Questões de Concurso Sobre formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo) em português

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Q2143813 Português
Livrarias, livros & leitura

    Grandes livrarias fecham, que pena! Mas pena ainda maior é que, mesmo com elas abertas, o Brasil registrava (e ainda registra) poucos leitores. Pouco mais, pouco menos de 50% de nossa população é considerada leitora. Mas, se grandes livrarias fecham, pequenas livrarias abrem. Não é ótimo?     Entretanto, como se disse acima, é uma pena que livrarias – quaisquer livrarias – fechem as portas: a perda de qualquer espaço cultural é lamentável. E talvez a questão seja ainda mais complexa, porque esta perda de espaço para circulação (na verdade, compra e venda) de livros se acompanha de uma diminuição na produção deles.
    Pesquisa recente da Câmara Brasileira de Livros registra, em 2019, 50,331 milhões de títulos produzidos para uma população de mais ou menos 193 milhões de pessoas e 46,382 milhões de títulos produzidos em 2020.
    Que pena! Porém, não apenas livrarias estão rareando na paisagem urbana.
    Onde foram parar os cinemas de rua? Filme, agora, quase que só no shopping... Ou, no sofá de casa, almofadas no chão, e algum serviço on-line de streaming. Livrarias e salas de cinema têm muito charme. As pequenas livrarias, que parecem multiplicar-se, talvez tenham até mais charme do que as de rede, quase sempre muito impessoais.
    Mas o encerramento de livrarias e a diminuição de salas de cinema não provocam o fim dos livros, da leitura, de filmes. E os livros impressos em papel, com todas suas preciosas texturas, continuam existindo e coexistindo com o livro digitalizado e com o livro digital. Talvez vivamos um tempo parecido com o que assistiu à coexistência do livro manuscrito com o impresso, do encadernado com o de bolso.
    Se Borges diz que “sempre imaginei que o Paraíso fosse uma espécie de livraria”, digamos que hoje temos vários modelos de Paraíso...
    Será?
    De qualquer forma, é fundamental não confundir a cultura e seus produtos com seus suportes e seus espaços de circulação. Ou seja: na telinha ou na página, quem quer ler, lê. E por isso precisamos nos esforçar para que a leitura se faça mais presente na vida de todos nós.

(Marisa Lajolo. Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/ opiniao/livrarias-livros-leitura-1.949611.)
As formas verbais empregadas em “[...] o Brasil registrava (e ainda registra) poucos leitores.” (1º§) expressam:
Alternativas
Q2132996 Português
Em português, os verbos podem ter mais de uma forma de particípio. 
Alternativas
Q2128978 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para responder à questão que a ele se refere.

Texto 01

Um sonho de viver


Disponível em: https:// vidasimples.com/vida-emocional. Acesso em: 7 jan. 2023. Adaptado.

Considere o trecho: “Na volta, eu me perdia e não sabia onde os havia colocado. Entretanto, na busca pelos achados de antes, eu me distraía no encantamento por outro. Assim, tudo era envolvente e poético naquele mundo de objetos pequeninos.” (Linhas 8-10)
Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura morfossintática e semântica do referido trecho.
I. A posição proclítica de “os”, no primeiro período, é obrigatória tendo em vista a presença da palavra atrativa “onde”.
II. A conjunção “entretanto” foi usada com valor semântico de conclusão e poderia ser substituída por “portanto”.
III. As vírgulas que intercalam a expressão “na busca pelos achados de antes” são obrigatórias de acordo com a norma.
IV. Na construção “eu me distraía”, o pronome “me” insere uma ideia de reflexividade e indica que o verbo “distraia” é pronominal.
V. Os verbos principais do trecho foram empregados no tempo pretérito imperfeito do modo indicativo.
Estão CORRETAS as alternativas  
Alternativas
Q2128348 Português

Como mudanças climáticas alteram comportamento, reprodução e tamanho de animais


Pesquisas mostram que para conseguir sobreviver ao aumento da temperatura, à poluição de rios e aos eventos climáticos extremos, como longos períodos de seca e de chuvas intensas, espécies estão alterando o seu modo de vida, sua maneira de se reproduzir e até o seu tamanho.

Na lista de animais mais atingidos pelas alterações do clima, as abelhas aparecem como um dos mais impactados. Não é à toa que cada vez mais é difícil encontrá-las em diversos pontos do mundo em que eram frequentes.

