Questões de Português - Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. para Concurso

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Q2407842 Português

Leia o texto abaixo para responder às próximas questões:


Preconceito de linguagem


Na Romênia, segundo dizem os jornais franceses, que agora muito se interessam por tudo quanto diz respeito aos moldo-valáquios, na Romênia há certas palavras que em todas as outras línguas cultas têm significação nobre e que entre os romenos têm significação pejorativa. Chamar, por exemplo, a algum romeno marquês, ou condessa a alguma romena, é cometer injúria e grande. Entre eles, não se diz príncipe em romaico, porque esta palavra tem a significação analógica de jogral; de sorte que adotaram lá a palavra francesa prince, para designar qualquer membro da família real. A palavra rei também é injuriosa. Tanto assim que, na tradução do livro bíblico dos Reis, escrevem os romenos Livro dos Imperadores!

Em português há também palavras de significação primitivamente honesta e que entretanto agora não podem ser pronunciadas diante de pessoas de respeito. No norte de Minas, por exemplo, como no Norte de todo o país, chamar dama a uma senhora é arriscar a pele. Dama, lá por aquelas plagas, é “mulher perdida”.

A palavra moça pode ser pronunciada diante de quem quer que seja. “Esta menina está ficando moça” — “Sua filha é uma bela moça” — são expressões correntes. Entretanto, querendo alguém referir-se à amásia de alguém diz: “A moça de Fulano”!

Rapariga! É uma das palavras mais lindas da nossa língua.

Em Minas, entretanto, rapariga aplica-se mais às mulheres do serviço doméstico, isto é, amas, cozinheiras, arrumadeiras, etc. Aqui, já vai tendo significação pejorativa: casa de raparigas é o mesmo que bordel. Ora, é um absurdo isso. Rapariga é simplesmente feminino de rapaz. Seria encantador poder toda gente dizer, como ainda há dias ouvi dizer a um espírito eminente, que me dá a honra da sua amizade: “V. não imagina que rapariga valente é minha mulher”

Mãe! Não se discute a beleza desta suavíssima palavra. Pois também a palavra mãe vai assumindo significação equívoca. Em certas locuções é um vocábulo pelo menos suspeito. Os jornais já começam a substituí-lo por progenitora. É incrível! Que qualquer palavra possa derrancar com o tempo compreende-se; mas a palavra mãe? O noticiário elegante tem receio de dizer: “Faz anos hoje a Sra. Dona Fulana, muito digna mãe do nosso amigo Sr. Beltrano”. Em vez de mãe, escrevem progenitora, que é uma palavra erudita, seca, como todas as coisas eruditas, fria e pernóstica. Mãe é alguma coisa tépida, doce, nobre como o colo materno. Progenitora é simplesmente uma delicadeza de moleque bem-falante.

Mãe, colegas, mãe! Devemos escrever “a mãe do Sr. Fulano”, da mesma forma que escrevemos “O pai do Sr. Beltrano” e “o filho de Dona Sicrana”. Ninguém diz na intimidade — “vou beijar minha progenitora”, mas simplesmente — “vou beijar minha mãe”.

É para desejar que os jornais abandonem de uma vez a palavra progenitora, que é, etimologicamente, muito mais grosseira do que mãe. Progenitora compõe-se do prefixo pro e da raiz genite, de gigno, gignis, genui, genitum, gignere, que quer dizer gerar. De maneira que, posta em bom vernáculo, progenitora é a pró ou antegeradora do Sr. Fulano. Não sei onde está a delicadeza desta expressão…. Por conseguinte, de uma vez para sempre, estabeleçamos que os homens têm virtuosas e dignas mães, e não ridículas e pernósticas progenitoras.


Antônio Torres

Todo texto possui uma função. Dentre as funções da linguagem previstas pela gramática da língua portuguesa, a que mais se evidencia neste texto é:

Alternativas
Q2407792 Português

Texto para questões 01 a 03


Sempre achei que o meu dono subestimava as minhas capacidades. Bem gostaria nesse momento de poder falar para lhe dizer que até francês aprendi no tempo dos jogos de cartas. E que bem podiam baixar a voz ao mínimo entendível que eu ouvia sem esforço, bastando ajustar o tamanho das orelhas. Mas se tão pouco valor me atribuía, então também não merecia o meu esforço de lhe fazer compreender o contrário, morresse com a sua ideia. Uma desforra para tanto desprezo seria contar toda a sua estória, um dia. Soube então que o faria, apesar de mudo e analfabeto. Usando poderes desconhecidos, dos que se ocultam no pó branco da pemba ou nos riscos traçados nos ares das encruzilhadas pelos espíritos inquietos. Fosse de que maneira fosse, tive a certeza de que o meu relato chegaria a alguém, colocado em impreciso ponto do tempo e do espaço, o qual seria capaz de gravar tudo tal qual testemunhei. (PEPETELA, A Gloriosa Família.1999, p. 394)

Qual a função da linguagem predominante no texto?

