172)
Descrição: A palavra, composta por seis sílabas, ______ é um adjetivo de dois gêneros, formado por justaposição. Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
Alternativas
Q3231736 Português

Leia a reportagem a seguir para responder à questão. 


TDAH: O QUE O TIKTOK NÃO CONTA 


Por Rafael Battaglia

Atualizado em 19 ago 2024, 09h38 - Publicado em 16 ago 2024, 10h00 



O TDAH atinge 5,3% das crianças e adolescentes em todo o mundo, e 2,5% da população adulta. A condição está presente há décadas nos principais manuais de transtornos mentais – mas nunca se falou tanto sobre ela como nos últimos anos.

Nos EUA, vídeos com a hashtag “#adhd” (sigla em inglês do transtorno) somaram 35 bilhões de visualizações nos últimos três anos no TikTok. A plataforma virou palco para milhares de pessoas com TDAH, que compartilharam ali suas experiências de vida e as técnicas que desenvolveram para vencer as dificuldades impostas pelo transtorno na escola, no trabalho e dentro de casa.

O lado positivo, é claro, é o aumento da conscientização – o que tem levado a mais diagnósticos.

Mas a ascensão do TDHA no TikTok e em outras redes tem um lado indigesto: não faltam vídeos que prometem um diagnóstico em poucos minutos, supostas curas ou que apresentam testes sem validade científica. Em 2022, uma pesquisa canadense analisou os 100 vídeos mais populares sobre o transtorno na plataforma e concluiu que metade continha informações falsas. 

Por que esses conteúdos viralizam? Porque é fácil se identificar com as situações e os sintomas descritos. Afinal, quem nunca esqueceu a carteira em casa, perdeu o foco graças ao Instagram ou procrastinou até o último dia para entregar um relatório no trabalho?

Episódios pontuais, porém, não bastam. O TDAH é uma condição séria que se não tratada da maneira adequada pode trazer uma série de problemas. Indivíduos com o transtorno sofrem mais acidentes, demissões no trabalho e reprovações na escola. Também se divorciam mais e são mais propensos a desenvolver ansiedade e depressão. Dentre as pessoas com TDAH, há maior incidência de abuso de álcool e drogas, obesidade e suicídio.

No final dos anos 1980, o DDA [déficit de atenção] foi rebatizado para o nome que usamos hoje, “Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade”. E, em 2000, o manual [DSM – Manual de Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais] definiu que o TDAH poderia se manifestar de três formas possíveis: predominantemente desatenta, predominantemente hiperativa e impulsiva ou de maneira combinada. Essa é a classificação usada pelos profissionais da saúde atuais.

Não faltam ferramentas para controlar o TDAH, e o esforço para que elas cheguem a mais pessoas precisa ser constante. De preferência, sem informações falsas. Viver com o transtorno é um quebra-cabeça complexo. Mas as peças não precisam ficar ainda mais misturadas. 


BATTAGLIA, Rafael. TDAH: o que o TikTok não conta. Revista Superinteressante [on-line], 19 ago. 2024. Disponível em: https://super.abril.com.br/saude/tdah-o- que-o-tiktok-nao-conta/. Acesso em: 31 ago. 2024. Adaptado.

Com relação aos processos de formação de palavras, é CORRETO afirmar que: 
Alternativas
Q3229240 Português
Referindo-se à estrutura e formação das palavras, assinale (V) verdadeiro ou (F) falso e marque a alternativa devida.

( ) Exemplo de derivação parassintética ou parassíntese: desalmado.
( ) Exemplo de derivação sufixal ou sufixação: incapaz.
( ) Exemplo de derivação prefixal ou prefixação: papelaria.
( ) Exemplo de derivação regressiva: comprar (verbo), compra(substantivo).
( ) Exemplo de derivação imprópria: O olhar de Aurora era fascinante.
Alternativas
Q3227158 Português
A MULHER DO VIZINHO
Fernando Sabino


        Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
        O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
        O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo à ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer- lhe o seguinte:

O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.

        Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:

        — Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?
        O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
 
        — Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
        Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:

— Da ativa, minha senhora?

    E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:

— Da ativa, Motinha! Sai dessa…


Disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/
Assinale qual das palavras abaixo é formada por derivação parassintética.
Alternativas
Q3225271 Português
Considerando que o substantivo “vale-presente” faz o plural “vales-presente/vales-presentes ”, o termo destacado que faz o plural da mesma forma é:
Alternativas
Q3204277 Português
A única alternativa que contém TODAS as palavras formadas pelo processo de parassíntese é:
Alternativas
Q3203829 Português

O artigo a seguir serve de base para a questão:


USP usa técnica da ovelha Dolly para fazer transplante de porcos em humanos


Esperança é de que, no futuro, abordagem diminua tempo de espera por um novo órgão.


Reinaldo José Lopes


SÃO CARLOS (SP)


    Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) acabam de inaugurar um laboratório que, com alguma sorte, poderá viabilizar a prática dos xenotransplantes (transplantes de órgãos de animais para seres humanos) no Brasil.

    Médicos, geneticistas e veterinários, entre outros especialistas, usarão o espaço para abrigar porcas grávidas de filhotes geneticamente modificados. As alterações no DNA dos suínos servem para minimizar o risco de rejeição quando seus órgãos forem transferidos para pessoas que precisam de um transplante.

    Os primeiros testes bem-sucedidos já aparecem nos últimos anos em pacientes dos EUA, e a esperança é que, no futuro, a abordagem encurte o tempo de espera por um novo órgão, talvez dispensando, em alguns casos, a necessidade de um doador humano. Antes que isso se torne realidade, porém, é preciso vencer uma gama considerável de desafios técnicos, a começar pela reprodução dos próprios suínos.

    No papel, a abordagem parece simples. O material genético no núcleo de células fetais de porcos é alterado e, depois, transferido para óvulos suínos cujo DNA foi retirado.

    "Estamos usando a técnica que deu origem à ovelha Dolly", resume Mayana Zatz, geneticista do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco da USP, uma das coordenadoras do projeto Xeno BR.

    O problema é que, mesmo quase 30 anos após o nascimento de Dolly, o primeiro mamífero clonado, produzir cópias genéticas de qualquer animal doméstico ainda é um processo complexo. A clonagem sempre envolve o uso de centenas ou até milhares de óvulos para, se tudo der certo, ocorrer o nascimento de um filhote viável.

    "Sabemos que a eficiência é baixa, mas estamos aprendendo que a qualidade das células a serem editadas geneticamente pode ter um papel importante no sucesso", diz Zatz. A equipe está sendo assessorada por Luiz Mauro Queiroz, brasileiro responsável pela criação dos porcos transgênicos (geneticamente modificados) da empresa eGenesis nos EUA. A equipe americana já realizou seus primeiros transplantes suíno-humanos.

    Também ainda não está totalmente claro quantas modificações no DNA são necessárias para que os órgãos de porcos sejam substitutos aceitáveis daqueles doados por pessoas.

[...]

    "Alguns grupos acreditam que seja suficiente silenciar três genes [grosso modo, regiões funcionais do DNA] dos porcos, o que tem sido a nossa proposta. Outros defendem que um só gene poderia ser suficiente ou que seja necessário introduzir genes humanos", diz a geneticista. "Somente com o seguimento dos pacientes a longo prazo será possível responder essa pergunta."

    O cirurgião Silvano Raia, da Faculdade de Medicina da USP, coordena o trabalho ao lado de Zatz e diz que o objetivo inicial do trabalho é viabilizar um xenotransplante de rim, como já aconteceu nos EUA.

    "Na hipótese de insucesso, podemos retirar o xenoenxerto não funcionante e fazer com que o paciente volte a fazer hemodiálise até que esteja em condições de receber um alotransplante [de um doador humano], para o qual terá uma prioridade que não tinha antes do xenotransplante", explica Raia.

    Esse primeiro candidato a receptor precisará ter condições clínicas para receber o órgão do suíno geneticamente modificado e, ao mesmo tempo, não ter prioridade na lista de espera por um órgão humano. "Os xenotransplantes já realizados de coração e rim seguiram essa conduta."

    De acordo com Raia, ainda é cedo para dizer se o avanço da técnica vai acabar equiparando os xenotransplantes, em termos de sucesso e riscos, aos feitos hoje com as técnicas convencionais, embora essa possibilidade exista.