"Com o aumento das secas, o período de floração das plantas diminui. Com isso, muitas abelhas não conseguem néctar e pólen, que coletam nas flores. Consequentemente, elas têm desaparecido", diz Michael Hrncir, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (SP).

Contudo, os impactos negativos sobre as abelhas não ocorrem apenas por falta de alimento. Pesquisas mostram que o aumento de temperatura também provoca deformações nas asas de algumas espécies. "Em decorrência do estresse causado pelas mudanças climáticas, temos comprovação que algumas abelhas nascem com uma asa maior que a outra."

Diferentemente dos seres humanos, que conseguem controlar a temperatura do corpo, por consistir em seres endotérmicos, a temperatura das abelhas equivale à do ambiente em que estão inseridas mais a que produzem ao bater as asas. "Para se ter uma ideia, uma abelha bate, em média, 250 vezes as asas por segundo", apontou Michael.

Assim, se uma abelha está em um ambiente a 30 graus, ao bater as asas, o seu músculo ativo faz sua temperatura corporal chegar a até 42 graus. O problema é que a elevação da temperatura, além de provocar um superaquecimento, também ocasiona impactos cognitivos.

"Estudos revelam que algumas espécies de abelhas perdem a capacidade de cognição, como reconhecer uma flor ou o caminho de volta para colônia, por exemplo, por conta da elevação da temperatura", ressaltou o pesquisador da USP.

O desaparecimento de abelhas provoca um efeito em cascata, pois é através do seu trabalho de polinização que muitas sementes surgem e flores sobrevivem.

Sua capacidade de aumentar em cerca de 25% o rendimento das colheitas - consequentemente, dos alimentos que comemos - corre risco à medida que mudanças drásticas no clima ocorrem.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0jlkj2ydn0o. Adaptado.   

Diferentemente dos seres humanos, que conseguem 'controlar' a temperatura do corpo...

O verbo em destaque encontra-se conjugando no:

Alternativas
Q2126718 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.



Por que alguns vegetais correm risco de extinção


Muitos dos alimentos são objeto da invenção, imaginação e sabedoria de centenas de gerações de agricultores e cozinheiros.

Isto é: nossos ancestrais melhoraram, adaptaram e tornaram comestíveis alguns frutos da terra ao longo de milhares de anos. Mas, em nossos tempos, essa rica diversidade está se perdendo rapidamente.

Saladino viajou para vários cantos do planeta para conhecer comunidades que cultivam e preparam alimentos tão únicos e ameaçados quanto seus estilos de vida. O jornalista alerta para "a imensidão do que estamos perdendo" e afirma que o nosso atual sistema de produção alimentar altamente intensivo "contribui para a destruição do planeta".

Dan Saladino conversou com a BBC News Mundo. Na entrevista, ele defendeu que os alimentos ameaçados compõem um verdadeiro tesouro, alertou para os riscos de um mundo cada vez mais uniforme e deu sugestões do que fazer para combater a perda da diversidade.

O primeiro programa que fiz me levou para a Sicília. Fui lá esperando contar a colheita de cítricos em tom de festa. Minha família vem da Sicília e eu sabia que as frutas cítricas impactavam a cultura, a paisagem e a identidade da ilha por milhares de anos

Mas, ao conversar com produtores das típicas laranjas da Sicília, eles me disseram que colhiam sua última safra, porque com a demanda por variedades importadas, os pequenos agricultores não podiam mais continuar.

Uma imagem comovente é aquela contada por Cary Fowler, o cientista que teve a ideia de criar o banco de sementes diversificado de Svalbard, no Ártico da Noruega. Ele disse que muitos visitantes do banco de sementes saem chorando e dizendo que "as sementes são resultado do trabalho de meus ancestrais e também de seus ancestrais".

Quaisquer que sejam os ingredientes que você use, gostaria de convidá-lo a parar por um momento e pensar que há uma história por trás desse ingrediente, uma história de milhares e milhares de anos de agricultores que adaptaram o cultivo para que ele chegasse ao seu prato. Conhecer essa história é importante.

Também os convidaria a comprar outra variedade deste ingrediente, com visual e sabor diferentes, em uma próxima oportunidade. E convido todos também a estabelecer contato com quem produz seus alimentos.

