Questões de Concurso Sobre funções morfossintáticas da palavra que em português

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Q2229506 Português
De acordo com as regras gramaticais, assinale a alternativa que apresenta corretamente a função sintática do "que" na seguinte frase: "O livro que comprei é muito interessante".
Alternativas
Q2217433 Português
Levando-se em consideração seu emprego, qual(is) é(são) a(s) classe(s) gramatical(is) das duas palavras QUE sublinhadas no excerto abaixo?
“Nas trilogias de super-heróis o segundo filme é o da consolidação da jornada pessoal. Cinco anos depois de Homem-Aranha no Aranhaverso (2018), Miles Morales retorna mais maduro e confiante em Através do Aranhaverso, mas é a própria realidade da rotina de vigilante - que particularmente no universo do Homem-Aranha sempre envolveu muitas concessões, lutos e sacrifícios - que chega para cobrar seu pedágio e testar se Miles tem mesmo o que é preciso para carregar o nome de Homem-Aranha.”
RIBEIRO, Pedro Henrique. Homem-Aranha Através do Aranhaverso é amadurecimento solitário de Miles Morales. Omelete, 31 de maio de 2023. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/homem-aranhaaranhaverso-2. Acesso em: 16 jun. 2023.
Alternativas
Q2216847 Português


QUINO. Adaptado, Mafalda. Disponível em: <https://feedobem.com/artigos/compartilhar/tirinha-mafalda>.

Acesso em: 04 de abril de 2023.

Na fala da Mafalda “que isso é muito feio, que não se faz”, a palavra "que" exerce a função sintática de: 
Alternativas
Q2216846 Português


QUINO. Adaptado, Mafalda. Disponível em: <https://feedobem.com/artigos/compartilhar/tirinha-mafalda>.

Acesso em: 04 de abril de 2023.

Na fala da mãe da Mafalda “Inquilino? Que inquilino?”, a palavra "que" exerce a função sintática de: 
Alternativas
Q2216844 Português


QUINO. Adaptado, Mafalda. Disponível em: <https://feedobem.com/artigos/compartilhar/tirinha-mafalda>.

Acesso em: 04 de abril de 2023.

Na fala da Mafalda "esse que a gente tem aqui dentro", a palavra "que" exerce a função sintática de:  
Alternativas
Q2212521 Português
Leia o texto, para responder à questão.

Sobre IA, empregos e disrupção social

        De tempos em tempos, raras tecnologias surgem de forma tão avassaladora que provocam profundas mudanças na dinâmica social. São aquelas que os economistas chamam de tecnologias de propósito geral (GPTs), que alcançam diversas áreas e abrem novos campos do conhecimento. O motor a vapor do século 18 foi uma GPT, assim como a energia elétrica a partir da invenção do dínamo no século seguinte e, mais recentemente, a internet.

        Hoje testemunhamos o avanço de uma tecnologia com potencial de disrupção socioeconômica, a inteligência artificial (IA). Esse conjunto de sistemas e algoritmos que permitem a máquinas analisar, aprender e tomar decisões sozinhas se desenvolve em um mercado que deve passar dos US$ 15 trilhões até 2030, conforme previsão da PwC. E do mesmo jeito que um dia ocorreu com as GPTs citadas anteriormente, a IA levanta a questão: as máquinas inteligentes acabarão com os empregos do ser humano?

        Dois grupos dominam o debate. Um defende que previsões catastróficas para o emprego na era da IA não passam de uma falácia. Eles têm a história ao lado. Durante a Revolução Industrial, por exemplo, camponeses substituídos por máquinas na agricultura foram absorvidos nas fábricas das cidades. Do outro lado estão os que tratam a IA como uma tecnologia diferente, pois está entrando na vida das pessoas de forma muito mais rápida do que qualquer outra na história. Kai-Fu Lee, um dos maiores investidores da China em inteligência artificial, estima que, em meados da década que vem, soluções de IA poderão substituir, tecnicamente, até metade dos empregos nos EUA.

        Máquinas dotadas de IA realizarão trabalhos tanto físicos (procure pela Boston Dinamics) quanto intelectuais com velocidade e potência incrivelmente superiores a qualquer ser humano. E funcionarão 24 horas por dia, sete dias por semana, sem férias.

        Além disso, o choque da IA nos empregos deve ignorar a distinção entre trabalhadores pouco e muito qualificados. Nesse processo transformador, intenso e abrangente, muitos ficarão para trás e, dizem alguns pensadores, formarão a nova classe de seres humanos inúteis – aqueles que nunca mais conseguirão se ocupar.

        Então, se prepare, pois o pleno emprego será realidade para robôs, não para você.

