Questões de Português - Formação das Palavras: Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação para Concurso
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Dos verbos apresentados abaixo, aquele que forma substantivo utilizando sufixo diferente dos demais é:
A mão ativa o cérebro
A palavra escrita no papel está ameaçada de extinção pelo computador
- e isso pode não ser bom para o ensino
1 O hábito da escrita vem caindo em desuso
2 à medida que o computador se dissemina
3 O momento em que o homem começou a expressar-se por meio da escrita,
4 gravando caracteres em tabletas de argila há cerca de 5 000 anos, marca o fim da pré-
5 história e a pedra fundamental das civilizações tal como as conhecemos hoje. Mas a
6 maneira como desde então a humanidade vem perpetuando sua memória e
7 transmitindo conhecimento de uma geração para outra pode virar peça de museu. Na
8 semana passada, uma decisão tomada nos Estados Unidos veio reforçar essa ideia
9 que tanto atormenta os (cada vez mais raros) entusiastas do lápis e do papel. Em ato
10 inédito, o governo do estado de Indiana desobrigou as escolas de ensinar a escrita
11 cursiva (aquela em que as letras são emendadas umas nas outras) e recomendou que
12 elas passassem a dedicar-se mais à digitação em teclados de computador ‒ decisão
13 que deve ser acompanhada por outros quarenta estados seguidores do mesmo
14 currículo. Oficializa-se com isso algo que, na prática, já se percebe de forma
15 acentuada, inclusive no Brasil. Diz a VEJA o especialista americano Mark Warschauer,
16 professor da Universidade da Califórnia: “Ter destreza no computador tornou-se um
17 bem infinitamente mais valioso do que produzir uma boa letra”.
18 Ninguém de bom-senso discorda disso. Um conjunto recente de pesquisas na
19 área da neurociência, no entanto, sugere uma reflexão acerca dos efeitos
20 devastadores do computador sobre a tradição da escrita em papel. Por meio da
21 observação do cérebro de crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara que
22 a escrita de próprio punho provoca uma atividade significativamente mais intensa que
23 a da digitação na região dedicada ao processamento das informações armazenadas
24 na memória (o córtex pré-frontal), o que tem conexão direta com a elaboração e a
25 expressão de ideias. Está provado também que o ato de escrever desencadeia
26 ligações entre os neurônios naquela parte do cérebro que faz o reconhecimento visual
27 das palavras, contribuindo assim para a fluidez na leitura. Com a digitação, essa área
28 fica inativa. "Pelas habilidades que requer, o exercício da escrita manual é mais
29 sofisticado, por isso põe o cérebro para trabalhar com mais vigor", explica a
30 neurocientista Elvira Souza Lima, especialista em desenvolvimento humano. [...]
Luís Guilherme Barrucho Disponível em:<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/mao-ativa-cerebro-635803.shtml>.
Acesso em: 29 ago. 2011
COM BASE NO TEXTO, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS QUESTÕES DE 01 A 10.
No que diz respeito aos fatos da língua, é correto afirmar que
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
Fala, amendoeira
Este ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre céu e chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.
Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e, ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.
Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, numa gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse – fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:
– Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.
– E vais outoneando sozinha?
– Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.
– Somos todos assim.
– Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.
– Não me entristeças
– Não, querido, sou tua árvore da guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.
(Carlos Drummond de Andrade)
O substantivo meio-fio foi formado pelo processo de:
Leia o texto “ Cigarra, Formiga & Cia” , de José Paulo Paes, para responder às questões de 1 a 6.
Cansadas dos seus papéis fabulares, a cigarra e a formiga resolveram associar-se para reagir contra a estereotipia a que haviam sido condenadas.
Deixando de parte atividades mais lucrativas, a formiga empresou a cigarra. Gravou-lhe o canto em discos e saiu a vendê-los de porta em porta. A aura de mecenas a redimiu para sempre do antigo labéu de utilitarista sem entranhas.
Graças ao mecenato da formiga, a cigarra passou a ter comida e moradia no inverno. Já ninguém a poderia acusar de imprevidência boêmia.
O desfecho desta refábula não é róseo. A formiga foi expulsa do formigueiro por lhe haver traído as tradições de pragmatismo à outrance e a cigarra teve de suportar os olhares de desprezo com que o comum das cigarras costuma fulminar a comercialização da arte.
[PAES, José Paulo Paes. Socráticas , BETA, pg. 490]
Ao ler a fábula atentamente, depreende-se que ela faz um(a):
Leia o texto e responda às questões 4 a 10.
Eles sabem tudo. Será?
Nunca os adolescentes foram tão bem informados sobre sexo. Mas nem sempre eles levam a teoria à prática.
Há uma notícia ótima no campo do comportamento: pesquisas mostram que, quando os jovens de hoje vão fazer a iniciação sexual, já conhecem bem a teoria. A geração atual --- principalmente os adolescentes das classes A e B --- é provavelmente a mais bem informada sobre sexo em todos os tempos. Ela lê a respeito do assunto em revistas, suplementos de jornais e livros educacionais. Assiste a programação de TV que tiram dúvidas sobre sexo. Têm à disposição vários sites da internet que respondem a perguntas relativas ao tema. Por fim, a educação sexual já é obrigatória na maioria das escolas particulares e começa a se espalhar também pelo ensino público. Infelizmente, há uma notícia ruim, que é dada pelo psiquiatra paulista Jairo Bouer, referência da juventude quando o assunto é sexo. “Eles não conseguem processar toda essa massa de informações e, na hora H, fazem quase tantas burradas quanto à geração anterior”. Ele quer dizer que tanta teoria não se traduz necessariamente numa prática mais cuidadosa. O índice de gravidez na adolescência ainda cresce no país. E o uso de camisinha é abaixo do esperado, apesar de todas as campanhas de instituições públicas e privadas.
Quais as razões dessa distância entre a teoria e a prática? A primeira delas é óbvia: sexo não é só uma questão de informação, mas também de maturidade. É fundamental o adolescente conversar de maneira franca com quem está próximo a ele e pode passar a própria experiência sobre o assunto --- ou seja, os pais.
Outra questão é como falar a linguagem do jovem. O grosso das campanhas e dos programas de ensino, segundo especialistas, fracassa justamente nesse ponto. “A maior parte das escolas recorre a palestras, e elas são chatas”, avalia a médica Albertina Duarte Takiuti, do Hospital das Clínicas de São Paulo. {...}
Angélica Oliveira. Veja Especial Jovens, Seção Comportamento, São Paulo, 2001, págs. 24 e 25.
No processo de formação das palavras, INFELIZMENTE, MATURIDADE, RECORRE são denominadas respectivamente de: