Questões de Concurso
Sobre gêneros textuais em português
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Texto 04
"Os gêneros são, em última análise, o reflexo de estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura. Por isso, em princípio, a variação cultural deve trazer consequências significativas para a variação de gêneros."
(LA MARCUSCHI. Gêneros textuais: definição e funcionalidade, 2002).
As boazinhas que me perdoem
Qual o elogio que uma mulher adora receber? Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns 700: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais. Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara. Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número. Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa. Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta. Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios. Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical. Agora quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha.
Descreva uma mulher boazinha. Voz fina, roupas pastéis, calçados rente ao chão. Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana. Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor. Nunca teve um chilique. Nunca colocou os pés num show de rock. É queridinha. Pequeninha. Educadinha. Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos. A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa. Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas. Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais. Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen. Ser chamada de patricinha é ofensa mortal. Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Conformam-se com a coadjuvância. PH neutro. Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos. As “inhas” não moram mais aqui. Foram para o espaço, sozinhas.
MEDEIROS, Martha. Liberdade Crônica. Porto Alegre: L&PM, 2014.
Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.
– Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo
– disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
– Senhor – respondeu o cordeiro – não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
– Você agita a água – continuou o lobo ameaçador – e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
– Não pode – respondeu o cordeiro – no ano passado eu ainda não tinha nascido.
O lobo pensou um pouco e disse:
– Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.
– Eu não tenho irmão – disse o cordeiro – sou filho único.
– Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue.
Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.
(La Fontaine)
Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno
Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica. Gregório de Matos firmou-se como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. O que se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas, pois Gregório não publicou seus poemas em vida. Por essa razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos.
O poeta religioso - A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem (...).
O poeta satírico – O Boca do Inferno é amplamente conhecido por suas críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de “Boca do Inferno”, por satirizar seus desafetos.
O poeta lírico - Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado.
O poeta erótico - Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade.
Texto adaptado. Fonte: http://www.soliteratura.com.br/bar-roco/barroco06.php
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
– Diga trinta e três.
– Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
– Respire.
– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. p. 107.
De formato radical, o poema de Manuel Bandeira provoca uma inter-relação de gêneros textuais. Esse fato está exemplificado, principalmente, quando o autor utiliza
O silêncio que sai do som da chuva espalha-se, num crescendo de monotonia cinzenta, pela rua estreita que fito. Estou dormindo desperto, de pé contra a vidraça, a que me encosto como a tudo. Procuro em mim que sensações são as que tenho perante esse cair de água sombriamente luminosa, que se destaca das fachadas sujas e, ainda mais, das janelas abertas. E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
PESSOA, Fernando. Livro do desassossego. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 77.
Ao analisar o texto, deduz-se que o autor utilizou
Texto 2
A LINGUAGEM POLITICAMENTE CORRETA
José Luiz Fiorin (USP)
No conto Negrinha, de Monteiro Lobato, lemos a seguinte passagem: “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças” (Monteiro Lobato: textos escolhidos. Rio de Janeiro, Agir, 1967, p. 75). No capítulo III, de Clara dos Anjos, de Lima Barreto, aparece a seguinte passagem: “Marramaque, poeta raté, tinha uma grande virtude, como tal: não denegrir os companheiros que subiram nem os que ganharam celebridade” (Prosa seleta. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 2001, p. 661). Em Machado de Assis, no conto Aurora sem dia, lê-se: “Ah! meu amigo, [...] não imagina quantos invejosos andam a denegrir meu nome” (Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, vol. II, p. 224). Diante desses textos não faltaria quem apontasse o dedo acusador para os três autores, tachando-os de racistas. Afinal, denegrir significa “diminuir a pureza, o valor de; conspurcar, manchar” e é construído com a mesma raiz da palavra negro; judiar quer dizer “tratar mal física ou moralmente, atormentar, maltratar” e é formado com o termo judeu. Mas será que podemos fazer essa acusação? Machado e Lima Barreto eram descendentes de negros; Lobato posicionou-se contra o nazifascismo e pode-se dizer que, à maneira de seu tempo, era antirracista.