Alternativas
Q2404959 Português

Assentamento


Zanza daqui

Zanza pra acolá

Fim de feira, periferia afora

A cidade não mora mais em mim

Francisco, Serafim

Vamos embora


Ver o capim

Ver o baobá

Vamos ver a campina quando flora

A piracema, rios contravim

Binho, Bel, Bia, Quim

Vamos embora


Quando eu morrer

Cansado de guerra

Morro de bem

Com a minha terra:

Cana, caqui

Inhame, abóbora

Onde só vento se semeava outrora

Amplidão, nação, sertão sem fim

Ó Manuel, Miguilim

Vamos embora


BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).


Nesse texto, predomina a função poética da linguagem. Entretanto, a função emotiva pode ser identificada no verso:

Alternativas
Q2404443 Português

Para responder às questões de 1 a 3, analise a tirinha apresentada a seguir.

Fonte:

https://www.facebook.com/photo/?fbid=5878656395512951

&set=pb.100064627692059.-2207520000.

Pode-se afirmar que na expressão a mamãe vai ficar uma arara, no segundo quadrinho, tem-se o emprego de linguagem:

Alternativas
Q2403595 Português

Texto 4 para responder às questões de 41 a 55.


1-----------Prezado Ronaldo Fenômeno,


-----------Meu nome é Artur, mas pode me chamar de Pinguim

-----(depois explico). Jogo de centroavante no infantil do São

4---Cristóvão, moro no Rio de Janeiro, tenho 12 anos e sou seu

-----fã.

-----------Meu melhor amigo (nível 1) é o Parede, zagueiro do

7---nosso time. Meu outro melhor amigo (nível 2) se chama seu

-----Almeida, tem 60 anos e é meu vizinho lá na vila.

-----------Pra você ver a coincidência: moro numa casa de vila

10---que fica no bairro de Vila Isabel e ainda por cima morei

-----também na Vila da Penha e na Vila Valqueire antes de vir

-----pra cá. Por causa disso, o nosso técnico lá no São Cristóvão

13---vive dizendo que estou no time errado, devia jogar era no

-----Santos, que tem o campo dele na Vila Belmiro.

-----------Não acho graça nenhuma, sinceramente. Não é por

16---nada, não, só porque a piada é boba mesmo, não tem nada a

-----ver, mas toda vez que ele diz isso eu prefiro dar pelo menos

-----um risinho amarelo, pra ele não me colocar no banco, como

19---já aconteceu.

-----------O nosso técnico gosta de ser chamado de Professor.

-----Não fez faculdade nem nada, acho que ele nem terminou a

22---escola, mas todo técnico agora virou professor, você sabe, e

-----ai de quem chamar o nosso pelo nome de verdade, que eu

-----nem sei qual é, pensando bem.

25-------Sei que não pega bem ficar falando mal de técnico,

-----ainda mais que o nosso deve ganhar uma merreca por mês,

-----coitado, e deve estar ali porque gosta mesmo de futebol e

28---acho até que gosta um pouco da gente também, mas, cá

-----entre nós, técnico assim é duro de aturar, você não acha,

-----Ronaldo?

31-------Eu estava contando dos meus dois melhores amigos.

-----Foi por causa deles que resolvi escrever esta carta e espero

-----que ela chegue sã e salva aí na Espanha e você possa me

34---responder um dia. Só peço que não demore muito porque,

-----enquanto você não me escrever de volta contando a verdade

-----sobre o que vou perguntar, nunca vou poder mostrar pro

37---Parede que ele é um idiota, e eu gostaria muito de dizer isso

-----pra ele.

-----------Foi o Parede quem me sugeriu escrever esta carta e foi

40---o seu Almeida quem reforçou a ideia, lembrando que para

-----ser escritor precisa treinar muito, que nem jogador de

-----futebol, e uma boa forma de treinar pra escritor é escrevendo

43---carta, ele me disse.

-----------O seu Almeida é escritor, Ronaldo, já publicou um

-----montão de livros, mas pelo jeito não venderam muito porque

46---ele não é famoso nem nada e mora lá na casinha dele sem

-----luxo nenhum, vivendo nem sei bem de quê. O seu Almeida

-----sempre desconversa quando pergunto como ele ganha

49---dinheiro. Umas rendas aí, umas rendas aí, ele responde, e eu

-----fico sem entender xongas. Bandido eu sei que ele não é,

-----aposentado também não, pelo menos ele me diz que nunca

52---teve carteira assinada e meu tio Álvaro me disse que sem

-----carteira assinada não tem como se aposentar. Então, eu

54---realmente não sei, é um mistério.


CARNEIRO, Flávio. Prezado Ronaldo.----------------------------------------------------------------------------------

São Paulo: Edições SM, 2. ed., 2017, com adaptações.---------------------------------------------------------------------------------

A função da linguagem predominante no texto é a

Alternativas
Respostas
66: E
67: C
68: C
69: D
70: B