Um agricultor chinês de setenta anos cultiva uma variedade ameaçada de arroz vermelho. Quando perguntei como ele conseguia vender o produto, ele pegou o celular e me mostrou como se comunicava com os consumidores em Pequim por meio do Wechat, que é como o WhatsApp na China. Com a tecnologia moderna, é possível conectar-se com as pessoas que cultivam nossos alimentos e incentivá-las a fornecer mais diversidade no futuro.


 https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd1065ryqn9o. Adaptado. 


Saladino viajou por vários cantos do planeta para 'conhecer' comunidades.
O verbo em destaque encontra-se conjugado no:
Alternativas
Q2118727 Português
Leia o texto para responder a questão.

        Privados do Bolsa Família, milhões de pobres buscam ajuda de prefeituras, em todo o País, para conseguir o mínimo indispensável à sobrevivência. Muitas dessas prefeituras também são pobres e incapazes, portanto, de suportar essa sobrecarga. O problema se acumula – para as famílias e para os municípios – porque o governo federal deixou, desde o primeiro semestre do ano passado, de dar cobertura a milhões de pessoas no principal programa de transferência de renda. O crescimento da pobreza era previsível. O desemprego tem recuado muito devagar e permanece muito mais alto que nas demais economias emergentes e no mundo avançado. Mas os programas econômicos e sociais foram conduzidos como se a população de renda mais baixa estivesse em condições muito mais confortáveis, ou talvez nem passasse de uma ficção estatística. Na fila dos pobres sem assistência já se acumulam uns 3,5 milhões de pessoas, correspondentes a cerca de 1,5 milhão de famílias, segundo informe do Estado.

(Editorial, “Milhões na fila dos sem-bolsa”. https://opiniao.estadao.com.br, 26.02.2020. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada expressa sentido de hipótese.
Alternativas
Q2117440 Português
Considere o poema abaixo para responder à questão.
“Mais que todos deserdamos deste nosso oblíquo modo um menino inda não nado (e melhor não fora nado) que de nada lhe daremos sua parte de nonada e que nada, porém nada o há de ter desenganado.”
(Carlos Drummond de Andrade, “Os bens e o sangue”, em CLARO ENIGMA, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1992, p. 230)
Sobre o emprego do vocábulo “nado” na estrofe acima é correto afirmar que
Alternativas
Q2111675 Português
Texto 2A2-III

   
    Justiça é justiça social. É atualização dos princípios condutores, emergindo nas lutas sociais, para levar à criação de uma sociedade em que cessem a exploração e a opressão do homem pelo homem. O direito não é mais, nem menos, do que a expressão daqueles princípios supremos, como modelo avançado de legítima organização social da liberdade. Mas até a injustiça como também o antidireito (isto é, a constituição de normas ilegítimas e sua imposição em sociedades mal organizadas) fazem parte do processo, pois nem a sociedade justa, nem a justiça corretamente vista, nem o direito mesmo, o legítimo, nascem de um berço metafísico ou são presente generoso dos deuses: eles brotam nas oposições, no conflito, no caminho penoso do progresso, com avanços e recuos.
   
     Direito é processo, dentro do processo histórico. Não é uma coisa feita, perfeita e acabada. É aquele vir a ser que se enriquece nos movimentos de libertação das classes e dos grupos ascendentes e que definha nas explorações e opressões que o contradizem, mas de cujas próprias contradições brotarão as novas conquistas.


Roberto Lyra Filho. O que é direito. São Paulo: Brasiliense, 2003, p. 86 (com adaptações). 


Acerca de aspectos gramaticais do texto 2A2-III, julgue o item subsequente.
O segundo período do texto é iniciado por uma forma verbal impessoal.

Alternativas
Q2110901 Português
O cronista relata uma série de eventos ocorridos no passado. Um evento anterior a esse tempo passado está indicado pela forma verbal sublinhada em:
Alternativas
Q2109488 Português
Assinale a alternativa em que o enunciado está em conformidade com a norma-padrão, considerando a concordância e o emprego de formas verbais.
Alternativas
Q2098374 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Acerca da “Igualdade”]