A linguagem politicamente correta é a expressão do aparecimento na cena pública de identidades que eram reprimidas e recalcadas: mulheres, negros, homossexuais, etc. Revela ela a força dessas “minorias”, que eram discriminadas, ridicularizadas, desconsideradas. Pretende-se, com ela, combater o preconceito, proscrevendo-se um vocabulário que é fortemente negativo em relação a esses grupos sociais. A ideia é que, alterando-se a linguagem, mudam-se as atitudes discriminatórias.
Em 2004, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República publicou uma cartilha intitulada Politicamente correto e direitos humanos, em que mostrava que determinadas palavras, expressões e anedotas revelam preconceitos e discriminações contra pessoas ou grupos sociais. Essa publicação gerou muita polêmica e levou o governo a recolhê-la. Muitos intelectuais proeminentes acusaram o governo de estar instaurando a censura (por exemplo, João Ubaldo Ribeiro, no artigo “O programa Fala Zero”, publicado em O Estado de S. Paulo, de 8/5/2005, p. D3, e Ferreira Gullar, no artigo “A coisa está branca”, publicado na Folha de S. Paulo, de 15 de maio de 2005, p. E 12). Declaravam que se tratava de um ato autoritário de um governo que pretendia até mesmo controlar o que as pessoas dizem; que o poder público tinha coisas mais importantes, como a educação e a saúde, com que se preocupar. Chegaram a afirmar que poderíamos ser presos, se disséssemos alguma coisa que contrariasse as normas linguísticas governamentais. Bradavam que se pretendia engessar a língua, impedindo o seu desenvolvimento.
Não vamos fazer a maldade de argumentar, dizendo que chama atenção
que esses furiosos críticos do governo (no geral, articulistas dos principais jornais
do país) não tivessem tido a mesma irada reação, quando os jornais em que
escrevem vetaram o uso, em suas páginas, de uma série de palavras ou expressões por denotarem preconceito, discriminação ou ofensa em relação a determinados grupos sociais (conferir, por exemplo, o verbete “preconceito” do Manual
de redação da Folha de S. Paulo (2001, p. 94) ou o verbete “ética interna” do
Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo (1990, p. 34-38)).
A linguagem politicamente correta leva-nos a pensar em uma série de aspectos a respeito do funcionamento da linguagem (meus argumentos concordam com os de Sírio Possenti, difundidos em comunicações e textos). O primeiro é que, como já ensinava Aristóteles, na Retórica, aquele que fala ou escreve cria, ao produzir um texto, uma imagem de si mesmo. Sem dúvida nenhuma, a presença de certas palavras num determinado texto faz que ele seja racista, machista, etc., criando uma imagem de que seu autor é alguém que tem preconceito contra as mulheres, os negros, os índios, os homossexuais e assim por diante. O que é preciso saber é se combater o uso de palavras ou expressões que patenteiam a discriminação é um instrumento eficaz de luta contra ela.