(Wladimir D’Andrade. Diário da Região, 19-07-2022. Adaptado)
O termo “que”, em destaque nas alternativas, introduz enunciado com sentido de consequência em relação ao que o precede em:
Alternativas
Q2211510 Português

Unesco nomeia 18 novos Geoparques Mundiais


Por Unesco


(Disponível em: https://www.unesco.org/pt/articles/unesco-nomeia-18-novos-geoparques-mundiais – texto adaptado especialmente para esta prova).

Os vocábulos “mais” (l. 12) e “que” (l. 17), considerando-se o contexto em que se encontram, são, respectivamente:
Alternativas
Q2205407 Português

Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.





(Isabella Henriques e Miriam Pragita. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/e-urgente-retomar-opacto-social-pela-infancia.shtml. 17.jun.2023)

Não se deve perder de vista, no entanto, que somente políticas estruturantes, intersetoriais e integradas serão capazes de fazer com que o Brasil concretize o paradigma da "absoluta prioridade". (L.36- 39)
As duas ocorrências do QUE no período acima se classificam, respectivamente, como
Alternativas
Q2205357 Português

Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.


Lugar de fala





(Ricardo Viveiros. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/lugar-de-fala.shtml. 12.jun.2023.) 

A história da humanidade mostra que lutar com conhecimento e responsabilidade por direitos inalienáveis determina princípios importantes: justiça, generosidade, altruísmo, solidariedade, respeito. (L.37-40)
A ocorrência do QUE sublinhada no período acima se classifica como
Alternativas
Q2205201 Português

Texto para o item.


                                      Prêmio Raízes



Internet:<www.cauto.gov.br>  (com adaptações).

Com base na estrutura e no conteúdo do texto, julgue o item.


O termo “que” (linha 4) deve ser reconhecido como uma conjunção integrante. 


Alternativas
Q2198083 Português

Nunes Marques pede 'empatia' a mulheres; Cármen responde: 'Não somos coitadas, precisamos é de respeito'


A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divergiu nesta quinta-feira (27) dos argumentos do ministro Nunes Marques, também integrante da Corte, durante um julgamento sobre uma suposta fraude em cota de gênero nas eleições de 2020. Em determinado momento, ele pediu "empatia" às mulheres. Cármen afirmou que as mulheres não são "coitadas" e precisam de "respeito", não de empatia.


O TSE analisava se o partido Cidadania teria lançado candidaturas femininas fictícias para cumprir o requisito de ao menos 30% de candidatas mulheres nas eleições para o cargo de vereador em Itaiçaba (CE).


Na discussão do caso, Nunes Marques avaliou que não seria possível classificar o caso como fraude e pediu mais “empatia” com mulheres em disputas eleitorais. O ministro avaliou que “não é fácil para uma mulher do povo, simples, se candidatar e ter 9 votos numa cidade”.


“Há uma tentativa republicana de cumprimento da norma eleitoral [a cota de gênero], na busca de pessoas do gênero feminino que se disponham a se candidatar. No entanto, a partir do momento que ela se filia e há um completo abandono, a gente precisa ter um pouco de empatia com essas mulheres”, disse.


“Elas nunca participaram de nada, de campanha, não sabem como percorrer esse caminho durante o pleito. Devemos ter empatia porque não é fácil para uma mulher  do povo, simples, se candidatar e ter 9 votos numa cidade dessa”, acrescentou o ministro.


Cármen Lúcia respondeu então que a discussão não passava por ter “empatia” com mulheres em disputas políticas.


“A Justiça Eleitoral tem a tradição de reconhecer como pessoa dotada de autonomia, e não precisar de amparo. Isso é o que nós não queremos, ministro. E eu entendo quando o senhor afirma, de uma forma que soa paternal, dizendo que haja empatia. É preciso, na verdade, que haja educação cívica”, afirmou. A ministra ainda argumentou que é necessário “dar efetividade jurídica” à regra constitucional que exige um mínimo de candidaturas femininas.


“Não acho que é uma questão de empatia, é uma questão de constitucionalidade. Não é constitucional ter no Brasil um dispositivo que não é cumprido. Tem uma legislação que, desde 1996, estabelece uma cota. Mais de 30% dos casos que nos chegam nesta Corte são de descumprimento da lei. Temos de dar efetividade jurídica e social com igualdade”, disse.


“O que a gente quer, nós, mulheres, não é empatia da Justiça, é respeito aos nossos direitos. É preciso que tenha educação cívica para todos os brasileiros igualmente participarem livremente, autonomamente, com galhardia, das campanhas eleitorais e da vida política de um país”, concluiu.


https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/04/27 

“Há uma tentativa republicana de cumprimento da norma eleitoral [a cota de gênero], na busca de pessoas do gênero feminino que se disponham a se candidatar”.
Assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q2197626 Português
Quatro alternativas a seguir contêm orações destacadas que desempenham a mesma função. Assinale a que não exerce a mesma função que as demais.
Alternativas
Q2195833 Português
Assinale a alternativa na qual a palavra "que" exerce a função de pronome relativo. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FUNCERN Órgão: Prefeitura de Junco do Seridó - PB Provas: FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Pedagogo | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor – Educação Infantil | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor – Ensino Fundamental | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor De Educação Física | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor Para Sala De Recursos Multifuncionais (SRM) | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Nutricionista Escolar | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Psicólogo Escolar | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Assistente Social Educacional | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Biomédico | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Fisioterapeuta | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Médico PSF | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Médico Plantonista | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Médico Veterinário | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Nutricionista | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Psicólogo | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Terapeuta ocupacional | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Educador Físico | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Enfermeiro | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Assistente Social | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Psicólogo CRAS e CREAS |
Q2195773 Português
A questão referem-se ao texto abaixo.

TEXTO 01
“Eles não são mais índios...” 
A possibilidade de uma vida indígena foi cada vez mais dificultada, dado o avanço da 'civilização' sobre suas terras

Por Maria Luiza Santos Soares,
jornalista e mestre em comunicação.