  “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” foi o grito de guerra da Revolução Francesa. Hoje há disciplinas inteiras − ramos da filosofia, da ciência política e dos estudos jurídicos − que têm a “igualdade” como tema central de estudos. Todos concordam que a igualdade é um valor; ninguém parece concordar quanto ao que se refere o termo. Igualdade de oportunidades? Igualdade de condições? Igualdade formal perante a lei?
   Estaremos falando de uma ideologia, a crença de que todos na sociedade deveriam ser iguais − claro que não em todos os aspectos, mas nos mais importantes? Ou será uma sociedade em que as pessoas são efetivamente iguais? O que isso significaria de fato, na prática, em ambos os casos? Que todos os membros da sociedade têm igual acesso à terra, ou tratam uns aos outros com igual dignidade, ou são igualmente livres para expor suas opiniões em assembleias públicas?
   A igualdade seria o apagamento do indivíduo ou a celebração do indivíduo? Numa sociedade, por exemplo, em que os mais poderosos são tratados como divindades e tomam as decisões mais importantes, é possível falar em igualdade? E as relações de gênero? Muitas sociedades tratadas como “igualitárias” na verdade têm seu igualitarismo restrito aos homens adultos. Em casos assim, podemos falar em igualdade de gêneros?
   Como não existe nenhuma resposta clara e consensual a questões desse tipo, o uso do termo “igualitário” tem levado a discussões infindáveis. Para alguns teóricos do século XVII, a igualdade se manifestava no estado da Natureza. Igualdade, pois, seria um termo definido por omissão: identificaria uma humanidade que pudesse estar livre depois de removidas todas as armadilhas da civilização. Povos “igualitários” seriam, pois, aqueles sem príncipes, sem juízes, sem inspetores, sem sacerdotes, possivelmente sem cidades, sem escrita ou sequer agricultura. Seriam sociedades de iguais apenas no sentido estrito de que estariam ausentes todos os sinais mais evidentes de desigualdade.
   Não há dúvida, pensando-se sempre no ideal de “igualdade”, de que algo deu muito errado no mundo. Uma ínfima parte da população controla o destino de quase todos os outros, e de uma maneira cada vez mais desastrosa.


(Adaptado de: GRAEBER, David, e WENGROW, David. O despertar de tudo − Uma nova história da humanidade. Trad. Denise Bottmann e Claudio Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 91 a 94, passim)
A frase o uso do termo “igualitário” tem levado a discussões infindáveis permanecerá gramaticalmente correta caso se substitua o elemento sublinhado por 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FAURGS Órgão: UFRGS Prova: FAURGS - 2023 - UFRGS - Assistente de Alunos |
Q2098089 Português

A questão refere-se ao texto abaixo.




Adaptado de: VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. 101 crônicas escolhidas. Porto Alegre: L&PM, 1996. P. 84  

Considere as seguintes afirmações acerca do texto.
I - O sujeito das formas verbais trouxeram (l. 13) e Devem (l. 14) é um sujeito indeterminado. II - O sujeito da forma verbal chegaram (l. 27) é juntos (l. 27). III - O sujeito da forma verbal passavam (l. 40) é os outros corredores (l. 40-41).
Quais estão corretas?
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FAURGS Órgão: UFRGS Prova: FAURGS - 2023 - UFRGS - Assistente de Alunos |
Q2098085 Português

A questão refere-se ao texto abaixo.




Adaptado de: GOMES, C. A. “O que é sotaque?”. In: OTHERO, G. A.; FLORES, V. N. O que sabemos sobre a linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2022.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir.
( ) O sujeito da forma verbal Podem (l. 34) é indeterminado. ( ) O sujeito da forma verbal São (l. 42) é Essas diferenças (l. 40-41). ( ) O sujeito da forma verbal falam (l. 54) é toda língua (l. 53).
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Alternativas
Q2096116 Português

Num artigo sobre tributos, aparece o seguinte segmento:


“No Brasil, a história dos tributos divide-se em três momentos sendo: colonial, imperial e republicano, respectivamente nessa ordem. Os tributos existem desde o descobrimento de nossa terra, quando boa parte da exploração nativa era enviada para Portugal, época conhecida como Brasil-Colônia. O ‘Quinto do pau-brasil’ é considerado o primeiro tributo brasileiro e decorreu da exploração da árvore nativa pau-brasil (SANTOS 2015). A partir de então, os tributos foram sendo implementados e moldados até chegarmos aos dias atuais.”


Sobre a organização linguística desse segmento, assinale a observação adequada.

Alternativas
Q2094084 Português
Leia o texto a seguir para responder a questão.

Pandemia infla entrada de palavras em vocabulário da língua portuguesa.
:

Além do protocolo sanitário - com máscaras e álcool em gel -, a pandemia de coronavírus também trouxe mudanças na nossa linguagem. Conforme os casos de Covid-19 aumentavam, novas palavras e a ressignificação de algumas outras passaram a fazer parte da nossa vida.

Subnotificar, trabalhador essencial e lockdown foram alguns vocábulos adicionados na 6ª edição do Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), da ABL (Academia Brasileira de Letras), lançada em julho deste ano. Das 1.160 palavras inseridas nesta nova edição, 65 (5,6%) estão ligadas direta ou indiretamente à pandemia.

O Volp é usado como base para os dicionários da língua portuguesa. Hoje, no total, ele conta com 382 mil palavras. Algumas das novidades até já apareciam nas conversas e textos (como telemedicina, home office e videoaula, por exemplo), mas ganharam força e passaram a ser usadas com mais frequência.

"Os acontecimentos que marcam determinada época têm reflexo na língua", afirma Evanildo Bechara, professor, gramático e filólogo brasileiro, presidente da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL e membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Galega da Língua Portuguesa.

“Como a língua acompanha qualquer modificação por que passa uma sociedade, testemunhamos o efeito linguístico da pandemia não apenas na língua portuguesa, mas em várias outras. Ou seja, vimos a rapidez com que a língua acumulou um novo vocabulário e ele se tornou parte essencial do idioma, com termos científicos se incorporando à linguagem cotidiana e criações populares surgindo para nomear fatos extraordinários." Evanildo Bechara

Segundo o especialista, a última vez que ocorreu a adição de tantas palavras referentes a um acontecimento específico foi na época da 2ª Guerra Mundial (1939-1945). [...]

Vocábulos como desconfinamento (usadas em expressões como fases do desconfinamento e plano de desconfinamento) e desconfinar, por exemplo, passaram a remeter, agora, à saída do período de restrições mais severas para impedir a circulação do vírus. Anteriormente, eram pouco usados e nem registrados em dicionários da língua portuguesa. [...]

"O termo 'quarentena' inicialmente indicava um período de 40 dias durante o qual pessoas, mercadorias e bagagens, vindas de algum lugar atingido por epidemia, ou doença contagiosa, deveriam ficar isolados, incomunicáveis, sem contato com os habitantes do lugar para onde se dirigiam", diz Bechara. "Com o passar do tempo, esse período pôde ser estendido ou reduzido, conforme, as circunstâncias, mas a denominação quarentena foi mantida."

Não há uma média anual de palavras adicionadas no vocabulário da língua portuguesa da ABL. Bechara afirma que "uma nova palavra ou expressão começa a circular nos dicionários quando se incorpora ao léxico culto ou popular de uma língua".

Ainda assim, existe um critério para determinar o que entra ou não no dicionário,  com os especialistas observando os seguintes aspectos, nesta ordem:

▪ Se o termo foi criado segundo os princípios que regem a formação de palavras antigas e modernas no nosso léxico;

▪ Se a criação da nova palavra traduz com eficiência a ideia que a pessoa que a usou quis transmitir;

▪ Se, para traduzir a mesma ideia, o idioma não tem palavras antigas e mais expressivas;

▪ Se o fato de não existir um termo no dicionário é prova suficiente de que não deva ser criado outro vocábulo ou de que há um erro no uso desse termo.

A frequência de uso, a presença em textos oficiais, jornalísticos e acadêmicos e a relevância da palavra para os assuntos debatidos nas universidades e na vida social e profissional das pessoas também são levadas em consideração na seleção dos vocábulos e expressões, de acordo com o gramático. [...]

Em um processo inédito, em outubro do ano passado, a ABL começou a apresentar semanalmente, nas redes sociais e no site, palavras ou expressões recentes que passaram a ter uso corrente na língua portuguesa, "podendo ser um neologismo [nova palavra], um empréstimo linguístico ou mesmo um vocábulo que, apesar de já existir há algum tempo, estava sendo usado com mais frequência ou com um novo sentido nos dias atuais", diz Bechara.

"O trabalho de redação das novas palavras continua sendo feito", conclui o especialista.