De um lado, é verdade que a linguagem modela sentimentos e emoções. Se alguém sempre ouviu certos termos ou expressões, como negro, bicha ou coisa de mulher, ditos com desdém ou com raiva, certamente vai desenvolver uma atitude machista ou racista. Quem é tratado com gritos ou com ameaças seguramente não vai introjetar atitudes de bondade ou doçura. Portanto, usar uma linguagem não marcada por fortes conotações pejorativas é um meio de diminuir comportamentos preconceituosos ou discriminatórios. De outro lado, porém, é preciso atentar para dois aspectos. O primeiro é que o cuidado excessivo na busca de eufemismos para designar certos grupos sociais revela a existência de preconceitos arraigados na vida social. Se assim não fosse, poder-se-ia empregar, sem qualquer problema, por exemplo, o vocábulo negro, sem precisar recorrer à expressão afrodescendente. Em segundo lugar, os defensores da linguagem politicamente correta acreditam que existam termos neutros ou objetivos, o que absolutamente não é verdade. Todas as palavras, ensina Bakhtin, são assinaladas por uma apreciação social. Considera-se que os termos bicha, veado, fresco são mais preconceituosos que a designação gay. Isso é parcialmente verdadeiro, pois os três primeiros estão marcados por pesada conotação negativa. No entanto, o termo gay também vai assumindo valor pejorativo, tanto que, à semelhança do aumentativo bichona e do diminutivo bichinha, criaram-se gayzaço e gayzinho. Isso ocorre porque as condições de produção de discursos sobre a mulher, o negro, o homossexual, etc. são as de existência de fortes preconceitos em nossa formação social. Isso significa que não basta mudar a linguagem para que a discriminação deixe de existir. Entretanto, como a conotação negativa é uma questão de grau, não é irrelevante deixar de usar os termos mais fortemente identificados com atitudes racistas, machistas, etc. [...]
http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao01/artigos_alinguagempoliticament
ecorreta.htm [adaptado]
ATENÇÃO: Leia o texto abaixo para responder a questão.
QUEM TEM MEDO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?
Disponível em: http://cienciahoje.org.br/artigo/quem-tem-medo-da-inteligencia-artificial/ Acessado em: 29/03/2019
Atenção: Leia o texto abaixo para responder a questão.
UM APÓLOGO
Machado de Assis. Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/um-apologo-conto-de-machado-de-assis/ Acessado em 29/03/2019
No que diz respeito às diferenças entre o gênero textual “apólogo” e a “fábula”, leia as afirmações abaixo:
I – O apólogo normalmente é utilizado para retratar situações semelhantes às reais, ao passo que a fábula normalmente prioriza situações fantásticas.
II – O apólogo diferencia-se da fábula em relação aos personagens: o primeiro pode envolver pessoas, objetos ou animais, já o segundo, somente animais.
III – O apólogo é uma narrativa alegórica, e, por isso, diferencia-se da fábula, que é uma narrativa ficcional.
Com base nas diferenças expressas, aponte a opção CORRETA, quanto ao julgamento dos itens:
ATENÇÃO: Leia o texto abaixo para responder as questão.
ANEDOTA
Um músico mambembe resolve ganhar algum dinheiro tocando sanfona no meio da praça. Aparece um fiscal e o interrompe:
– Você tem licença?
– Não.
– Então me acompanhe.
– Claro. E que música o senhor vai cantar?
Brasil: almanaque de cultura popular. São Paulo, n. 97, maio 2007.
Texto I
(Luis Fernando Veríssimo)
Ler com atenção o texto abaixo e responder o que se pede.
Texto I
Os erros mais comuns de quem estuda para concursos públicos.
Se você tinha facilidade para estudar para provas quando estava na escola, nada garante que saiba como se preparar para um concurso público.
É que os processos seletivos para conquistar uma vaga na máquina pública são muito mais complexos - e diferentes entre si - do que os exames acadêmicos a que somos submetidos ao longo da vida.
Para começar, diz Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG, há um elemento único, desconhecido pela maioria das pessoas, que faz toda a diferença para o sucesso do candidato: o edital.
O problema é que o documento, que compila informações como a sequência, o conteúdo e o peso de cada prova, não recebe atenção suficiente da maioria dos candidatos. “Parece um erro bobo, mas muita gente já começa a abrir os livros sem ter familiaridade com o edital, o que compromete toda a sua estratégia de estudo”, diz Távora.
Mas as falhas na preparação para a grande prova vão muito além disso. Veja a seguir as mais frequentes, segundo professores ouvidos por EXAME.com:
1. Não estabelecer um ritmo para os estudos. A preparação para um concurso público pode ser tão cansativa quanto uma bateria de exercícios na academia. Por isso, calibrar a intensidade e a frequência das sessões de estudo é fundamental. De acordo com Távora, alguns candidatos vão ao esgotamento total num único dia, só para depois passar semanas sem tocar nos livros. “Você precisa planejar um cronograma que seja, ao mesmo tempo, constante e saudável”, afirma o professor.