    Ao menos por ora, os pacientes que receberem os órgãos suínos deverão ter de enfrentar um esquema imunossupressor mais potente e constante. Ou seja, eles farão um uso mais intenso de medicamentos que controlam o sistema de defesa de seu organismo, para que ele não rejeite o transplante como um corpo estranho.

    "Em consequência disso, a possiblidade de esse paciente se contaminar será maior, sem dúvida. Ele terá de seguir recomendações que evitem ao máximo o contato com fontes de infecção", observa o médico.

    Raia lembra ainda que pesquisas feitas anteriormente no Brasil com candidatos na fila por rim ou fígado que já tinham recebido novos órgãos mostram que 91% aceitariam um xenotransplante suíno caso fosse necessário, taxa superior à de países como a China (75%) e Turquia (43%).


Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2024/05/usp-se-prepara-para-fazer-transplantes-de-orgaos-de-porcos-para-humanos.shtml>.

Acesso em: 03 mai. 2024.

No tocante à maneira como o processo de formação das palavras funciona no texto, é CORRETO afirmar que: 

Alternativas
Q3202396 Português

Leia o Texto 1 para responder a questão.


 Texto 1


Do abandono


Dormiram juntos. Fizeram refeições juntos. Sentaram num banco público e falaram do laboratório que era defendido pelo irmão dele como um dos melhores do país. Falaram por telefone e escreveram cartas. Viajaram de carro e ele comprou água para ela. Deram algumas risadas e ela até chorou. Até o dia em que ele decidiu sozinhar. Ela não entendeu e insistiu muito. Depois, do último andar, lançou tudo que era dele pela janela, começando pelo computador. Deve ter acreditado que era culpa dele. O telefone tocou e ele foi informado pelo porteiro: ela jogou tudo e está atrapalhando a entrada dos outros moradores. Calmamente, como o pai dele costuma agir, pegou um por um dos lançamentos feitos por ela e retirou-se


CARVALHO, C. Saída para lugar nenhum. Goiânia: Ed. Martelo, 2024, p. 105.

No trecho “Até o dia em que ele decidiu sozinhar”, o verbo sozinhar exibe o processo de formação de palavras denominado de
Alternativas
Q3200661 Português

Escorrendo


Aos 5 anos de idade o mundo é esmagadoramente mais forte do que a gente. (Aos 30 também, mas aprendemos umas manhas que, se não anulam a desproporção, ao menos disfarçam nossa pequenez.)

A ignorância não é uma bênção, é uma condenação: compreender a origem dos nossos incômodos faz uma grande diferença. Mas como, com tão poucas palavras ao nosso dispor? Palavras são ferramentas que usamos para desmontar o mundo e remontá-lo dentro da nossa cabeça. Sem as ferramentas precisas, ficamos a espanar parafusos com pontas de facas, a destruir porcas com alicates.

Com 2 anos, meu nariz escorria sem parar na sala de aula. Eu não sabia assoar, nem sequer sabia que existia isto: assoar. Apenas enxugava o que descia na manga do uniforme, conformado, até ficar com o nariz assado.

Lembro-me bem da sensação da meia sendo comida pela galocha enquanto eu andava. A cada passo, ela ia se engorovinhando mais e mais na frente do pé, faltando no calcanhar, e eu aceitava o infortúnio como se fosse uma praga rogada pelos deuses, uma sina. Não passava pela minha cabeça trocar de meia, desistir da galocha, pedir ajuda aos adultos: a vida era assim, não havia o que fazer.

Numas férias, meu pai apareceu antes do combinado para pegar minha irmã e eu na casa dos meus avós. Durante 400 quilômetros, falou que existiam pessoas boas e pessoas más, que aconteciam coisas que a gente não conseguia entender, que mesmo as pessoas más podiam fazer coisas boas e as pessoas boas, coisas más. Já quase chegando a São Paulo, contou que nosso vizinho, de 6 anos, tinha levado um tiro. Naquela noite, enquanto as crianças da rua brincavam – mais quietas do que o habitual, sob um véu inominável –, um dos garotos disse: “Bem feito! Ele é muito chato”.

Hoje, penso que pode ter sido sua maneira de lidar com uma realidade esmagadoramente mais forte do que ele. Meu vizinho, felizmente, sobreviveu. Nossa ingenuidade é que não: ficou ali, estirada entre amendoeiras e paralelepípedos, sendo iluminada pela lâmpada intermitente de mercúrio, depois que todas as crianças voltaram para suas casas.



Fonte: Crônica de Antônio Prata. Escorrendo. Disponível em: https://novaescola.org.br/arquivo/vem-que-eu-teconto/pdf/escorrendo.pdf



Observando-se o vocábulo “pequenez”, constata-se que é formado por acréscimo do “-ez” à palavra pequeno. A opção em que não se enquadra nesse modelo de formação, sendo escrito com S, e não com Z, é:
Alternativas
Q3200660 Português

Escorrendo


Aos 5 anos de idade o mundo é esmagadoramente mais forte do que a gente. (Aos 30 também, mas aprendemos umas manhas que, se não anulam a desproporção, ao menos disfarçam nossa pequenez.)

A ignorância não é uma bênção, é uma condenação: compreender a origem dos nossos incômodos faz uma grande diferença. Mas como, com tão poucas palavras ao nosso dispor? Palavras são ferramentas que usamos para desmontar o mundo e remontá-lo dentro da nossa cabeça. Sem as ferramentas precisas, ficamos a espanar parafusos com pontas de facas, a destruir porcas com alicates.

Com 2 anos, meu nariz escorria sem parar na sala de aula. Eu não sabia assoar, nem sequer sabia que existia isto: assoar. Apenas enxugava o que descia na manga do uniforme, conformado, até ficar com o nariz assado.

Lembro-me bem da sensação da meia sendo comida pela galocha enquanto eu andava. A cada passo, ela ia se engorovinhando mais e mais na frente do pé, faltando no calcanhar, e eu aceitava o infortúnio como se fosse uma praga rogada pelos deuses, uma sina. Não passava pela minha cabeça trocar de meia, desistir da galocha, pedir ajuda aos adultos: a vida era assim, não havia o que fazer.

Numas férias, meu pai apareceu antes do combinado para pegar minha irmã e eu na casa dos meus avós. Durante 400 quilômetros, falou que existiam pessoas boas e pessoas más, que aconteciam coisas que a gente não conseguia entender, que mesmo as pessoas más podiam fazer coisas boas e as pessoas boas, coisas más. Já quase chegando a São Paulo, contou que nosso vizinho, de 6 anos, tinha levado um tiro. Naquela noite, enquanto as crianças da rua brincavam – mais quietas do que o habitual, sob um véu inominável –, um dos garotos disse: “Bem feito! Ele é muito chato”.

Hoje, penso que pode ter sido sua maneira de lidar com uma realidade esmagadoramente mais forte do que ele. Meu vizinho, felizmente, sobreviveu. Nossa ingenuidade é que não: ficou ali, estirada entre amendoeiras e paralelepípedos, sendo iluminada pela lâmpada intermitente de mercúrio, depois que todas as crianças voltaram para suas casas.



Fonte: Crônica de Antônio Prata. Escorrendo. Disponível em: https://novaescola.org.br/arquivo/vem-que-eu-teconto/pdf/escorrendo.pdf



Assinale a alternativa em que há incorreção quanto ao que se diz sobre a morfologia de palavras do texto.
Alternativas
Q3191926 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão de 1 a 6.


Seu Afredo


    Seu Afredo (ele sempre subtraía o “l” do nome, ao se apresentar com uma ligeira curvatura: “Afredo Paiva, um seu criado...”) tornou-se inesquecível à minha infância porque tratava-se muito mais de um linguista que de um encerador. Como encerador, não ia muito lá das pernas. Lembro-me que, sempre depois de seu trabalho, minha mãe ficava passeando pela sala com uma flanelinha debaixo de cada pé, para melhorar o lustro. Mas, como linguista, cultor do vernáculo e aplicador de sutilezas gramaticais, seu Afredo estava sozinho.

    Tratava-se de um mulato quarentão, ultrarrespeitador, mas em quem a preocupação linguística perturbava às vezes a colocação pronominal. Um dia, numa fila de ônibus, minha mãe ficou ligeiramente ressabiada quando seu Afredo, casualmente de passagem, parou junto a ela e perguntou-lhe à queima-roupa, na segunda do singular:


    – Onde vais assim tão elegante?