Adaptado
https://educacao.uol.com.br
Sobre os aspectos linguísticos e semânticos do texto, analise as afirmativas.
I- No 3º§, no período “[...] mas ganharam força e passaram [...].”, o conectivo destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, pela locução “no entanto”.
II- No 12º§, no período “Em um processo inédito [...].”, o vocábulo destacado apresenta o sentido de “sem precedente”.
III-No 8º§, "O termo 'quarentena' inicialmente indicava um período de 40 dias [...].”, a palavra sublinhada expressa uma ação imperfectiva, concluída.
Estão CORRETAS as afirmativas:
Alternativas
Q2088208 Português
O LAÇO E O ABRAÇO

Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. 
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. 
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!
(Maria Beatriz Marinho dos Anjos)
Na frase “E saem as duas partes [...]”, a autora utiliza o verbo “sair” em qual tempo verbal? 
Alternativas
Q2080716 Português
Texto para responder à questão.

O dinamismo lexical: o dizer nosso de cada dia

   O léxico de uma língua constitui-se do saber vocabular de um grupo sociolinguístico e culturalmente definido; é o conhecimento partilhado que povoa a consciência do falante, onde esse acervo se configura como verdadeira janela através da qual o indivíduo divisa o seu entorno, ao mesmo tempo em que, ademais revela os valores, as crenças, os costumes, os modismos que viabilizam a comunidade em que vive o usuário de tal e qual palavra. É no léxico, ainda, que se gravam – e, não raro, pirogravam – as designações que rotulam as mudanças encadeadoras dos caminhos e dos descaminhos da humanidade, além de comporem o cenário de revelação tanto da realidade quanto dos fatos culturais que permearam a sua história.
   O léxico de todas as línguas vivas é essencialmente marcado pela mobilidade, as palavras e as expressões com elas construídas surgem, desaparecem, perdem ou ganham significações, de sorte a promover o encontro marcado do falante com a realidade do mundo biossocial que o acolhe: o homem e o mundo encontram-se no signo.
     As mudanças linguísticas, em especial as concernentes ao léxico, nada apresentam de espantoso ou de estranho: elas são, em tudo, análogas às transformações históricas que traçam seus cursos dentro de certa previsibilidade que só surpreende o desatento e o desconhecedor das artes de conviver – a imutabilidade quer da história, quer da palavra que a descreve e a realiza é que seria um fato a se estranhar.
  O incremento do acervo lexical de uma língua é inconteste: segundo Antônio Houaiss(1983:20), “em tempos de Augusto Comte (1798-1857), há pouco mais de 140 anos, portanto, era possível designar todas as ciências, artes, técnicas e profissões então existentes com 240 palavras; estudos da Unesco, em 1963, advertiam que a mesma tarefa só seria levada a efeito com um acervo de 24 mil entre palavras e locuções. É ainda de Houaiss a informação de que “cerca de 90% dos 400 mil vocábulos das línguas de cultura foram forjados de meados do século XIX para cá.” [...]
     O que se depreende do exposto é o fato de que o falante, inserido no seu tempo e no seu espaço, é instado a ampliar consideravelmente o seu inventário vernacular para dar conta do seu entorno e do seu estar-no-mundo, sob pena de, se assim não fizer, ser exilado dos jogos de convivência que têm, na palavra, o seu penhor e a sua fonte de produção. [...]
    A verdade é que a legitimação do que se diz ou do que se deve dizer depende fundamentalmente da chancela da comunidade, do povo – povo que constrói nações, fortalece impérios, escreve e rescreve a sua história, vitaliza idiomas: povo que, por direito, justiça e fato, é o único, legítimo e verdadeiro “dono da língua”.
(SILVA, Maria Emília Barcellos da. Língua Portuguesa em debate: conhecimento e ensino / José Carlos de Azeredo (organizador). 4. ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. Trecho adaptado.)
Considerando o trecho “O léxico de todas as línguas vivas é essencialmente marcado pela mobilidade, [...]” (2º§), analise as afirmativas a seguir.
I. A ênfase dada ao agente da ação verbal demonstra a intencionalidade discursiva do emissor.
II. A estrutura sintática apresentada pode ser reconhecida como exemplo de uso correto de uma das formas nominais do verbo.
III. A omissão do agente da ação verbal é um recurso expressivo empregado na estrutura em análise cuja finalidade é preservar a imparcialidade do discurso.
IV. Caso a voz verbal empregada fosse modificada, o resultado comprometeria a objetividade não havendo adequação de acordo com o gênero textual apresentado.
Está correto o que se afirma em
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Q2072316 Português
No mercado encontramos vários tipos de auditor. Entre as empresas, o interno e o externo são os mais comuns.
Auditor interno? É o profissional contratado pela própria empresa para analisar e garantir o cumprimento dos regulamentos internos. Eles devem identificar falhas ou atestar se os procedimentos internos são cumpridos à risca, buscando sempre um altíssimo padrão de qualidade.
Auditor externo? Trabalha em um escritório especializado em auditoria e é chamado para atestar os dados patrimoniais e financeiros da empresa contratante.
Por lei, empresas de grande porte (faturamento acima de R$ 300 milhões anuais) e empresas de capital aberto precisam se submeter a um processo anual de auditoria externa.
Bancos, seguradoras, fundos de investimento e demais instituições financeiras devem obrigatoriamente passar por uma auditoria a cada seis meses.
Na frase “É o profissional contratado pela própria empresa para analisar e garantir o cumprimento dos regulamentos internos”, há dois infinitivos sublinhados.
Se essa frase for reescrita, substituindo esses infinitivos por formas nominais, a forma adequada será:
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Q2063669 Português