2. Estudar por materiais “duvidosos”. Pela pressa ou desconhecimento, é comum que o concurseiro confie em livros, videoaulas e cursos de má qualidade. “Além de incompletos, eles podem não estar atualizados de acordo com as últimas retificações do edital”, diz Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual. Estudar por material desatualizado é “cair em casca de banana na certa”, segundo Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso. Isso porque os avaliadores "adoram" fazer pegadinhas que envolvam a mudança trazida por uma lei recentemente atualizada.
3. Começar a preparação só depois da publicação do edital. De acordo com Marcus Bittencourt, advogado da União e professor do Damásio Educacional, muitos candidatos esperam a publicação do edital para abrir os livros. O problema é que o documento costuma sair poucos meses antes da primeira prova do concurso - um prazo muito curto para a preparação. Por isso, é melhor começar a estudar com base em editais anteriores. “Quando for publicado o novo, você terá tempo para fazer as adaptações necessárias e revisar os pontos já estudados, dando ênfase nas disciplinas de maior peso”, explica o professor.
4. Não distribuir bem as matérias ao longo da semana. Segundo Távora, muitos candidatos estudam de forma aleatória e caótica. O risco dessa atitude é chegar à prova sem ter coberto todos os assuntos mais importantes de cada área. Não adianta estudar só as matérias que você adora, porque assuntos importantes vão ficar de fora. Também não vale se dedicar apenas aos conteúdos mais difíceis, diz o professor, porque você vai se cansar. A melhor tática é estabelecer para a semana um “mix de disciplinas” completo, equilibrado e minimamente agradável.
5. Desconhecer a banca examinadora. Cada concurso é um universo com regras próprias. A maior parte das peculiaridades de cada processo seletivo se deve ao estilo dos avaliadores. Se você desconhece o estilo e as preferências dos seus avaliadores, horas e horas de estudo podem ser desperdiçadas. Enquanto algumas bancas gostam de elaborar provas enxutas e apegadas ao texto da lei, outras preferem exames mais longos e baseados em jurisprudência, exemplifica Távora. A Cespe/UnB, por exemplo, é uma banca que costuma elaborar exames em que cada resposta errada anula uma certa. Ignorar as regras de contagem de pontos, nesse caso, é fatal.
6. Estudar até a exaustão. No afã de conquistar a aprovação, muita gente estuda de manhã, à tarde e à noite, sem pausas. “É uma grande loucura”, diz Lelis, do Universo do Concurso. “É uma rotina que acaba com o equilíbrio emocional e gera muito estresse”. Segundo o professor, qualidade vale mais do que quantidade: é preferível estudar pouco, mas com afinco, do que passar por horas e horas debruçado sobre os livros. “O candidato exausto e estressado tem muito mais chances de ter um 'branco' ou até passar mal no dia da prova”, afirma o professor.
7. Não treinar. Outro erro frequente é restringir a sua preparação à leitura da matéria. “Claro que você precisa estudar textos, doutrinas e leis, mas não pode acreditar que isso será suficiente”, afirma Távora. Fazer exercícios e simulados é fundamental para a aprovação, e não só para testar o seu conhecimento. O treino também ajuda a se preparar para o formato das questões e dominar o tempo disponível para resolvê-las.
8. Estudar pensando em curto prazo. Segundo Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual, outro erro frequente é esquecer que alguns editais demoram anos para ser publicados. A depender do seu objetivo, é preciso estudar com o foco no longo prazo.” O ideal para esse caso é usar técnicas de resumo e revisões para que o conteúdo não seja esquecido após um tempo”, afirma o especialista.
Disponível em: >http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-estuda-para-concursos-publicos. <. Data da consulta: 23/02/2016.