    Nós lhe dávamos uma bruta corda. Ele falava horas a fio, no ritmo do trabalho, fazendo os mais deliciosos pedantismos que já me foi dado ouvir. Uma vez, minha mãe, em meio à lide caseira, queixou-se do fatigante ramerrão do trabalho doméstico. Seu Afredo virou-se para ela e disse: –


    Dona Lídia, o que a senhora precisa fazer é ir a um médico e tomar a sua quilometragem. Diz que é muito bão.


    De outra feita, minha tia Graziela, recémchegada de fora, cantarolava ao piano enquanto seu Afredo, acocorado perto dela, esfregava cera no soalho. Seu Afredo nunca tinha visto minha tia mais gorda. Pois bem: chegou-se a ela e perguntou-lhe:


    – Cantas?


    Minha tia, meio surpresa, respondeu com um riso amarelo: –


    É, canto às vezes, de brincadeira…

    Mas, um tanto formalizada, foi queixar-se a minha mãe, que lhe explicou o temperamento do nosso encerador:


    – Não, ele é assim mesmo. Isso não é falta de respeito, não. É excesso de... gramática.


    Conta ela que seu Afredo, mal viu minha tia sair, chegou-se a ela com ar disfarçado e falou:


    – Olhe aqui, dona Lídia, não leve a mal, mas essa menina, sua irmã, se ela pensa que pode cantar no rádio com essa voz, tá redondamente enganada. Nem em programa de calouro! E, a seguir, ponderou:


    – Agora, piano é diferente. Pianista ela é! E acrescentou:


    – Eximinista pianista!


MORAES, V. Seu Afredo. In: Para uma menina com uma flor. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 65-66. 


A respeito da palavra ‘eximinista’, empregada por Seu Afredo – “Eximinista pianista!” –, podese afirmar que: 
Alternativas
Q3191130 Português

Leia o texto a seguir para responder a questão.


Férias do não


    A noção de férias liga-se a figuras de viagem, esporte, aplicações intensivas do corpo; quase nada a descanso. As pessoas executam durante esse intervalo o que não puderam fazer ao longo do ano; fazem “mais” alguma coisa, de sorte que não há férias, no sentido religioso e romano de suspensão de atividades.


    Matutando nisso, resolvi tirar férias e gozá-las como devem ser gozadas: sem esforço para torná-las amenas. Ideia de viagem foi expulsa do programa: é das iniciativas mais comprometedoras e tresloucadas que poderia tomar o proletário vacante. Viagens ou não existem, como é próprio da era do jato, em que somos transportados em velocidade superior à do nosso poder de percepção e de ruminação de impressões, ou existem demais como burocracia de passaporte, falta de vaga em hotel, atrasos, moeda aviltada, alfândega, pneu estourado no ermo, que mais?


    Quanto à prática de esportes, sempre julguei de boa política deixá-la a personalidades como Éder Jofre ou Garrincha, que dão o máximo. A performance desses astros satisfaz plenamente, e não seria eu num mês que iria igualá-los ou sequer realçá-los pelo contraste. Bem sei que o esporte vale por si e não pelos campeonatos, mas também como passatempo carece de sentido. Pescar, caçar pequenos bichos da mata? Nunca. Esporte e morte acabam pelo mesmo som, mas para mim nunca rimaram.


     Havia também os trabalhos, os famosos trabalhos que a gente deixa para quando repousa dos trabalhos comuns. Organizar originais de um livro. Escrever uma página de sustância (está pronta na cabeça, falta botar o papel na máquina). Pesquisar em arquivos, Arrumar papéis. Mudar os móveis de lugar. E os deveres adiados, tipo “visitar o primo reumático de Del Castilho”. E a ideia de conhecer o Rio, conhecer mesmo, que nos namora há 20 anos: tomar bondes esdrúxulos, subir morros, descobrir lagoas de madrugada. E o sonho colorido dos gulosos, sacrificados durante o ano: comer desbragadamente pratos extraordinários, sem noção de tempo, saúde, dinheiro.


    Tudo aboli e fiz a experiência de férias propriamente ditas, que, como eliminação de atividades ordinárias e exteriores; pode parecer estado contemplativo no exercício de ioga. Não é nada disso. Exatamente por abrirem mão de tudo, as boas férias não devem tender à concentração espiritual nem à contenção da vontade. São antes um deixar-se estar, sem petrificação. Levantar-se mais tarde? Se não fizer calor; um direito nem sempre é um prazer. Ir ao Arpoador? Se ele realmente nos chama, não porque a manhã e a água estejam livres. O mesmo quanto a diversões, às vezes menos divertidas do que a noção que temos delas. Não convém estragar as férias, enchendo-as com programas de férias. Deixe que o tempo passe, sutil; não o ajude a passar. Há doçura em flutuar na correnteza das horas, em sentir-se folha, reflexo, coisa levada; coisa que se sabe tal, coisa sabida, mas preguiçosa.


    Se me pedissem contas do que fiz nas férias, responderia lealmente: ignoro. Aos convites disse não, alegando estar em férias, alegação tão forte como a de estar ocupadíssimo. O pensamento errou entre mil avenidas, sem se deter; cada dia amanheceu e caiu como fruto. Nada aconteceu? O não acontecimento é a essência das férias. E agora, é labutar 11 meses para merecer as inofensivas e incomparáveis férias do não.


ANDRADE, C. D. Férias do Não. Correio da Manhã. Disponível em https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/19401/ferias -do-nao. 

Dentre as palavras a seguir, que ocorrem no texto, é formada por derivação parassintética apenas:
Alternativas
Q3186830 Português
Em relação à estrutura e formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I.Os sufixos 'aria' e 'eria' são acrescentados aos vocábulos podendo indicar lugar, como nos exemplos: tesouraria e sorveteria.
II.O sufixo "anzil" é utilizado para formar diminutivos, como no exemplo "corpanzil".
III.O prefixo do vocábulo 'eufonia' tem significado de 'bom'.
IV.Os vocábulos 'enriquecer', 'histórico' e 'pessoa' são formados por , respectivamente, derivação parassintética, derivação por sufixação e derivação por sufixação.
V.Os vocábulos 'infeliz' e 'contrassenso' são formadas por derivação prefixal.

Estão corretas: 
Alternativas
Q3185742 Português
Assinale a alternativa incorreta quanto ao processo de formação das palavras por derivação sufixal: 


Alternativas
Q3185740 Português
Assinale a alternativa incorreta quanto as locuções adjetivas: 
Alternativas
Q3181994 Português
Na palavra DESACELERAÇÃO, há:
Alternativas
Q3181801 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão de 1 a 10.


Escrever as emoções: o sentido de dar palavras à ebulição interior


Julián Fuks


Às vezes sinto que minha filha tem escrito mais do que eu, ou tem sido mais verdadeira no que escreve. Mais imediata, talvez, no desembaraço de seus sete anos de idade. Criou agora seu caderno de sentimentos, algo como um diário ilustrado onde ela registra cada emoção forte que a acomete. Eu olho a urgência com que ela corre para o caderno, o vigor com que empunha o lápis, a concentração com que passa a ignorar tudo o que a cerca. Nada mais lhe importa nesse momento, a escrita toma toda a sua existência, e assim cada emoção turbulenta de origem se faz satisfação e leveza. Escreveu algo de essencial, traçou em linhas exatas seu sentimento, deu a uma vaga abstração sua forma concreta. Quisera eu escrever dessa maneira.


Seu caderno se inicia com a mais simples e expressiva das páginas. Tutu triste, vê-se em letras pequenas, e embaixo seu autorretrato de olhos pesados e duas lágrimas gordas sobre as bochechas. Segue ainda por afetos límpidos: Tutu animada, raivosa, impaciente, sonolenta, Tutu sem acreditar no que está acontecendo, neste caso um desenho de si boquiaberta e de olhos vidrados. Depois disso ela parece ter percebido a necessidade de explorar as causas subjacentes aos sentimentos, como Balzac alguma vez decidiu dar as raízes ocultas de cada fato. Passou a anotar coisas como "Tutu empolgada com o acampamento", e "Tutu aliviada porque um homem horrível não ganhou as eleições".