Leitura como prática

   A leitura é uma prática que traz inúmeros benefícios aos leitores, sobretudo quando estimulada desde a infância.

  “Acessar o universo das histórias ativa a imaginação, amplia o repertório de mundo e cria condições favoráveis para as crianças lidarem com situações cotidianas sob diferentes perspectivas. É pela linguagem que elas se conectam com o mundo e é por meio das histórias que expressam as descobertas e os aprendizados, construindo a identidade e a memória”, explica a psicopedagoga Glaucia Piva.

  Os benefícios se estendem para os vínculos afetivos quando o momento da leitura é compartilhado. “Às vezes a criança tem uma angústia, leva com ela algo que não sabe sequer nomear, mas quando lê, consegue elaborar a dúvida, se identificar com o personagem e fazer conexões propiciadas pela própria trama”, relata Glaucia.

   Apesar de compor a rotina de aprendizagem da criança, estimular a leitura não é uma tarefa apenas escolar. A escola cumpre uma função mais pedagógica, enquanto a família promove uma leitura mais emocional.

  “O papel da escola é de garantir algumas competências. De fazer, por meio da leitura, a criança exercitar a curiosidade intelectual. A escola precisa procurar livros que instiguem nas crianças esse comportamento mais investigativo, a reflexão apurada”, afirma.

  “Já a família precisa cuidar daquela leitura por vezes desprovida dessa intenção, mas que promove a aproximação entre os familiares. Ela pode escolher um livro que cuida de uma necessidade imediata, que passa exatamente aquilo que estão vivendo. Às vezes os pais não têm um repertório tão vasto, mas possuem um repertório que é deles, da infância deles. Então, se escolheram ler aquele livro, é porque aquela história fez muito sentido naquela ocasião, trazendo memória afetiva. Isso precisa ser valorizado. A família não precisa ter uma obrigação técnica na escolha dos livros, mas precisa gostar da leitura e ter o desejo profundo de inserir os filhos nesse gosto.”

   Do nascimento até os 3 anos, são indicados aqueles livros “que têm uma pegada mais tátil ou auditiva, que você abre a casinha e o livrinho emite um som ou você passa a mão e sente que aquilo é mais áspero”.

   Até os 6 anos, para a especialista, “as crianças passam a se identificar com fadas e bruxas, a ter medo da morte, de perder um ente querido. Cuidar desse terror infantil é uma providência importante, porque ajuda as crianças a visualizarem um caminho mais otimista em relação aos problemas do dia a dia”.

(www.fadc.org.br/noticias/a-importancia-da-leitura-para-o-desenvolvimento- -das-criancas Portal da Fundação Abrinq. 23.07.2021. Adaptado)
A respeito da linguagem do texto e do emprego predominante de formas verbais no presente, pode-se afirmar, correta e respectivamente: 
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Q2060803 Português

Responda a questão considerando a frase abaixo.

Geralmente, contemos em nós, dois sentimentos antagônicos, amor e ódio.

A forma infinitiva do verbo sublinhado na frase é a que consta em qual alternativa? 
Alternativas
Respostas
121: D
122: C
123: B
124: C
125: A
126: E
127: C
128: E
129: D
130: A
131: B
132: C
133: A
134: B
135: A
136: A
137: C
138: A
139: A
140: D