Texto II
Disponível em:
>https://www.google.com.br/search?q=charges+sobre+concursos+publicos&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=Qav7f1mV-<. Data da consulta: 23/02/2016.
Leia com atenção as assertivas acerca dos textos I e II e em seguida responda o que se pede.
I. Embora tratem da mesma temática, concurso público, os textos I e II abordam distintas vertentes do tema: o primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, passar nos concursos é meio para se atingir os fins: ser funcionário público.
II. As temáticas são completamente distintas. O primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, o foco está no sonho de ser funcionário público, prescindindo o candidato, para tal, dos concursos públicos.
III. Por se enquadrarem em categorias de gêneros textuais completamente distintos - um em prosa, outro tirinha, misto de verbal e não verbal – os textos acima não poderiam, a princípio, tratar do mesmo tema.
IV. As eventuais falhas de estudo e preparação para concursos públicos, mostradas no texto I, não são diagnosticadas por autoridades no assunto, daí a razão de não poderem ser levadas a sério pelos concurseiros.
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
I - O desenvolvimento do artigo revela a estratégia da comparação – entre as atitudes dos presidiários e dos políticos e executivos – e da ilustração, no caso a citação dos diálogos, utilizados pelo autor para comprovar o argumento de que a esbórnia nas prisões reflete a do planalto. II- A ilustração dos diálogos, seja dos presidiários seja dos políticos, é um recurso empregado para atribuir mais veracidade aos argumentos em favor da tese apresentada. III- A tese do artigo é a de que as investigações da polícia não resolvem o problema da criminalidade brasileira, apenas torna pública a baixaria nos altos e baixos escalões, sendo, pois, dispensáveis.
A alternativa que traz a CORRETA avaliação das asserções é:
I - há adequação entre o título e o conteúdo desenvolvido no texto, pois o vocábulo “falácia” mantém uma estreita relação com a informação expressa no segundo parágrafo referente ao argumento do ministro de que a meta fiscal não será cumprida caso não haja a elevação dos impostos. II- a precisão e a objetividade são uma regra na linguagem jornalística, mas expressões coloquiais teimam em ocorrer em textos dessa esfera, é o caso de “mão pesada do Estado” (linha 01), “contra a parede” (linha 01), no texto lido, o que deve ser evitado por empobrecê-lo. III- considerando o interesse em atrair o leitor, o texto jornalístico explora estruturas simples, coloquiais, em vez de uma sintaxe rebuscada, fato que justifica o uso de estruturas como “em busca da melhor chance de empurrar goela abaixo dos contribuintes uma nova CPMF” (linhas 03-04), que corresponderia aproximadamente a “na tentativa de disfarçar a imposição de uma nova CPMF aos contribuintes”.
Dentre as proposições enumeradas, é(são) CORRETA(S) apenas
Apresentamos, abaixo, trechos da entrevista concedida pela assistente social Ângela Maria Pereira, por telefone, em relação à violência
sofrida pela mulher, particularmente sobre a realidade do Rio Grande do Sul. Após a leitura, responda à questão que se segue:
I - Por se tratar de uma entrevista, e, como toda entrevista é formal, justifica-se a desobediência às regras estabelecidas nas gramáticas. II- Os usos dos pronomes relativos e demonstrativos evidenciados no texto denunciam, segundo os linguistas, o processo de renovação da língua, e, sendo próprios da oralidade, não implicam erro, mas uma outra norma linguística. III - A ausência do sinal de crase na primeira frase do texto “atribuo esta realidade a questão da impunidade” e o uso da vírgula em “... muitas delas, buscam a força para fazer valer os seu desejos” caracterizam erro, por serem marcas do registro escrito. IV - Todos os fatos linguísticos sob análise no texto (uso dos pronomes, da crase e da pontuação) devem ser avaliados sob um mesmo parâmetro, desconsiderando o tipo de registro, sob pena de prejudicar a compreensão da norma gramatical.
Do exposto, conclui-se que apenas