"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador". Leio essa frase em Clarice Lispector e acredito entender algo sobre minha filha, e algo sobre mim. Clarice emenda que talvez por isso tome tantos anos entre um verdadeiro escrever e outro, ainda que se empunhe o lápis todos os dias por uma vida inteira. Para mim dá-se o mesmo, alinhavo palavras sempre que me visita o caderno de sentimentos. Ali, se o tivesse, talvez me fosse mais sincero dizer: "Julián embevecido de admiração por sua filha."


Não posso, no entanto, encerrar meu comentário sobre o caso nesse ponto, porque há um acontecimento recente muito mais digno de nota do que tudo isso que contei. Lê-se numa das páginas do caderno: "Tutu infeliz porque a Peps não está sendo uma boa pessoa". Não sei qual conflito a levou a registrar palavras tão acerbas contra a irmã, decerto alguma dessas pequenezas que diariamente trovejam na relação entre as duas, precedidas e sucedidas de risos desabridos e abraços enérgicos.


Penélope não deixou passar sem vingança a acusação insolente. Enquanto folheava o caderno da irmã e tentava decifrar as palavras escritas com que já começa a se familiarizar — começa a se irmanar, eu poderia dizer — acabou calhando de rasgar uma folha, digamos sem querer. Foi tal a indignação da irmã com o gesto destrutivo que me pareceu razoável mostrar a ela a página em que Tulipa descrevera sua decepção primeira e indagar com veemência: é isso o que você deseja? Essa é a emoção que você quer provocar na sua irmã, a infelicidade? Não seria preferível criar nela uma impressão mais positiva, e constar numa página que falasse de entusiasmo, carinho, alegria?


Penélope então me encarou com olhos indecifráveis, ainda um tanto severos, e respondeu com segurança e presteza: claro que sim, dou um jeito nisso. Correu até seu quarto, fechou-se ali por alguns minutos, criou entre os que a esperávamos um momento palpável de apreensão e suspense. Retornou com o semblante desanuviado, plena de satisfação e leveza. Numa folha avulsa ela desenhara a irmã com seu inseparável caderninho nas mãos, com um largo sorriso a lhe cruzar o rosto inteiro, e delineara na ortografia atrevida de seus quatro anos: "Tutu feliz porque a Peps se comportou bem."


Não pude senão me espantar com sua intrepidez, com sua decisão de se fazer autora da página que gostaria de ver. Sua sagacidade buscara um atalho: não era preciso suscitar na irmã o devido sentimento, a ficção poderia suprir bem esse seu desejo, e ainda expor o ridículo da bronca que o pai lhe dera. Ela é uma escritora diferente de nós, foi o que pensei, talvez mais inventiva, mais livre, menos submissa às insignificâncias da realidade e às suas emoções correspondentes. E ao pensá-lo entendi que, se tivesse afinal meu próprio caderno de sentimentos, também anotaria em página nova minha profunda admiração por ela.


Um último ato encerra a história, mostrando as intrincadas relações entre ficção e realidade, ou o modo como a escrita das emoções pode alterar nossa existência no mundo, cuidando estranhamente de nos aproximar dos outros. Tulipa viu a página que a irmã depositara sobre a mesa, e sentiu que um sorriso largo lhe cruzava o rosto inteiro, sentiu uma comoção que lhe dominava o peito. Correu nesse mesmo instante para registrar o sentimento novo em seu caderno, para criar com suas mãos a exata correspondência com o desenho da irmã. Deu assim testemunho de uma ficção que se fez emoção tão verdadeira que foi capaz de coincidir com a vida. Também assim eu desejaria a minha escrita.


Disponível em:

https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2024/10/12/escrever-as-emocoes-o-sentido-de-dar-palavras-a-ebulicao-interior.htm. Acesso em 18 out. 2024.

Considerando as regras de formação de palavras com prefixos e falsos prefixos, assinale a alternativa em que todas as palavras seguem a mesma regra da palavra destacada no seguinte excerto: "e embaixo seu autorretrato de olhos pesados". 
Alternativas
Respostas
81: D
82: A
83: C
84: A
85: C
86: B
87: A
88: C
89: A
90: C
91: C
92: A
93: D
94: D
95: B
96: C
97: C
98: C
99: B
100: E