“Eles não são mais índios… eles perderam a sua cultura”. Esta frase recorrente no seio da sociedade brasileira faz parte de uma herança, cuja origem remonta à descoberta do Novo Mundo pelos navegadores portugueses e espanhóis. Desde então, a ideia acerca dos povos indígenas vem sendo construída através de um olhar nostálgico, reservando-lhes um lugar que não cabe no espaço contemporâneo. Este estranhamento, no entanto, foi construído historicamente, desde os primeiros relatos dos colonizadores, passando pelos escritos iluministas de Russeau, Rotherdan e Morus, pela literatura romântica brasileira do século XIX, aos dias de hoje.
Por isso ainda é comum a ironia diante de um indígena utilizando um automóvel do ano, um celular, ou um computador. Esta visão também bebeu na fonte de textos bíblicos, como se os povos ameríndios fossem os verdadeiros habitantes do Éden, mantendo fora da história tudo que estivesse relacionado com eles. Não é por nada que demarcação das terras indígenas atiça setores da elite com o mesmo discurso “muita terra para pouco índio”.
Que índio é este, vestido com roupas de branco?” É o que dizem muitas pessoas ao encontrarem famílias Kaingang e Guarani vendendo seu artesanato no Brique da Redenção aos domingos em Porto Alegre. De todos os absurdos que podem ser atribuídos a eles, este certamente é o mais cruel. Não são mais índios por quê? Por que perderam sua cultura? Por que não passeiam em trajes típicos neste paraíso tão almejado pelos conquistadores lá nos mil e quinhentos?
E o que significa ser indígena? Ao consideramos que, originariamente, os povos que aqui se desenvolveram estavam intimamente ligados ao meio ambiente, a crueldade aumenta ainda mais. No Rio Grande do Sul, cada etnia vivia em um determinado ecossistema. Enquanto alguns grupos habitavam os campos, Charruas e os Minuanos, os Guarani viviam na Mata Atlântica e os Kaingang, no Planalto Meridional – cada qual dispondo dos recursos naturais à sua volta. Mais de que um bioma em si, não se tratava apenas de uma questão de sustentabilidade material. Existia uma raiz cultural na relação com o espaço que ocupavam. Eles desconheciam a terra como propriedade privada. Seu valor não era o do mercado. Para os povos originários, a terra tem um caráter místico e cosmológico, por isso nenhum lugar é igual a outro. Pela mesma razão, estão reunidos hoje em Brasília no Acampamento Terra Livre. Querem suas terras ancestrais e o direito de continuarem sendo indígenas, preconizado pela Constituição brasileira – Aliás, direito ainda hoje questionado pelas elites conservadoras e seu governo despótico, interessados no que há acima e abaixo das terras indígenas.
A dita “perda da cultura”, portanto, está ligada à invasão de suas terras. Como realizar todos os rituais das diferentes etnias sem os elementos da natureza que deram origem às suas crenças e costumes? Por isso fica difícil entender por que, no Rio Grande do Sul, estado onde prevalecem culturas estrangeiras preservadas até hoje, não se respeita a cultura originária. Talvez, no fundo, seja mesmo uma profunda dificuldade de uns se colocarem no lugar de outros.
O antropólogo Claude Lévi-Strauss revelou às Nações Unidas, por meio de um discurso proferido em 1959, que “a diversidade deve ser salva”, sugerindo que não se pode mais enxergar o indígena com os olhos dos conquistadores. Ao valorizar somente seu passado, repete-se o mesmo equívoco: o de estacionar nosso imaginário naquele tempo passado, fixado na ideia de preservação de uma cultura, como se ela fosse inexorável. Tudo muda e tudo flui, como bem nos ensinou Heráclito.
Darcy Ribeiro em “O índio e a civilização” (1970) mostrou que a interação dos indígenas com a sociedade brasileira os levou de uma condição de índios-tribais à de índios genéricos. Portanto, não é por nada que o preconceito persiste – há 308 etnias no Brasil atual, sendo que, no Rio Grande do Sul, além dos Guarani e dos Kaingang, ainda estão os remanescentes dos Xoklen e dos Charrua. Segundo ele, o avanço sobre os territórios indígenas era quase impossível frente à discriminação racial e os interesses que estavam em jogo: culturas indígenas diante do desenvolvimento econômico do país.
 A possibilidade de uma vida indígena foi cada vez mais dificultada, dado o avanço da “civilização” sobre suas terras. Foi por ela que os povos indígenas foram usurpados de seu modo de vida tradicional. Foi por ela que tiveram sua população reduzida por várias décadas, e foi por ela que jamais deixaram de lutar. No entanto, o “eles não são mais índios” persiste no imaginário.
Sedimentada numa gama de saberes que se reproduziram na ação daqueles encarregados de regrar as normas para a colônia, as populações indígenas enfrentaram desde então as diferentes ações de linhagem imperialista: desde as feitorias, passando pelas missões religiosas, aldeamentos, até a tutela, que só deixou de existir, pelo menos na forma da lei, com a Constituição de 1988.
Em 1680, a coroa Portuguesa concede às missões religiosas, principalmente aos jesuítas, a administração dos indígenas, através do Regimento das Missões, onde estava explícito que transformar os índios em cristãos era o mesmo que torná-los vassalos do Rei de Portugal. Embora não constasse no Regimento, o extermínio de grandes populações indígenas foi enorme, bem como sua escravização. Os aldeamentos iniciaram-se com as missões jesuíticas, através da transferência de etnias inteiras sob o pretexto de novas almas para a Igreja.
Em 1755, o Diretório Pombalino, muitas vezes ainda saudado por promover a liberdade dos índios, deu aos povos indígenas o direito de escolherem a quem serviriam. Pombal na verdade estava preocupado com o avanço do poder dos jesuítas sobre as populações nativas, e pretendia ocupar o território. Assim, as aldeias transformaram-se em vilas. Os indígenas não seriam mais convertidos à religião, mas à civilização, à cultura e ao comércio dos brancos.
O Diretório Pombalino previa a miscigenação, através do casamento de homens brancos com mulheres indígenas, proibia a língua geral nas escolas indígenas e incentivava o trabalho e o comércio entre eles. Desta forma, inaugurava-se a retórica da civilização, que vai perdurar até início do século XIX. O termo civilizado vem servindo de desculpa para suas mais perversas ações contra os povos indígenas, e acabou virando sinônimo, inclusive para os indígenas, de homem branco.
Os tempos que sucedem o fim da II Guerra Mundial vão refletir nas ciências sociais buscando respostas contra as atrocidades. Novos horizontes iluminaram a Antropologia Social. Neste contexto, trabalhos dos etnólogos ligados ao Serviço de Proteção ao Índio passarão a ser orientados por estes ares, que em termos mundiais, são determinados pela Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho, da ONU, em 1948. Ela vai pregar a autodeterminação dos povos indígenas, ao decretar que as terras ocupadas por eles devem suprir-lhes o sustento de acordo com sua cultura, formando, ainda que de forma embrionária, uma resistência à fúria desenvolvimentista que invadia as terras novas do Brasil.
As práticas do Serviço de Proteção ao Índio, e mais tarde da Funai que viria a substituí-lo em 1967, porém, não acompanhariam oficialmente a emancipação das comunidades indígenas, tutelando-as legalmente, até a Constituição de 88. Além disso, o Estado brasileiro teve muita dificuldade de implementar políticas públicas fundadas na riqueza cultural destes povos, para se contrapor à ideia desenvolvimentista que não acolhe a diversidade. E o mais cruel ainda é perceber que muitas vezes os setores que negam a indianidade de nossos povos originários são os mesmo que querem plantar soja ou minerar em suas terras. Então, cara pálida, quem não é mais índio?
Adaptado de https://www.brasildefators.com.br/2022/04/18/artigo-eles-nao-sao-mais-indios Acesso em: 01 abr. 2023.
A respeito da oração subordinada destacada no 6° parágrafo do texto 
O antropólogo Claude Lévi-Strauss revelou às Nações Unidas, por meio de um discurso proferido em 1959, que “a diversidade deve ser salva”, sugerindo que não se pode mais enxergar o indígena com os olhos dos conquistadores.
Alternativas
Q2195014 Português
Quem escreve as bulas?
Mário Prata
(Disponível em: https://marioprata.net/cronicas/quem-escreve-asbulas/)
Quando me perguntam a profissão, e eu digo que sou escritor, logo vem outra em cima: de quê? De tudo, minha senhora. De tudo, menos de bula. Romance, cinema, teatro, televisão, poesia, ensaios, tudo-tudo, menos bula! Uma vez, num barzinho uma gatinha me perguntou o que eu escrevia, e disse que escrevia bula. Ela não deu a menor atenção para mim. Se dissesse que era cronista do Estadão, talvez tivesse mais sucesso. Por que o preconceito contra as geniais bulas? Quando é bula papal todo mundo leva a sério, mesmo que seja para dizer que não se pode fazer amor sem a intenção da procriação (que palavra mais animal!)
Não que eu não aprecie as bulas. Pelo contrário. Adoro lê-las. E com atenção. E, sempre, depois de ler uma, já começo a sentir todas as “reações adversas”.
Admiro, invejo esse colega que escreve bulas. Fico imaginando a cara dele, como deve ser a sua casa. Que papo tal escrivão deve levar com a mulher e com os vizinhos?
Tal remédio “é contraindicado a pacientes sensíveis às benzodiazepinas e em pacientes portadores de miastenia gravis”. Dá vontade de telefonar para o autor e perguntar como é que eu vou saber se sou sensível e portador? Quanto ele ganha por bula? Será que ele leva os obrigatórios dez por cento de direitos autorais? Merecem, são gênios.
Jamais, numa peça de teatro, num roteiro de um filme ou mesmo numa simples crônica conseguiria a concisão seguinte: “é apresentado sob forma de uma solução isotônica (que lindo!) de cloreto de sódio, que não altera a fisiologia das células da mucosa nasal, em associação com cloreto de benzalcônio”. Sabe o que é? O velho e inocente Rinosoro.
Vejam o texto seguinte e sintam na narrativa como o autor é sádico: “você poderá ter sonolência, fadiga transitória, sensação de inquietação, aumento de apetite, confusão acompanhada de desorientação e alucinações, estado de ansiedade, agitação, distúrbios do sono, mania, hipomania, agressividade, déficit de memória, bocejos, despersonalização, insônia, pesadelos, agravamento da depressão e concentração deficiente. Vertigens, delírios, tremores, distúrbios da fala, convulsões e ataxia”. Pronto, tenho que ir ao dicionário ver o que é ataxia: “incapacidade de coordenação dos movimentos musculares voluntários e que pode fazer parte do quadro clínico de numerosas doenças do sistema nervoso”. Já sentindo tudo descrito acima. Quem mandou ler?
E quem tem úlcera pélvica não pode tomar remédio nenhum. Está condenado à morte? Toda bula odeia essa tal de úlcera pélvica. As demais úlceras entram como coadjuvantes nos textos dos autores buláticos (tem a palavra no Aurélio). E as gestantes (é como os buláticos chamam a grávida)? Elas não podem tomar nenhum remédio. Os nobres coleguinhas protegem a gravidez.
E se você tem “intolerância conhecida aos derivados pirazolônicos”, te cuida, irmão. Deve dar em gente nascida em Pirassanunga e região. Para todo remédio, uma bula diferente, um estilo próprio, um jeito de colocar a vírgula diferente.
[...]
E lembre-se sempre: todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças. E não tome remédio sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. E pra cabeça!
Agora, falando sério. Admiro os escritores de bula. Assim como invejo os poetas. Talvez por nunca ter sido convidado (nem teria experiência) para escrever uma e nunca tenha conseguido escrever um poema. Sempre gostei de escrever as linhas até o final do parágrafo.
Para mim, o poeta é um talentoso preguiçoso. Nunca chega ao final da linha.
Já repararam? Já o bulático, esse sim, é um esforçado poeta!

Nos períodos:

Admiro, invejo esse colega que escreve bula. [...]

Que papo tal escrivão deve levar com a mulher e com os vizinhos?”

Os termos grifados são, morfologicamente:

Alternativas
Q2194783 Português
Telejornais, jornais, discursos políticos, tuítes – avessos a oferecer temas e escapes para as ansiedades e para os medos públicos – não falam de outra coisa hoje senão da “crise migratória” que dominará a Europa, prenunciando o colapso e o fim do estilo de vida que conhecemos, temos e amamos.
A crise tornou-se uma espécie de nome em código, politicamente correto, desta fase da eterna luta conduzida pelos formadores de opinião para conquistar e subjugar as mentes e os corações. As notícias provenientes do campo de batalha estão agora prestes a desencadear um verdadeiro ataque de “pânico moral” (na acepção comumente aceita da expressão, definida pela edição inglesa da Wikipédia como “o temor, generalizado entre muitíssimas pessoas, de que qualquer mal ameace o bem-estar da sociedade”).  
(BAUMAN, Zygmunt. Estrangeiros às portas. Tradução de Moisés Sbardelotto. Rio De Janeiro: Zahar, 2017.)
Com base no texto, analise as afirmativas a seguir. 
I. No trecho “[...] não falam de outra coisa hoje senão da ‘crise migratória’ que dominará a Europa, prenunciando o colapso e o fim do estilo de vida que conhecemos, temos e amamos.” (1º§), os termos destacados exercem a mesma função morfossintática. II. A palavra “migratória” é acentuada pelo mesmo motivo que em “comentário”. III. Na grafia da palavra “bem-estar”, o uso do hífen não obedece ao Novo Acordo Ortográfico. IV. Em “[...] na acepção comumente aceita da expressão [...]”, o termo “acepção” pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por “significação”. 
Está correto o que se afirma apenas em 
Alternativas
Q2193895 Português
LÍNGUA PORTUGUESA 

A arte de envelhecer

Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem.
Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilégio de chegar aos noventa em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem de agora me cause impressão semelhante. 
O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção: o feto de seis meses é muito mais velho do que o embrião de cinco dias.
Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual somos inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós, de sobreviver em nichos ecológicos que vão do calor tropical às geleiras do Ártico.
Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos.
A adolescência é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infância à vida adulta sem estágios intermediários. Nas comunidades agrárias, o menino de sete anos trabalhava na roça e as meninas cuidavam dos afazeres domésticos antes de chegar a essa idade.
A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos, sem abrir mão do direito de reclamar da comida à mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avós tinham filhos para criar.
A exaltação da juventude como o período áureo da existência humana é um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes e os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária, tem o efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que essa fase se aproxima do fim. 
A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Sócrates tomou cicuta aos 70 anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém, sabe-se lá quantos anos teve, mas seus contemporâneos gregos, romanos ou judeus viviam em média 30 anos. No início do século 20, a expectativa de vida ao nascer, nos países da Europa mais desenvolvida, não passava dos 40 anos. 
A mortalidade infantil era altíssima, epidemias de peste negra, varíola, malária, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populações inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravidão, dores sem analgesia e a onipresença da mais temível das criaturas. 
Que sentido haveria em pensar na velhice, quando a probabilidade de morrer jovem era tão alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouquíssimos conhecerão.
Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos oitenta. Se assim for, é preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá, aos 60, o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para aqueles que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo. 
Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude é torná-la experiência medíocre. Julgar aos 80 anos que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é não levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as experiências traumáticas e relegar ao esquecimento as inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos desnecessários e as burradas que fizemos nessa época.
Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem “cabeça de jovem”. É considerá-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez.
Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos anteriormente.  
(VARELLA. Drauzio. A arte de envelhecer. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/a-arte-de-envelhecer-artigo/. Em: 02/2016. Adaptado.)
Assinale a alternativa cujo termo sublinhado apresenta função morfológica DIFERENTE dos demais. 
Alternativas
Q2193070 Português





Augustinho Paludo. Administração Pública. 5.a ed. São Paulo:
Forense (GEN Jurídico), 2016.

Considerando o conteúdo, a estrutura e os aspectos linguísticos do texto, julgue o item.


O conectivo “que” (linha 1) classifica-se como conjunção integrante. 

Alternativas
Q2188960 Português
TEXTO I

OS IDIOTAS DA OBJETIVIDADE

(Nelson Rodrigues)

Sou da imprensa anterior ao copy desk. Tinha treze anos quando me iniciei no jornal, como repórter de polícia. Na redação não havia nada da aridez atual e pelo contrário: — era uma cova de delícias. O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis. Mas tinha a compensação da glória. Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria vaidade o remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o retoque de uma vírgula. Havia uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda, jamais.

Durante várias gerações foi assim e sempre assim. De repente, explodiu o copy desk. Houve um impacto medonho. Qualquer um na redação, seja repórter de setor ou editorialista, tem uma sagrada vaidade estilística. E o copy desk não respeitava ninguém. Se lá aparecesse um Proust, seria reescrito do mesmo jeito. Sim, o copy desk instalou-se como a figura demoníaca da redação.

Falei no demônio e pode parecer que foi o Príncipe das Trevas que criou a nova moda. Não, o abominável Pai da Mentira não é o autor do copy desk. Quem o lançou e promoveu foi Pompeu de Sousa. Era ainda o Diário Carioca, do Senador, do Danton. Não quero ser injusto, mesmo porque o Pompeu é meu amigo. Ele teve um pretexto, digamos assim, histórico, para tentar a inovação.

Havia na imprensa uma massa de analfabetos. Saíam as coisas mais incríveis. Lembro-me de que alguém, num crime passional, terminou assim a matéria: — “E nem um goivinho ornava a cova dela”. Dirão vocês que esse fecho de ouro é puramente folclórico. Não sei e talvez. Mas saía coisa parecida. E o Pompeu trouxe para cá o que se fazia nos Estados Unidos — o copy desk.

Começava a nova imprensa. Primeiro, foi só o Diário Carioca; pouco depois, os outros, por imitação, o acompanharam.

Rapidamente, os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade. Daí para o “idiota da objetividade” seria um passo. Certa vez, encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro. Gosto muito dele e o saudei com a mais larga e cálida efusão. E o Moacir, com seu perfil de Lord Byron, disse para mim, risonhamente: — “Eu sou um idiota da objetividade”.

Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria: — “Eu sou um idiota da objetividade”. Na verdade, tanto Roberto como Moacir são dois líricos. Eis o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade inunda as mesas de redação e seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa. Aliás, devo dizer que o copy desk e o idiota da objetividade são gêmeos e um explica o outro.

E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da esquina.

Era, repito, a implacável objetividade. E, depois, Getúlio deu um tiro no peito. Ali estava o Brasil, novamente, cara a cara com a guerra civil. E que fez o Diário Carioca? A aragem da tragédia soprou nas suas páginas? Jamais. No princípio do século, mataram o rei e o príncipe herdeiro de Portugal. (Segundo me diz o luso Álvaro Nascimento, o rei tinha o olho perdidamente azul). Aqui, o nosso Correio da Manhã abria cinco manchetes. Os tipos enormes eram um soco visual. E rezava a quinta manchete: “HORRÍVEL EMOÇÃO!”. Vejam vocês: — “HORRÍVEL EMOÇÃO!”.

O Diário Carioca não pingou uma lágrima sobre o corpo de Getúlio. Era a monstruosa e alienada objetividade. As duas coisas pareciam não ter nenhuma conexão: — o fato e a sua cobertura.

Estava um povo inteiro a se desgrenhar, a chorar lágrimas de pedra. E a reportagem, sem entranhas, ignorava a pavorosa emoção popular. Outro exemplo seria ainda o assassinato de Kennedy.

Na velha imprensa as manchetes choravam com o leitor. A partir do copy desk, sumiu a emoção dos títulos e subtítulos. E que pobre cadáver foi Kennedy na primeira página, por exemplo, do Jornal do Brasil. A manchete humilhava a catástrofe. O mesmo e impessoal tom informativo. Estava lá o cadáver ainda quente. Uma bala arrancara o seu queixo forte, plástico, vital. Nenhum espanto da manchete. Havia um abismo entre o Jornal do Brasil e a tragédia, entre o Jornal do Brasil e a cara mutilada. Pode-se falar na desumanização da manchete.

O Jornal do Brasil, sob o reinado do copy desk, lembra-me aquela página célebre de ficção. Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa. Tiro e bordoada em quantidade. A lavadeira veio espiar a briga. Lá adiante, numa colina, viu um baixinho olhando por um binóculo. Ali estava Napoleão e ali estava Waterloo. Mas a santa mulher ignorou um e outro; e veio para dentro ensaboar a sua roupa suja. Eis o que eu queria dizer: — a primeira página do Jornal do Brasil tem a mesma alienação da lavadeira diante dos napoleões e das batalhas. E o pior é que, pouco a pouco, o copy desk vem fazendo do leitor um outro idiota da objetividade. A aridez de um se transmite ao outro. Eu me pergunto se, um dia, não seremos nós 80 milhões de copy desks? (...)

Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/os-idiotas-da-objetividade-cronica-de-nelson-rodrigues/ (Adaptado). Acesso em: 8 jan. 2023.
José Carlos de Azeredo (2008, p. 100) afirma: “A informação contida em um texto é distribuída e organizada em seu interior graças ao emprego de certos recursos léxicos e gramaticais. À articulação desses recursos em benefício da expressão do sentido e de sua compreensão dá-se o nome de coesão textual”.
Considerando a definição acima, seu conhecimento sobre o assunto e o conteúdo do Texto I, julgue os itens a seguir como verdadeiros (V) ou falsos (F).
I. Conjunções são termos gramaticais que articulam orações e termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles o que se chama de coesão referencial.
II. A elipse pode ser, além de figura de linguagem, um mecanismo coesivo, como se observa na relação entre as duas frases da seguinte passagem do texto: “O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis”.
III. Em “Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva para completar o sentido do substantivo “lavadeira”.
IV. Em “Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva encaixada na função de sujeito da oração principal.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
Alternativas
Q2187787 Português
TEXTO I

“Menos de 6 horas de sono por noite é uma privação aguda”, diz especialista

Por Portal Raízes

        Menos de 6 horas de sono em uma única noite é uma privação aguda”, diz Robyn Stremler, enfermeira e professora associada da Faculdade de Enfermagem Lawrence S. Bloomberg da Universidade de Toronto, cuja pesquisa se concentra no sono e na paternidade. “Sabemos que os adultos humanos funcionam melhor se dormirem de sete a oito horas por noite. E quando você cai para menos de seis horas, mesmo por uma noite, começamos a ver um declínio no desempenho integral da pessoa”.

        Não existe isso de recuperar o sono perdido. Infelizmente, um sono ocasional de 12 horas não vai resolver o problema. Mesmo dormindo muito tempo num dia, na tentativa de recompensar noites mal dormidas, você não se sentirá descansado. A privação crônica ocorre quando a falta de sono é prolongada ou persiste por muitas noites, levando a um comprometimento contínuo ou agravado com o passar do tempo, provocando sintomas físicos, cognitivos, comportamentais e mentais.

Sintomas físicos

        Todas as pessoas que dormem pouco já ouviram alguém dizer: “Uau, você está parecendo um zumbi” e quando elas olham no espelho, sabem do que eles estão falando. De acordo com Lisa Kellett, dermatologista de Toronto, há evidências de que a privação do sono e os padrões de sono alterados (como trabalhar no turno da noite) acabam resultando na diminuição da produção de colágeno e na quebra das elastinas da pele.

        Mas seu corpo também está reagindo à falta de sono de muitas outras maneiras não tão visíveis. Por exemplo, as pessoas que relatam dormir cronicamente muito pouco tendem a ter pressão arterial mais alta, diz Stremler.

        “Também pode afetar as respostas de fome do corpo, então você faz escolhas alimentares ruins com mais frequência. Seu corpo acha que quer alimentos mais ricos em nutrientes, então você buscará opções com maior teor de gordura e açúcar”. Isso significa que há uma relação entre falta de sono, metabolismo mais lento e ganho de peso, bem como flutuações nos níveis de açúcar no sangue.

        Outros sintomas fisiológicos incluem visão turva, tontura, espasmos nos olhos e aumento de dores crônicas, como fibromialgia e nas articulações. Você também tem três vezes mais chances de pegar um resfriado quando privado de sono, porque a falta de sono suprime seu sistema imunológico.

        Um estudo de 2011 publicado na revista médica Behavioral Sleep Medicine até descobriu que a falta de sono pode levar ao que alguns chamam de “efeito zumbi”, que é uma capacidade prejudicada de demonstrar alegria em suas expressões faciais. Um estudo semelhante, publicado em 2013 na revista Sleep, descobriu que a privação do sono pode fazer você parecer mais triste ou mais melancólico para os outros, com olhos inchados e mais vermelhos, pálpebras caídas, olheiras mais escuras, pele pálida, mais rugas nos olhos e os cantos da boca caídos.

        Você provavelmente também não tem energia ou tempo para se exercitar, o que aumenta a lentidão que sentimos por dormir mal e fazer escolhas alimentares pouco saudáveis. Não precisamos de um estudo científico para nos dizer que nossa vida sexual também sofre como efeito colateral da privação do sono: muitos sentem que precisam escolher entre alguns minutos extras de descanso e dedicar atenção ao seu relacionamento há muito negligenciado com seu cônjuge.

Efeitos cognitivos

        Quando Conor Wild, um pesquisador associado do Brain and Mind Institute da Western University, em Londres, descobriu que ele e sua esposa estavam esperando gêmeos, ele começou a considerar o que dois novos pacotes de alegria fariam com todas rotinas de suas vidas, incluindo o sono. Essa análise pessoal estimulou sua pesquisa recente, que incluiu uma pesquisa controlada com mais de 10.000 entrevistados que relataram sua qualidade e duração do sono antes de completar uma série de testes cognitivos.

        Wild e sua equipe descobriram que dormir pouco regularmente – menos de sete ou oito horas por noite durante um mês, estava associado a um declínio na acuidade mental. Mesmo uma única noite de sono ruim pode causar deficiências, incluindo declínios no raciocínio e na resolução de problemas e nas habilidades verbais, como entender alguém em uma conversa ou compreender artigos escritos. (Curiosamente, Wild e sua equipe descobriram que a memória de curto prazo não era prejudicada pela falta de sono).

Disponível em https://www.portalraizes.com/menos-de-6-horas-de-sono-por-noite-e-uma-privacao-aguda-diz-especialista/ (com adaptações). 
Em “Sabemos que os adultos humanos funcionam melhor se dormirem de sete a oito horas por noite”, a partícula “que” exerce a função de
Alternativas
Respostas
301: D
302: A
303: C
304: B
305: B
306: E
307: C
308: A
309: D
310: E
311: A
312: A
313: B
314: C
315: C
316: B
317: A
318: E
319: D
320: C